quarta-feira, 19 de maio de 2021

Textos do PÚBLICO


Onde sobressai a opinião valiosa de António Costa, enquanto vai puxando a brasa à sua sardinha, lá pela Europa, pedindo as coisas da sua sabença patética…


1 - DIPLOMACIA

Portugal defende que Israel tem de parar “imediatamente com estes ataques” a Gaza.

António Costa está em Paris para participar na Cimeira para o Financiamento das Economias Africanas.

(Título de um texto MARIA LOPES, do PÚBLICO, de 18 de Maio de 2021)

 

2ALGUNS COMENTÁRIOS (PÚBLICO, 18/5/21):

 Evolucionista INICIANTE: "Apartheid"... Esta gente papa a propaganda toda. Os muçulmanos trabalham, votam e têm os seus partidos em Israel. Imagine o contrário... Impossível. Genocídio étnico quer o Hamas fazer. Reconhecidamente. Se eles pudessem matar todos os judeus, e provavelmente todos os "infiéis", era já.

KZA INICIANTE: Claro, Israel tem que se deixar bombardear sem se defender

sam.0625 INICIANTE: não ocupassem uma região e instalassem um regime de apartheid. o direito à resistência é um direito humano

Gil Paulo EXPERIENTE: Sam.: relia a história da formação do Estado judaico. A igreja católica perseguiu-os e mentalizou os países, durante 2000 anos, por terem "matado Cristo". Após a IIGG a comunidade dos estados ocidentais, laicos, entenderam que já bastava. A uma nação sem território, e foi-lhe dado (pelos colonialistas) um espaço que sempre lhe pertenceu. A Palestina foi criada muitos séculos depois. Muito parecido com a "reconquista cristã"... Israel é um democracia rodeada de não-democratas. Judeus e Árabes são primos descendentes de Abraão. É uma guerra entre famílias. Por mim que se lixem os dois.

Ahfan Neca INICIANTE: Portugal defende que os israelitas se devem deixar chacinar pacificamente dando assim um grande exemplo de respeito pelos direitos humanos. Mainada!

 

3 -ISRAEL

Gaza: “Precisamos de um novo dicionário para descrever o que sentimos”

O conflito continua com mais bombardeamentos na Faixa de Gaza e disparos de rockets do Hamas contra Israel. “Não sabemos lidar com esta devastação toda”, diz Abier Almasri, da Human Rights Watch.

MARIA JOÃO GUIMARÃES

18 DE MAIO DE 2021

Colados a ecrãs para ver se familiares e amigos estão bem depois de mais um bombardeamento, passando a noite com todas as pessoas da casa no mesmo quarto, o mais afastado de janelas, com electricidade apenas cinco horas por dia no melhor dos casos, muitos habitantes de Gaza descrevem o medo de estar num território densamente povoado atacado com bombas e disparos de artilharia de Israel, que têm destruído casas, edifícios inteiros, torres com mais de dez andares.

O mais recente ciclo de violência começou na segunda-feira passada, quando o movimento islamista Hamas, no poder no território, disparou rockets contra Israel, depois de exigir a retirada das forças policiais israelitas de dois pontos de tensão em violência em Jerusalém, a zona do Pátio das Mesquitas e o bairro de Sheikh Jarrah. Israel respondeu com o início de uma campanha de bombardeamento da Faixa de Gaza, atingindo o que chamam o “metro” do Hamas – os túneis subterrâneos usados para esconder armas e operacionais – e combatentes e comandantes do movimento e da Jihad Islâmica, que tem actuado em tandem com o Hamas.

Até agora, os ataques israelitas mataram 215 palestinianos na Faixa de Gaza, incluindo 61 crianças e 36 mulheres, segundo as autoridades de saúde do território, que falam ainda em mais de 1400 feridos. As autoridades israelitas dão conta de 12 mortos em Israel, incluindo duas crianças.

Bayan Al Sultan, que vive na Cidade de Gaza, resume assim a situação, numa troca de mensagens por WhatsApp: “As pessoas estão horrorizadas com os bombardeamentos constantes por todo o lado. Eu e a minha família estamos em casa, mas tem havido muitos bombardeamentos perto de nós. Esta manhã atingiram um carro com civis e um café a cinco minutos de nossa casa”, conta.

“No outro dia, fui com a minha mãe comprar alguma comida ao mercado, mas a caminho, disseram-nos para voltarmos para trás porque tinham disparado um míssil para perto do mercado e podiam bombardear a seguir”, conta. A falta de electricidade é um problema em geral, mas quando está toda a gente colada aos telefones para ter notícias de familiares e amigos torna-se ainda mais problemática. “Nestas circunstâncias, não conseguir ver notícias 24h por dia é assustador. E como os ataques aéreos não param, passamos o dia (e a noite) inteiros a verificar como estão amigos e familiares”. Bayan Al Sultan perdeu uma tia e um primo num bombardeamento israelita na quarta-feira.

