domingo, 15 de setembro de 2019

Novela, novelo, nove… nada?



O certo é que, no labirinto desta nova novela, em que o loiro Boris parece funcionar como arrojado Teseu, responsável pela morte do ávido Minotauro, ele requer, com certeza, igual fio que o traga de volta à vida, através do labirinto mais que arrevesado que os britânicos entenderam por bem criar, no seu repúdio por uma U E de que nunca precisaram, é certo, e que para eles funciona provavelmente como o Minotauro da lenda, que comia os jovens gregos lá em Creta. Com Ariana ou sem ela, é bom que deixe o fio do seu novelo agarrado a qualquer coisa que o traga de volta à sua casa. São várias as opiniões sobre isso, que gostei de ler, como novela de hoje, com muitas fotos e juízos de valor. Que um dia serão … nada. Ou mito, “que é um nada que é tudo”, afinal, neste mundo de equivalências.
I - BREXIT: Um elogio ao parlamentarismo britânico/premium
OBSERVADOR, 11/9/2019
O referendo, com o seu carácter limitativo da discussão em causa, não permite um debate verdadeiro com negociação e cedência. Passada a tempestade, a democracia parlamentar britânica sairá reforçada.
A política foi fácil e chata durante os anos em que houve consenso sobre como funcionava a democracia liberal. Este consenso terminou e a política aborrecida também. Quem nos últimos dias acompanhou os debates no Parlamento britânico pode ter ficado boquiaberto. Foram várias as vezes que John Bercow, o Speaker da Câmara dos Comuns, chamou à atenção dos deputados para a necessidade de se comportarem condignamente. Não só eram membros do Parlamento britânico, como o país estava a assistir. Quando algumas pessoas comentaram comigo que aqueles debates eram uma vergonha para a democracia, respondi-lhes que ‘aquilo’, aqueles debates frenéticos, aquela paixão, as interrupções repentinas (mas consentidas), os discursos improvisados, a discussão, numa palavra, é que é a democracia. A democracia parlamentar, a democracia representativa, a democracia que devia ter discutido e votado sozinha a saída ou permanência do Reino Unido na União Europeia.
Foi precisamente este ponto de que me parece que os deputados britânicos se aperceberam no decorrer destes dias. Aquela era uma decisão que deviam ter discutido e votado em 2016 ao invés de (oportunisticamente) a terem passado para o povo. Fugindo à sua responsabilidade tentaram lavar as mãos de um assunto que lhes explodiu nas mãos. É desta forma que não sou crítico do que assistimos em 2019, mas da decisão tomada em 2015 para se referendar o Brexit. Se foi nessa altura que se partiu a louça, agora vemos os deputados a apanhar os cacos. Em 2015, os membros do Parlamento não quiseram discutir um assunto que dividia o país julgando que se poderiam eximir das suas responsabilidades e dos estragos que uma eventual discussão, por muito dura que se tornasse, causasse às instituições e às suas carreiras políticas. O resultado está à vista.
O que vai sair daqui ninguém sabe. Não sabemos se o Reino Unido sai ou fica na União Europeia; desconhecemos se a Escócia sai ou fica no Reino Unido. Não sabemos quando serão as próximas eleições, nem quem as vai ganhar. As sondagens dão vantagem aos Conservadores, mas pode não ser suficiente para matar o assunto de vez. Não sabemos se algum dos dois grandes partidos aguenta a pressão e colapsa dando o seu lugar aos Liberais Democratas. Não sabemos nada, excepto uma coisa: que daqui em diante os Britânicos pensarão duas vezes antes de convocarem um referendo para decidir um assunto importante para o país. A pouca vontade para um segundo referendo sobre o Brexit também advém deste entendimento. Assim, há novamente uma maior percepção do que referi no primeiro parágrafo: que a discussão política, nos termos e nas condições que temos vistos nos últimos dias, é para ter lugar no Parlamento. O referendo, devido ao seu carácter definitivo e limitativo da discussão em causa (pelo menos para questões tão prementes e de cariz não local) não permite um debate verdadeiro, que implica negociação e cedência. Daí que, e ao contrário do que possa parecer, passada a tempestade, seja a democracia parlamentar britânica a sair reforçada.
