quarta-feira, 29 de julho de 2020

Singing in the rain



Um bom artigo de Helena Garrido, comentários a atestar a nossa capacidade crítica, e isso nos enche a alma, mais do que, por agora, as preocupações pelo sombrio do temporal a aproximar-se. Cantemos à chuva, pois, alegremente, numa chuva de empréstimo que seja, a sacudir marasmos…
Tentações autocráticas em tempo de crise /premium
Calar opiniões de que gostamos só pode dar mau resultado. Vivemos uma crise económica que gerará profundas desigualdades e o que vemos são tendências autocráticas vestidas de pragmatismo e moralismo
HELENA GARRIDO      OBSERVADOR, 27 JUL 2020
A violenta crise que estamos e vamos viver, pelo menos por mais um ano, coincide com um preocupante tempo de tendência autocrática e um mais animador tempo de políticas económicas mais adaptadas ao tipo de doença que a economia vai ter.
Em Portugal estamos a integrar mais rapidamente a onda autocrática e da denominada “cancel culture” do que a mudar de política económica. As restrições financeiras que ainda enfrentamos impede que se vá mais longe nas medidas de estímulo da economia. Esses condicionalismos estão reflectidos no elevado montante de dívida pública e privada, e no resultado de cinco anos de uma gestão política da conjuntura e de distribuição do dinheiro que o fraco e frágil crescimento económico ia gerando, sem o mínimo de esforço para mudar estruturalmente fosse o que fosse.
Durante os últimos dias temos assistido a pequenos eventos que reforçam as preocupações com os crescentes sinais de se querer fugir ao escrutínio, confundir o Estado com aqueles que o lideram, perseguir os protagonistas das criticas ou que ameacem a ordem vigente, deixar cair os valores em nome do dinheiro ou mesmo reescrever a história. Com a promessa que desta vez será diferente em matéria de política económica, com muitos planos para aproveitar o dinheiro europeu, que nos próximos três anos está disponível no equivalente ao enorme envelope de mais de 3% do PIB de 2019.
Eis alguns eventos dos últimos tempos que nos deviam preocupar:
O primeiro-ministro com mais tempo para “trabalhar”. O primeiro-ministro só terá de ir obrigatoriamente à Assembleia da República uma vez de dois em dois meses, numa votação de Bloco Central mas que teve 28 socialistas e apenas 7 sociais-democratas a votarem contra. Vai ser assim a partir de Setembro, uma decisão que nos deixa com mais perguntas do que respostas.
O que leva um partido da oposição, como o PSD (todos os outros foram contra), a querer o primeiro-ministro menos vezes no Parlamento? E por que razão decidir agora, quando o Governo depende mais do que nunca do Parlamentonão há Gerigonça 2.ª, apesar de António Costa dizer que a quer –, quando estamos perante a pior crise das nossas vidas e quando vão chegar a muito curto prazo de Bruxelas o equivalente a 3% do PIB de 2019 que teremos de aplicar até 2023? E por que razão ainda deixar que isso aconteça quando são preocupantes os sinais de controlo do Estado por parte do Governo, dificultando o seu escrutínio em diversas frentes, colocando pedras nos pesos e contrapesos que o regime tem? (Veja-se o Tribunal de Contas, com a pandemia a justificar que seja contornado; veja-se o que se quer fazer com a Unidade Técnica de Apoio Orçamental a pretexto de alterações à Lei de Enquadramento Orçamental ou ainda como o Governo acabou por fazer transitar o ex-ministro das Finanças para governador do Banco de Portugal em pouco mais de um mês, só para dar poucos exemplos).
