Pelo menos dá para sonhar … por pouco que seja e por pouco tempo que seja … Mas... onde fica Paulo Portas?
Coragem precisa-se
MEL. Rodrigues dos Santos quer direita
sem “obsessões pelo centro”, “fretes ao PS” ou limites ao diálogo /premium
Líder do CDS encerrou primeiro dia do
MEL com cumprimento especial a Passos, recados para Rio e um apelo: direita
deve conversar entre si. Ayuso, em Madrid, serve de exemplo.
OBSERVADOR, 25 mai 2021,
Como é que a direita pode “fortalecer-se” e voltar às “maiorias
absolutas”, acabando com o ciclo de António Costa no poder? Para os participantes do Movimento Europa
e Liberdade, que
arrancou esta terça-feira, esta é a pergunta de um milhão. E para o
líder do CDS, Francisco
Rodrigues dos Santos, existe um
caminho: é preciso que a direita rejeite a “obsessão pelo
centro” e os “fretes ao PS” e que saiba “conversar” entre si, sem “limitações”.
Foi
no encerramento deste primeiro dia, que tinha já contado com uma intervenção
do líder da Iniciativa Liberal, João Cotrim de Figueiredo, que Rodrigues dos
Santos falou. Desde logo, com um “cumprimento especial” a Pedro Passos Coelho, que
assistia à sessão na plateia. E logo a
seguir com um aparente desafio a Rui Rio:
logo nos primeiros minutos de discurso, o democrata-cristão rejeitou
a “direita envergonhada” e foi mais longe, pedindo a tal direita que rejeite o
centro, que resumiu a “uma ideologia de fachada” que se confunde com “o poder
pelo poder”. Ainda mais claro: “Tem de começar por dizer que é de direita para
um dia ser a direita”.
Ora
quem já disse de forma clara — e pública — várias vezes que o seu foco está no
centro e não na direita é… o presidente do PSD, Rui Rio, que virá esta
quarta-feira discursar para encerrar o evento. Se o recado não era para o
vizinho do CDS e parceiro de coligação autárquica, pareceu.
Para
justificar a defesa desta estratégia, Francisco Rodrigues dos
Santos puxou pelo exemplo madrilenho — há
semanas, a candidata do PP, Isabel Ayuso, venceu as eleições na Comunidade
Autónoma de Madrid com o lema “comunismo ou liberdade”, como recordou o líder
do CDS. “Mostrou
que a direita que conta é a direita que se mobiliza para derrotar a esquerda,
sem timidez, sem pseudo-simpatias, sem pedir autorização para afirmar o que
pensa”, resumiu Rodrigues dos Santos.
Voltando ao exemplo de Ayuso, a
candidata do PP venceu com uma maioria clara mas precisa dos votos do Vox —
pelo menos a abstenção, que já foi garantida pelo partido — para formar o
Governo local. E em
Portugal? Rodrigues
dos Santos deixou uma possível pista sobre o assunto, já no final do discurso:
“Saibamos continuar a conversar entre nós, a combater as limitações que nos
querem impor”, pediu,
apesar de o Chega ter ficado de fora do acordo autárquico que CDS e
PSD assinaram.
Sobre
o próprio partido, e os novos partidos que surgiram à direita — o Chega, mas também a IL — um aviso: “Só é possível
construir uma direita forte com um CDS forte. O espaço do CDS é insubstituível:
aqueles que procuram o CDS fora do CDS não o vão encontrar”.
“Rede do PS é maior e mais poderosa de
sempre”
O
resto da intervenção foi dedicado sobretudo a um conjunto de fortes
ataques ao PS: “O
socialismo tem dividido o Estado pelos amigos”, começou por dizer, numa crítica
semelhante às que Cotrim de Figueiredo tinha tecido na sua intervenção, pela
manhã. “São os verdadeiros Donos Disto Tudo e tratam o Estado como se fosse a
sua casa (…). A rede de poder do PS é hoje a maior e mais poderosa de
sempre, pelos laços que criou e ficaram, pelo arranjo de circunstância com a
extrema esquerda, pelo abatimento da economia e dos cidadãos”.
