A propósito do Dia Mundial da Língua Portuguesa, quis dar-nos o Dr. Salles, um exemplo de escrita onde se interpenetram elementos de duas culturas – a portuguesa e a hindu – em poema recitado por Óscar de Noronha, certamente que também goês, poema da autoria de Adeodato Barreto, autor que eu desconhecia e que escutei, segundo o site fornecido por Salles da Fonseca: https://www.youtube.com/watch?v=62B4lm8E2Ew, no youtube: Poema “O FIM”, além dos textos que procurei na Internet sobre o autor referido.
Não sei se o que levou o Dr Salles a escolher o dito poema, foi a analogia do título - que trata da morte de um filho, o qual tenta, em espírito consolar a mãe, (num discurso pleno de reminiscências de ternura infantil, juntamente com valores de um romanticismo envolto em outros de algum realismo, e mesmo panteísmo, sem grande dimensão, parece-me, no seu tom elegíaco) – tal escolha, repito, foi a analogia do título - “O FIM” - com o estado moribundo da nossa própria língua, actualmente macaqueada, segundo um AO90 que a pretende matar, sem, todavia, o carinho demonstrado no dito poema de Adeodato Barreto. Com o Dr. Salles, nunca se sabe o que está por trás das referências, por isso alvitro a ironia contra a língua própria, num dia, paradoxalmente, a ela destinado, no mundo, o que duvido. Mas não, não tenho a certeza disso, porque o Dr. Salles é um arreigado patriota e orgulhoso defensor da expansão dessa tal nossa língua, que um AO mutilou …
DIA MUNDIAL
DA LÍNGUA PORTUGUESA
HENRIQUE SALLES DA FONSECA
A BEM DA NAÇÃO 05.05.21
https://www.youtube.com/watch?v=62B4lm8E2Ew
"O FIM" de Adeodato
Barreto
dito por Óscar de Noronha (Goa)
Tags: "língua
portuguesa"
NOTAS DA INTERNET:
1 - Adeodato Barreto: Vida e Obra
ADEODATO BARRETO – Goa (1905/1937). Poeta e escritor
luso-goês nasceu em Margão, no antigo estado da Índia sob administração
portuguesa, vindo a falecer em Coimbra. As suas obras contêm importantes
arquétipos e paradigmas da cultura hindu. Nos seus poemas observam-se as noções
de eterno retorno e de transmigração das almas, âncoras da filosofia indiana. A
publicação póstuma do autor – “O Livro da Vida” – contém poemas cuja inspiração
e temática foi encontrar no manancial riquíssimo da cultura Indiana, reflectindo
a sua mente totalmente oriental. Foi ainda um republicano e adversário da
ditadura de Salazar e um cidadão da sempre eterna e pungente Coimbra, lugar de
todas as confluências e de todas as contestações.
2 - «AS DINÂMICAS CULTURAIS EM ADEODATO
BARRETO»
Patrícia Maia de Azevedo
Carvalho Marmelada
RESUMO: Este estudo centra-se em Adeodato Barreto,
permitindo uma reflexão, a partir da abordagem da sua circunstância, sobre os
quinhentos anos de permanência de Portugal em Goa, sobre as características do
colonialismo português, da influência da Igreja Católica e da sua relação com o
Hinduísmo, através das quais se procura perceber as peculiaridades da goanidade
enquanto identidade goesa. As complexidades da sociedade goesa revelam-se na
sua literatura, que evolui de uma fase em que os autores são nativos goeses
criados em meio católico e português, centrada numa temática religiosa católica
para, na transição do século XIX para o século XX, aparecerem autores laicos que
se centram nos problemas reais da sociedade goesa. Nesta altura, surgem
personalidades como Mahatma Gandhi, Rabindranath Tagore e Sarojini Naidu
que perfilham as teses do indianismo e da Independência da Índia, preocupações
que se reflectem também na sociedade goesa. É neste contexto que o
estudo procura compreender a personalidade complexa de Adeodato Barreto, na sua
matriz cristã e hindu, onde o Ocidente e o Oriente se interpenetram. Foi
um importante cultor da literatura goesa em língua portuguesa, na poética e na
ensaística, grande divulgador da civilização Hindu em Portugal, onde
desenvolveu relações epistolares com Rabindranath Tagore, Romain Rolland e
Sylvain Lévi, ao mesmo tempo que desenvolve, em Coimbra e em Aljustrel, um
intenso trabalho social e humanitário.
PALAVRAS-CHAVE: Literatura indo-portuguesa, Goa, identidade goesa,
Hinduísmo, Cristianismo, Índia ANEXO
XXIII – Poema “O fim”
COMENTÁRIOS:
Anónimo 05.05.2021: Henrique,
Agradeço-lhe a iniciativa de divulgar a obra do nosso poeta Adeodato
Barreto através do seu conceituado blog - A
Bem da Nação. Toda a
oportunidade para trazer ao conhecimento da comunidade lusófona, espalhada pelo
mundo fora, as contribuições dos ilustres filhos de Goa, sobretudo do passado,
nos é sempre grata. Muito obrigado pelo seu contributo. António
Fonseca
Anónimo 05.05.2021:
Adeodato Barreto, nasceu em Margão, a 03 de Dezembro de
1905 e faleceu em Coimbra, a 06 de Agosto de 1937. No período em que exerceu
funções de notário, em Aljustrel, ministrou aí, um curso nocturno grátis, a gente
pobre. Esta actividade humanista e anti - fascista chamou a atenção da polícia
política e, por isso, mais tarde, foi preterido, para desempenhar um cargo de
notariado em Goa. Mário Soares,
presidente eleito da República Portuguesa, acompanhado por sua esposa, dra Maria
Barroso, em visita oficial á Índia (1990) prestaram, em Margão, uma singela
homenagem ao escritor de Língua portuguesa e Língua concani, Adeodato Barreto. Lisboa,
03 de Novembro 2020. Álvaro Amorim Pinto.
Henrique Salles da Fonseca 05.05.2021:
Maravilhoso! Obrigada. Abraço. Benilde
Tomaz Fonseca
Henrique Salles da
Fonseca 05.05.2021 : Que lindo! Não conhecia o poeta luso-goês.
Pena ter morrido tão jovem. Obrigada pela partilha! Cumprimentos Manuela Novais Santos
Anónimo 06.05.2021: O filho do
Adeodato, Kalidasa morreu
recentemente em Portugal. Era lider de qualquer Sindicato. Em Margão, mora um
primo, na casa onde Adeodato nasceu. Tem uma Rua com o seu nome em Margão José Maria Miranda
Anónimo 06.05.2021 : Se não fossem os seus esforços, do Óscar Noronha e
poucos outros, o dia Mundial passaria despercebido aos simpatizantes da língua
portuguesa!!! Obrigada, Dr. Sales por
divulgar o poema. Conheci a família de Adeodato Barreto. Lília Maria de Sousa
Henrique Salles da Fonseca 06.05.2021: Gostei. Francisco Gomes
de Amorim (Rio de Janeiro)
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