COMENTÁRIOS
José Santos: O que me espanta é que o articulista e muitos comentadores sabem mais do RU que os próprios britânicos.
Ana Brito: O debate nunca será verdadeiramente produtivo e esclarecedor enquanto a saída do RU da UE for a preferida dos britânicos. Já tinha acontecido a mesma coisa sobre o referendo à constituição da UE, chumbado pela Irlanda, Polónia e França, tendo de se dar a volta a este resultado pelo Tratado de Lisboa, que no fundo trouxe as mesmas consequências que não haviam sido aceites pelos cidadãos. Se temos de "acabar com isto" dos referendos, porque os cidadãos, sempre mal preparados e mal aconselhados" não sabem tomar as decisões verdadeiramente "progressistas" é melhor passar-se já a uma prática mais transparente, dizer-se-lhes algo como "nós aceitamos que vós, cidadãos e a vossa vontade são o fundamento da democracia, mas identificamos problemas nas escolhas que fazem; por isso, a partir de agora, deixa de haver referendos, passamos a fazer sondagens, os políticos e os media interpretarão as vossas vontades e...confiem em nós!" Como dizia o Tiririca "mal já está, pior não fica" (mas enganou-se, afinal…)
Francisco Pinto Dos Santos > Ana Brito: O que os articulista diz – e muito bem! – é que os referendos são incompatíveis com a democracia representativa.  Nós elegemos os nossos melhores para nos representarem, em assuntos legislativos, e da condução da governação que não nos são acessíveis. Por isso mesmo o Parlamento é a representação do povo. Direi mesmo a alta representação do povo! Os referendos não passam de sondagens em que a amostra é o universo dos eleitores. Nenhum governo governa, ou Parlamento legisla, com base em sondagens. No RU os referendos – que são uma excepção na política britânica – não são vinculativos. Quem decide é o Parlamento. E o Parlamento pode ir contra o resultado de um referendo, embora politicamente seja de difícil justificação. Já agora gostaria de questioná-la se porventura a nossa Constituição foi referendada? Sente-se defraudada por isso? Nós elegemos os nossos representantes para eles tomarem decisões por nós. Não é para lavarem as mãos, como Pilatos, quando as questões são difíceis. No RU é assim há mais de 300 anos. Pelo menos desde a Revolução Gloriosa.
Adelino Lopes: Não concordo com esta perspectiva. Lembram-se do “não se governam nem se deixam governar”. Pois, o futuro dependerá dos resultados. Se correr mal, o povo irá responsabilizá-los, não tenho qualquer dúvida. No presente, pelo que sei, qualquer britânico sente vergonha dos seus representantes.
José Lopes da Silva > Adelino Lopes: Pelo menos do Boris
victor guerra: O referendo do Brexit foi uma completa aldrabice, não só porque os responsáveis mentiram, como todos desconheciam a quantidade enorme de consequências que a saída em ruptura acarretaria, Um enorme desacerto da politica inglesa, onde o Parlamento tenta emendar o erro do Povo. O que não se pode admitir e ainda menos dizer.
II - BREXIT:   Cameron quebra o silêncio para atacar Boris Johnson e admite necessidade de outro referendo
Ex-primeiro-ministro que convocou e perdeu referendo de saída da União Europeia, acusa o então colega de Governo, Boris Johnson, de ter "deixado a verdade em casa" na campanha de 2016.
ANA SUSPIRO     OBSERVADOR, 14/9/2019
O primeiro-ministro britânico que convocou o referendo para votar a saída do Reino Unido da União Europeia em 2016 confessa que ficou deprimido com o resultado. David Cameron que abandonou o cargo após a vitória do Brexit quebra o silêncio de três anos numa entrevista ao The Times, antecipando a publicação das suas memórias e onde pede desculpa por ter falhado.
Nesta conversa, Cameron não poupa críticas aos seus antigos colegas do Partido Conservador, visando em particular o actual primeiro-ministro Boris Johnson, que acusa de “ter deixado a verdade em casa” na campanha que antecedeu o referendo de 2016. E até admite que pode ser necessário um segundo referendo para ultrapassar o impasse. “Eu penso nisso todos os dias, no referendo e no facto de que perdemos, nas consequências e como as coisas poderiam ter sido diferentes. E preocupo-me desesperadamente com o que vai acontecer a seguir”.
