A crónica de Salles da Fonseca, sensata e objectiva sobre a possibilidade de
preservação dos linces ibéricos em ambientes protegidos, vem na sequência da
informação sobre a morte chocante de dois linces, animais em vias de extinção
que não soubemos proteger. O comentário de um Anónimo acrescenta em pessimismo e repulsa, contra a forma como sujeitamos
animais da selva a viver em clausura, para gáudio e aquisição educativa natural
do homem, de que os Jardins Zoológicos são exemplo, talvez necessário mas sempre
chocante.
Segue-se a inesperada notícia do Público, de cancelamento do programa “Quadratura
do Círculo” ordenada por Ricardo
Costa, o que jamais julgaria possível, por apreciar a forma responsável das
suas participações em debates de orientação televisiva. É claro que o programa
da sedutora Cristina, que esgrime com muita elegância as
suas funções de alimentadora familiar das ambições comezinhas do povo português
em matéria ideológica, esse programa, ao que parece extremamente caro, para a
SIC, supera, em audiência, a Quadratura
do Círculo, seja esta embora uma escola de pensamento e arte de o exprimir,
com educação e inteligência, em temas políticos que o país precisava de ter,
para ao menos se alegrar momentaneamente, e distinguir da “sensibilite” espalhafatosa
de muitos dos nossos programas revisteiros, de cariz popular ou coscuvilheiro, ou
de temáticas segregacionistas em mesas redondas de inaudíveis discussões
futebolísticas para um público, é certo, sobretudo habituado a exprimir
exaltações desportivas de clubite toscamente sectária. Não, jamais nos passara
pela cabeça que tal programa da “Quadratura” seria
banido, como lâmpada que chegou ao fim da sua prestação e é lançada para o caixote
do nosso desrespeito atrevido, imposição, talvez, de um Governo de geringonça,
pouco interessado em prestígio sócio-cultural, programa de abertura ao
esclarecimento político, feito sem tropelia, mas com argumentação perspicaz, de
acordo com ideologias pessoais mas construtivas.
Quero crer ainda na gente que faz os jornais,
e possibilitam tanto da percepção do mundo que se vai construindo ou
destruindo, e entre esses, pela primeira vez, leio a revista mensal, “COURRIER internacional“, que constrói as
suas temáticas a partir dos jornais de saliência mundial, que cita e descreve
numa das páginas iniciais. Com uma função puramente de esclarecimento a nível
mundial, sobre a economia e o desenvolvimento das terras e as convulsões
económicas que se vão fazendo nos continentes, especialmente o continente
africano, sobre o qual convergem os interesses das várias potências, é, de
facto, uma leitura sábia e dilatadora do conhecimento, e cuja capa expressiva,
com o programa assinalado artisticamente, transcrevo, como chamariz de uma
leitura elucidativamente objectiva.
Opala é o segundo exemplar de lince-ibérico libertado no PNVG e encontrado morto este ano
no concelho de Mértola, depois de o macho Mistral ter sido encontrado morto no
dia 2 deste mês, na Estrada Nacional 122, com sinais de atropelamento.
HENRIQUE
SALLES DA FONSECA
A
BEM DA NAÇÃO. 16.01.19
Começa
a ser repetitiva a notícia de que um lince apareceu morto.
Creio
que algumas poderão ser as causas dessas mortes, nomeadamente a de se tratar de
animais que foram criados em cativeiro e posteriormente libertados pelo que
admito que não tenham a «expertise» suficiente para se cuidarem na liberdade a
que foram obrigados.
Mas
também admito que o instinto de sobrevivência com que nasceram não esteja
adaptado aos automóveis nem aos criadores de gado miúdo de que eles, linces,
apreciam o paladar.
Uma
vez que não estou a ver os biólogos ligados à reintrodução do lince no habitat
tradicional pugnarem pelo corte de estradas nem pela expulsão dos criadores de
gado miúdo dos locais onde os linces aparecem mortos, creio mais sensato
deixá-los viver em ambientes protegidos sem se correr o risco sério de extinção
da espécie na liberdade fatal que lhes tem sido imposta.
Mas
quando lidamos com ambientalistas, nunca se sabe qual a linha de raciocínio por
que singram.
