quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Um país que se revê nas sondagens



A crónica de Salles da Fonseca, sensata e objectiva sobre a possibilidade de preservação dos linces ibéricos em ambientes protegidos, vem na sequência da informação sobre a morte chocante de dois linces, animais em vias de extinção que não soubemos proteger. O comentário de um Anónimo acrescenta em pessimismo e repulsa, contra a forma como sujeitamos animais da selva a viver em clausura, para gáudio e aquisição educativa natural do homem, de que os Jardins Zoológicos são exemplo, talvez necessário mas sempre chocante.
Segue-se a inesperada notícia do Público, de cancelamento do programa “Quadratura do Círculo” ordenada por Ricardo Costa, o que jamais julgaria possível, por apreciar a forma responsável das suas participações em debates de orientação televisiva. É claro que o programa da sedutora Cristina, que esgrime com muita elegância as suas funções de alimentadora familiar das ambições comezinhas do povo português em matéria ideológica, esse programa, ao que parece extremamente caro, para a SIC, supera, em audiência, a Quadratura do Círculo, seja esta embora uma escola de pensamento e arte de o exprimir, com educação e inteligência, em temas políticos que o país precisava de ter, para ao menos se alegrar momentaneamente, e distinguir da “sensibilite” espalhafatosa de muitos dos nossos programas revisteiros, de cariz popular ou coscuvilheiro, ou de temáticas segregacionistas em mesas redondas de inaudíveis discussões futebolísticas para um público, é certo, sobretudo habituado a exprimir exaltações desportivas de clubite toscamente sectária. Não, jamais nos passara pela cabeça que tal programa da Quadratura” seria banido, como lâmpada que chegou ao fim da sua prestação e é lançada para o caixote do nosso desrespeito atrevido, imposição, talvez, de um Governo de geringonça, pouco interessado em prestígio sócio-cultural, programa de abertura ao esclarecimento político, feito sem tropelia, mas com argumentação perspicaz, de acordo com ideologias pessoais mas construtivas.
Quero crer ainda na gente que faz os jornais, e possibilitam tanto da percepção do mundo que se vai construindo ou destruindo, e entre esses, pela primeira vez, leio a revista mensal, “COURRIER internacional“, que constrói as suas temáticas a partir dos jornais de saliência mundial, que cita e descreve numa das páginas iniciais. Com uma função puramente de esclarecimento a nível mundial, sobre a economia e o desenvolvimento das terras e as convulsões económicas que se vão fazendo nos continentes, especialmente o continente africano, sobre o qual convergem os interesses das várias potências, é, de facto, uma leitura sábia e dilatadora do conhecimento, e cuja capa expressiva, com o programa assinalado artisticamente, transcrevo, como chamariz de uma leitura elucidativamente objectiva.
 Opala é o segundo exemplar de lince-ibérico libertado no PNVG e encontrado morto este ano no concelho de Mértola, depois de o macho Mistral ter sido encontrado morto no dia 2 deste mês, na Estrada Nacional 122, com sinais de atropelamento.
II – CRÓNICA: A MORTE DO LINCE
 HENRIQUE SALLES DA FONSECA        
 A BEM DA NAÇÃO. 16.01.19
Começa a ser repetitiva a notícia de que um lince apareceu morto.
Creio que algumas poderão ser as causas dessas mortes, nomeadamente a de se tratar de animais que foram criados em cativeiro e posteriormente libertados pelo que admito que não tenham a «expertise» suficiente para se cuidarem na liberdade a que foram obrigados.
Mas também admito que o instinto de sobrevivência com que nasceram não esteja adaptado aos automóveis nem aos criadores de gado miúdo de que eles, linces, apreciam o paladar.
Uma vez que não estou a ver os biólogos ligados à reintrodução do lince no habitat tradicional pugnarem pelo corte de estradas nem pela expulsão dos criadores de gado miúdo dos locais onde os linces aparecem mortos, creio mais sensato deixá-los viver em ambientes protegidos sem se correr o risco sério de extinção da espécie na liberdade fatal que lhes tem sido imposta.
Mas quando lidamos com ambientalistas, nunca se sabe qual a linha de raciocínio por que singram.
