Digo a “maioria” que se apelidava de
silenciosa. Talvez porque se sente em democracia, vai esclarecendo, segundo uma
cartilha mais ponderada. Um bom texto de Rui Ramos, que despertou recordações a muitos desses.
É inquietante, a propósito do 25 de
Abril, ver o actual regime recorrer aos mesmos métodos de propaganda da
ditadura salazarista. Ninguém dá valor à liberdade -- e à verdade?
Todos
os anos, é a mesma coisa. Que eu me lembre, já em 1976, no segundo aniversário,
havia essa mania de os políticos aproveitarem a data para lamentarem que o 25
de Abril não estivesse a ser ensinado, que os jovens não soubessem como era
antes e como passou a ser depois, etc. Décadas depois, a ladainha continua a
pingar monotonamente dos púlpitos do Estado.
Mas
há alguma coisa que mereça ser aprendida na catequese oficial destas épocas de
aniversário? Para começar, temos, por exemplo, as comparações ignorantes
entre o Portugal de 1974 e o de hoje. Sim, hoje os portugueses vivem melhor
do que em 1974. Mas em 1974, também viviam melhor do que em 1926. O 25 de Abril
aconteceu num país que estava a passar por uma transformação social e económica
que começara antes e que continuou depois. Antes de 1974, o país
industrializava-se, o “Estado social” (já era assim que Marcello Caetano lhe
chamava) expandia-se, o futuro SNS já tinha os seus alicerces, e pela primeira
vez na história toda uma geração frequentava a escola. Portugal até já iniciara
a integração europeia, com a adesão à EFTA em 1960 e o acordo comercial com a CEE
de 1972. Reconhecer
isto, porém, passa por crime de louvor à ditadura. Mas o que
justifica uma democracia não é a prosperidade – é a liberdade. Era o que a
ditadura salazarista não valorizava.
Talvez por essa razão, também insistia em comparar as suas estatísticas com as
do regime anterior, a primeira república. Como seria de esperar, fazia uma
grande figura, porque Portugal, nos anos 50 ou 60, também tinha “progredido” em
relação a 1926. Percebe-se que a ditadura não tivesse outra maneira de se promover.
Mas é inquietante ver o actual regime recorrer aos
mesmos métodos de propaganda e falsificação da história. Ninguém dá valor à
liberdade sem uma auto-estrada?
O
principal vício da anual exaltação abrilista dos políticos é, porém, outro: a tendência para identificar democracia e revolução. A revolução de 1974 desmantelou a ditadura
salazarista, que durante décadas manteve os portugueses em menoridade cívica.
Como tal, merece vivas e comemoração. Mas depois, como quase todas as
revoluções, ameaçou ser muitas coisas — algumas contrárias ao Estado de direito
democrático, e outras finalmente incompatíveis com aspirações e modas políticas
posteriores. O resultado foi que a democracia em Portugal, depois de ter
começado em 1974 em ruptura com a ditadura salazarista, continuou, depois de
1976, em ruptura com a revolução, através, por exemplo, das revisões
constitucionais e da integração europeia. Ora, este rompimento atingiu todos os avatares
revolucionários, não apenas o sistema económico do 11 de Março, mas o sistema
político do 25 de Novembro (aliás, o primeiro alvo de revisão, em 1982). Porque é que isto não é reconhecido? Porque o PCP e a
extrema-esquerda há décadas que reduzem o 25 de Abril ao 11 de Março, de modo a
apresentarem o regime, tal como se desenvolveu desde 1976, como uma “traição”
ao 25 de Abril e, portanto, um regresso do “fascismo”. Os outros partidos entram no jogo. Não admitem que a
democracia ultrapassou a revolução, e também eles reivindicam o 25 de Abril e
afirmam a sua “actualidade” (à direita, através do 25 de Novembro). É uma “luta
de memória” que dá sobretudo a medida da influência do PCP e da
extrema-esquerda (outra herança da revolução). Mas enquanto o 25 de Abril continuar assim, motivo de
divisão e de especulação política, dificilmente aprenderemos a sua história.
