sábado, 15 de maio de 2021

Receios


O certo é que, como bem explica Jaime Nogueira Pinto, a passividade ou permissividade da política actual francesa em relação às práticas migratórias com tendências terroristas está a causar engulhos na sociedade francesa, que podem levá-la a tomar decisões antidemocráticas de um pioneirismo contraproducente, relativamente à U E.

Leiamos JNP e meditemos, que precisamos:

 

Os "golpistas" do costume / premium

Desiludam-se aqueles que querem ver na Carta-manifesto dos generais um novo pioneirismo político francês, que seria, nem mais nem menos, que um golpe e uma ditadura militar em pleno coração da UE.

JAIME NOGUEIRA PINTO

OBSERVADOR, 14 mai 2021

Pioneirismo francês

A França foi por muitos séculos vanguardista nas soluções político-ideológicas e institucionais. Com Luís XIV, foi precursora do Estado Absoluto, modelo copiado, décadas depois, como Despotismo Iluminado por outras monarquias europeias; foi também a pátria de Revolução de 1789 e da solução bonapartista, uma reedição moderna do cesarismo romano cujo grande protagonista morreu há 200 anos. E ao longo do século XIX – com a Restauração legitimista, as várias modalidades de monarquia constitucional, o Segundo Império, a Comuna de Paris, a República dos Duques, o protofascismo de Barrès e Drumont, o neo-tradicionalismo da Action Française – nunca faltou à França iniciativa política.

A isto não foi alheio o facto de ser a nação mais povoada da Europa e uma das mais unidas. E foi-o desde o fim da Guerra dos Cem Anos ao reinado de Francisco I e à Revolução. Mas, ainda que no século XIX as coisas tivessem mudado com as progressivas práticas malthusianas e as consequências da modernidade social e de costumes, o pioneirismo político francês voltou no século XX, com o presidencialismo gaullista da Quinta República e o Maio de 68.

Mas ter-se-á esgotado, este pioneirismo francês?

Há quem ache que não e esteja ou alarmado ou agradado, vendo na Carta-manifesto, assinada por umas centenas de oficiais franceses na reserva (cerca de vinte generais, cem oficiais superiores e mil de patente inferior), um apelo ao golpe de Estado. Tanto mais que, por coincidência, a dita Carta foi publicada em Place d’Armes – le Site Engagé de la Communauté Militaire a 21 de Abril de 2021, o dia do 60º aniversário do Putsch dos Generais em Argel.

O golpe de Abril de 61

Em Abril de 1961, quatro generais franceses – Salan, Jouhaud, Challe e Zellerdesencadearam um golpe destinado a impedir a política de independência da Argélia do general De Gaulle.

De Gaulle tinha sido trazido de volta ao poder em 1958 por um movimento popular, o Treze de Maio, promovido pelos militares e pelos franceses da Argélia, europeus e muçulmanos, que queriam continuar franceses. Com o Treze de Maio, veio a queda da Quarta República e o apelo a De Gaulle para que regressasse ao poder do seu exílio de Colombey-les-deux-Églises.

O General aceitou, embora com algumas reservas quanto à Argélia Francesa. Daí nasceu a Quinta República, presidencialista, mas De Gaulle, depois de uma quase completa vitória militar no terreno, não levou por diante a política de integração argelina e iniciou negociações com o Front de Libération National. E os generais deram o golpe.

O golpe foi conduzido por unidades de elite, entre todas pelo Premier Régiment Étranger de Parachutistes, comandado pelo tenente-coronel Denoix de Saint Marc que, em poucas horas, se apoderou de Argel. Mas os revoltosos não quiseram armar os civis, os soldados do Contingente Geral não aderiram e os “putschistas” assustaram-se com os riscos de guerra civil, perante a resistência de De Gaulle, então apoiado por todo o centro, pela esquerda e pela maioria do Corpo de Oficiais, que respeitava a legalidade.

Ao fracasso do Putsch seguiu-se a formação da OAS, a prisão e deserção de muitas dezenas de oficiais pró-Argélia Francesa, a purga de muitos mais e, depois de um ano de terrorismo e contra-terrorismo, a independência da Argélia, em 1962.