COMENTÁRIO de Anónimo  16.01.2019:  Cada vez mais complicado, difícil, a convivência entre humanos e animais selvagens, que tendem a desaparecer. Sobram os zoológicos onde se podem visitar tristes prisioneiros. A seguir... museus de história natural: ossos e carcaças embalsamadas
1ª NOTÍCIA: Quadratura do Círculo acaba na próxima semana
Histórico programa de debate político da SIC Notícias acaba devido a alterações na grelha de programação, justifica o canal. Lobo Xavier confessa tristeza.
PÚBLICO, 15 de Janeiro de 2019
Os comentadores do programa NUNO FERREIRA SANTOS
a) O programa da SIC Notícias Quadratura do Círculo acaba na próxima semana. “Alterações na grelha do canal” é a justificação para acabar com este espaço de informação e debate que há 14 anos era transmitido regularmente.
“Vamos mudar de edifício, de estúdios e vamos fazer alterações à grelha de programas. Esta a única razão para o fim do Quadratura do Círculo”, explicou ao PÚBLICO Ricardo Costa, director de informação do Grupo Impresa, confirmando a notícia avançada pelo Diário de Notícias.
Ricardo Costa diz saber “a importância do Quadratura” e que nada tem contra o programa, mas “chegou a altura de fazer algumas alterações à grelha” e isso “passa pelo seu fim".
 “Fui eu que trouxe o Quadratura para a SIC quando o programa acabou na TSF há 14 anos, mas chegou a altura de mudar. vamos apostar em novos formatos”, acrescentou.
Actualmente, Quadratura do Círculo é transmitido às quintas-feiras, às 23h. Tem como moderador o jornalista Carlos Andrade e como comentadores José Pacheco Pereira (colunista do PÚBLICO), António Lobo Xavier e Jorge Coelho.  Foi o próprio Ricardo Costa que, no final do programa na semana passada, já perto da meia-noite, comunicou aos participantes a decisão de descontinuar o formato. O último programa é no dia 24 deste mês.
b) OPINIÃO: Lobo Xavier: "Aquilo era a minha forma de estar"
Lobo Xavier reconhece estar triste com a decisão. “Não é à toa que se passam 14 anos fundamentalmente com as mesmas pessoas, num programa de opinião e debate com contraditório, que é um bocadinho diferente do formato mais corrente das televisões. Não só [os participantes] têm ligações pessoais como aquilo passou a fazer parte da sua própria vida", disse ao PÚBLICO.
"Estamos todos com pena que tenha acabado, mas compreendemos as opções comerciais e de gestão de grelha na televisão. A televisão está a mudar", acrescentou o gestor, que considera não haver um problema de audiências, porque o Quadratura se "comparava bem com as outras estações de cabo àquela hora", nem de dinheiro, pois está convencido de que os comentadores estariam disponíveis a negociar condições. Lobo Xavier confessa que o programa lhe fará falta: "Sempre gostei de estar ligado à política e, não tendo possibilidade profissional de estar ligado de modo mais activo, aquilo era a minha forma de estar. Nunca me senti preso por opiniões de partidos nem do meu próprio partido, senti-me sempre bem ali. Gostava muito de fazer aquilo". Agora, está a tentar convencer-se de que o fim do programa lhe dá algum alívio.
III - 2ª NOTÍCIA: SIC bate melhor manhã dos últimos 16 anos com estreia de Cristina Ferreira
IV COURRIER international          Janeiro 2019-01-16 nº 275 /Mensal
CAPA / Programação:
1 - VOLTA AO MUNDO EM 123 CIDADES: Santiago. Berlim. Barcelona. Adis Abeba. Pequim. Paris. Lagos. Detroit. Pyongyang. Tóquio. Hong Kong. Bagdade
2 - KAI-FU LEE – Entrevista com o Guru da Inteligência artificial (52 Insights)
NEGÓCIOS: A Nova e grande corrida a África (Financial Times Sowetan)
HALLSTAIT: A aldeia austríaca com 780 habitantes e um milhão de turistas (Der Spiegel)
3 - Reportagens sobre a vida quotidiana em tempo de mudança

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