Além das críticas à carga fiscal e à
insuficiência do crescimento económico português, Rodrigues
dos Santos defendeu ainda que a esquerda e o socialismo “dão
guarida a todos os temas fracturantes de que se lembram todas as minorias, querendo
convertê-los em ideologia oficial do Estado e celebram “revoluções comunistas
nas ruas e praças”; “querem destruir monumentos, cancelar a nossa cultura e
reescrever a nossa História”. O socialismo, rematou, “compromete não apenas o
desenvolvimento, mas a nossa liberdade. E é de liberdade que temos de falar
este ano, mais do que nunca”.
O
líder do CDS lembrou ainda alguns dos casos mais quentes com que o Governo tem
sido confrontado e com que disse lidar com “a decadência moral e
política do comunismo”, como os
erros no currículo do procurador europeu ou a requisição civil em Odemira. Já o
Plano de Recuperação e Resiliência, descreveu, é “um verdadeiro
guião para a estagnação económica”.
Dizendo que o MEL já valeu por estar a mostrar sinais de que “provoca”
e “incomoda”, Rodrigues dos Santos criticou ainda o “politicamente correcto”,
sentenciando: “O país precisa da direita para conquistar essa liberdade.”
Essa
direita, reafirmou, tem de ser “forte”. Para isso, precisará de que o
CDS se fortaleça, reconheceu,
prometendo “colocar o PP no lugar que merece e que sempre foi o seu”,
recordando as experiências de Governo do partido. Objectivo: voltar às “maiorias absolutas, de novo”. E, para o líder do CDS, garantir também a própria
sobrevivência, tendo em conta as sondagens pouco simpáticas com que tem
convivido, a somar a umas eleições autárquicas que acontecerão ainda este ano.
JOÃO
PORFÍRIO/OBSERVADOR
COMENTÁRIOS:
Pedro Pedreiro: Parece me um discurso sólido e na direcção
certa. Fiquei
a simpatizar mais com Rodrigues dos Santos. Espero
que o Observador dê pelo menos a mesma cobertura ao MEL que a que deu ao BE.
Fica aqui o meu pedido para passarem na rádio ou em podcast os discursos dos
líderes partidários. Ou
também o Observador anda a fazer fretes à Esquerda?
Martelo de Belem ....: Já
vem tarde, mas quem sabe....
J. Saraiva Resumidamente,
em termos de intenções de voto (dados do Observador):
Esquerda
- PS + BE + PCP + PAN = 56%
Direita
- PSD + CDS + IL + Chega = 37%
O
lado correcto é o que servir melhor os Portugueses, o que já foi mais do que
comprovado, que não é a situação actual. A única maneira de tirar a geringonça
do Governo, é uma coligação de direita, em que mesmo assim, se vai ter que
trabalhar muito. Deixem-se de elitismos e frescuras, pois não dá para
continuarmos a ter uma direita fragmentada.
Nota
1: Apesar de me considerar de centro-direita, também sei que não há santinhos
na direita. Já percebemos que existe gente na direita a fingir, que faz
oposição. Com que intenções?...
Nota
2: O PS/BE/PCP acham que os Portugueses são tontinhos e que não se apercebem
que a geringonça, nunca acabou.
Paulo Guerra: Realmente o
chiquinho é a pessoa mais indicada para dar conselhos à direita. Também foi ele
que aconselhou um troca-tintas todo borrado que já anda outra vez a mudar o
programa do partido à pressa? Porque chega a um ponto que até para o Marrão
definir o quadro constitucional da direita deve ser complicado. Resta esperar
para ver se no próximo fds em Coimbra o Ventura se inclina mais para a nação,
para a pátria ou para a soberania. Segundo palavras do próprio claro. Porque
não saber quem convidamos para federar a direita... Pelo menos nos próximos 6
meses.
Alberto Gonçalves: Estou
completamente solidário com o nosso querido líder doutor André Ventura e não
aceito que ele tenha de pedir desculpas ao jamaicano.
Alberto
Gonçalves, Militante nr. 869.942, Epidemiologista, Matemático, PhD, MBA e
Professor de Direito Inconstitucional, tudo pela Conservas Imperiais de
Matosinhos e colunista de jornal.
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