Este Putsch dos Generais foi a última intervenção directa da “La Grande Muette” na vida política francesa. Ou a penúltima, porque houve uma outra, quando De Gaulle se meteu num helicóptero e foi a Baden-Baden pedir ao general Massu, comandante das forças francesas na Alemanha, apoio militar para resolver a crise do Maio de 68, com a república ameaçada pela violência esquerdista nas ruas de Paris. Massu recebeu-o e garantiu-lhe o apoio das suas tropas. Em troca, exigiu que os oficiais ligados à Argélia Francesa que ainda estivessem prisioneiros fossem amnistiados e libertados. E foi assim, troca por troca, que De Gaulle voltou nesse mesmo dia a Colombey e a Paris e pôde neutralizar a desordem e ganhar as eleições.

A Carta-manifesto dos generais franceses

A Carta-manifesto dos militares na reserva, dirigida ao Presidente da República, ao governo e aos parlamentares, pretende ser um aviso e uma denúncia dos perigos que ameaçam a França, começando pelo “delírio” que, “através de um certo anti-racismo”, promove “o ódio entre as comunidades” e alimenta “a guerra racial”, numa agressão permanente à História, à cultura e aos valores franceses.

O Manifesto refere a violência racial induzida, as decapitações, os atentados e, sobretudo, a ausência de reacção oficial perante estes actos subversivos. E citando o cardeal Mercier – “Quando a prudência prevalece por todo o lado, a coragem não tem lugar em lado algum” –, os militares signatários apelam aos poderes instituídos, lembrando os perigos do laxismo e do adiamento de decisões. Perigos que poderão conduzir, por desleixo das autoridades competentes, a uma “intervenção dos nossos camaradas no activo, em perigosa missão de protecção dos nossos valores civilizacionais”. E concluem com um aviso: se nada for feito, e perante o risco de guerra civil para “pôr termo ao caos crescente”, os mortos “serão aos milhares” e “da vossa responsabilidade”.

Os culpados do costume

A reacção dos políticos não se fez esperar: o líder da França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon, declarou-se insubmissamente indignado e pronto a pôr cobro a qualquer intervenção pretoriana, pedindo penas exemplares para os signatários; e a ministra da Defesa, Florence Parly, viu no apelo dos militares uma “grande maquinação política da extrema-direita” e uma conspiração “para fracturar a nossa nação”.

E quando Marine le Pen manifestou o seu respeito pelos militares, dizendo que não lhe parecia tratar-se de uma ameaça de golpe de Estado, mas antes de uma legítima denúncia de cidadãos que, até pela sua carreira e experiência, se sentiam especialmente responsáveis pela segurança e defesa nacional, a restante classe política rasgou as vestes. O Ministro da Justiça considerou Le Pen “a comandante-em-chefe dos facciosos”; o Ministro do Interior fez referência à herança do militarismo do pai Le Pen; e uma outra dirigente de esquerda lembrou que o próprio Rassemblement National era, de direito próprio, “um partido de golpistas”.

Ora a Carta, que alguns querem ler como um incitamento a um golpe de Estado de ex-combatentes aos seus camaradas nas fileiras, tem sobretudo que ver com aquilo que ninguém ignora, excepto os que fazem por ignorá-lo: a deterioração securitária em França nas cinturas das grandes cidades, que se transformaram em santuários de crime organizado e de movimentos fundamentalistas e jihadistas, onde a polícia evita entrar. São estas as “múltiplas parcelas da nação” transformadas “em territórios submetidos a dogmas contrários à nossa Constituição” a que se referem os signatários do Manifesto. E o que ressalta da Carta não é a ameaça de golpe: é o facto de nem os redactores do Manifesto, nem a maioria dos seus camaradas no activo quererem os militares envolvidos em operações das quais há tristes memórias em França – em Fourmies, em 1891, em Limoges e Nantes, no princípio do século XX. Ou na Irlanda, com o Exército inglês, no Bloody Sunday, em 1972.

O exército não está preparado para funções de polícia, mas para a guerra. E usar forças militares, treinadas e armadas para a guerra, em operações de ordem pública, onde além de outros problemas técnico-securitários, há sempre o perigo da força excessiva, é um erro que se paga caro. E é a isso que os signatários não querem que se chegue.

Mas pouco importa: aparentemente, os “militares golpistas” que assinam a Carta-aviso e a “extrema-direita golpista” que supostamente os comanda e inspira são os culpados do costume e há que acusá-los – até para desviar as atenções de um problema que se agiganta e que é, sobretudo, de decisão e de coragem política, ou da falta delas.

O golpe que os “golpistas” não querem

O problema é político e não é alheio aos guetos tolerados e às instruções dadas à polícia de “conter mais que reprimir”.