COMENTÁRIO de Anónimo 16.01.2019: Cada vez mais complicado, difícil, a convivência entre
humanos e animais selvagens, que tendem a desaparecer. Sobram os zoológicos
onde se podem visitar tristes prisioneiros. A seguir... museus de história
natural: ossos e carcaças embalsamadas
1ª NOTÍCIA: Quadratura do Círculo acaba na
próxima semana
Histórico programa de debate político da
SIC Notícias acaba devido a alterações na grelha de programação, justifica o
canal. Lobo Xavier confessa tristeza.
PÚBLICO, 15 de Janeiro de 2019
Os comentadores do programa NUNO
FERREIRA SANTOS
a) O
programa da SIC Notícias Quadratura do Círculo acaba
na próxima semana. “Alterações na grelha do canal” é a justificação para acabar
com este espaço de informação e debate que há 14 anos era transmitido
regularmente.
“Vamos
mudar de edifício, de estúdios e vamos fazer alterações à grelha de programas.
Esta a única razão para o fim do Quadratura do Círculo”,
explicou ao PÚBLICO Ricardo Costa, director de informação do Grupo Impresa,
confirmando a notícia avançada pelo Diário de Notícias.
Ricardo
Costa diz saber “a importância do Quadratura” e que nada
tem contra o programa, mas “chegou a altura de fazer algumas alterações à
grelha” e isso “passa pelo seu fim".
“Fui eu que trouxe o Quadratura para a SIC quando o programa acabou na TSF há 14
anos, mas chegou a altura de mudar. vamos apostar em novos formatos”,
acrescentou.
Actualmente, Quadratura do Círculo é transmitido às quintas-feiras, às 23h. Tem
como moderador o jornalista Carlos Andrade e como comentadores José
Pacheco Pereira (colunista do PÚBLICO), António Lobo
Xavier e Jorge Coelho. Foi o próprio Ricardo Costa que, no final do
programa na semana passada, já perto da meia-noite, comunicou aos participantes
a decisão de descontinuar o formato. O último programa é no dia 24 deste mês.
b)
OPINIÃO: Lobo Xavier: "Aquilo era a minha forma de
estar"
Lobo
Xavier reconhece
estar triste com a decisão. “Não é à toa que se passam 14 anos fundamentalmente
com as mesmas pessoas, num programa de opinião e debate com contraditório, que
é um bocadinho diferente do formato mais corrente das televisões. Não só [os
participantes] têm ligações pessoais como aquilo passou a fazer parte da sua
própria vida", disse ao PÚBLICO.
"Estamos
todos com pena que tenha acabado, mas compreendemos as opções comerciais e de
gestão de grelha na televisão. A televisão está a mudar", acrescentou o
gestor, que considera não haver um problema de audiências, porque o Quadratura se "comparava bem com as outras estações de
cabo àquela hora", nem de dinheiro, pois está convencido de que os
comentadores estariam disponíveis a negociar condições. Lobo Xavier confessa
que o programa lhe fará falta: "Sempre gostei de estar ligado à política
e, não tendo possibilidade profissional de estar ligado de modo mais activo,
aquilo era a minha forma de estar. Nunca me senti preso por opiniões de
partidos nem do meu próprio partido, senti-me sempre bem ali. Gostava muito de
fazer aquilo". Agora, está a tentar convencer-se de que o fim do programa
lhe dá algum alívio.
III - 2ª NOTÍCIA: SIC bate melhor manhã dos
últimos 16 anos com estreia de Cristina Ferreira
IV – COURRIER international Janeiro 2019-01-16 nº 275
/Mensal
CAPA / Programação:
1
- VOLTA AO MUNDO EM 123 CIDADES: Santiago. Berlim. Barcelona. Adis
Abeba. Pequim. Paris. Lagos. Detroit. Pyongyang. Tóquio. Hong Kong. Bagdade
2
- KAI-FU LEE – Entrevista com o Guru da Inteligência artificial (52 Insights)
NEGÓCIOS: A
Nova e grande corrida a África (Financial Times Sowetan)
HALLSTAIT: A aldeia austríaca com 780 habitantes e um
milhão de turistas (Der Spiegel)
3
- Reportagens sobre a vida quotidiana em tempo de mudança
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