Que fazem mover os humanos. Ou a brasa
que cada um puxa, para que a sua sardinha fique mais assadinha e apetitosa.
A Notícia ( < Internet) para o assunto tratado por Teresa
de Sousa:
O que discutiu no Parlamento e os
motivos da polémica
«Em cima da mesa no debate de esta
terça-feira estiveram as propostas de lei do Governo que alteram a Lei de
Defesa Nacional e a Lei Orgânica das Forças Armadas e que, à partida, terão
apoio maioritário graças aos votos favoráveis do PS, partido no poder, e do
PSD, que tem também demonstrado estar de acordo com a reforma que concentra
mais poder no Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas….»
ANÁLISE: É assim tão difícil a alguns militares entender o que é uma democracia liberal?
Quem define a doutrina, os conceitos
e a estrutura das Forças Armadas é o poder político.
PÚBLICO, 23 de
Maio de 2021
1.Não é propriamente um mistério a razão pela qual
Governo e PSD estão de acordo sobre a reforma das Forças Armadas que o ministro
João Gomes Cravinho apresentou à Assembleia da República na semana passada
e que tanta polémica tem suscitado, sobretudo entre as altas patentes militares
presentes e passadas. Como não é mistério a razão pela qual o PCP ou o BE
são contra. PS e PSD têm exactamente a mesma concepção do que deve
ser uma democracia liberal, o que até pode ser comum a outros partidos. Mas, para além disso, ambos
estão na base da opção estratégica fundamental que o país fez, restabelecida a
democracia, pela sua inserção na União Europeia e na NATO. Ao longo de décadas, este consenso manteve-se
inalterado. Com ou sem geringonça, Governo e PSD continuam a
consultar-se mutuamente em todas as matérias que têm a ver com a política
externa e de defesa, o que é fundamental nomeadamente para a nossa política
europeia. Desde
o início das conversações para o apoio parlamentar do PCP e do BE a um governo
do PS que a política externa e a política de defesa ficaram de fora de qualquer
acordo e assim continua a ser.
O
que está na base das actuais reformas, que são apenas a conclusão daquelas que
tiveram início em 2009, é a necessidade de adaptar a doutrina e as estruturas
militares não apenas às condições do pós-Guerra Fria e ao novo ambiente
estratégico mundial, com a proliferação de actores e de ameaças “assimétricas”
da mais variada natureza, mas também ao modo de operar das alianças de que o
país faz parte. Que o Partido Comunista critique veementemente estas
reformas, é natural. Fê-lo no Parlamento com absoluta clareza: o Governo quer
subordinar as Forças Armadas (FA) portuguesas à União Europeia e à NATO, o que
quer dizer “aos interesses estratégicos das grandes potências”. Sendo o PCP contra as duas instituições e tendo do
país uma visão soberanista, as suas posições são coerentes. O BE disse mais ou
menos o mesmo, defendendo a “dissolução dos blocos político-militares como a
NATO, uma organização militarista de guerra e não de paz.” Neste domínio, PCP
e Bloco estão a anos-luz de distância do PS, fundamentalmente porque não se
revêem no que designamos por mundo ocidental, com os valores que essa designação
contém e que, aliás, a definem.
2.O que é mais extraordinário, embora
não seja novo, é a oposição, por vezes a passar os limites do que é aceitável
numa democracia, das altas esferas militares, directamente ou através das que
já passaram à reserva ou à reforma, dando por vezes a impressão de que não
aprenderam nada desde que o Parlamento aprovou, em 1982, a primeira revisão
constitucional e a primeira Lei de Defesa Nacional, pondo termo ao longo
período de transição em que o Conselho da Revolução e as FA mantinham uma
espécie de “droit de regard”
sobre a democracia. A incompreensão maior advém do facto de muitos deles terem
passado pela NATO e pelas estruturas de defesa europeias, sabendo por
experiência directa como é que as coisas funcionam nas democracias nossas
aliadas.