E há, por parte dos militares e de grande parte do povo, a consciência de que um poder fraco, hesitante e inseguro, que tolerou zonas francas de criminalidade, pode sempre cair na tentação de recorrer à tropa se a violência escalar. Neste quadro, a mensagem dos generais e dos seus camaradas na reserva vem sobretudo no sentido de exortar o poder político a ser firme no tempo e no modo do uso da força, para que mais tarde não seja obrigado a recorrer à violência da intervenção militar.

Quanto a Marine le Pen, estará interessada em tudo menos em pronunciamentos pretorianos. Como outros líderes da direita nacional e popular europeia, sabe que nada tem a ganhar com golpes de Estado ou perturbações da ordem republicana. E que, bem pelo contrário, nas sociedades euro-americanas de hoje, com a burguesia dos negócios e os tecnocratas transformados em capatazes de interesses económicos estrangeiros e a agressão dos mandarins da Academia e da Comunicação contra a história e a cultura nacionais, é na comunidade dos cidadãos – e no seu voto – que reside a resistência e a defesa dos valores e princípios da liberdade, da identidade e da cultura nacional.

Assim, desiludam-se aqueles que, com agrado ou com temor, querem ver na Carta-manifesto dos generais um novo pioneirismo político francês, que seria, nem mais nem menos, que um golpe e uma ditadura militar em pleno coração da União Europeia. Nada disso: o mais provável é que a comoção à volta da Carta não vá sequer funcionar como aviso. Ao que tudo indica está já a ser transformada em mais um fantasma no teatro da ameaça fascista. Um fantasma útil para os que os que nada ouvem e pouco fazem se sintam reconfortados e empolgados na “defesa da Democracia e da Inclusão”.

FRANÇA  EUROPA  MUNDO  POLÍTICA  A SEXTA COLUNA  CRÓNICA

COMENTÁRIOS:

Joaquim Almeida: Excelente. A Carta aproveitada como alibi para não enfrentar uma questão explosiva e dificílima.             Mario Areias: Excelente texto. Mais um.            Elvis Wayne: Uma coisa é certa, as hostes Komuno/socialistas têm muito mau perder, se algum dia alguém lhes tira o poder da mão, seja pela via do golpe ou das urnas, é mais que certo que lhes estala logo o verniz, aí é que está o perigo.           Alfredo Vieira: Como já mencionou um leitor, existe uma outra carta (tribune) mais recente (desta semana), desta feita de militares no activo (anónima, dada a perseguição aos corajosos autores que a primeira motiva), e que segue a mesma linha de pensamento (talvez até ainda mais "hard") que a predecessora. A França é capaz de não evoluir para uma ditadura militar, mas desconfio que não vai evoluir para algo muito melhor que isso....       Antonio Castro: Muito boa análise!           Francisco Tavares de Almeida: Solidarizo-me com a comentadora "Simplesmente Maria" pois o assunto foi para mim novidade. E, como habitualmente, apreciei a lição de história.

