A Europa que nos sustentou e continua, por
enquanto, está, talvez, prestes a acabar, prova de que nada é eterno, e aqui
vamos nós sem saber o que nos espera, comprovando a leveza da condição humana,
inconstante, insatisfeita, labiríntica, múltipla, mutável mas igual a si
própria, na repetição pontual, com outras configurações, de escaladas de revoluções
e crueldades, interpondo-se nas bondades doutrinárias, ao longo da História, tudo
isso transitório, afinal. Teresa
de Sousa analisa as perspectivas da Europa, partindo das próximas eleições
europeias, de resultados imprevisíveis, ou talvez já previsíveis, dados os
despeitos com que os povos ingratos – ou receosos, ou ambiciosos – entendem por
bem destruir o que fora forjado, com aparente harmonia, instituída por uma
ideologia democrática simpática mas pouco consistente como solução.
ÁLISE: Europeias: umas eleições como nenhumas outras
Subida dos partidos de extrema-direita
e populistas pode levá-los a constituir o terceiro maior grupo político no
próximo parlamento. Hoje, só não estão nos respectivos parlamentos
nacionais em seis: Portugal, Irlanda, Luxemburgo, Malta, Roménia e Reino
Unido.
TERESA DE SOUSA PÚBLICO, 9 de
Maio de 2019
Ninguém prestou atenção aos resultados das europeias
de há cinco anos. Já lá estavam todos os sinais. Hoje, na fotografia da Europa
que resultará destas eleições, a única certeza é que as forças antieuropeias continuarão a crescer.
“Quase um terço
do novo Parlamento Europeu, com uma nova espécie de políticos que vai dos fascistas
gregos aos nacionalistas suecos, aos separatistas flamengos,
aos novos esquerdistas de Espanha, será de um modo geral antieuropeia
e contra a União Europeia.” Não, não se trata de uma antecipação do que pode
acontecer no dia 27 de Maio, quando tiverem fechado as urnas nos 28 países da
União e os votos estiverem contados. A frase foi escrita no The Guardian no dia de 25 de Maio
de 2014, quando se conheceram os resultados das eleições para o
Parlamento Europeu realizadas há cinco anos.
Nigel Farage, então líder do UKIP (hoje, criou um
partido novo, o Brexit Party) venceu as eleições e os conservadores de
David Cameron ficaram em terceiro lugar – uma estreia na sua história
centenária. O PS francês, com François Hollande no Eliseu e uma sólida
maioria na Assembleia Nacional, obteve uma derrota história (14%) contra a
Frente Nacional de Marine Le Pen, que venceu as eleições (25%). Antonis
Samaras, líder da Nova Democracia, perdeu para Alexis Tsipras, o líder do Syriza com um programa de rejeição da
União Europeia e da austeridade. O PASOK viu-se praticamente corrido de cena. Na Dinamarca,
a primeira-ministra social-democrata viu o seu partido e o seu Governo serem derrotados
pelo Partido Popular Dinamarquês, que desfraldou a bandeira contra os
imigrantes, vencendo as eleições. O Podemos espanhol teve um
resultado surpreendente (8%) mesmo que ainda não digno de ameaçar directamente
o PSOE.
Podíamos continuar a ler os títulos dos jornais da
altura. Basta regressar ao The
Guardian e à sua profecia. “A tentativa [dos governos] foi
minimizar o impacte. A nova classe política foi descrita como barulhenta, rude,
extremista, dividida e incapaz de se manter unida para prosseguir um caminho
antieuropeu.” A resposta
do establishment,
prossegue o diário britânico, “deve ser uma grande coligação idêntica à que
funciona em Berlim entre democratas-cristãos e sociais-democratas, ignorando os
sinais e impulsionando a sua agenda de ‘mais Europa’”. Não se enganou,
no essencial. Os sinais estavam lá todos.