Só há, portanto, uma
explicação ou, talvez, duas. A
primeira, que se
manifestou em 2009 e em 2014, quando governos do PS e do
PSD-CDS tentaram reformar as estruturas militares no mesmo sentido, é a defesa corporativa das “quintas” de cada ramo,
com os respectivos poderes e privilégios, que incluem uma maior capacidade de
“reivindicar” o reforço dos respectivos armamentos: submarinos para a Marinha,
F-16 para a Força Aérea, carros de combate para o Exército, argumentando numa
lógica particular e não de conjunto e ignorando os desenvolvimentos
estratégicos e tecnológicos que hoje tornam essas fronteiras cada vez mais
difusas. É tão simples quanto isto, por mais que gostem de pintá-los com as
tintas da eficácia ou do respeito que as suas funções devem merecer do poder
civil. A segunda
razão prende-se com o peso de um passado
do qual continua a parecer difícil libertarem-se. Não apenas o passado dos anos
do PREC, mas da cultura própria dos anos da ditadura, com a elevação da nação
ao estatuto de transcendência como forma de justificar a oposição ao regime
democrático e a defesa do colonialismo tardio. Ouvir hoje ex-chefes militares
experientes a falar das especificidades de Portugal enquanto nação, que
justificam uma cultura própria das Forças Armadas, quando confrontados com a
comparação com os nossos parceiros da NATO, ou é o desespero de quem não tem
mais argumentos, ou uma teimosa percepção do papel dos militares que não tem
grande cabimento numa democracia liberal. Aliás, agora
como antes, há quase sempre nas suas intervenções públicas aquele leve tom de
ameaça velada – quem é que detém as armas, etc.–, absolutamente inadmissível
numa democracia. Apenas dois
exemplos. O GREI (Grupo de Reflexão Estratégica Independente),
constituído por antigos militares,
num documento enviado ao Presidente e aos partidos, argumenta que esta
reforma seria feita “ao arrepio dos princípios e dos valores, da doutrina e dos
conceitos e da cultura da Instituição Militar” que “nem em tempo de guerra tem
lugar”. Para concluir que “seria de tal modo destrutiva das FA, que
jamais seria aceite” por elas. “Jamais seria aceite”. Quem
define a doutrina, os conceitos e a estrutura das FA é o poder político. A pressa e a falta de reflexão são argumentos quase
ridículos, se levarmos em conta que este debate começou em 2009, suscitando
de resto as mesmíssimas reacções da parte dos militares. (Para ter uma
ideia completa do que está em causa, basta ler a opinião de Nuno
Severiano Teixeira, publicada
nestas páginas a 21 de Abril).
3. Outra instituição, a AOFA (Associação dos Oficiais das
Forças Armadas) vai ainda mais longe, dizendo que o “juramento dos militares é
feito perante toda a comunidade, o povo, e não qualquer partido, qualquer
governo, qualquer composição circunstancial da Assembleia da República, ou
sequer perante qualquer Presidente da República”. Se isto não é uma perigosa
manifestação de desrespeito pela democracia, então os subscritores ignoram em
absoluto o que é uma democracia. Espera-se que tenham sido colocados no seu
lugar, nomeadamente pelo Presidente da República.
Esta contestação ao poder
político só não será mais grave nas suas consequências graças ao sólido
consenso amplamente maioritário entre PS e PSD, mas também graças à já longa
experiência das Forças Armadas nas missões internacionais que são hoje a sua
principal razão de ser. Portugal
participa desde 1995 em todas as missões de pacificação e de paz levadas a cabo
no âmbito da NATO e da União Europeia, com ou sem o chapéu das Nações Unidas.
Está hoje ainda no Kosovo, na República Centro-Africana, no Afeganistão ou nos
Bálticos, demonstrando uma assinalável eficiência. Os militares fizeram o seu
caminho, evoluíram na sua cultura institucional, continuarão a cumprir as suas
missões a partir de estruturas de comando mais eficazes e mais adequadas ao que
lhes é exigido.
