Um bom artigo de Helena Garrido, comentários a atestar a nossa
capacidade crítica, e isso nos enche a alma, mais do que, por agora, as
preocupações pelo sombrio do temporal a aproximar-se. Cantemos à chuva, pois,
alegremente, numa chuva de empréstimo que seja, a sacudir marasmos…
Tentações autocráticas em tempo de crise /premium
Calar opiniões de que gostamos só pode
dar mau resultado. Vivemos uma crise económica que gerará profundas
desigualdades e o que vemos são tendências autocráticas vestidas de pragmatismo
e moralismo
HELENA GARRIDO OBSERVADOR, 27 JUL 2020
A
violenta crise que estamos e vamos viver, pelo menos por mais um ano, coincide
com um preocupante tempo de tendência autocrática e um mais animador tempo de
políticas económicas mais adaptadas ao tipo de doença que a economia vai ter.
Em Portugal estamos a integrar mais
rapidamente a onda autocrática e da denominada “cancel culture” do que a mudar
de política económica. As
restrições financeiras que ainda enfrentamos impede que se vá mais longe nas
medidas de estímulo da economia. Esses condicionalismos estão reflectidos no
elevado montante de dívida pública e privada, e no resultado de cinco anos de
uma gestão política da conjuntura e de distribuição do dinheiro que o fraco e
frágil crescimento económico ia gerando, sem o mínimo de esforço para mudar
estruturalmente fosse o que fosse.
Durante
os últimos dias temos assistido a pequenos eventos que reforçam as preocupações
com os crescentes sinais de se querer fugir ao escrutínio, confundir o Estado
com aqueles que o lideram, perseguir os protagonistas das criticas ou que
ameacem a ordem vigente, deixar cair os valores em nome do dinheiro ou mesmo
reescrever a história. Com a promessa que desta vez será diferente em matéria
de política económica, com muitos planos para aproveitar o dinheiro europeu,
que nos próximos três anos está disponível no equivalente ao enorme envelope de
mais de 3% do PIB de 2019.
Eis
alguns eventos dos últimos tempos que nos deviam preocupar:
O primeiro-ministro com mais
tempo para “trabalhar”. O
primeiro-ministro só terá de ir obrigatoriamente à Assembleia da República uma
vez de dois em dois meses, numa votação de Bloco Central mas que
teve 28 socialistas e apenas 7 sociais-democratas a votarem contra. Vai ser
assim a partir de Setembro, uma decisão que nos deixa com mais perguntas do que
respostas.
O que leva um partido da oposição,
como o PSD (todos os outros foram contra), a querer o primeiro-ministro menos
vezes no Parlamento? E por que
razão decidir agora, quando o Governo depende mais do que nunca do Parlamento
– não há Gerigonça 2.ª, apesar de António Costa dizer que a quer –, quando
estamos perante a pior crise das nossas vidas e quando vão chegar a muito curto
prazo de Bruxelas o equivalente a 3% do PIB de 2019 que teremos de aplicar até
2023? E por que razão ainda deixar que isso aconteça quando são
preocupantes os sinais de controlo do Estado por parte do Governo, dificultando
o seu escrutínio em diversas frentes, colocando pedras nos pesos e contrapesos
que o regime tem? (Veja-se o Tribunal de Contas, com a
pandemia a justificar que seja contornado; veja-se o que se quer fazer com a
Unidade Técnica de Apoio Orçamental a pretexto de alterações à Lei
de Enquadramento Orçamental ou ainda como o Governo acabou por fazer transitar
o ex-ministro das Finanças para governador do Banco de Portugal em pouco mais
de um mês, só para dar poucos exemplos).