O líder do PSD Rui Rio justifica essa convergência com a vontade de António Costa, considerando que os debates quinzenais não são eficazes no escrutínio do Governo e que o primeiro-ministro não pode passar a vida no Parlamento, tem de trabalhar. Enganámo-nos os que pensámos que prestar contas aos eleitos pelo povo era um dos mais importantes trabalhos do primeiro-ministro. E se o escrutínio não se faz é, frequentemente, porque o Governo se recusa a responder. Um exemplo no último debate do Estado da Nação. O deputado do PSD Ricardo Batista Leite quer saber a razão de entregar à ANA as multas aplicadas a quem entra em Portugal sem teste de Covid feito, em vez de usar esses recursos também para o SNS. O que respondeu a ministra da Saúde? Que o SNS não precisa de dinheiro e que não foi o PS a privatizar a ANA. E por aqui se ficou, como se as respostas de Marta Temido fizessem algum sentido. Ninguém ficou esclarecido e não foi por responsabilidade de uma pergunta que não fosse justificada.
Com o que se decidiu, o regime fica politicamente mais pobre, os deputados do PS e do PSD que não tiveram a coragem de votar contra desvalorizaram o papel que têm, mais jovens verão ainda mais o Parlamento como uma instituição que não percebem para que serve. E se o objectivo foi calar o Chega e o Iniciativa Liberal, é um preocupante sinal de que não se está a perceber como e porque é que esses partidos, especialmente o Chega, estão a conquistar eleitores. A política também tem horror ao vazio e um debate que não se faz no Parlamento far-se-á noutros lugares, pior enquadrado e gerando mais riscos para a democracia. A censura nunca foi boa.
Tudo se compra, tudo se vende, depende do preço? Será esta uma realidade por muito que desejemos que não seja assim? Pois é uma das mais horríveis constatações destes últimos tempos. Todos festejamos os biliões que foram aprovados numa das mais longas Cimeiras europeias da sua história. Mas por trás desses biliões houve uma cedência europeia e todos passámos a ser cúmplices do que se passar na Hungria e na Polónia, dois países que começam a ser generalizadamente apontados como não sendo democracias.
António Costa foi ao ponto de se reunir com Viktor Orbán num pragmatismo que lhe gerou justas criticas, das quais até se defendeu num artigo de opinião no Público, em resposta a Rui Tavares. Disse o primeiro-ministro que “o Estado de Direito deve ser tratado na sede própria e os valores não se compram nem se negoceiam”, a clarificar a sua posição em crítica a uma notícia da Lusa, como se pode ler aqui. Pois parece que sim, que não se compram mas podem estar à venda como se afirma na newsletter do Politico.
Até onde pode ir o pragmatismo? E quanto nos pode custar? Quantos se recordam do nazismo? Fechar os olhos ao que se passa na Hungria vale o dinheiro que vamos receber de Bruxelas?
Fiscalizar o discurso de ódio o que é? Enquanto na frente europeia se desvalorizam as ameaças ao Estado de Direito, internamente o Governo preocupa-se com o “discurso de ódio” na internet, que quer “monitorizar”. Esperemos que a ministra de Estado e da Presidência Mariana Vieira da Silva, que se tem revelado uma promessa no espaço político, tenha consciência dos riscos que este seu projecto comporta.
As ferramentas que um Estado de Direito tem para combater os “discursos de ódio” é a lei, são os tribunais. É assustador ter no Governo um fiscalizador de discursos. Temos o legítimo receio de ver caladas opiniões criticas para quem nos governa. E sabemos como são grandes as tentações dos governantes de calar criticas, de retirar espaço a quem não está com eles alinhado.
No Estado Novo, como em qualquer ditadura, um dos modelos é impedir que as pessoas que criticam o Governo ganhem o seu pão de cada dia. Por aqui, embora ainda sejam mais pela voz do que pela acção, vamos assistindo a manifestações de vontade que o mesmo aconteça quando, por exemplo, se considera ilegítimo criticar o funcionamento do Estado caso se trabalhe ou se tenham negócios com o Estado. O melhor desejo que podemos ter para que as democracias passem incólumes, por estes tempos extraordinariamente difíceis que estamos e ainda vamos enfrentar, é que todos conseguirem conversar com todos, dos simpatizantes do Chega aos simpatizantes do BE, dos LGBTI aos grupos religiosos mais conservadores, dos imigrantes aos nacionais, de pessoas de todas as cores. O pior que aconteceu nos Estados Unidos foi exactamente os silos que se criaram entre Democratas e Republicanos. É difícil enfrentar quem se dirige a nós com ódio? Sem dúvida (e digo-o com experiência de quem também o enfrenta nas redes sociais). Mas é preferível saber que existe e saber que o outro, como cada um de nós, é livre, cumprindo a lei.