4. Falta
ainda a “Carta dos 28” que, para
além de incluir ex-chefes de Estado-Maior, tinha as assinaturas de dois antigos
presidentes da República. Convém relembrar algumas coisas. O general
Ramalho Eanes, na sua qualidade de Presidente da República, foi um forte
opositor da revisão constitucional de 1982, que lhe retirou poderes,
nomeadamente na supervisão das FA. Teve pela
frente a determinação de Mário Soares e Sá Carneiro de “limpar” a democracia
portuguesa de quaisquer resquícios de “terceiro-mundismo” herdados da
revolução, que a afastassem de uma normal democracia liberal. Quanto a Cavaco Silva, a explicação também não é
difícil. Basta lembrar que, em Outubro de 1995, se o PS não tivesse chegado ao
poder, Portugal não teria participado na operação militar da NATO que garantiu
a paz na Bósnia – a primeira vez que as FA portuguesas actuavam, no quadro da
Aliança Atlântica, em território europeu desde a I Guerra. Bem podia o seu chefe da Diplomacia, Durão
Barroso, insistir em que “a segurança do
país se defendia na Bósnia”, que a sua posição era inamovível. Teria sido, se
tivesse prevalecido, um sério contratempo à plena integração de Portugal nas
suas alianças, assumindo plenamente as responsabilidades inerentes e não apenas
as vantagens.
Afinal,
tudo se resume ao que o ministro da Defesa disse numa frase, durante o debate
parlamentar. “As Forças Armadas não existem por si próprias, e os
ramos não existem para si próprios. Estão ao serviço da defesa eficaz do
interesse nacional num mundo cada vez mais conflituoso, mais competitivo e em
mudança acelerada.”
TÓPICOS OPINIÃO FORÇAS ARMADAS DEFESA GOVERNO JOÃO GOMES CRAVINHO MILITARES MINISTÉRIO DA DEFESA
COMENTÁRIOS
Mathias
Mecking Weigl EXPERIENTE: Não se revêem no mundo ocidental ou na
sua hipocrisia? mariaestela.rodriguesmartins
EXPERIENTE: Tendo em conta que a NATO continua completamente subordinada aos
EUA e aos seus interesses estratégicos, que não são, no meu entender, os
verdadeiros interesses europeus, não sei por que razão ainda não saímos da
NATO. Jonas
Almeida EXPERIENTE: Eu acho que há aqui mais sintomas do que
causas. Aqui vai um exemplo - dar um salto às obrigações que os nossos
"representantes" nos agrilhoaram por décadas descritas nesta
reportagem do Público há um mês sob o título "O tratado, assinado em
Lisboa, que incentiva o aquecimento global". Depois pensar se não deixou
comprometidas coisas com que as pessoas que os militares protegem como missão
nunca concordariam. Os militares podem ser muitas coisas, mas tropas cipaias ao
serviço da opressão de quem juraram defender esperemos que não. As instituições
da República, parece-me, entraram numa fase que lembra Vichy. Roberto34
MODERADOR: Tenha paciência Jonas. Portugal é uma Democracia e os
Portugueses elegem democraticamente a sua Assembleia. Se não gosta de quem
elegemos e se não gosta que os Portugueses elejam partidos que defendem a UE e
a NATO, então você não é democrata. E essa comparação com Vichy não lembra sequer ao diabo. A UE não
é o regime Nazi. Tenha respeito pelos cidadãos Europeus. AARR
EXPERIENTE: @Roberto34 Cuidado! O Salazar também gostava muito
da NATO e a NATO de Salazar ... Outra coisa - as opiniões do Jonas podem ser
disparatadas e não concordar com elas ... mas afirmar por isso que é ou não
democrata, julgo que se excedeu. Joao
MODERADOR: Tal e qual caro Jonas. Falta mudar o juramento de bandeira que
ainda fala em liberdade e independência, em defender a Pátria, claramente
desfasado da realidade do europeísmo fanático e cego dos dias de hoje.
