E, ao que parece, também houve dádivas, que não ajudam a erguer. Começam as dúvidas a respeito das dívidas e das devidas aplicações. Quanta matéria indevida nas políticas individuais, quanto receio pela erosão, que há muito está estabelecida e não há meio de suspender para recomeçar do nada!…
OPINIÃO: A cornucópia da abundância
Precisávamos do dinheiro? Claro que sim, mas não a este preço. O princípio de que quem paga manda é uma receita para o desastre, vai alimentar o populismo, tornar indiferente em quem se vota, erodindo a democracia, e, se há lição que se possa tirar da História, é que dá sempre torto mais tarde ou mais cedo.
JOSÉ PACHECO
PEREIRA
PÚBLICO, 25 DE
JULHO DE 2020
Parece que vem aí muito dinheiro
Precisávamos do dinheiro? Uma coisa é ser pequeno e fraco e outra é ser subserviente.
Depois há toda uma outra história com o dinheiro. O dinheiro não vem para um país que subitamente se tornou capaz, com uma varinha mais que mágica, ou que se transformou na Noruega ou na Finlândia. E se há coisa que se pode dizer desde já é que exactamente o dinheiro funciona contra a mudança, tende a solidificar tudo o que está mal. É difícil imaginar-se que uma administração como a portuguesa, fortemente clientelar, que não premeia o mérito e a competência, com largos lençóis de patrocinato e corrupção, sem densidade e know-how para gerir tão importantes quantias, não vai desperdiçar muito do dinheiro que vamos receber. Deitar muito dinheiro em cima de uma estrutura débil não a torna forte e por isso não há que ter muitas ilusões.
Por outro lado, do discurso da “iniciativa liberal”, basta ver as filas de espera que todos os dias a imprensa económica noticia para se perceber como
Estamos condenados ao atavismo do desperdício e da corrupção? Condenados não estamos, mas há uma alta probabilidade de ser assim e mais vale ser realista do que iludido. Só acreditando em milagres é que deixará de ser assim. Podemos fazer alguma coisa? Como o dinheiro é muito pode acontecer que ainda sobre algum para obras de mérito. E alguma probabilidade de que se consiga fazer algumas coisas estruturais do princípio ao fim. Podem vir a custar-nos o triplo do necessário, mas se ficar obra solidamente feita, não é mau.
Sem ilusões, mas responsáveis por nós mesmos, vamos esperar que alguma coisa sobre de útil do festival de gastos. Já o que demos em troca de soberania e democracia, isso vai ser muito difícil de recuperar Podia-se argumentar que tudo isto é um forte argumento para entregar o controlo do uso do dinheiro a estrangeiros, mais do que já existe e vai existir. Foi um dos argumentos dos “frugais”, que acham . Não podem, e seria muito pior. Já que estamos na vergonha de pedir, seria pior ter que ouvir uma frase muito portuguesa dita aos nossos “pobrezinhos” por alguns próceres da caridade: “pegue lá esta esmola mas não gaste em vinho.”
Sem ilusões, mas responsáveis por nós mesmos, vamos esperar que alguma coisa sobre de útil do festival de gastos. Já o que demos em troca de soberania e democracia, isso vai ser muito difícil de recuperar.Historiador
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COMENTÁRIOS
A ROBERTO 34: Não queria entrar muito na comparação Portugal na EFTA e na CEE, mas há uns dados que não posso deixar de salientar: O crescimento da produtividade real dos factores entre 1961 e 1973 (EFTA) evoluiu à média anual de 4,4% , enquanto que após a nossa integração na CEE verificaram-se as seguintes taxas: 3,3% (1986-1990); 0,8%(1991-1995); 0,6% (1996-1999). Fonte: CCE (2000a). Nota: A produtividade total dos factores considera a qualificação dos recursos humanos, tecnologia, organização, economias de escala, especialização produtiva, alteração da estrutura produtiva 27.07.2020
Jose
EXPERIENTE: A reunião de representantes dos patrões de 27 países são
traidores dos povos dos Estados a que pertencem. A recente cimeira teve como
objectivo que cada Estado contraísse dívida pública para alimentar balanços de
bancos privados falidos e balanços de empresas privadas falidas. Todos os 27
decidiram contrair dívida em nome próprio e uma pequena, mas significativa
parte de dívida colectiva, em partes distintas e condicionada. É essa menor
parte da dívida, irrepetível, que justifica as apreensões de JPP por abrir a
porta à completa perda da independência dos países por via da sua federação. Essa
federação não é desejada por nenhum dos 27. Principalmente a Alemanha e a
França, mais que certos donos dessa virtual federação, não desejam, de todo,
assumir essa responsabilidade, preferem mandar só! Jonas
Almeida INFLUENTE: Isto é exactamente verdade. O que sai das
contas desta cimeira é afinal a indisponibilidade da Holanda, Dinamarca,
Suécia, Finlândia e Áustria para arcarem com a "missão civilizadora"
com que se veste (e nos despe) o novo eixo. Fazem bem, como fez o UK. Os povos
europeus já viram este filme, sabem como acaba. 27.07.2020
joaocpedro MODERADOR: "A reunião de representantes dos patrões de 27 países são traidores dos povos dos Estados a que pertencem" - parei de ler aqui. Agora os chefes de estado democraticamente eleitos dos 27 países são traidores e representantes dos patrões! Ah ah Roberto34 EXPERIENTE: O RU que está a perder o estatuto de economia desenvolvida como já vários estudos demonstram? 27.07.2020
Raquel
Sousa INICIANTE: a democracia não pode estar a erodir mais
quando já está totalmente desertificada ao ponto de termos 60% de abstenção sem
esta contar na Lei de ondt - processos muito perto do fascismo...aliás o boy da
JPS diz que o costa é um ditador. Agora quando ainda se finge que o é como
aqui... fazendo de conta que existe... desde o 25 que está em erosão ,agora a
velocidade da luz ... Pena que os defensores dela antes do 25 não percebam que
agora defender isto porque custou a ser ganha é o mesmo que defender ditaduras
disfarçadas de democracias muito perversas... e não comecem novamente a
resistir!
Roberto34
EXPERIENTE: Lá estão as mentiras sobre a UE ser uma ditadura. É mesmo uma
obsessão louca.
Conde
do Cruzeiro, para acompanhar os meus comentários na totalidade só no meu perfil
publico. INICIANTE: (0:30) Engraçado que só agora percebam,
que a UE tinha de acabar numa federação de estados. Em contrapartida o fim da
UE, vai repor a divisão e independência dos países que neste momento a compõem.
Quem vai decidir quer queiram quer não queiram, são os povos desses países e
nunca um directório politico. 26.07.2020 antero.andrade.leite
INICIANTE: E a CEE aprovaria um plano de reconversão da nossa Economia com
medidas lesivas aos países nela dominantes? O «banho» eurífico não nos dá
garantias de minorar o nosso subdesenvolvimento. Mais infraestruturas sim mas
que permitam melhorar a componente da produtividade no PIB e ao mesmo tempo a
melhoria nas condições de vida. Sim, mais infraestruturas na Saúde mas com
novos hospitais no interior para aliviar a pressão nos do litoral. Mais Cultura
e Conhecimento para erradicar a iliteracia reinante. Portugal com Turismo, mas
não um País Turistico. 25.07.2020
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