Somados, os dois grandes grupos políticos do PE
— PPE, de centro-direita, e Socialistas e Democratas, de centro-esquerda —,
mal chegavam aos 53%o. Tinham obtido 61% em 2009. Em Espanha, os dois
grandes partidos políticos — PP e PSOE — arrecadaram juntos 80% dos votos
em 2009. Em 2014, ficaram ligeiramente acima dos 50%. A excepção foi,
curiosamente, a Itália, onde Matteo Renzi, o líder dos Democratas
(centro-esquerda) venceu as eleições com 40% dos votos, deixando o
Cinco Estrelas, que era a grande novidade, em segundo lugar.
Foi “um terramoto na Europa ainda que de estragos
limitados”, escreveu Tony Barber no Financial
Times.
A imprensa europeia de referência atribuiu várias
explicações para a débacle. Os europeus sentem-se cada vez mais distantes
das decisões europeias, tomadas em negociações de bastidores entre os governos,
ratificadas sem debate pelas respectivas e confortáveis maiorias nacionais,
deixando a única oposição aos movimentos antielitistas, populistas e
nacionalistas. Este “momento Kodak”, como lhe chamou o The Guardian, congelando o retrato da
política europeia, expôs “o que começou com um desastre dos bancos há cinco
anos, que se desenvolveu numa emergência financeira, na crise da dívida e da
moeda, e que se transformou numa crise política, testando a competência e a
confiança das lideranças europeias”.
Houve outro
ensinamento de 2014, ao qual não se terá dado a devida atenção. A tentativa de
“roubar” algumas das bandeiras da extrema-direita e dos populistas, tentando
travar desta forma o seu crescimento, quase nunca dá resultado. David Cameron é, porventura, o exemplo mais
paradigmático. Em 2014, iniciou uma campanha contra a imigração, defendendo limites à
liberdade de movimento na União Europeia e atacando os poderes de Bruxelas.
Haveria de levar a sua estratégia até ao fim, convocando o referendo de Junho
de 2016, sempre com o objectivo de travar a ala antieuropeia do seu próprio
partido. O que aconteceu está hoje à vista. O governo social-democrata de
Copenhaga também prometeu cortar os benefícios sociais aos imigrantes. O
resultado foi o partido anti-imigração quase duplicar os seus votos. Nicolas
Sarkozy tentou o mesmo em 2007 e ganhou, para perder com a mesma táctica cinco
anos depois.
Como foi possível?
Como foi
possível que, cinco anos depois, os sintomas tenham sido ignorados, a Europa tenha
continuado a navegar à vista e a crise política esteja a ponto de voltar a ter
o seu “momento Kodak” que, segundo as previsões, vai ser bastante mais
assustador do que o que foi revelado em 2014?
Os partidos nacionalistas e populistas reforçaram-se
em quase todos os países europeus. Hoje, só não estão nos respectivos
parlamentos nacionais em seis: Portugal, Irlanda, Luxemburgo, Malta, Roménia e
Reino Unido. Em alguns Estados-membros ascenderam ao Governo ou porque venceram
eleições, como na Hungria, Polónia e Itália, ou em coligação com os partidos de
centro-direita, como na Áustria. Ganharam fortes raízes na Europa Central.
A
social-democracia, que tinha tido uma derrota histórica em 2014, ainda está
longe de ter recuperado em países tão importantes como a Alemanha ou a Itália e quase desapareceu de
cena em países como a França ou a Grécia. Na França, foi varrida do
mapa pela entrada vitoriosa em cena de Emmanuel Macron — ao centro —, que se apresentou
nas presidenciais de 2017 com um discurso fortemente pró-europeu, nos
antípodas de Marine. Na Grécia, o PASOK desapareceu em combate, abrindo
as portas do governo ao Syriza e transformando-o num partido reconciliado
com a Europa e cada vez mais moderado. Apenas na Península Ibérica, os
partidos socialistas resistem bem, dando também sinais de recuperação nos
países nórdicos, onde já foram dominantes.
A crise, em boa medida, foi superada e a economia
europeia voltou a crescer. Os países que foram sujeitos aos programas de ajustamento da troika (Portugal, Grécia, Irlanda e
Chipre) já encerraram esse capítulo, começam a sarar as feridas sociais abertas
pelas doses colossais de austeridade que lhes foram aplicadas e vivem hoje
uma situação de maior crescimento e menor desemprego. O apoio à integração europeia voltou a subir, em média, dos 47% que
registava ainda em 2011 para os 67% que regista hoje, mesmo que este dado
esconda muitas diferenças de país para país e, sobretudo, não consiga ler os
sentimentos dominantes entre os eleitores quanto à Europa que desejam.
