Coisa antiga
E grada. E está pior e repugna cada vez
mais. Já Cesário Verde o sentiu
bem. Mas como não somos de leituras, não aprendemos. Vamos piorando, em mudança
dos tempos:
PROVINCIANAS : «Olá! Bons
dias! Em março Que mocetona e que jovem A terra! Que amor esparso Corre os trigos, que se movem Às
vagas dum verde garço! Como amanhece! Que meigas As horas antes de almoço! Fartam-se
as vacas nas veigas E- um pasto
orvalhado e moço Produz as novas manteigas. Toda a paisagem se doura; Tímida ainda, que fresca! Bela mulher, sim senhora, Nesta manhã
pitoresca, Primaveral, criadora! Bom
sol! As sebes de encosto Dão
madressilvas cheirosas Que entontecem como um mosto. Floridas, às espinhosas Subiu-lhes o sangue ao rosto. Cresce o
relevo dos montes, Como seios ofegantes; Murmuram como umas
fontes Os rios que dias antes Bramiam galgando pontes. E os
campos, milhas e milhas, Com povos de espaço a espaço, Fazem-se às mil
maravilhas; Dir-se-ia o mar de sargaço Glauco, ondulante, com ilhas! Pois bem. O inverno deixou-nos. É certo. E os grãos e as sementes Que ficam doutros outonos Acordam hoje frementes Depois duns poucos de sonos.
Mas
nem tudo são descantes; Por esses longos
caminhos, Entre favais palpitantes, Há solos bravos, maninhos, Que
expulsam seus habitantes! É nesta
quadra de amores Que emigram os
jornaleiros, Ganhões e trabalhadores!
Passam clãs de forasteiros Nas terras
de lavradores. Tal como existem
mercados Ou feiras, semanalmente, Para comprarmos os gados, Assim há praças de gente Pelos domingos calados! Enquanto a ovelha arredonda, Vão
tribos de sete filhos, Por várzeas que fazem onda, Para as derregas dos milhos E molhadelas da monda. De roda pulam borregos; Enchem então as cardosas As moças desses labregos, Com altas botas barrosas De se atirarem aos regos! Ei-las que vêm às manadas, Com
caras de sofrimento, Nas grandes
marchas forçadas! Vêm ao trabalho, ao
sustento, Com fouces, sachos, enxadas! Ai,
o palheiro das servas Se o feitor lhe tira as chaves! Elas
chegam às catervas, Quando acasalam as
aves E se fecundam as ervas!... II Ao
meio-dia na cama, Branca fidalga, o que julga Das pequenas da sua ama?! Vivem
minadas da pulga, Negras do tempo e da lama. Não é caso que a comova Ver suas
irmãs de leite, Quer faça frio, quer chova, Sem uma mamã que as deite Na
tepidez duma alcova?» ..........(O LIVRO
DE CESÁRIO VERDE)
OPINIÃO: Toda a gente sabia
Há anos que a PJ, o SEF, a PSP e a GNR
conhecem situações como a que se vive em Odemira. São simplesmente casos de
evidente desastre ecológico, de atentado humanitário e de obscena exploração.
PÚBLICO, 8 de Maio
de 2021
Toda a gente sabia que a utilização
da água dos perímetros de rega, tanto em Odemira como em muitas mais
localidades, não estava de acordo com as boas regras técnicas, qualquer que
seja o ponto de vista: da quantidade de água utilizada, das respectivas condições
sanitárias, dos produtos a que essas águas se destinam e dos horários e
calendários de acesso.
Toda
a gente sabia que havia culturas forçadas a mais, estufas mal concebidas e mal construídas,
uso abusivo de culturas hiper-intensivas ou ultra-intensivas. Sabia-se que
havia produção excessiva de hortofrutícolas graças ao uso desmedido de factores
de produção e com abuso de mão-de-obra precária, muito barata e muito mal paga.