Neste enquadramento, a abordagem que se está a ter com o Chega é um erro. Não é calando ou perseguindo o Chega que se vai conseguir evitar que continue a subir nas intenções de voto como aliás está a acontecer. André Ventura está a perceber, como poucos, as preocupações de populações sub-urbanas ou rurais, trabalhadores de salários baixos que vivem em bairros onde diversas culturas se chocam, onde uns trabalham e outros recebem subsídios. (A revista Visão da semana passada tem uma reportagem de Miguel Carvalho sobre o financiamento do Chega onde um empresário confessa que ouviu falar de André Ventura através dos trabalhadores na herdade no Alentejo).
Se há mudança que se nota nestes últimos cinco anos é a incapacidade de conviver com quem tem uma opinião diferente da nossa. Há alturas em que parecemos estar em pleno PREC, nas paixões do pós-25 de Abril. Um dos mais graves casos, recentes, foi o manifesto de um grupo de académicos contra o professor e investigador Riccardo Marchi e que António Barreto tão bem criticou no Público.
Estamos a importar o que de pior vem da América e a chegar ao ponto de impedir o livre pensamento, a investigação sem fronteiras, a liberdade de opinião. Esperemos que seja transitório, uma moda, e que continuemos a falar uns com os outros, mesmo transmitindo ódio enquanto discutimos. Mas estas tendências não recomendam que se desvalorize o Parlamento, como aconteceu com o fim dos debates quinzenais.
Não vai haver austeridade? Dois terços dos portugueses não acreditam. De acordo com o inquérito do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (CESOP) da Universidade Católica feito para a RTP e o Público, daqui a dois anos os portugueses esperam ver um país mais pobre, mais desigual, com menos emprego e com mais austeridade. É um retrato assustador mais com uma elevada probabilidade de ser realista. Se austeridade significa apenas que estaremos mais pobres, não tenhamos qualquer dúvida que assim será. Se austeridade significa que voltaremos a precisar de cortar salários à função pública e aos pensionistas, a resposta é mais incerta e mais no sentido de “não sabemos, mas a probabilidade não é zero”.
De nada resolve dizê-lo, mas os últimos cinco anos foram um desperdício em matéria de preparar o país para uma crise. Sim, é verdade que nunca se pensou que seria tão grave, mas o que fizemos desde 2015 foi negar os problemas que temos: uma Administração Pública que precisa de se modernizar e ser mais eficiente, uma Segurança Social que não é sustentável, um enquadramento empresarial pouco amigo do investimento e do desinvestimento, das falências. Vivemos cinco anos a distribuir o pouco que economia ia crescendo, graças fundamentalmente ao turismo. Cometemos exactamente os mesmos erros do passado: assim que chegou a bonança, entrámos em processo de negação e rejeitámos resolver alguns problemas que se enfrentariam com menos dor na fase de crescimento.
Exactamente como no passado, queremos agora em plena crise fazer tudo. O plano Costa Silva tem a grande vantagem de sistematizar tudo aquilo que durante anos especialistas de diversas áreas têm apontado como o caminho para o desenvolvimento de Portugal. Mas nada conseguiremos fazer se não resolvermos estrangulamentos importantes que vão da administração pública à Justiça. Vale, por isso, a pena, no plano, ler o último capítulo: “Condicionantes, limitações e oportunidades”.