O
líder do PSD Rui Rio justifica essa convergência com a vontade de António
Costa, considerando que os debates quinzenais não são eficazes no
escrutínio do Governo e que o primeiro-ministro não pode passar a vida no
Parlamento, tem de trabalhar. Enganámo-nos os que pensámos que
prestar contas aos eleitos pelo povo era um dos mais importantes trabalhos do
primeiro-ministro. E se o
escrutínio não se faz é, frequentemente, porque o Governo se recusa a
responder. Um exemplo no último debate do Estado da Nação. O
deputado do PSD Ricardo Batista Leite quer saber a razão de entregar à ANA as
multas aplicadas a quem entra em Portugal sem teste de Covid feito, em vez de
usar esses recursos também para o SNS. O que respondeu a ministra da Saúde? Que
o SNS não precisa de dinheiro e que não foi o PS a privatizar a ANA. E por aqui
se ficou, como se as respostas de Marta Temido fizessem algum sentido. Ninguém
ficou esclarecido e não foi por responsabilidade de uma pergunta que não fosse
justificada.
Com
o que se decidiu, o regime fica politicamente mais pobre, os
deputados do PS e do PSD que não tiveram a coragem de votar contra
desvalorizaram o papel que têm, mais jovens verão ainda mais o Parlamento
como uma instituição que não percebem para que serve. E se o objectivo foi
calar o Chega e o Iniciativa Liberal, é um preocupante sinal de que não se está
a perceber como e porque é que esses partidos, especialmente o Chega, estão a
conquistar eleitores. A política também tem horror ao vazio e um debate que não
se faz no Parlamento far-se-á noutros lugares, pior enquadrado e gerando mais
riscos para a democracia. A censura nunca foi boa.
Tudo
se compra, tudo se vende, depende do preço? Será esta uma realidade por muito
que desejemos que não seja assim? Pois é uma das mais horríveis constatações
destes últimos tempos. Todos festejamos os biliões que foram aprovados numa
das mais longas Cimeiras europeias da sua história. Mas por trás desses biliões
houve uma cedência europeia e todos passámos a ser cúmplices do que se passar
na Hungria e na Polónia,
dois países que começam a ser generalizadamente apontados como não sendo
democracias.
António Costa foi ao ponto de se reunir com Viktor Orbán num pragmatismo que lhe gerou justas
criticas, das quais até se defendeu num artigo de opinião
no Público, em resposta a Rui Tavares. Disse o primeiro-ministro que “o Estado de Direito
deve ser tratado na sede própria e os valores não se compram nem se negoceiam”,
a clarificar a sua posição em crítica a uma notícia da Lusa, como se pode ler aqui. Pois parece que sim, que não se compram mas
podem estar à venda como se afirma na newsletter do Politico.
Até
onde pode ir o pragmatismo? E quanto nos pode custar? Quantos se recordam do
nazismo? Fechar os olhos ao que se passa na Hungria vale o dinheiro que vamos
receber de Bruxelas?
Fiscalizar
o discurso de ódio o que é? Enquanto na frente europeia se desvalorizam as
ameaças ao Estado de Direito, internamente o Governo
preocupa-se com o “discurso de ódio” na internet, que quer
“monitorizar”. Esperemos que a ministra de Estado e da Presidência Mariana
Vieira da Silva, que se tem
revelado uma promessa no espaço político, tenha consciência dos riscos que
este seu projecto comporta.
As
ferramentas que um Estado de Direito tem para combater os “discursos de ódio” é
a lei, são os tribunais. É
assustador ter no Governo um fiscalizador de discursos. Temos o legítimo
receio de ver caladas opiniões criticas para quem nos governa. E sabemos como
são grandes as tentações dos governantes de calar criticas, de retirar espaço a
quem não está com eles alinhado.
No
Estado Novo, como em qualquer ditadura, um dos modelos é impedir que as pessoas
que criticam o Governo ganhem o seu pão de cada dia. Por aqui, embora ainda
sejam mais pela voz do que pela acção, vamos assistindo a manifestações de
vontade que o mesmo aconteça quando, por exemplo, se considera ilegítimo
criticar o funcionamento do Estado caso se trabalhe ou se tenham negócios com o
Estado. O melhor
desejo que podemos ter para que as democracias passem incólumes, por estes
tempos extraordinariamente difíceis que estamos e ainda vamos enfrentar, é
que todos conseguirem conversar com todos, dos simpatizantes do Chega aos
simpatizantes do BE, dos LGBTI aos grupos religiosos mais conservadores, dos
imigrantes aos nacionais, de pessoas de todas as cores. O pior que aconteceu
nos Estados Unidos foi exactamente os silos que se criaram entre Democratas e
Republicanos. É difícil enfrentar quem se dirige a nós com ódio? Sem dúvida (e
digo-o com experiência de quem também o enfrenta nas redes sociais). Mas é
preferível saber que existe e saber que o outro, como cada um de nós, é livre,
cumprindo a lei.