Por mais que os nossos políticos, com alguma hipocrisia, o lamentem todos os
anos.
COMENTÁRIOS
Eduardo S: Também deviam falar no verão quente de 1975 em que quase houve 1 guerra
civil e até os EUA enviaram 1 porta avioes para uma possível intervenção em
Portugal, vergonhoso como o poder subiu a cabeça de todos para poderem encher
os bolsos. Mas pronto, viva o 25 de abril e todos os políticos que temos no
poder.
Maria Narciso: Nos Finais da Década de 60 verificou-se uma Radicalização da Atitude
Política entre os Mais Jovens que se sentiam Vitimadas Pela Continuidade da
Guerra. Com a Recusa do Governo em Aceitar
uma Solução Politica para a Guerra : - As
Forças Armadas Perceberam também que a Guerra Colonial estava Longe de Acabar e
que eles Não iriam Conseguir Ganhá - La. O
Descontentamento com o Salazarismo não era só ao nível militar . O Povo não
concordava com a Guerra e os Estudantes Universitários Opuseram - se ao Regime
quando este Proibiu as Comemorações do do Dia dos Estudantes. Os Direitos
Individuais estavam Subordinados aos direitos da Nação. O Poder era Repressivo,
onde as Liberdades Individuais estavam Severamente Restringidas, instituída a
Censura no Cinema - Teatro e Televisão. e Comunicação Social. O Salazarismo
Caracterizava-se pelo Imperialismo Colonial e Nacionalismo Económico à
semelhança de Mussolini e de Hitler. É Completamente Falso querer fazer Crer
que Salazar só Perseguia o Comunismo: - Muitos Opositores ao Regime foram
forçados a Exilar-se para o Estrangeiro e Muitos outros foram assassinados pela
Polícia Política - Pide
S S > Maria Narciso: Enfim, a habitual cartilha comunista. 45 anos de propaganda resultam neste
tipo de analfabetos funcionais.
Maria José Melo: Se tivéssemos continuado com Marcelo Caetano, que
estava a fazer um caminho para a democracia, poderíamos estar bem melhor, sem
termos passado todos os desmandos pós 25 de Abril, com a esquerda a manipular,
controlar e a roubar a propriedade privada. Poderíamos ter feito uma
descolonização gradual, primeiro dando autonomia e depois, quando os países
africanos estivessem mais organizados, a independência. Assim, não teríamos
provocado a desgraça dos retornados, nem a apropriação do poder por parte de
caciques e prepotentes como José Eduardo dos Santos. Em Portugal, o
desenvolvimento seria maior e a riqueza do país também. Espanha é um país com
uma economia muito mais desenvolvida e produtiva, pois não passou por uma época
revolucionária depois de Franco. Houve uma transição pacífica para a democracia
com a monarquia.
J Sm > O 25 de Abril não foi revolução
foi um golpe militar idêntico ao 28 de Maio que derrubou a segunda república,
por sua vez igual ao 5 de Outubro que derrubou a monarquia
constitucional. Apenas golpes que é o que os republicanos sabem fazer. Revoluções
relativamente recentes tivemos a Maria da Fonte e pouco mais. A prova maior de
que não houve revolução nenhuma é o facto incontornável de termos como
presidente da república um filho de um importante ministro de Salazar e
afilhado de Marcelo Caetano.
Helder Vaz Pereira > 25 de Abril,...de 1974....derrube da ditadura de
Salazar, começo da ditadura do PCP. 25 de Novembro de 1975, derrube da ditadura
comunista e início da PARTIDOCRACIA CORRUPTA. Alguns chamam-lhe
Democracia! Está bem,...chamem-lhe o que quiserem.
Maria Narciso: O Povo ficou Muito Feliz por
Não ter havido Sangue e veio para a Rua Oferecer Flores aos Militares em Forma
de Agradecimento . As Flores escolhidas que
Simbolizam o Fim de uma Vida Dura e Difícil foram os Cravos Vermelhos ,que os
Militares colocaram nos Canos das Armas : - Em Vez de Balas que Matam.