Esse apoio só diminuiu em dois países e apenas 2%: na Alemanha e no Reino
Unido.
Segundo uma grande sondagem publicada recentemente
pelo site Politico.eu, na
Itália, 60% dos inquiridos crê que a sua voz não é ouvida nas decisões
europeias, mas 44% ainda consideram que a Europa é boa para o seu país (contra
41%), embora haja igualmente 44% que pensam que a Europa vai na direcção
errada, para 24% que pensam o contrário. Mas, de um modo geral, este aparente
sentimento mais positivo não se vai reflectir nas escolhas que tencionam fazer
nas eleições europeias. Mantém-se a tendência de há cinco anos: os partidos
antieuropeus, nacionalistas e populistas continuam a crescer; os partidos
pró-europeus do centro político continuam a cair. A diferença é que já ninguém
se atreve a considerar estas tendências como uma anormalidade passageira, fruto
apenas do momento mais agudo da crise. A imprensa passou a dar muito mais
importância ao fenómeno. Todos os dias, há notícias que desmentem a ilusão de
que os movimentos nacionalistas já atingiram o seu pico.
Os
partidos nacionalistas evoluíram
Os partidos
nacionalistas também aprenderam alguma coisa, deixando de lado os seus aspectos
mais ofensivos e adaptando a sua estratégia à relativa satisfação dos eleitores
com a Europa. Aumentaram a sua presença no debate público europeu, tornando-se
muito mais visíveis. Salvini quer uma “Europa do bom senso”. De um modo geral, a palavra de ordem passou a ser mudar
a Europa por dentro e não acabar com ela. A simbologia mais colada ao
nazismo e ao fascismo desapareceu. Há uma nova geração de líderes muito jovem,
que pouco tem a ver com o velho nacionalismo da guerra. Marine Le Pen,
cujo partido acaba de ultrapassar ligeiramente o En Marche de Macron nas últimas
sondagens, foi ao ponto de mudar o nome do seu partido para Rassemblement
National. Ela e Salvini fazem a ronda pelas capitais europeias, em busca
de alguma unidade que possa formar um grupo político no PE capaz de fazer a
diferença. Não é fácil, mas também não é impossível.
Na Praça Venceslau, a mesma onde Vaclav Havel anunciou
a revolução de veludo, num comício do partido de extrema-direita Liberdade e
Democracia Directa um gigantesco cartaz anuncia que “A Europa pertence a Jesus
Cristo”. Tomio Okamura, o fundador do partido, proclama que “a imigração maciça
de milhões de africanos e de muçulmanos não é uma coincidência. Visa a
eliminação das nações tradicionais”. Salvini mandou apenas um vídeo dizendo que
“o extremismo islamista deve ser bloqueado”.
O
líder da extrema-direita austríaca, Heinz-Christian Strache, que faz parte
do Governo liderado por Sebastian Kurz, propõe essa unidade em
torno do combate à cultura irresponsável “de braços abertos” prosseguida por Merkel, Macron e Juncker. “Não queremos ser uma
minoria na nossa própria pátria e isso é legítimo, honesto e profundamente
democrático.” Em Copenhaga, Marine participou num comício do Partido Popular
Dinamarquês com uma visão diferente, mais liberal, sobre a economia: “Claro
que podemos ter diferentes concepções sobre a economia e o modelo social, mas a
imigração tem consequências para toda a Europa. Todos os movimentos que pensam
que a liberdade e a identidade são importantes, devem agir no seio do mesmo
grande grupo”.