Neste
enquadramento, a abordagem que se está a ter com o Chega é um erro. Não é
calando ou perseguindo o Chega que se vai conseguir evitar que continue a subir
nas intenções de voto como aliás está a acontecer. André Ventura está a perceber, como poucos, as preocupações de
populações sub-urbanas ou rurais, trabalhadores de salários baixos que vivem em
bairros onde diversas culturas se chocam, onde uns trabalham e outros recebem
subsídios. (A revista
Visão da semana passada tem uma reportagem de Miguel Carvalho sobre o
financiamento do Chega onde um empresário confessa que ouviu falar de André
Ventura através dos trabalhadores na herdade no Alentejo).
Se
há mudança que se nota nestes últimos cinco anos é a incapacidade de conviver
com quem tem uma opinião diferente da nossa. Há alturas em que parecemos estar
em pleno PREC, nas paixões do pós-25 de Abril. Um dos mais graves casos, recentes, foi o manifesto de um grupo de
académicos contra o professor e investigador Riccardo Marchi e que António Barreto tão bem criticou
no Público.
Estamos
a importar o que de pior vem da América e a chegar ao ponto de impedir o
livre pensamento, a investigação sem fronteiras, a liberdade de opinião.
Esperemos que seja transitório, uma moda, e que continuemos a falar uns com os
outros, mesmo transmitindo ódio enquanto discutimos. Mas estas tendências
não recomendam que se desvalorize o Parlamento, como aconteceu com o fim dos
debates quinzenais.
Não
vai haver austeridade? Dois terços dos portugueses não acreditam. De acordo com
o inquérito do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (CESOP) da
Universidade Católica feito para a RTP e o Público, daqui a dois anos os
portugueses esperam ver um país mais pobre, mais desigual, com menos emprego e
com mais austeridade. É um retrato assustador mais com uma elevada
probabilidade de ser realista. Se austeridade significa apenas que
estaremos mais pobres, não tenhamos qualquer dúvida que assim será. Se
austeridade significa que voltaremos a precisar de cortar salários à função
pública e aos pensionistas, a resposta é mais incerta e mais no sentido de “não
sabemos, mas a probabilidade não é zero”.
De
nada resolve dizê-lo, mas os últimos cinco anos foram um desperdício em
matéria de preparar o país para uma crise. Sim, é verdade que nunca se
pensou que seria tão grave, mas o que fizemos desde 2015 foi negar os
problemas que temos: uma Administração Pública que precisa de se modernizar
e ser mais eficiente, uma Segurança Social que não é sustentável, um
enquadramento empresarial pouco amigo do investimento e do desinvestimento, das
falências. Vivemos
cinco anos a distribuir o pouco que economia ia crescendo, graças
fundamentalmente ao turismo. Cometemos exactamente os mesmos erros do passado:
assim que chegou a bonança, entrámos em processo de negação e rejeitámos
resolver alguns problemas que se enfrentariam com menos dor na fase de
crescimento.
Exactamente
como no passado, queremos agora em plena crise fazer tudo. O plano Costa Silva tem a grande vantagem de
sistematizar tudo aquilo que durante anos especialistas de diversas áreas
têm apontado como o caminho para o desenvolvimento de Portugal. Mas nada
conseguiremos fazer se não resolvermos estrangulamentos importantes que vão da
administração pública à Justiça. Vale, por isso, a pena, no plano, ler o último
capítulo: “Condicionantes, limitações e oportunidades”.