ProtoTypical >
Maria Narciso:
Que lindo! …………..Maria tu estás a
gozar, não estás!? Não percebeste nada do que se passou pois não? Um dia vais
perceber que Salazar foi um dos maiores estadistas do mundo! Cheira-me que não
passas de uma comuna, uma lacaia marxista incapaz de pensar algo de jeito, tem
vergonha!!!!
NORTH WIND > Maria Narciso: Desde 2008 até hoje, o Estado (isto
é, todos nós, contribuintes) injectou 18,774 mil milhões de euros em cinco
instituições bancárias, numa tentativa para as livrar da falência e evitar o
desmoronamento do sistema financeiro nacional.
Cada português já “contribuiu” à força com cerca de 2.000 euros para
esta desbunda. Mas não acaba aqui: mais 5,5 mil milhões em “balões de soro”
estão previstos para os próximos tempos, o que elevará a factura total a 24,296
mil milhões de euros. Pelo menos…As contas
são fáceis de fazer – mas a classe política e os comentadores profissionais do
sistema gostam de complicá-las, talvez na esperança de que ninguém acabe por
entendê-las. Na base destas injecções de
dinheiro em instituições bancárias que há dez anos ainda mostravam considerável
solidez financeira estão políticas de gestão desastrosas (e, em alguns casos,
criminosas) que incluíram a concessão de créditos exorbitantes a quem nunca poderia
pagá-los de volta. Assim, fazer as contas ao dinheiro já derretido nestes
bancos é fazer, ao mesmo tempo, o processo daquelas políticas, que contaram com
a cumplicidade de banqueiros, gestores, assessores e governantes. A tentativa de salvar estes cinco bancos custou
ao País uma fortuna que daria para endireitar de novo a economia nacional. Mas,
na maioria dos casos, apenas se conseguiu tapar o “buraco” aberto e evitar que
a falência contaminasse todo o sistema financeiro português: feridos de morte,
acabaram por soçobrar engolindo a última injecção de dinheiro, restando hoje a
CGD e o periclitante NOVO BANCO.
Oscar Maximo > Maria Narciso: Temos de agradecer aos
militares o 25 de Abril. E agradecer aos mesmos (mesmos, literalmente) os 40
amos de ditadura.
Conde do Cruzeiro Nem a do 25 de Abril nem a do 25 Novembro. Toma lá R.R. O que
o 25 de Novembro acelerou, foi a derrota da liberdade e a vitória da oligarquia
corrupta e cleptocrata que saqueou a seu belo prazer o povo português, com o
apoio dos seus lacaios. Esta é a verdade, que os factos não deixam manipular.
As investigações confirmam os factos, bem como o que foi pago a cada militar
que entrou para o serviço da oligarquia corrupta e cleptocrata. Não foram
todos, porque os mais formados politicamente três meses depois começaram a ser
confrontados com a forma como foram usados e como colocaram o país à beira da
Guerra civil, um dos tais heróis recebeu uma empresa de vigilância como
presente, só para ter um tacho mensal, outros envergonhados com a realidade nem
querem mexer no assunto. Mas não esquecem o que se passou e os custos que teve
para o país e o seu povo trabalhador.
Manuel Pinto: Era um "jovem",
com a idade de 37 anos, no tal Abril. Já conhecia o mercado do trabalho há 21
anos, onde me com estreei com a bonita idade de 16. Para pessoas
com os recursos da família que me gerou, estudar, quando se queria ser coisa,
era à noite. Assim me aconteceu e, nunca me senti cansado. Trabalhei 58
anos ininterruptamente. Do Estado Novo, recordo que nunca o senti perturbar a
minha marcha. O agregado familiar a meu cargo, responsável e disciplinado,
aplica-se corajosamente a seguir os passos do progenitor. Tem uma qualidade de
vida melhor do que a que enfrentei. Confesso que na minha marcha, não me
apercebi de ver o anterior regime a comemorar o 1926, ou 1928, apesar de ter herdado
um País carente de tudo quanto eram as mínimas necessidades estruturais,
passando-o aos seus sucessores, rico e fazendo um percurso de invejar, muitas
nações!!!
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