O antigo primeiro-ministro britânico convocou o referendo depois de ter renegociado os termos da participação britânica na União Europeia, alcançando um acordo que pensava ser suficiente para conseguir uma vitória do ficar (stay), o que não aconteceu, contrariando as sondagens feitas antes do acto. Segundo sublinha Cameron, Boris Johnson nunca tinha defendido a saída da União Europeia. No entanto, Johnson, tal como o antigo colega de Governo, Michael Gove, deixaram “a verdade em casa” quando argumentaram na campanha que o Reino Unido pagava 350 milhões de libras por semana.
COMENTÁRIO:
José Paulo C Castro: Que ser mais tortuoso. Acabou de admitir que convocou o referendo para obter um resultado: o que ele queria, apenas. Mandem-no para a UE. Lá gostam de democracias tuteladas.
III - A “outra” democracia /premium
DIANA SOLLER     OBSERVADOR, 13/9/2019
Tem-se dito muitas vezes que o Reino Unido está a pagar o preço por não ter uma constituição. Há motivos mais profundos: a tensão entre dois regimes com nomes parecidos mas intenções muito diferentes. As curvas e contracurvas do processo Brexit têm levado a uma enorme confusão sobre o que é, afinal, a democracia. Estão em permanente choque dois modelos: o da democracia representativa e aquele a que se convencionou chamar “democracia participativa” (entre muitas aspas, porque esse tipo híbrido de regime não será propriamente democrático). Também se pensa muitas vezes que um é complementar ao outro, mas, na verdade, são mutuamente exclusivos. Ora veja-se o caso da Grã-Bretanha e o resultado desta mistura muito pouco saudável.
A democracia representativa deve definir-se, mais coisa menos coisa, da seguinte forma: periodicamente, os cidadãos são chamados às urnas para escolher um grupo de outros cidadãos que os vão representar durante a legislatura seguinte. Como se diz na gíria, nesse particular, o povo é soberano. Até a legislatura acabar, estes representantes têm como principal obrigação defender os interesses do seu círculo eleitoral em equilíbrio com os interesses nacionais. Se falharem serão punidos no novo ciclo eleitoral. Poderão argumentar que as coisas não são bem assim. Mas são. Estudos comprovam que o governo incumbente, em condições normais, está mais apto a ganhar eleições. Se as perde, é porque não foi capaz de corresponder às expectativas dos que o escolheram.
Nada disto faz sentido se se misturar com a dita “democracia participativa”. Trata-se grosso modo de uma interpretação da vontade da maioria, através de instrumentos mais ou menos rigorosos dos quais importa destacar os referendos e as decisões dos chamados “líderes carismáticos”. Vale a pena demorarmo-nos um pouco nestas duas formas de tomada de decisão.
É muito frequente argumentar que não há forma de democracia mais pura que auscultar a vontade popular através de consultas públicas. Mas é precisamente por aí que começam problemas. As questões referendadas exigem, em determinados casos, conhecimentos técnicos multidisciplinares que as populações não têm. Não se trata de ignorância nem de falta de interesse por parte dos cidadãos. São questões profundamente complexas e de consequências mais ou menos imprevisíveis, que não permitem, pela sua própria natureza, um voto informado. Assim, chamados a votar, os cidadãos escolhem emocionalmente e com base nas suas mais variadas experiências de vida. Os resultados ficam, pois, ao sabor do acaso, ou do lado quem melhor souber manipular os assuntos a seu favor. Muitas vezes, estas campanhas referendárias são dirigidas por “líderes carismáticos”. O que os distingue dos restantes, explicou Max Weber exactamente há cem anos, é que a sua autoridade está dependente da sua mensagem: o que dizem tem de gerar um profundo sentimento de aceitação no seio das sociedades para que tenham legitimidade suficiente para reconstruir instituições. Agora, o problema do carisma é que a mensagem pode ser responsável e a herança a prazo positiva, ou, pelo contrário, por muito atraente que a mensagem seja, pode ter consequências nefastas a prazo.