Sendo
uma realidade que a abordagem de combate a esta crise está a ser completamente
diferente daquela que se teve na crise financeira e na das dívidas soberanas,
sendo as actuais políticas muito mais vantajosas para Portugal, também é
verdade que rapidamente tudo voltará ao normal, em matéria de políticas, quando
o crescimento da economia alemã deixar de estar condicionado pelo que se passa
em Itália. As regras do Pacto de Estabilidade vão regressar e os países do
Norte da Europa, que venderam caro o seu apoio ao plano de recuperação,
continuarão atentos à aplicação do dinheiro. É grande a probabilidade de
voltarmos a ter aquilo a que chamámos austeridade na era da troika.
Temos pouco tempo e muito dinheiro, o
que é um enorme desafio para um Governo que está mais habituado a ir gerindo o
que tem do que a concretizar medidas e projectos. O dinheiro que vem de Bruxelas, e que o primeiro-ministro
no debate do Estado da Nação disse que atinge os 6,7 mil milhões de euros por
ano de 2021 a 2023, não garante o desenvolvimento. Já tivemos dinheiro que
gastámos mal gasto. Aquilo que precisamos de fazer exige coragem política que
não se vê existir.
Estamos
a vamos viver tempos muito difíceis num enquadramento em que a sociedade
portuguesa parece estar cada vez mais dividida, influenciada por algumas modas
norte-americanas que separam as comunidades urbanas das rurais e sub-urbanas. As tentações
do Governo e do PSD, com ferramentas diferentes, de controlarem esta onda,
calando os discursos e as opiniões só pode dar mau resultado.
COMENTÁRIOS:
Ana Rebelo: Muito bom. De facto o que leva o líder da oposição a
querer que o primeiro ministro passe a ir a AR responder aos deputados apenas
1/4 das vezes que ia? O que significa isto? Que oposição é esta? Rio ainda se lixou mais com esta. Os deputados que
permitiram que isto acontecesse são uns paus-mandados dos seus partidos e uns
irresponsáveis.
Tiago Queirós: Há uns dias,
uma determinada deputada da bancada parlamentar do BE sugeria ser a proximidade
entre José Maria Ricciardi e Ricardo Salgado condição suficiente para duvidar
da idoneidade do primeiro. Estranhamente,
tal senhora não estende de igual modo o seu raciocínio ao Primeiro-ministro
agora em funções, supondo ser a sua proximidade a José Sócrates condição
suficiente para duvidar da sua idoneidade. Após o chumbo do PEC IV e a precipitação de eleições
legislativas antecipadas, o BE foi eleitoralmente dizimado e reduzido a uma
insignificância política. Ora, fazendo jus à velha máxima leninista de usurpação
das «instituições democráticas burguesas» para efeitos de consumação da
revolução, dito partido remete-se agora a uma postura de mero cinismo,
sustentando, em nome da sua própria sobrevivência, um Governo que, por exemplo,
em 2017, foi directamente responsável pelo falecimento de dezenas de cidadãos. Conclusão:
a alegada virtuosidade que subjaz a determinadas pretensões de policiamento não
passa, em suma, de mais uma demonstração de um certo maniqueísmo,
propositadamente concebido tendo em vista a ocultação da falta de virtuosidade
dos seus próprios proponentes. Pois se convivem de perto com um Executivo
irresponsável e opaco, então os seus preceitos morais e moralizantes são mero
sintoma de virtue signaling. Sendo ainda interessante referir, aliás, que
aqueles que promovem o patrulhamento de redes sociais e plataformas online são,
por princípio, rigorosamente os mesmos que menorizam a imperativa necessidade
do patrulhamento de ruas e cidades. Quanto ao fim dos debates quinzenais e
podendo estar equivocado, suponho que Rui Rio se tenha limitado a fazer um
favor a um comparsa de velha data. Nada mais conveniente, na verdade, num
momento em que o Primeiro-ministro procurava resguardar-se da opinião pública e
salvaguardar a sua imagem e consequente popularidade...