Contudo não me parece que França consiga evitar o envolvimento militar na manutenção da ordem interna; quer persista o laxismo actual, quer seja eleito o RN             Sata > josé maria (…): Boa tarde Sr. José Maria . Não creio que André Ventura possa ser um ídolo de Jaime Nogueira Pinto. As dimensões a vários níveis são diferentes. Quanto ao texto de Jaime Nogueira Pinto parece-me pertinente pois a situação que se passa em França é de clima de "pré guerra civil" o que levou a esta posição de militares franceses.             josé maria > Sata: Como é que um “populista” vindo do PSD, comentador desportivo, supostamente acolitado por uns sinistros gurus nazi-fascistas, teve em 15 meses capacidade para passar de 68.000 votos para meio milhão?           Observador, 29/1/2021: E como é que agora, decorridos escassos meses após a eleição de 24/1/2021, o Chega passa de 11,9% dos votos (quem fez a transposição de votos do AV para o Chega foi o JNP...) para 6% dos mesmos, de acordo com a mais recente sondagem ? É o que importaria que JNP, também agora, respondesse... Se ele se permitiu fazer a transposição de 68.000 votos do Chega para os 500.000 do AV/Chega, então que nos diga agora porque é que, em tão pouco tempo, o AV/Chega desce 50% da adesão dos eleitores... Ele que fale agora, que nos mostre a sua categoria como politólogo, para explicar a descida abrupta do AV/ Chega, de 11,9% para 6%... Carminda Damiao: Excelente artigo.              R. Lima: Também existe uma tribuna dos militares do activo, bem forte perguntam porque vão morrer em diversos países para combater o islamismo e em Franca esses fanáticos têm toda a liberdade, Sondagem 82% de franceses defendem que precisam de um verdadeiro chefe de estado para impor a ordem (hoje mais um policia em coma por dia 88 mal tratados). A polícia começa a não se descolar nem por assaltos em certas zonas, porque sabe que corre risco de vida . Quando a minoria for menos minoria é a guerra civil certa por isso os militares alertam .             Elvis Wayne > R. Lima: O partido socialista, o partido comunista e o partido socialista 2 (PSD) da França desapareceram do mapa eleitoral praticamente. A única coisa que resta da antiga ordem esquerdoida é o Macron (ex-PS francês) e os totozinhos sem carisma que o acompanham. Mais tarde ou mais cedo (e pelo aspecto da coisa aposto que mais cedo) o Macron é corrido do Eliseu, pois não é tão limpa a sua chance de chegar ao segundo mandato. Sem o Macron, o seu partido colapsa e aí quem é que sobra para governar a França? Ou ressuscitam De Gaulle ou só pode ser Le Pen. Penso que seja muito provável a França desembaraçar-se da esquerda ainda nesta década (mais tardar 2027). Como desde os tempos de Eça que se atesta que Portugal gosta de imitar as modinhas vindas da França, será que Portugal vai seguir esta moda ou permanecer na Idade Média política?           Fernando Pité > R. Lima: Em França, parece ter havido mais de vinte oficiais-generais que foram punidos por chamarem a atenção para aquilo que os civis franceses topam, mas os políticos, à excepção da extrema-direita, parece recusarem-se a ver. Parece que se corre o risco, e não só em França, que os neoliberalismos do período entre-guerras, I e II G.G. não foram capazes de ver e enfrentar, mesmo com o alerta do crescimento dos Fascismos e a guerra  civil Espanhola...           Manuel Magalhães: Excelente e oportuno artigo!!!              Graciete Madeira: Brilhante análise.            Jorge Martins: Excelente artigo. A Europa quase toda tem um problema que se agrava dia a dia com a Imigração e não é uma questão de racismo. Todos o estão a ignorar, o que não o resolve só o agiganta. E como é dito na referida carta chegará o momento em que não vai dar para continuar assim e as coisas vão descambar /França, Inglaterra, Alemanha, Norte da Europa....). Isto não é racismo nem contra-imigração é bom senso. Em Portugal não vamos dar importância nenhuma a isto, primeiro porque somos pobres e a Imigração não está assim tão presente e depois porque é anti-esquerda, anti-amanhãs que cantam anti-discurso vigente. Mas o céu também nos vai cair em cima.         Simplesmente Maria: Obrigada por tudo. Pela escrita de rigor e também pelas notícias "de fora" que a comunicação social "de dentro" omite deliberadamente.         advoga diabo: Esses amantes da ditadura têm o destino traçado, demissão. Agora pedem-se medidas contra os hipócritas que esperavam na sombra o sucesso deles, de que esta crónica e comentários são exemplos caseiros.            Winter Is Here!: A França é uma bagunça. Há muito que deixou de ser um corpo coeso. Há tensões insustentáveis. Foi para isto que as esquerdas trabalharam: criar condições para o conflito violento nas ruas. O mesmo faz o BE em Portugal. Ninguém tem condições para fazer coisa alguma que não seja adiar o inevitável: A seu tempo a Le Pen ganhará eleições; a esquerda mobilizará sindicatos e guetos islâmicos para causar o caos na rua e a França viverá tempos de guerra civil.               