Sendo uma realidade que a abordagem de combate a esta crise está a ser completamente diferente daquela que se teve na crise financeira e na das dívidas soberanas, sendo as actuais políticas muito mais vantajosas para Portugal, também é verdade que rapidamente tudo voltará ao normal, em matéria de políticas, quando o crescimento da economia alemã deixar de estar condicionado pelo que se passa em Itália. As regras do Pacto de Estabilidade vão regressar e os países do Norte da Europa, que venderam caro o seu apoio ao plano de recuperação, continuarão atentos à aplicação do dinheiro. É grande a probabilidade de voltarmos a ter aquilo a que chamámos austeridade na era da troika.
Temos pouco tempo e muito dinheiro, o que é um enorme desafio para um Governo que está mais habituado a ir gerindo o que tem do que a concretizar medidas e projectos. O dinheiro que vem de Bruxelas, e que o primeiro-ministro no debate do Estado da Nação disse que atinge os 6,7 mil milhões de euros por ano de 2021 a 2023, não garante o desenvolvimento. Já tivemos dinheiro que gastámos mal gasto. Aquilo que precisamos de fazer exige coragem política que não se vê existir.
Estamos a vamos viver tempos muito difíceis num enquadramento em que a sociedade portuguesa parece estar cada vez mais dividida, influenciada por algumas modas norte-americanas que separam as comunidades urbanas das rurais e sub-urbanas. As tentações do Governo e do PSD, com ferramentas diferentes, de controlarem esta onda, calando os discursos e as opiniões só pode dar mau resultado.
COMENTÁRIOS:
Ana Rebelo: Muito bom. De facto o que leva o líder da oposição a querer que o primeiro ministro passe a ir a AR responder aos deputados apenas 1/4 das vezes que ia? O que significa isto? Que oposição é esta? Rio ainda se lixou mais com esta. Os deputados que permitiram que isto acontecesse são uns paus-mandados dos seus partidos e uns irresponsáveis.  
Tiago Queirós: Há uns dias, uma determinada deputada da bancada parlamentar do BE sugeria ser a proximidade entre José Maria Ricciardi e Ricardo Salgado condição suficiente para duvidar da idoneidade do primeiro. Estranhamente, tal senhora não estende de igual modo o seu raciocínio ao Primeiro-ministro agora em funções, supondo ser a sua proximidade a José Sócrates condição suficiente para duvidar da sua idoneidade. Após o chumbo do PEC IV e a precipitação de eleições legislativas antecipadas, o BE foi eleitoralmente dizimado e reduzido a uma insignificância política. Ora, fazendo jus à velha máxima leninista de usurpação das «instituições democráticas burguesas» para efeitos de consumação da revolução, dito partido remete-se agora a uma postura de mero cinismo, sustentando, em nome da sua própria sobrevivência, um Governo que, por exemplo, em 2017, foi directamente responsável pelo falecimento de dezenas de cidadãos. Conclusão: a alegada virtuosidade que subjaz a determinadas pretensões de policiamento não passa, em suma, de mais uma demonstração de um certo maniqueísmo, propositadamente concebido tendo em vista a ocultação da falta de virtuosidade dos seus próprios proponentes. Pois se convivem de perto com um Executivo irresponsável e opaco, então os seus preceitos morais e moralizantes são mero sintoma de virtue signaling. Sendo ainda interessante referir, aliás, que aqueles que promovem o patrulhamento de redes sociais e plataformas online são, por princípio, rigorosamente os mesmos que menorizam a imperativa necessidade do patrulhamento de ruas e cidades. Quanto ao fim dos debates quinzenais e podendo estar equivocado, suponho que Rui Rio se tenha limitado a fazer um favor a um comparsa de velha data. Nada mais conveniente, na verdade, num momento em que o Primeiro-ministro procurava resguardar-se da opinião pública e salvaguardar a sua imagem e consequente popularidade...