É esta
capacidade de unificação que, finalmente, está a preocupar os partidos do mainstream. Em teoria, a grande
diferença nestas europeias é que a conjugação entre a queda dos grandes
partidos do centro e a subida dos partidos de extrema-direita e populistas pode
levá-los a constituir o terceiro maior grupo politico no próximo PE. Ou seja, apenas atrás dos
Socialistas e Democratas e do PPE, mas à frente dos Liberais, mesmo que contem
com o reforço do En
Marche de Macron. As previsões apontam para que o somatório de votos dos socialistas e
democratas-cristãos não vai ser suficiente para aprovarem a legislação europeia
e a escolha dos cargos políticos das instituições europeias.
Em cinco anos, a forma como os governos europeus foram
respondendo a esta nova realidade que, pela primeira vez, põe em causa a
própria existência da União Europeia, esteve longe de criar uma dinâmica comum
ou, pelo menos, maioritária capaz de responder ao desafio político que ameaça
as suas democracias. O Reino Unido, o caso extremo, está a viver a maior crise
existencial desde a II Guerra.
Na França, apesar de Macron, a crise de identidade que
o país vive desde o fim da Guerra Fria teve a sua maior erupção com a
emergência dos gilets
jaunes – o confronto trava-se directamente entre um partido com menos de dois
anos de idade, europeu, aberto à globalização e à imigração, e o partido
herdeiro da Frente Nacional, antieuropeu, antiglobalização e xenófobo. Os
outros partidos foram remetidos para o papel de simples espectadores, tentando
nestas eleições resistir à voragem da bipolarização entre o Presidente e Marine.
A Alemanha viu o seu estável sistema político
fragmentar-se, incluindo a entrada em força no Bundestag de uma formação de
extrema-direita (o terceiro partido mais votado nas legislativas de Setembro de
2017). A saída de cena de Angela Merkel deixa uma enorme interrogação sobre
a política europeia de Berlim, mesmo que a sua sucessora à frente da CDU, Anegrette Kramp-Karembauer, siga a mesma linha
pró-europeia e tanto o SPD como os Verdes mantenham intacto o seu credo
europeísta. A questão é mais sobre que política europeia convém a uma Alemanha que
a crise tornou ainda mais poderosa e como compatibilizá-la com a França ou com
os países do Centro europeu que são a sua mais próxima vizinhança e onde as
incursões do nacionalismo e os ataques ao Estado de Direito são mais fortes.
A interferência
externa
Há ainda outro factor que muda as condições em que as
eleições vão ser disputadas: o reflexo na Europa das grandes mutações do
sistema internacional e os novos instrumentos com os quais forças externas
podem interferir directamente nas escolhas dos eleitores. As novas tecnologias
permitem uma rápida difusão de notícias falsas através das redes sociais. Putin aperfeiçoou esta nova “arma”, conseguindo
uma assinalável sofisticação na manipulação da informação. Também já deixou de
ser segredo que financia directamente várias forças extremistas, de Le Pen à
AfD alemã. O retorno do investimento está a chegar-lhe em dobro. Salvini,
Farage, Strache ou Orbán não escondem a sua disponibilidade para apoiar a
pretensão russa de levantamento das sanções decretadas pela União Europeia
depois da anexação da Crimeia. Farage já disse que Putin é o líder mundial que mais admira. O líder da AfD, Alexander Gauland,
diz que Trump, ao contrário de Merkel, reconheceu o valor da realpolitike de Putin.
A viragem de 180 graus da política europeia dos EUA em
relação à Europa, iniciada com Trump, tem uma enorme repercussão do lado de cá
do Atlântico, como sempre acontece. Steve Bannon, que foi o estratega da campanha do
Presidente e o seu principal conselheiro na Casa Branca, mudou-se de armas e
bagagens para a Europa para ajudar a fortalecer os movimentos nacionalistas e
populistas que se identificam com as ideias politicas de Trump em todos os seus
aspectos – do soberanismo ao proteccionismo, passando pela defesa dos
chamados valores tradicionais contra o “politicamente correcto” e pela
destruição do projecto de integração europeia que os EUA impulsionaram desde o
fim da II Guerra.