José Paulo C Castro > Winter Is Here!: Seria apenas uma guerra urbana. A primeira medida a tomar seria cercar as cidades e os guetos islâmicos. Feito isto, o cenário da guerra civil ficaria isolado nos centros urbanos. Mas, sim, seria feio... O verdadeiro perigo seria a escalada internacional com os países muçulmanos a solidarizarem-se, a UE a tentar intervir, um possível aumento do terrorismo noutro contexto, etc. Isso é que faria o perigo ser grande.     Zacarias Bidon > José Paulo C Castro: Não seria só uma guerra urbana. Eles, os maomerdanos, estão em todo o lado em França. Não conhece a realidade.           Elvis Wayne > Winter Is Here!: Quem semeia ventos colhe tempestades. Quem abarca hordas sem fim de "refugiados", acorda num califado!          Fernando Pité > José Paulo C Castro: Uma Guerra pode ser mais fácil de começar, mas poderá ser mais difícil de acabar. E uma guerra civil, não conhece tréguas, pode não conhecer territórios, e os tratados politico-jurídicos podem ser letra-morta...será a selvajaria desbragada, bem pior que uma disputa, quiçá, entre por exemplo um Benfca/Sporting. Iol!            José Paulo C Castro > Zacarias Bidon: Claro que seria geral, mas fora das grandes cidades só poderia haver guerrilha, depois do exército controlar aquilo. Não estão em número suficiente para criar feudos. Nas cidades, sim. Seria a linha divisória. Ou você acha que num cenário desses os não-islâmicos continuariam quietos?              Maria Nunes: JNP, obrigada por mais um excelente artigo.            Manuel Ferreira21: Excelente análise. Acredito que os herdeiros de Carlos Martel terão força para uma nova Batalha de Poitiers, como a que aconteceu contra o emir de Córdoba.              Fernando Pité > Manuel Ferreira21: Duvido. Os Árabes atravessaram o Estreito  De Gibraltar, ocuparam o El-Andaluz, atravessaram os Pirinéus, e só pararam com a  Batalha de Poitiers. A História pode não ser igual, nem os factos se repetem da mesma forma, e a força anímica pode falhar     mamadorchulo dostugas: A França está minada pelos muçulmanos será difícil mesmo a FN mudar o sistema e nós caminhamos para o mesmo destino  Adelino Lopes:  “…fantasma no teatro da ameaça fascista. Um fantasma útil para os que os que nada ouvem e pouco fazem se sintam reconfortados e empolgados na “defesa da Democracia e da Inclusão”. Muito bom. VICTORIA ARRENEGA: Esta carta parece-me um aviso sério à navegação. A França é um gigante na UE, tem problemas gravíssimos e a agitação social vai continuar e aumentar até muito se Marine Le Pen vencer as eleições. As cidades francesas vão ser palco de guerrilha urbana se a esquerda perder o poder a favor de Le Pen. Em ambos os cenários (manutenção da esquerda que vai permitindo a morte da França, ou um governo de direita), os militares terão de tomar uma posição. Já se chegou a esse ponto. Seria um facto completamente novo na UE, mas provavelmente não seria tão mal encarado assim devido ao perigo para a Europa em que a França se tornou. Por cá a carta dos ex chefes maiores  das FA não pode passar despercebida. Luis Paulo Sousa: Muito bom. Revejo-me a100%             Carlos Quartel: A solução está nos cidadãos, nos cidadãos e nas urnas. O que se passa em França é culpa dos franceses. Se não podem sair à rua, se não se podem queixar, depois de esfaqueados ou degolados, a culpa é deles, para não andarem a brincar aos coletes amarelos. Dêem 51% à FN de Marie Lepen, têm polícia e FA suficientes para limpar as ruas de marginais, racistas e outra fauna que se dedica a queimar carros.   Adriano Marques > Carlos Quartel: Infelizmente os franceses são parecidos connosco... Quando chega o dia da votação ficam em casa ou então votam em comunas ou socialistas encapotados!            VICTORIA ARRENEGA > Carlos Quartel: Infelizmente 51% nas urnas não chega. Representa sim o alastrar de uma guerrilha urbana. VICTORIA ARRENEGA > Adriano Marques: De acordo a 100%. Os Europeus têm sido «amaciados» por décadas de paz. Mesmo a Guerra nos Balcãs passou-nos ao lado aqui no sul da Europa. Tomamos a democracia por garantida e o nosso modo de vida ocidental à prova de ataques. Mas estamos muito enganados.            José Paulo C Castro > Carlos Quartel: A esquerda nunca 'perde' eleições pois nessa fase passa a ser guerrilha e a contestar a vontade popular ditada nas urnas contrárias ao "progressismo". Mesmo quando Thatcher e Reagan obtiveram vitórias clarificadoras, as forças de esquerda passaram à fase da "rua". É aí que surge a "guerra civil" e o seu risco. Tem que ser o poder actual a desarmar a bomba. Caso contrário, uma vitória de LePen será vista como um ataque dos franceses aos "progressistas" que se sentirão legitimados para passarem à fase revolucionária, da guerrilha urbana. O aviso dos militares é sobre esse cenário. Não querem ser chamados a intervir nessa fase pós-eleições. Querem que sejam tomadas medidas antes. Pela esquerda ainda no poder e contra os interesses dos seus eleitorado.     Paulo Cardoso: Por algum lado, tem de começar. A carta é mais um romper do silêncio imposto, nas últimas décadas, pelo politicamente correto progressista. Ainda são poucos aqueles que protestam, mas vão-se fazendo ouvir. Esta carta dos militares é mais um contributo.        Zacarias Bidon: Pole position !

 

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