Carlos Sena > Tiago Queirós: Só discordo na parte do patrulhamento, desde que a geringonça tomou posse daquilo que não existe. É uma fogueira de interesses a arder em lume brando produzindo apenas fumo tóxico. Tudo o resto 5*.    Joaquim Moreira > Tiago Queirós: Quem faz uma análise destas, de muita boa qualidade, só por preconceito pode terminar a falar da "consequente popularidade". Quer acredite quer não, as propostas que Rui Rio faz, não visam agradar ou desagradar a ninguém, nem a ele próprio também. Nem mesmo a quem está em Belém. Tem apenas uma motivação, o interesse nacional, quer acredite quer não! Em face de tanta desinformação, impõe-se dar a conhecer a verdade. Não é honesto enganar as pessoas e fazer propositadamente comentários sobre o que não existe, abusando da demagogia. Uma vez devidamente informado, então, é justo que cada um possa ter a sua opinião. Este é um tweet de Rui Rio acompanhado do Novo Modelo de Debates Face às Alterações ao Regimento da AR para que cada um possa dar a sua opinião e não falar como fala um qualquer vulgar aldrabão.    Maria Cordes: Estamos zangados, tristes e preocupados, os que ainda têm alguns anos para viver, e os que já têm poucos, mas que se preocupam com os netos. O seu discurso é apaziguador. Será que, ao ponto a que chegámos, o apaziguamento funciona? Quando partirmos a loiça, iremos a tempo? Roubados, espoliados e enganados há tantas dezenas de anos! O polvo, que abrange o Centrão e os novos turcos, impante, gordo, a controlar a comunicação social e a justiça. As novas ajudas desbaratadas. Chega, Helena, não me venha com apaziguamentos.      Paul C. Rosado: Tem toda a razão. Texto oportuno.
Victor Cerqueira: A questão da "monitorização do discurso do ódio" vindo do ps aliado do be deixa-me perplexo. Explico porquê. O ps, e a grande maioria da comunicação social esqueceu, o mais DESCARADO discurso de ódio feito em portugal. Já não se lembram da mariana mortágua, por acaso (tudo é possível neste país) uma destacada dirigente e deputada da nação de MEGAFONE AOS BERROS de que o bolsonaro devia ser (ou estar) morto como o salazar acompanhada com o coro dos acompanhantes?? Mas então é admissível que um partido (neo-comunista, social fascista) que deseja a MORTE de um presidente ELEITO de um país amigo possa sequer falar em discurso de ódio sem ser contestado? Não é MANIQUEÍSMO a mais? Depois não fiquem surpreendidos com os trumps e os bolsonaros deste mundo.
Ana Rebelo > Victor Cerqueira: Por isso o Chega vai crescendo.
Joaquim Moreira: É tempo de dizer com toda a clareza, que temos uma CS que é uma tristeza. Até compreendo que os adeptos da IL e do Chega e dos outros partidos pequenos, achem que temos discussão e debates quinzenais a menos. Se o que se diz sobre os debates quinzenais, fizesse algum sentido, diríamos que os governos de Sócrates e do seu ex-amigo, tiveram um escrutínio que resultou num verdadeiro assassínio. Das instituições democráticas, que num caso geraram um suspeito à espera de julgamento em tribunal e no outro um “PM sem igual"! Que não sendo arguido, não deixou de beneficiar de debates sem sentido. Não porque seja contra os debates quinzenais, bimestrais, mensais, ou quinzenais, mas porque este tipo de debates não ajuda a resolver nenhum dos problemas nacionais. Embora reconheça, que têm ou possam ter muito interesse para os partidos que se querem afirmar e para a CS que precisa dos debates para se poder alimentar. Por falar em alimentar, lamento profundamente que haja tanto inteligente que combata um dos poucos políticos, sério, corajoso e competente. E sobre o resto digo ciente. Estou cansado de gente tão inteligente!