Primeiro, Bannon criou O Movimento em Bruxelas para
fornecer informação e conselho. Agora, alugou ao Governo italiano um velho mosteiro do século XIII desabitado,
no alto de
uma montanha a 50 quilómetros de Roma, onde vai abrir uma escola de formação de
uma nova geração de políticos e de decisores – a “Academia para o Ocidente
Judaico-Cristão”. Esta conjugação de “interesses” entre Washington e Moscovo
é o mais forte alento para os extremismos europeus. “Não podemos estar
isolados quando temos Putin e Trump do nosso lado”, diz Le Pen. “A América não
era apenas o garante da segurança europeia, era também uma espécie de garante
dos valores democráticos no mundo”, escreve Lauren Kahn do Dahrendorf
Forum.
“Os populistas estão na ofensiva – vêem [as
eleições europeias] como uma oportunidade, os partidos tradicionais olham-nas
como um incómodo”. O manifesto de Manfred Weber, o candidato do PPE a presidente
da Comissão, chama-se A Strong, Smart
and Kind Europe.
Em 2014, apesar dos sinais de alarme, a maioria dos
analistas confiava em que “a Frente Nacional ou o UKIP não tinha a mínima
chance de tomar conta dos governos nacionais”. É ainda verdade para os dois
grandes países europeus. Mas o UKIP levou a cabo a sua estratégia - o “Brexit”
-; na França, o combate final ainda está por travar; e na Itália, grande
país fundador, é Salvini quem controla o Governo. Todas as sondagens indicam
que os europeus querem uma mudança. Continua a faltar às forças pró-europeias
uma proposta convincente.
As eleições europeias começam no Reino Unido e na
Irlanda no dia 23 de Maio e terminam na maioria dos países europeus no dia 26.
Esperam-se títulos ainda mais carregados nas manchetes do dia seguinte.
COMENTÁRIOS
Maria Carlos Oliveira, Avintes: Parece haver algo mais profundo
neste processo, a decadência do Ocidente e a dificuldade em lidar, de forma
positiva e resiliente, com esta realidade. A culpa é de todos, de uns
porque são pouco exigentes e críticos, de outros porque perderam o sentido da
coisa pública, o sonho... A cultura da facilidade instalada também dificulta a
análise e compreensão da realidade. Quando tudo parece falhar, os sinais
identitários tornam-se apelativos, ainda que muitos ignorem que facilmente se
pode tornar assassinos, como lembra Maalouf. Vale a pena lutar pela Europa,
só ela pode salvar os povos europeus da absoluta irrelevância no mundo.
Precisamos de rever muita coisa, sim, mas sem Europa pouco nos restará! Os
britânicos tiveram o mérito de nos mostrar esta evidência!
José Manuel Martins, Évora: Eu explico a TdS, esse colossal bastião do pensamento institucional(izado)
e autora de um artigo quase imaculado, 'como foi possível': foi possível, e
sê-lo-á cada vez mais, sempre que essa pergunta fulcral seja formulada
retoricamente, e a prosa da secção que deveria responder-lhe escamoteia um
verdadeiro enfrentamento da questão e, pois, da situação muito real que lhe
corresponde. É esse comportamento político-mediático sistematicamente falaz
que está na profunda origem do novo contrapoder emergente. Sem dúvida que a
resposta está espalhada em estilhaços honestos ao longo do artigo - a descrença
na classe política, a protecção da europa judaico-cristã face à invasão
exógena, a pseudo-democracia que rege de cima as populações sem voz, o
politicamente correcto. E, contra isso, não há nada. Responder
Jose Luis Malaquias, Figueira da Foz Uma aliança entre sociais-democratas e populares é a pior notícia para a
Europa. Se os eleitores não sentem que existem verdadeiras alternativas políticas,
dentro do espaço moderado, irão procurá-las nos extremos. Se a Europa não
arrepia caminho e os governos europeus não deixam de usar a Europa como
cobertura para governarem contra a vontade dos seus eleitorados, deixando o
ónus na Europa, então isto vai acabar muito mal. O Conselho Europeu, órgão
máximo da UE, é a maior fraude democrática da história, servindo como forma de
interesses ocultos decidirem contra a vontade dos eleitorados. Não vendo forma
de acabar com esse estado de coisas, eleitorados em desespero votam no primeiro
vigarista que lhes prometer mudar as coisas. Responder
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