Carlos Sena > Tiago Queirós: Só
discordo na parte do patrulhamento, desde que a geringonça tomou posse daquilo
que não existe. É uma fogueira de interesses a arder em lume brando produzindo
apenas fumo tóxico. Tudo o resto 5*. Joaquim Moreira > Tiago Queirós: Quem
faz uma análise destas, de muita boa qualidade, só por preconceito pode
terminar a falar da "consequente popularidade". Quer acredite quer
não, as propostas que Rui Rio faz, não visam agradar ou desagradar a ninguém,
nem a ele próprio também. Nem mesmo a quem está em Belém. Tem apenas uma
motivação, o interesse nacional, quer acredite quer não! Em face de tanta
desinformação, impõe-se dar a conhecer a verdade. Não é honesto enganar as
pessoas e fazer propositadamente comentários sobre o que não existe, abusando
da demagogia. Uma vez devidamente informado, então, é justo que cada um possa
ter a sua opinião. Este é um tweet de Rui Rio acompanhado do Novo Modelo de
Debates Face às Alterações ao Regimento da AR para que cada um possa dar a sua
opinião e não falar como fala um qualquer vulgar aldrabão. Maria Cordes: Estamos zangados, tristes e preocupados, os que ainda
têm alguns anos para viver, e os que já têm poucos, mas que se preocupam com os
netos. O seu discurso é apaziguador. Será que, ao ponto a que chegámos, o
apaziguamento funciona? Quando partirmos a loiça, iremos a tempo? Roubados,
espoliados e enganados há tantas dezenas de anos! O polvo, que abrange o
Centrão e os novos turcos, impante, gordo, a controlar a comunicação social e a
justiça. As novas ajudas desbaratadas. Chega, Helena, não me venha com
apaziguamentos.
Paul C. Rosado: Tem toda a
razão. Texto oportuno.
Victor Cerqueira: A questão da
"monitorização do discurso do ódio" vindo do ps aliado do be deixa-me
perplexo. Explico porquê. O ps, e a grande maioria da comunicação social
esqueceu, o mais DESCARADO discurso de ódio feito em portugal. Já não se
lembram da mariana mortágua, por acaso
(tudo é possível neste país) uma destacada dirigente e deputada da nação de
MEGAFONE AOS BERROS de que o bolsonaro devia ser (ou estar) morto como o
salazar acompanhada com o coro dos acompanhantes?? Mas então é admissível que
um partido (neo-comunista, social fascista) que deseja a MORTE de um presidente
ELEITO de um país amigo possa sequer falar em discurso de ódio sem ser
contestado? Não é MANIQUEÍSMO a mais? Depois não fiquem surpreendidos com os
trumps e os bolsonaros deste mundo.
Joaquim Moreira: É tempo de dizer com toda a clareza, que temos uma CS que é uma tristeza.
Até compreendo que os adeptos da IL e do Chega e dos outros partidos pequenos,
achem que temos discussão e debates quinzenais a menos. Se o que se diz sobre
os debates quinzenais, fizesse algum sentido, diríamos que os governos de
Sócrates e do seu ex-amigo, tiveram um escrutínio que resultou num verdadeiro
assassínio. Das instituições democráticas, que num caso geraram um suspeito à
espera de julgamento em tribunal e no outro um “PM sem igual"! Que não
sendo arguido, não deixou de beneficiar de debates sem sentido. Não porque seja
contra os debates quinzenais, bimestrais, mensais, ou quinzenais, mas porque
este tipo de debates não ajuda a resolver nenhum dos problemas nacionais.
Embora reconheça, que têm ou possam ter muito interesse para os partidos que se
querem afirmar e para a CS que precisa dos debates para se poder alimentar. Por falar em alimentar, lamento
profundamente que haja tanto inteligente que combata um dos poucos políticos,
sério, corajoso e competente. E sobre o resto digo ciente. Estou cansado de
gente tão inteligente!