Sabe-se que em
certas operações do montado, na criação de gado, nas vindimas e em outros
cultivos intensivos, como olivais e estufas chegadas aos regadios,
especialmente na área de influência de Alqueva, mas também nos perímetros do
Baixo Alentejo e do Ribatejo, o uso e o abuso dos factores de produção, das
condições climáticas e da força de trabalho imigrante e desprotegida são
quase a regra…
Toda
a gente sabia que há, no Alentejo, mas também no Ribatejo, no Algarve e mesmo
em partes das Beiras, agricultores e proprietários sem escrúpulos nem remorsos
que se aproveitam deste sistema sem lei.
Toda a gente sabe que muitos
proprietários deste género de empresas e de negócio entendem que devem ser os
governos e as autarquias a pagar e manter os alojamentos de que eles se servem para
depositar e amontoar os seus estrangeiros em péssimas condições de salubridade
e conforto.
Toda
a gente sabia que os estrangeiros, marroquinos, árabes, sudaneses, nepaleses,
tailandeses, romenos, indianos e outros, vinham para aqui trabalhar por
qualquer preço, em quaisquer circunstâncias, directamente ou através de
terceiros países (como a Espanha), de avião, de comboio, de carro, de camião
TIR ou de barco.
Toda a gente sabia que havia
redes de negreiros e de traficantes de gente que trazem trabalhadores de
qualquer parte do mundo por preços colossais na passagem, mas
irrisórios no vencimento, ficam-lhes com os passaportes, trabalham sem
contrato, sem cláusulas de regresso, sem bilhetes de avião garantidos e só lhes
pagam, quando pagam, muito mais tarde ou nos países de origem.
Mais de 9600 imigrantes viviam legalmente no concelho de Odemira em
2020 MÁRIO CRUZ/LUSA
Toda
a gente sabe que se negoceiam, há anos, documentos oficiais, passaportes,
autorizações de trabalho e residência, atestados médicos, contratos, licenças
de construção de alojamentos e de estufas.
Todos
sabiam que alguns trabalhadores, sobretudo mulheres, mas também homens, deviam
prestar outros serviços íntimos fora das horas de trabalho agrícola.
Toda
a gente sabia que havia dezenas ou centenas de casas onde, em cada quarto
previsto para dois beliches ou quatro camas, dormiam dez ou vinte pessoas, sendo que
muitos destes alojamentos eram subalugados pelos angariadores e negreiros.
Toda a gente sabia que em muitos casos, certamente a maioria de
alojamentos sazonais deste género, não havia água corrente potável, nem água
quente, nem duche, nem banho, nem esgotos.
Toda a gente sabe que as câmaras
estão ao corrente destas situações, defendem a prosperidade económica da região
e do município, sabem perfeitamente em que condições vivem aquelas pessoas, mas
têm de manter a vida e os negócios.
Toda
a gente ficou a saber que as autoridades locais regionais e nacionais, juntas
de freguesias e câmaras municipais, polícias, serviços de segurança social e de
inspecção sanitária, inspecção de trabalho, a autoridade tributária, os
observatórios de tudo que por aí proliferam, os serviços de ambiente e de
protecção da natureza, assim como os de protecção civil, todos estão há muito
tempo ao corrente das situações, todos sinalizaram pessoas e empresas, todos
abriram processos e todos iniciaram inquéritos.
Toda a gente sabe que Odemira está longe de ser o único sítio,
talvez até nem o pior, mas a pandemia desorganizou tudo. Os ministérios da
Agricultura, do Trabalho, da Administração Interna, da Saúde e da Economia, o
SEF, a PJ, a GNR e a PSP estão perfeitamente ao corrente do que se passa, há
anos, nas zonas produtoras destes cobiçados géneros no comércio externo.
O
Ministério da Agricultura e seus serviços conhecem bem o que aconteceu em
Odemira e o que está a acontecer em dezenas ou centenas de locais do país onde
se vive de culturas forçadas regadas, em regime de exploração intensiva, para
fornecer angariadores e intermediários que recolhem e transportam rapidamente
para os centros de exportação que levam aos mercados de primores europeus…
Há anos que a PJ, o SEF, a PSP e a GNR conhecem as situações,
abriram múltiplos processos, sinalizaram muitas pessoas, muitas situações e
muitas instalações, nesta e noutras regiões. São simplesmente casos de evidente
desastre ecológico, de atentado humanitário e de obscena exploração.
