sexta-feira, 24 de julho de 2020

Gente do mesmo calibre, afinal



A que os aproxima, gente da mesma origem, de vastas zonas terráqueas que os comentários de FUGO e da RAFAEL GUERRA parecem esclarecer perfeitamente, zonas da conquista inglesa, forte e decidida, que soube avançar em desafio e força pelo mundo além, como se nota ainda nos westerns americanos das cavalgadas pela campina ou nos filmes de guerra odisseicos e poderosos, ou mesmo da intriga policial que tão bem sabem urdir. Não admira a fraternidade e a interajuda, de gente com a educação forjada numa Távola Redonda de partilha.

CRÓNICA
A solidão tardia
No Reino Unido, depois do “Brexit” e do reforço da União Europeia à luz da covid, nota-se um novo isolacionismo e uma nova xenofobia. Parece independência da Europa mas também parece dependência dos Estados Unidos da América.
MIGUEL ESTEVES CARDOSO
PÚBLICO, 24 de Julho de 2020
Nós temos os velhos do Restelo – chatos mas úteis, desconfiados mas prudentes, mal compreendidos e injustamente vilipendiados – e os ingleses têm os little Englanders.
No Reino Unido, depois do “Brexit” e do reforço da União Europeia à luz da covid, nota-se um novo isolacionismo e uma nova xenofobia. Parece independência da Europa mas também parece dependência dos Estados Unidos da América.
É sempre de desconfiar quando surgem novos inimigos – ou velhos inimigos que entretanto foram apresentados como amigos mas agora voltam à condição anterior.
É o caso da China e da Rússia. De repente, surge uma série de problemas chineses e russos que, vendo bem, já existem há muito tempo.
O que mudou é a ênfase que se passou a dar a essas coisas, dada com a mesma alacridade com que se fez recentemente vista grossa sobre os mesmíssimos assuntos.
O discurso dos direitos humanos e da interferência nos nossos sistemas políticos é, como se sabe, infinitamente flexível.
Mesmo assim, há algo de novo no impulso que leva o Reino Unido a afastar-se da União Europeia, da Rússia e da China para se entregar a uma versão ilusória do mais do que extinto império britânico.
Parece, aliás, uma última jogada imperial do Reino Unido, contra o pequeno mas próximo império da União Europeia e contra os impérios da Rússia e da China.
Assenta numa aproximação fantasiosa aos países do antigo império britânico, a começar pelo ainda poderoso império americano.
É preciso ver que o original velho do Restelo falou a tempo – antes da partida para a Índia.
Colunista
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COMENTÁRIOS:
Fugo EXPERIENTE: Existe um pormenor nada despiciendo; Os EUA, o RU, o Canadá, a Austrália e a Nova Zelândia têm um acordo de defesa militar à margem da OTAN tal, que os torna efectivamente interligados. E o estar na UE sempre foi uma pedra na engrenagem dada a necessidade de partilha e de cumprimentos de determinadas regras interpares.
rafael.guerra EXPERIENTE: Uma compreensão tardia é o que é. No RU, antes do “Brexit” e na fraqueza da UE à luz dos fluxos migratórios, notou-se um velho isolacionismo e uma velha xenofobia. Os EUA sempre foram uma amante com quem o RU se deitou apesar de dizer que amava a UE.

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