Xico Nhoca: Quando a jovem
ministra dá respostas como a referida no artigo ("Que o SNS não precisa de
dinheiro e que não foi o PS a privatizar a ANA") quer dizer que já há
muita gente no governo que aprendeu com António Costa, Santos Silva, Carlos
César (enfim com os mais batidos nas artes de enganar a populaça) a saber
tergiversar qualquer questão que lhes seja colocada mesmo que seja uma questão
com a dificuldade desta (por que razão o dinheiro das multas por falta de teste
à Covid vai para a ANA?). Perante tanta manha (que é aliás muito bem sucedida
quando a populaça se preocupa de sobremaneira com o Jorge Jesus) o PSD prefere
não dar o palco ao charlatão, repito, que é muito bem sucedido na arte. Quanto
ao resto, nomeadamente quanto a "monitorizar o discurso de ódio",
acho que isso não vai impedir discutir o Jorge Jesus e portanto... estamos bem.
Carlos Quartel: Uma excelente
crónica, tocando em vários pontos essenciais. As tentações totalitárias, infelizmente, fazem parte da
condição humana. Por isso, os mais prudentes instituíram os mecanismos de
controle, a separação de poderes, as entidades independentes. Só que tudo isto não dispensa uma atenção permanente,
gravemente afectada pelo aparecimento de Rui Rio e a sua curiosa noção de como
deve funcionar um sistema democrático. Transformou uma das principais funções
do PM, (dar satisfações públicas) numa mera perda de tempo, impeditiva dum bom
labor. Nunca visto, a merecer direitos de autor. Quanto à captura das tais entidades independentes, tem
a autora razão, têm caída uma a seguir à outra. A monitorização do discursos do ódio, espera-se que
tenha sido um lapso. Não mais se falou disso, haja esperança da ministra se
aperceber da enormidade que sugeriu. Estes
alerta são fundamentais, havwerá sempre , em Belém, alguém que os leia...... é
o último muro .......
Antonio
Sousa Branco: Crónica realista. Infelizmente
premonitória, aliás, como julgam dois em cada três portugueses"... daqui a
dois anos os portugueses esperam ver um país mais pobre, mais desigual, com
menos emprego e com mais austeridade". Acrescentaria eu...com menos
liberdade de expressão, as policias do pensamento já aí estão e isto com
conivências graves (por acção, ou omissão) de quem deveria proteger a nossa (cada
vez mais débil) democracia.
Franco
e Claro: Deixei de ler a meio. A Polónia e principalmente a Hungria já não são
democracias. E Portugal? Ao menos na Polónia e na Hungria dizem ao que vão. São
verdadeiros. E aqui? Com todo o aparelho do estado tomado pelo PS e pela
esquerda? Até já o psd aderiu à fantochada. Falemos a sério. O que aconteceu na
Hungria que já não esteja instituído em Portugal desde 2015? Tenham vergonha!
Falem de Portugal e da democracia fingida que vivemos. Isso é bem pior. É de um povo que não vale nada.
Marco Silva > Franco e Claro: Muito bem, é isso mesmo! O que aconteceu na Hungria que já não esteja instituído
em Portugal desde 2015? Eu diria que o que aconteceu em 2015, foi apenas uma
extensão do que se passou entre 2005 e 2011, que teve uma "pequena"
interrupção com a bancarrota socialista de 2011.
José Manuel Roque: parabéns pela
sua análise Portugal vai a grande velocidade para a tragédia. A incompetência e
a ignorância prática dos ditos governantes socialistas vai destruir todo o
nosso tecido empresarial. Sugiro que todas as associações empresariais se unam
e elaborem um manifesto contra o estado da governação. Ana Rebelo > José Manuel Roque: Neste nosso país é mais fácil fazer a mala e ir embora
do que agir. Temos já tantos emigrantes lá fora e continuam a sair. É pena que
não fiquem por cá a criar riqueza mas quem os pode criticar? Com tudo isto
perdemos Valor humano todos os dias.