Xico Nhoca: Quando a jovem ministra dá respostas como a referida no artigo ("Que o SNS não precisa de dinheiro e que não foi o PS a privatizar a ANA") quer dizer que já há muita gente no governo que aprendeu com António Costa, Santos Silva, Carlos César (enfim com os mais batidos nas artes de enganar a populaça) a saber tergiversar qualquer questão que lhes seja colocada mesmo que seja uma questão com a dificuldade desta (por que razão o dinheiro das multas por falta de teste à Covid vai para a ANA?). Perante tanta manha (que é aliás muito bem sucedida quando a populaça se preocupa de sobremaneira com o Jorge Jesus) o PSD prefere não dar o palco ao charlatão, repito, que é muito bem sucedido na arte. Quanto ao resto, nomeadamente quanto a "monitorizar o discurso de ódio", acho que isso não vai impedir discutir o Jorge Jesus e portanto... estamos bem.
Carlos Quartel: Uma excelente crónica, tocando em vários pontos essenciais. As tentações totalitárias, infelizmente, fazem parte da condição humana. Por isso, os mais prudentes instituíram os mecanismos de controle, a separação de poderes, as entidades independentes. Só que tudo isto não dispensa uma atenção permanente, gravemente afectada pelo aparecimento de Rui Rio e a sua curiosa noção de como deve funcionar um sistema democrático. Transformou uma das principais funções do PM, (dar satisfações públicas) numa mera perda de tempo, impeditiva dum bom labor. Nunca visto, a merecer direitos de autor. Quanto à captura das tais entidades independentes, tem a autora razão, têm caída uma a seguir à outra. A monitorização do discursos do ódio, espera-se que tenha sido um lapso. Não mais se falou disso, haja esperança da ministra se aperceber da enormidade que sugeriu. Estes alerta são fundamentais, havwerá sempre , em Belém, alguém que os leia...... é o último muro .......
Antonio Sousa Branco: Crónica realista.  Infelizmente premonitória, aliás, como julgam dois em cada três portugueses"... daqui a dois anos os portugueses esperam ver um país mais pobre, mais desigual, com menos emprego e com mais austeridade". Acrescentaria eu...com menos liberdade de expressão, as policias do pensamento já aí estão e isto com conivências graves (por acção, ou omissão) de quem deveria proteger a nossa (cada vez mais débil) democracia.
Franco e Claro: Deixei de ler a meio. A Polónia e principalmente a Hungria já não são democracias. E Portugal? Ao menos na Polónia e na Hungria dizem ao que vão. São verdadeiros. E aqui? Com todo o aparelho do estado tomado pelo PS e pela esquerda? Até já o psd aderiu à fantochada. Falemos a sério. O que aconteceu na Hungria que já não esteja instituído em Portugal desde 2015? Tenham vergonha! Falem de Portugal e da democracia fingida que vivemos. Isso é bem pior. É de um povo que não vale nada.
Marco Silva > Franco e Claro: Muito bem, é isso mesmo! O que aconteceu na Hungria que já não esteja instituído em Portugal desde 2015? Eu diria que o que aconteceu em 2015, foi apenas uma extensão do que se passou entre 2005 e 2011, que teve uma "pequena" interrupção com a bancarrota socialista de 2011.
José Manuel Roque: parabéns pela sua análise Portugal vai a grande velocidade para a tragédia. A incompetência e a ignorância prática dos ditos governantes socialistas vai destruir todo o nosso tecido empresarial. Sugiro que todas as associações empresariais se unam e elaborem um manifesto contra o estado da governação.    Ana Rebelo > José Manuel Roque: Neste nosso país é mais fácil fazer a mala e ir embora do que agir. Temos já tantos emigrantes lá fora e continuam a sair. É pena que não fiquem por cá a criar riqueza mas quem os pode criticar? Com tudo isto perdemos Valor humano todos os dias.