O Reino Unido orgulha-se de ser a mais antiga democracia do mundo. Ninguém lhe tira os pergaminhos de antiguidade, mas o conceito já não é o que era. Até porque um dos maiores erros políticos das últimas décadas foi misturar a democracia representativa com a democracia participativa. Primeiro David Cameron: no manifesto eleitoral dos Conservadores, em 2015, anunciava a realização de um referendo que determinasse se o Reino Unido se manteria ou não na União Europeia. O primeiro-ministro terá acreditado que o remain venceria. Talvez fosse muito cedo para perceber o que todos sabemos hoje: que muitas sociedades europeias estão profundamente polarizadas e uma consulta popular, nestes contextos, torna-se a exercício de protesto emocional contra o estado geral das coisas. Quem o percebeu foram os líderes carismáticos britânicos, entre eles Nigel Farage (líder do Partido do Brexit, que ganhou as eleições para o Parlamento Europeu) e Boris Johnson (actual primeiro-ministro) que associam promessas infundadas de um futuro (muito) melhor à saída do Reino Unidos da União Europeia.
O resultado do referendo de 2016 foi o que se conhece. Mas, para o implementar, era preciso voltar a recorrer à democracia representativa, ou seja, ao parlamento. Rapidamente se percebeu que uma decisão de Westminster seria difícil. Por três motivos: os membros do parlamento, na sua maioria, são remainers, pelo que a implementação do Brexit seria sempre um exercício difícil; porque, num conjunto importante de casos, havia um choque directo entre a vontade dos constituintes e dos representantes, o que deixava os últimos num dilema; e porque o próprio parlamento estava profundamente dividido quanto à forma de implementar o referendo. As diferenças de percepção dos MPs sobre que modelo serviria melhor os interesses britânicos são tão grandes, que nunca foi possível chegar a um consenso. Tomou-se uma decisão fundamental para o futuro britânico sem planear o que se seguiria ou pensar nas consequências. Quando é assim, a possibilidade de se chegar a um beco sem saída aumenta significativamente. A incapacidade das instituições de responder ao Brexit, depois de muitas tentativas falhadas, levou ao que terá sido uma escolha desesperada: Boris Johnson.
Johnson é o típico “líder carismático” que diz exactamente o que os britânicos querem ouvir – há diversos perfis do primeiro-ministro que demonstram que é, sobretudo, um sobrevivente político com poucos escrúpulos no que respeita à manipulação da verdade e às mudanças bruscas de opinião e rumo político – com especial apetência para pensar mais em si e nos seus próprios interesses do que nos dos britânicos. Johnson usou a sua própria concepção de democracia (participativa) para suspender o parlamento tentando fazer-se eleger a tempo de protagonizar uma saída sem acordo. Saiu-lhe o tiro pela culatra; os representantes (usando o seu conceito de democracia) negaram-lhe essa ambição, o primeiro-ministro negou-lhes o dever temporário de representar.
Tem-se escrito muitas vezes que o Reino Unido está a pagar o preço por não ter uma constituição. Há motivos mais profundos: a tensão entre dois regimes com nomes parecidos mas intenções muito diferentes. Que se reconheça quanto antes para que se façam esforços para repor a normalidade (em Londres) e para evitar derivas semelhantes (onde ainda é possível) noutros estados demoliberais.
COMENTÁRIOS:
Lourenço de Almeida: O mandato é para sair e quando foi votado o referendo, a pergunta era sobre sair ou não sair, independentemente da forma da saída. Por isso é falacioso imaginar que o que queriam não era sair sem acordo. A única coisa que sabemos é que quem votou disse que queria sair. O que também sabemos é que quem está actualmente no parlamento pelos Trabalhistas e pelos Conservadores, apresentou-se ao eleitorado prometendo cumprir os resultados do referendo e isso quer dizer apenas uma coisa: sair. Da melhor maneira possível mas, sair! A DS tem razão em tudo o que diz mas o problema agora reside na habitual duplicidade dos socialistas, tendo o seu líder - cujos colegas votaram esmagadoramente para que saísse da liderança mas que não lhes ligou nada - afirmado que quer um acordo, rejeitando sistematicamente todos os que lhe foram apresentados. Dizendo que quer eleições, mas recusando-as quando lhes são propostas. Dizendo que quer cumprir a vontade do eleitorado no referendo, mas na prática inviabilizando-a já que, tendo feito aprovar uma lei que impede a saída sem referendo, basta que o Luxemburgo não aceite prorrogar o prazo nem aceite um novo acordo para que o governo que estiver no poder em Londres esteja legalmente obrigado a retirar o pedido de saída, revogando a invocação da cláusula 50 do tratado de Lisboa.