É inacreditável como os Condes de Andeiro
hoje abundam e propagandeiam a submissão e subserviência sem pudor algum. Roberto34 MODERADOR: Serviu-lhe a carapuça
João? FPS
MODERADOR: Portugal foi feito à espadeirada e à fragatada... é sabido, e
nisso os militares podem ter muita honra e muito orgulho que sem eles não
existiria. Também já lá vai o tempo das golpadas, quase sempre oportunas e
justificadas... outras possivelmente bem humoradas que basta ler "O Conde
d'Abranhos" para nos rirmos com gosto do nosso querido Eça. Imaginar hoje
inimigos soltos e de pesca à linha, é um luxo que nem a totalidade do nosso PIB
pagaria as solas dos sapatos (das botas, melhor dizendo). Os tempos vão sendo
outros... e lendo estas palavras em tom de voz mais elevado de Teresa de Sousa,
fica-se a perceber muito bem por que suas excelências desta vez não têm razão! AARR
EXPERIENTE: Cito: "Mas, para além disso, ambos (PS e PSD) estão na base
da opção estratégica fundamental que o país fez, restabelecida a democracia,
pela sua inserção na União Europeia e na NATO". Não, Teresa de Sousa. Está
a tentar enganar os leitores? A passar por cima de algo que deve ser muito
incómodo para si, como ardente defensora da NATO e das democracias ditas
liberais? Sim, o país optou pela sua inserção na União Europeia. Não, o país,
restabelecida a democracia, não optou pela inserção na NATO. Pela simples razão
de que o país sempre foi membro da NATO. Sim, a ditadura do Salazar foi membro
da NATO! Infelizmente a NATO (e as ditas cujas democracias
"liberais") aceitaram como membro uma ditadura. Acha que como
portugueses devemos estar orgulhosos disso ou agradecer à NATO? Eu não. Joao
MODERADOR: Tem razão, Salazar aceitou o convite para ser um dos sócios
fundadores da Nato e disse a Carmona para assinar a coisa. Hoje as palavras
laudatórias dos Conde Andeiros de agora não diferem na hipocrisia de então em
1949 “Portugal deseja declarar que vê no pacto atlântico norte… um precioso
instrumento de paz” … estando claro em todas as guerras actuais até aos confins
do mundo a bombardear, a matar e a mudar regimes. Jonas
Almeida EXPERIENTE: Sejamos então coerentes AARR, nem a NATO
nem a UE+Maastricht+tratado de Lisboa foram referendados. Referende-se tudo o
que é supra-partidário.
Aguia
INICIANTE: “juramento dos militares
(...) ou sequer perante qualquer Presidente da República”. Se isto não é uma
perigosa manifestação de desrespeito pela democracia, então os subscritores
ignoram em absoluto o que é uma democracia." 1. Que tem o juramento dos
militares (o acto em si) a ver com democracia? Ou será que só depois do 25 de
Abril é que os militares prestam juramento? Claro que o juramento é perante o
Povo. 2. Elucidativo que TS cite Severiano Teixeira: é director do IPRI,
"think tank" ligado à FLAD, que representa civilmente, os interesses
dos EUA em Portugal. 3. Elucidativo que os militares não queiram ficar sob a
tutela directa da NATO: eles bem sabem que a missão no Kosovo serve para
"branquear" a ilegal intervenção da NATO/USA, que agiu contra a
posição da ONU na ex-Jugoslávia.