Carlitos Sousa: Em Portugal
estamos a integrar mais rapidamente a onda autocrática e da denominada “cancel
culture” do que a mudar de política económica. Certo. Mas
por trás desses biliões houve uma cedência europeia e todos passámos a ser
cúmplices do que se passar na Hungria e na Polónia, dois países que começam a
ser generalizadamente apontados como não sendo democracias. Errado ! A
atribuição de ajudas comunitárias não pode estar sujeita a nenhuma “cancel
culture” do tipo “generalizadamente apontados”. Os dois países têm governos livre e legitimamente
sufragados pelos seus povos, e ninguém tem o direito de obrigar a Hungria ou a
Polónia a ter um regime político mais à esquerda. Nem a Helena. Se conseguem
provar que não são democracias, corram com eles da UE. Enquanto na UE, têm tanto direito
quanto os outros.
Marco Silva > Carlitos Sousa: e ninguém tem o direito de obrigar a Hungria ou a
Polónia a ter um regime político mais à esquerda. Muito bem, mas é esse mesmo o objectivo da esquerda. É
condicionar o discurso / a narrativa e depois fazer parecer que são os únicos
que têm a "melhor resposta", através da demonização de tudo o que não
de esquerda. É claro que na
história da humanidade a esquerda só tem tido uma resposta, falhanço atroz e
inconcebível que arrasa com países inteiros e mata aos milhões, mas há muita
"ovelha" por aí, que alegremente lhes dá o voto e garante que
continuaremos a ter de assistir à imposição do que a esquerda quer, em qualquer
país que não o queira. E se não querem, então têm de ser castigados.
A Hungria e a Polónia são os exemplos
perfeitos de países que defenderam o seu povo, a sua cultura, os seus valores e
não estão dispostos a destruir tudo isso, por causa da esquerdalha na UE (que
abunda). E fizeram muito bem, pois a realidade provou que tinham razão. Se
conta para alguma coisa, têm um defensor / apoiante na minha pessoa.
Mario Areias: Excelente
texto Helena Garrido. Peço-lhe que continue atenta porque a partir do momento
que o dinheiro chegue, com controlo ou não de Bruxelas, vai ser um "fartar
vilanagem". Como diz, já estão a querer afastar os fiscais internos (TC,
UTAO e BP) só falta o CFP para o banquete ser total.
Graciete Madeira: Preocupa-me a
forma como os milhões de Bruxelas vão ser aplicados por este Governo
socialista. Estou de acordo com a sugestão de Miguel Poiares Maduro no sentido
de estas verbas serem geridas e acompanhadas por uma entidade independente.
Ana Rebelo > Graciete Madeira: As soluções para a economia são conhecidas há muito: Não
pagar dívida; Sair do Euro; Negociar a saída da UE (dois anos); Um imediato e
robusto aumento à função pública (estímulo ao consumo); Nacionalização das
grandes empresas; Regresso às nossas pescas e apoio às pequenas e médias
explorações agrícolas; Nomear o Robles para uma qualquer secretaria de Estado.
Maria Carmo: O pantanal Kosta-Marcelo-Ferro-Rio está para ficar, e
as tendências autocráticas vão acentuar-se... Vimos como aconteceu no regime de asfixia democrática
do Sócrates...ninguém viu nada, ninguém sabia de nada... a mixórdia entre
políticos e "gestores" nas PPPs, no império BES/GES, PT, EDP, REN,
CGD, BPN, etc., só agora se vê. O
Kosta foi o profissional nº2 do Sócrates ... esperem mais do mesmo.
Pedro Miguel Guerreiro: Portugal
foi socialista moderado, até muitos portugueses não notarem que no fundo, era
comunista. Agora com esta nova crise, ė que vamos ver o lobo a despir a pele de
cordeiro.
Paulo Chambel :
Análise muito lúcida. Contra-corrente e
muito abrangente.
Antonio Rodrigues: Tudo certo no
seu artigo. Mas a pergunta é, será que a maioria dos que votam não está confortável
com a situação? Apesar de tudo é mais fácil mudar de governo que de povo.
Ana Rebelo > Antonio Rodrigues: Também na RDA a maioria estava acomodada à situação.
Poucos se rebeliaram e saltavam o muro. A maioria por ali andava triste e
conformada
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