José Barros: Que falta de rigor Diana Soller: conceptual e factos pouco apurados. O problema do UK é partidarite. As lutas internas dos Tories têm arrastado, irresponsavelmente, o UK para o abismo. Quer no referendo de 2016 quer no Parlamento. Que não tem uma maioria de remainers. Tem uma maioria de não deixar a UE sem acordo. Mas o referendo também não dizia que podia sair com no deal. Isto é, não há mandato para sair sem acordo. Quando fala em "lideres carismáticos" refere-se seguramente a demagogos ou populistas. Mas eles estão infelizmente quer nas formas participativas quer nas representativas de democracia. O Orban, o Salvini, o Trump etc. etc. Veja a confederação Suíça. Há mais referendos do que em qualquer outro lado. E funciona bem. Não há, não tem de haver incompatibilidade entre as duas formas de democracia.
Carlitos Sousa > José Barros: Boa resposta e bem argumentada. No entanto Diana tem razão quanto à impreparação dos eleitores britânicos para votarem um Brexit. Basta ver a taxa de arrependimentos...
Rita Lopes: Mais uma ! Já não há paciência para esta gente. Para mais feia. Enfim, o povo vota contra os interesses da oligarquia ... ai meu Deus que o povo é burro e tem que ser impedido de votar e abrir a boca. Tudo doutrinadinho nos interesses da "democracia" representativa, onde os corruptos podem continuar nas negociatas sem serem perturbados pelo interesse do povo...imagine-se a petulância ... onde é que já se viu tal coisa: ao povo ser permitido decidir através do voto os seus interesses ???!!!!! isso seria abrir a porta aos líderes fortes que levam o povo burro a decidir contra os interesses da oligarquia !!!! Enfim, o horror da verdadeira democracia!!! Profundidade analítica e ciência mais que bastante para estudantes de letras, com um sobrenome, graduadas pela autónoma. Sem dúvida
victor guerra: Cameron foi o pior PM do RU ,das últimas décadas. Arriscou o referendo da Escócia, ganho marginalmente e espetou-se no do Brexit, porque deixou que as mentiras não fossem rejeitadas. O problema passou para o Parlamento ,que tem de "corrigir" a burrice das massas. O mal é estar contra o Johnson ,a anedota do Corbyn.
Diego Maradona > victor guerra: O Cameron foi péssimo sim, foi um dos responsáveis pela guerra na Líbia. Mas está muito aquém do Blair, que ajudou a criar a guerra do Iraque. E ambos deviam estar presos, sim.
Ao referir-se à burrice das massas é a sua forma elitista de dizer que sabe o que é melhor para os outros. A democracia na sua mão seria apenas um entrave. Há bons exemplos desses líderes supremos. O referendo para a entrada na comunidade europeia foi democrático. Já o referendo para a saída não.
Jorge Tavares > Diego Maradona: A entrada não muda estruturalmente uma sociedade com brusquidão. Há tempo para as coisas serem preparadas, planeadas. Já a saída - sobretudo a saída não planeada - causa mudanças  brusca dum momento para o outro, com custos elevadíssimos. Um país nessa situação fica na mão dos outros, com a soberania altamente diminuída.
Ruik Krull: Lá está ela a perorar e a dizer asneiras. "esse tipo híbrido de regime não será propriamente democrático" e blá blá blá : "As questões referendadas exigem, em determinados casos, conhecimentos técnicos multidisciplinares que as populações não têm. Não se trata de ignorância nem de falta de interesse por parte dos cidadãos. São questões profundamente complexas e de consequências mais ou menos imprevisíveis, que não permitem, pela sua própria natureza, um voto informado. "A constituição do Reino Unido não está contida apenas em um único código, mas os princípios surgiram ao longo dos séculos a partir de estatutos, jurisprudência, convenções políticas e consenso social"
Jorge Tavares  > Ruik Krull: O "problema", é que a autora tem toda a razão no que diz.

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