Há, todavia, algo que parece desconhecido para as autoridades, os
autarcas e os serviços: o que pensam e sentem as populações locais?
Que efeitos têm, para as suas vidas, estas situações? Que consequências têm
estes factos na saúde dos locais, na educação, na qualidade do ambiente, na
vida económica, no comércio e na vida social?
Toda a gente, ministros, directores
gerais e directores de serviços públicos, polícias, autarcas, deputados,
proprietários, produtores e comerciantes garantiram publicamente que conheciam
a situação, que tinham a consciência tranquila, que cumpriam os seus deveres e
que esperavam que os outros cumprissem também os seus… Um mundo perfeito!
Sociólogo
TÓPICOS
ODEMIRA ALENTEJO IMIGRAÇÃO AGRICULTURA DIREITOS HUMANOS AMBIENTE TRABALHO
COMENTÁRIOS:
Paulo Duarte.905891 INICIANTE: E ainda querem fazer mais uma barragem no Pisão, no
Crato (Portalegre) que é para continuarem a saber que sabem que se soube sempre
! Espantoso! Nuno Pereira INICIANTE: Aqui fala a
personagem que ditou o fim da Reforma Agrária. Que leia os comentários. Tenho
41 anos e não “vivi” esse período. No entanto, não olvidamos. Todos os filhos
de Abril, que também esta personagem roubou. A esta personagem, foi tão limpo o
currículo, que hoje fala com sobranceria de Agricultura. Repito: Não olvidamos!
Nem perdoamos! Jose MODERADOR: Há anos António Barreto, ministro, à frente da GNR e
das forças da repressão expulsou das herdades dos agrários do poder feudal os
operários agrícolas do Alentejo. O Feudalismo acabou naquelas terras da seara.
O celeiro de Portugal foi expropriado daquela força de trabalho de onde sempre
saiu o pão que alimentou gerações. Esses operários agrícolas foram afastados
para fora da sua própria vida e empurrados para a solidão da soleira da porta
de onde viram passar os dias que lhes trouxeram a morte e a extinção. As terras
dos agrários foram postas em pousio, pagando o Estado a vida sem trabalho dos
agrários que venderam o Alentejo ao desbarato a fundos internacionais e a
estrangeiros. Temos no Alentejo A Selva de Ferreira de Castro trazida pela Lei
Barreto, vivo para ver a sua obra. Fowler Fowler EXPERIENTE: Também toda a gente sabia como os proprietários das
quintas do Douro tratavam as rogas de trabalhadores. Sabia-se que estes
trabalhavam de sol a sol, dormiam em enxergas de palha nos palheiros e eram
alimentados a rabos de sardinha e caldos de abóbora. Também toda a gente sabia
do “Bidonville”. Também toda a gente sabia como os jovens trabalhadores
portugueses eram alojados em condições miseráveis em França e noutros países
europeus nos trabalhos sazonais das vindimas e apanha da fruta. Também toda a
gente conhecia a situação e tinha a consciência tranquila. Pena que tenhamos
andado tanto para só aqui chegar... Mario Coimbra INFLUENTE: ...mais uma razão para toda a gente fazer diferente.
Democrata XXI EXPERIENTE: Sem dúvida, toda a gente sabe, da hipocrisia política,
que enquanto vai dando para empurrar com a barriga, assim vai indo, pq mais que
o interesse dos locais, o que importa é o PIB, ainda que gerado à custa da
miséria humana José Luís Sousa EXPERIENTE: Numa câmara municipal vizinha aonde um colega meu
reside por norma constrói-se a mais do que foi aprovado. Quando o mesmo
questionou o fiscal da dita autarquia o mesmo disse que nada pode fazer se não
houver uma denúncia, apesar de ter pleno conhecimento dos factos. Ninguém se
quer chatear, nem o presidente, nem o fiscal com o dito nem os munícipes com o
presidente e vizinhos etc. Este facto anedótico é a realidade alargada do país.