Carlitos Sousa: Em Portugal estamos a integrar mais rapidamente a onda autocrática e da denominada “cancel culture” do que a mudar de política económica. Certo. Mas por trás desses biliões houve uma cedência europeia e todos passámos a ser cúmplices do que se passar na Hungria e na Polónia, dois países que começam a ser generalizadamente apontados como não sendo democracias. Errado ! A atribuição de ajudas comunitárias não pode estar sujeita a nenhuma “cancel culture” do tipo “generalizadamente apontados”. Os dois países têm governos livre e legitimamente sufragados pelos seus povos, e ninguém tem o direito de obrigar a Hungria ou a Polónia a ter um regime político mais à esquerda. Nem a Helena. Se conseguem provar que não são democracias, corram com eles da UE. Enquanto na UE, têm tanto direito quanto os outros.
Marco Silva > Carlitos Sousa: e ninguém tem o direito de obrigar a Hungria ou a Polónia a ter um regime político mais à esquerda. Muito bem, mas é esse mesmo o objectivo da esquerda. É condicionar o discurso / a narrativa e depois fazer parecer que são os únicos que têm a "melhor resposta", através da demonização de tudo o que não de esquerda. É claro que na história da humanidade a esquerda só tem tido uma resposta, falhanço atroz e inconcebível que arrasa com países inteiros e mata aos milhões, mas há muita "ovelha" por aí, que alegremente lhes dá o voto e garante que continuaremos a ter de assistir à imposição do que a esquerda quer, em qualquer país que não o queira. E se não querem, então têm de ser castigados. A Hungria e a Polónia são os exemplos perfeitos de países que defenderam o seu povo, a sua cultura, os seus valores e não estão dispostos a destruir tudo isso, por causa da esquerdalha na UE (que abunda). E fizeram muito bem, pois a realidade provou que tinham razão. Se conta para alguma coisa, têm um defensor / apoiante na minha pessoa.
Mario Areias: Excelente texto Helena Garrido. Peço-lhe que continue atenta porque a partir do momento que o dinheiro chegue, com controlo ou não de Bruxelas, vai ser um "fartar vilanagem". Como diz, já estão a querer afastar os fiscais internos (TC, UTAO e BP) só falta o CFP para o banquete ser total.
Graciete Madeira: Preocupa-me a forma como os milhões de Bruxelas vão ser aplicados por este Governo socialista. Estou de acordo com a sugestão de Miguel Poiares Maduro no sentido de estas verbas serem geridas e acompanhadas por uma entidade independente.
Ana Rebelo > Graciete Madeira: As soluções para a economia são conhecidas há muito: Não pagar dívida; Sair do Euro; Negociar a saída da UE (dois anos); Um imediato e robusto aumento à função pública (estímulo ao consumo); Nacionalização das grandes empresas; Regresso às nossas pescas e apoio às pequenas e médias explorações agrícolas; Nomear o Robles para uma qualquer secretaria de Estado.
Maria Carmo: O pantanal Kosta-Marcelo-Ferro-Rio está para ficar, e as tendências autocráticas vão acentuar-se... Vimos como aconteceu no regime de asfixia democrática do Sócrates...ninguém viu nada, ninguém sabia de nada... a mixórdia entre políticos e "gestores" nas PPPs, no império BES/GES, PT, EDP, REN, CGD, BPN, etc., só agora se vê. O Kosta foi o profissional nº2 do Sócrates ... esperem mais do mesmo.
Pedro Miguel Guerreiro: Portugal foi socialista moderado, até muitos portugueses não notarem que no fundo, era comunista. Agora com esta nova crise, ė que vamos ver o lobo a despir a pele de cordeiro.
Paulo Chambel : Análise muito lúcida. Contra-corrente e muito abrangente.
Antonio Rodrigues: Tudo certo no seu artigo. Mas a pergunta é, será que a maioria dos que votam não está confortável com a situação? Apesar de tudo é mais fácil mudar de governo que de povo.
Ana Rebelo > Antonio Rodrigues: Também na RDA a maioria estava acomodada à situação. Poucos se rebeliaram e saltavam o muro. A maioria por ali andava triste e conformada

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