Num vídeo da Human Rights Watch no Instagram, Abier Almasri, que trabalha com a organização em Gaza, relata o que é viver estes dias no local. “Precisamos de um novo dicionário para descrever o que sentimos e o impacto psicológico”, diz. “Se uma pessoa não é morta, é ferida. Se não é ferida, perdeu a casa ou outra coisa. Se não perdeu propriedade, talvez tenha perdido alguém querido. Uma pessoa sente-se ferida emocionalmente, não se sabe lidar com esta devastação toda, esta destruição à volta.”

À noite, os bombardeamentos são piores, a família dorme – fica, porque pouco se dorme – toda junta num quarto. “As noites são o pior”, só a madrugada traz algum alívio para umas horas de sono. De resto, diz Abier Almasri, “estamos sempre a ver as redes sociais, as notícias, a ver onde estão aqueles de quem gostamos – se os vemos online é bom, quer dizer que estão vivos, e bem”, explica. “Todas as manhãs damos graças por estar vivos.”

Recentemente, uma família que conhece ficou sob escombros de um prédio bombardeado. “Disseram-nos que estavam vivos, que os iam tirar com vida. De manhã recebemos a notícia de que tinham morrido.”

Abier Almasri diz que nunca teve tanto medo. “Esta ideia de que qualquer coisa ode acontecer a qualquer altura e não se sabe o que vem a seguir.”

Amber Alayyan, médica e vice-coordenadora da célula de emergências da MSF (Médicos Sem Fronteiras), não está em Gaza, mas conta como a actividade da organização ficou afectada no território, precisamente numa altura em que é tão precisa, porque o trabalho é sobretudo com trauma e queimaduras.

Uma clínica da organização foi atingida, algo que pode acontecer quando há bombardeamentos numa zona tão densamente povoada. “São demasiadas pessoas sem espaço para onde ir”, diz Amber Alayyan numa conversa telefónica com o PÚBLICO. A responsável acredita ainda que se esteja neste momento a subestimar o número de feridos nos ataques, porque há uma imensa dificuldade em circular com ataques permanentes, há estradas bombardeadas por onde não se pode passar, as ambulâncias não podem chegar a todo lado, e um retrato mais real da situação poderá demorar a chegar.

Quando se fala das operações militares fala-se sobretudo de mortos, e menos de feridos, ainda que os ferimentos sejam muitas vezes graves e incapacitantes. E há ainda outra consequência, na saúde mental, aponta Amber Alayyan. “Nenhuma geração conheceu uma época de paz”, diz. “Nenhuma esteve em segurança, sem perigo de se ver deslocada”, enumera. A Faixa de Gaza está sujeita a um bloqueio israelita desde 2007, e desde então houve guerras com Israel em 2008/9, 2012 e 2014.

Não há como não ter efeitos do stress no território, onde a vida é difícil por norma – é muito difícil sair, não há fornecimento regular de electricidade, e ainda há estes períodos de conflito intenso. “Ninguém fala dos efeitos a longo prazo disto”,diz Amber Alayyan.

Nos bombardeamentos, alguns membros da equipa da MSF, que conta com duas centenas de pessoas na Faixa de Gaza, tiveram de deixar as suas casas, depois de avisos do Exército israelita de que iam ser bombardeadas (os militares têm a informação de muitos números de telefone e estes avisos são frequentes). “O que leva consigo uma pessoa que tem cinco minutos para deixar a sua casa?”, pergunta-se Amber Alayyan. “E quando está em risco de ser ferido”, nota – muitas pessoas ficam feridas pelos pedaços projectados pelos edifícios destruídos na explosão. As Nações Unidas estimam que haja 52 mil deslocados no território de 2 milhões.

E a sensação geral no território é que as explosões são mais fortes do que as que aconteceram na última guerra, em 2014. Amber Alayyan diz que os relatos da equipa no terreno indicam o mesmo. Abier Almasri diz que não consegue dizer em que quê em particular, apenas que tudo é “mais intenso”. O efeito é também psicológico, nota. “De cada vez que acertam num alvo no bairro, parece que a nossa casa também vai cair.”

Reino Unido e Alemanha prometem tolerância zero para ataques anti-semitas

Políticos do Reino Unido e Alemanha disseram que não vão tolerar ataques anti-semitas, depois de vários incidentes nos últimos dias nos dois países.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, manifestou-se contra “o racismo vergonhoso” visto naquele dia, quando um vídeo partilhado nas redes sociais mostrava uma coluna de carros com bandeiras palestinianas a instigar a violência, com palavras como “violem as filhas deles”, referindo-se a “judeus”. A polícia de Londres anunciou entretanto a detenção de quatro homens que terão participado na acção e gritado estas palavras.

Na Alemanha, as autoridades reforçaram a segurança nas sinagogas do país, depois de uma ter sido palco de uma manifestação contra a ofensiva de Israel na Faixa de Gaza. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Heiko Maas, apelou a que os cidadãos rejeitem a ideia de “culpar pessoas de fé judaica por acontecimentos no Médio Oriente, seja nas ruas ou nas redes sociais”. O ministro alemão disse que “haverá tolerância zero para ataques contra sinagogas no nosso país”.

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