Ninguém está para se chatear. Faltam os incentivos certos a acção. Exemplo se o
fiscal recebe um prémio por cada multa caso resolvido. Se os agentes de
autoridade fossem premiados em promoções ou financeiramente o caso resolvia-se.
Assim temos escravatura moderna. António Marques INFLUENTE: O que António Barreto nos diz já todos sabemos há
milhares de anos: a riqueza das nações, como a das pessoas, só se acumula à
custa do assalto, da exploração dos mais fracos, do estabelecimento de longas
cadeias hierárquicas em que a ética se dilui e o sentimento não tem espelho.
Toda a rentabilidade é bem-vinda, todo o enriquecimento é legítimo e adulado.
Até a denúncia só acontece quando é rentável... viana EXPERIENTE: Toda a gente sabia, é verdade. O que não diz, porque
quer esconder, é quem é que sistematicamente denunciou e se manifestou contra a
situação existente. Quem? Custa-lhe dizer? Não foram os seus amiguinhos no PS,
PSD e CDS, ou os ultraliberais e ainda mais amigos do "negócio" IL e
Chega. Foram BE, PCP, PAN, Verdes. Quem se tem insurgido contra a devastação
ambiental e social da agricultura intensiva, assente no Capitalismo mais
selvagem? Só agora é que "acordou" para a questão, ainda para mais
sendo um antigo ministro da Agricultura? Hipócrita. Zé Goes EXPERIENTE: Sim, Viana, todos sabiam. Mas há uns que têm mais razão
para se envergonhar do seu silêncio. É o caso dos que durante os últimos 10 ou
15 anos governaram ou suportaram os governos. E aqui, meu caro, contam-se
também os que andaram a servir de escudeiros do Governo naquele tempo da
chamada geringonça. Não se ponham de fora que é feio. Incognito INICIANTE: Que "serviços íntímos"? Que horror. A
pandemia sempre serviu para pôr a ferida a descoberto. Assim ficamos mesmo
todos a saber. José Cruz Magalhaes MODERADOR: O único que parece recusar a realidade que desde 1975
se perspectivava, com as profundas alterações, com a recuperação da propriedade
plena das grandes herdades, por proprietários absentistas e elitistas, que
assim que o Alqueva abriu as torneiras, trataram de vender o património a
empresas espanholas e a alguns grupos nacionais de olival e amendoal
intensivos, em simultâneo com a emigração e imigração dos últimos residentes em
idade activa do Alentejo, para escaparem à miséria e à fome, é mesmo o
sociólogo António Barreto. É curioso verificar que ao mesmo tempo que proclama
e escreve que toda a gente sabia da tragédia da mão de obra, explorada e quase
escravizada, seja incapaz de perceber que o modelo de industrialização agrícola
seguido, conduziria a este resultado. mário borges MODERADOR: Ah ah ah ah ah!!! Querem lá ver que o defensor dos
latifundiários e o coveiro da reforma agrária agora virou progressista
agrário?! O Barreto já não odeia foices e martelos? Realmente o mundo dá
voltas... Quem o lê até parece um esquerdista... Mas calma. Ele só está a
aproveitar a onda como um bom surfista. Jose MODERADOR: Caro mário borges Na capa do jornal "Nascer do
Sol" de hoje, 8 de Maio de 2021, António Barreto diz "A Justiça do
antigo regime era mais séria que a de agora". Esta monstruosidade só pode
ser dita com o propósito de denegrir a democracia e lavar o fascismo cuja
justiça condenava em tribunais plenários, fazia emboscadas para assassinar pela
calada da noite, entrava nos domicílios privados para prender e roubar
cidadãos, perseguia, prendia, torturava e matava por delito de opinião,
mantinha prisões políticas e o campo de concentração do Tarrafal. O Povo, em
geral não tinha acesso a justiça nenhuma, nem era cidadão. É dessa seriedade
que António Barreto, que fugiu para a Suíça em jovem, se orgulha. Basta de
criaturas repugnantes nas capas dos jornais. Mario Coimbra INFLUENTE: Portanto sobre o tema em concreto...nada jimi hendrix INICIANTE: A questão é quantas odemiras há por este país fora?...
e onde anda e andou a fiscalização nos últimos 20 anos? Rita Cunha Neves EXPERIENTE: Caro António Barreto, a maior parte das vezes estou em
desacordo com o que aqui escreve. Desta vez não. Concordo inteiramente consigo.
cidadania 123 EXPERIENTE: Só temo
que, à semelhança desta crónica, se misture tudo e assim nem se adoptem as
medidas certas, nem se resolve o que há para resolver. Primeiro, acho estúpido
culpar os empresários que criam riqueza, e pagam o ordenado pelas horas normais
de trabalho. Muitos dos imigrantes disseram ganhar 700/800 euros, fazer 8 horas
dia, e estarem contentes. Há aqui algo errado? Muitos portugueses vivem assim,
a maioria dos funcionários públicos, os policias, etc. Segundo, o que tem de
acabar são as redes que lhes cobram milhares de euros no processo de virem
ilegalmente, aproveitando as leis absurdas ( mesmo tendo sido para isso
avisados) aprovadas pela geringonça. Tem de se alterar a lei e deixar o SEF
fazer o seu trabalho de fiscalizar antes de dar residências ( não legalizam em
bloco todos) Joaquim_Fonseca INICIANTE: Sabia, sabia, mas dava tanto dinheiro à tanta gente.
Agora quando a tempestade passar vai continuar a dar. Sima Qian INFLUENTE: E andam muito preocupados com o racismo que é um
problema residual e não se preocupam com a escravatura laboral a que estão
sujeitos estes trabalhadores agrícolas. Vergonha das vergonhas, principalmente
para os pseudo-arautos da justiça social, a esquerda e os sindicatos. VGSM INICIANTE: Na muche. Todos pugnam pelos ODS e pelo desenvolvimento
sustentável. Estratégias e mais estratégias, declarações, acordos, programas,
planos. Livros brancos, verdes, azuis e outros documentos tais para ao final do
dia pouco ou nada mudar. Odemira hj amanhã outra qualquer indignação que nos
alegre o dia para comentar. Rui Dinis INICIANTE: É o país de
faz de conta, toda a gente sabe mas ninguém faz nada.
Hugo Miguel Campos Rodrigues dos Santos INICIANTE:
E o António Barreto sabia? Escreveu
sobre o assunto como fez Helena Roseta em 2019? Não. O modelo económico é
totalmente errado e vai esgotar-se em alguns anos. Quem beneficia deste modelo?
Como são distribuídos os ganhos? Quem são os donos das explorações? E as
empresas de recursos humanos? E quantos inspectores da Act há para o Alentejo?
3, 2 ou 1? Ao contrário do que diz, há muita coisa que falta saber num assunto
complexo e não basta apontar o dedo ao governo, acenando com conivência ou
corrupção. É preciso saber se este modelo foi incentivado, nem que seja por
omissão. Mas não podemos estar sempre a desconfiar de todas as entidades
públicas quando as coisas correm mal. Por vezes, há falta de meios, de
autonomia, de coragem e de decência. Noutros, corrupção. E noutros dedicação e
empenho e até de sacrifício pessoal e sentido de missão. E nem toda a gente
sabia, nem toda gente escreveu sobre este tema, como agora.
jose DIOGO PEREira INICIANTE: tudo muito bem. Mas pagamos a toda este gentalha para
quê? Paco Silva EXPERIENTE: Há que boicotar o consumo de produtos que chegam destes
exploradores. Os consumidores e os distribuidores (Sonae, Lidl, Aldi,
Jerónimo Martins) não deveriam comprar produtos sem a garantia que não há este
tipo de exploração? E viva a regionalização! Paulo Batista EXPERIENTE: A distribuição deveria mencionar nos seus produtos
"produtos de origem de economia limpa" e não produtos de trabalho
escravo ou de tráfico negreiro. A ganância também mata ... mas mais vale matar
na origem. Começar a comprar nos mercados biológicos que já existem em muitas
cidades deste País em vez de comprar no PD, Continente, Jumbo, Aldi, Lidl ... o
país está cheio de supermercados ... no Algarve mesmo em tempos de pandemia o
número de supermercados aumentou. Qualquer terra tem 2/3 supermercados no
mínimo. OldVic1 MODERADOR: Em
Portugal, os problemas só existem se forem noticiados e isso puser em perigo os
tachos de quem devia actuar e não actuou. Triste país. diogodoismil.864263 INICIANTE: Um Estado incompetente, mentiroso, que assobia para o
lado. Entretanto alteraram a lei da emigração para facilitar a aldrabice e são
milhares de ilegais, uma vergonha. A Europa já devia ter chamado à razão estes
senhores de Portugal, sim, são boys da política a governar o país. Uma
vergonha, mais uma. Armindo Castelo Bento EXPERIENTE: Quando é que passos , portas são presos? pintosa INICIANTE : E a esquerda?
Vale a pena ver o "Sexta às 9" de ontem para conhecer o seu papel
nisto... MMRdM EXPERIENTE: Confesso que eu não sabia o que, segundo o autor, todos
sabiam. Parece-me, porém, que mora neste assunto uma procrastinação crónica, e
vale a pena investigar por que motivo nem os partidos de esquerda, que se
costumam agarrar naturalmente a estas coisas, foram capazes de manter este
assunto na ordem noticiosa do dia. Andamos com discussões parlamentares de
eutanásia e inseminação post mortem, quando, em vida e a querer viver melhor,
temos seres humanos tratados de forma indigna ao abrigo da cortina de estarem
num novo país que não o natal, por sinal um país europeu que hoje mesmo reuniu
no Porto para firmar objecticos 'sociais' para os próximos anos... Mario Coimbra INFLUENTE: Concordo consigo a 100%. Jonas Almeida EXPERIENTE: No que está este projecto do neoliberalismo negreiro a
transformar o país? Como conclui o artigo, num paraíso perfeito - sem
contribuições sociais, fiscais, ou qualquer preocupação com as pessoas. O
melhor aluno excedeu-se, parabéns! Mais um esforço e bate o ideal leopoldino do
estado livre do Congo. Duarte Cabral EXPERIENTE: Jonas, fundos sediados em paraísos fiscais são
proprietários de culturas intensivas no Alentejo (amendoal, olival). Pergunto:
o que é que Portugal ganha com estes investimentos (?): Esgotam os recursos
naturais (a água cada vez mais rara); as maquinas para a apanha, são fabrico
estrangeiro; os impostos pouco os nada pagam e ainda destroem património. Mas
este capitalismo/neoliberalismo não está em obra só na Europa, está no mundo
inteiro. Joao MODERADOR: Concordo com ambos. O mais clamoroso é a referência do
Duarte à água, há dezenas de anos que digo que as contas da água em duches e
campos de golf para turistas está mal feita e somos nós a pagar os furos com
centenas de metros e a desertificação de Portugal dos nossos netos. Joao MODERADOR: Quanto às contribuições ... bom, vejam que os maiores
adeptos das políticas de Bruxelas são os paraísos fiscais Irlanda, Holanda,
Luxemburgo ... e claro a Alemanha. Os outros ... andam alegremente a servir
cervejas a esses e a construir hotéis e campos de golf para esses numa crença
incutida que de outro modo seria pior e mesmo terrível.
Duarte Cabral EXPERIENTE: É isso João, mas graças aos meios de informação
alternativos e a alguns jornalistas aos poucos povo vai abrindo a pestana. Duarte Cabral
EXPERIENTE ...mas graça
aos meios... Jonas Almeida EXPERIENTE: Concordo com vocês, é preciso derrubá-lo em toda a
parte. Foi montado de cima para baixo, será derrubado de baixo para cima.
Roberto34 MODERADOR: O João mente. Quais políticas de Bruxelas? A
política fiscal é da competência exclusiva dos Estados Membros e não da UE. A
UE não define impostos.
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