Tristão
Bretão EXPERIENTE: Perante o Povo, em democracia, significa
perante os seus representantes legitimamente eleitos, em particular os que
constituem as mais altas instâncias do poder democrático, a que os militares
estão sujeitos (quer gostem, quer não gostem). E fingir que não se percebe isto
é prestar um péssimo serviço ao espírito democrático. A tropa não existe no ar,
está enquadrada por outras instituições e responde perante essas instituições. Jonas
Almeida EXPERIENTE: Eu acho a representativa de um regime que
não consulta o povo directamente para nada, muito menos para transferências de
soberania, muito questionável. Partidos e eleições até a Coreia do Norte tem, e
tinha o salazarismo. A legitimidade e a representatividade de partidocracias em
que menos de 1/3 da população portuguesa confia (inquérito Pordata) deixa as
instituições da república cada vez mais perdidas. Joao
MODERADOR: Meu caro, torna-se difícil que os militares que emanam da
população ajam contra esta ou se sujeitem a participar em canalhices a mando de
outros. Daí o recurso a estrangeiros ou estrangeirados ou doutrinados no
estrangeiro, senão mesmo mercenários, que se disponibilizam facilmente para os
trabalhos sujos. Tristão
Bretão EXPERIENTE: Jonas, a comparação parece-me perfeita:
quer o salazarismo, quer a Coreia do Norte funcionam ou funcionavam
praticamente da mesma forma que as democracias liberais europeias. Daí que
ambas as entidades - as salazaristas e as coreanas - sejam célebres por nutrir
infinita admiração pelo espírito liberal. De tal modo que vou enviar cópia
desta coluna de comentários directamente para Pyongyang, onde a prática de
acusar as autoridades de não representar a população está largamente instituída
e é todos os dias exercida na imprensa livre. Eles ficarão felizes de saber
que, no nosso cantinho, lhes seguimos o exemplo! Roberto34
MODERADOR: Sim Jonas, já todos sabemos que as Democracias da Europa são
como a Coreia do Norte. Quando é que você deixa de escrever disparates? José
Luís Sousa EXPERIENTE: A coisa é simples de se perceber. Homens
que todos juntos têm centenas de anos de experiência profissional, dizem: esta
é uma má reforma. Se estivéssemos a falar de médicos ou juízes que contestassem
uma reforma institucional, tenho a certeza que a sociedade como um todo iria
ouvir com uma maior atenção. Agora como são militares existe um preconceito
qualquer que não entendo. Num país que ao contrário da Dinamarca e outros têm
uma história de envolvimento militar na política desde o séc XIX, a ideia de
concentrar o poder militar e permitir uma maior politização do mesmo através da
escolha de promoções contratos e afins devia ser evitada. Quem crê que as
mesmas escolhas lá por serem feitas pelo o arco do poder são garante de
democracia esquece que o hoje não é o amanhã. AARR
EXPERIENTE: Sobre a reforma - pode ter mérito. Sobre a reacção de algumas
agremiações, as citadas GREI e AOFA, são feitas num tom que não é admissível.
Sobre as reacções de ex-presidentes - têm o direito de as ter e expressar e não
parece que tenham sido feitas de forma desrespeitosa - e deveriam ser
ponderadas, embora possam acabar por não ser acolhidas na lei. Afinal vivemos
em democracia ou não? Ou nas democracias "liberais" como TdS gosta
sempre de sublinhar, devemos calar e aceitar os modelos da NATO sem mais? Sobre
a NATO muito mais haveria a dizer. TdS é uma "atlantista" inveterada,
e não perde oportunidade de lhe tecer loas. Acontece que a NATO não é as Nações
Unidas, nem têm superioridade moral relativamente ao resto do mundo. Noutro
comentário referirei a curiosa (!) relação Portugal-NATO Aguia
INICIANTE: AARR, concordo que efectivamente TS é uma atlantista inveterada.
No entanto, em relação a TS, coloco reservas: é muito mais
"atlantista" com Biden do que com Trump - porquê?; não se conhecem
posições de TS contra as intervenções da NATO/USA noutras localizações (Balcãs,
Norte de África). Será que estas localizações são "Atlântico Norte"?
Por que razão a NATO/USA passou de aliança defensiva na Guerra Fria para uma
política expansionista bélica? Será que isso interessa aos povos Europeus? Eu
não quero que os meus impostos sejam gastos a matar líbios e jugoslavos
(sérvios)! Ainda para mais sabendo que os problemas das migrações na Europa têm
raízes nas intervenções no Norte de África ("Primaveras Árabes"...).
Basta consultar as edições do Público de há 10 anos para perceber muita coisa... Joao
MODERADOR: Meus caros, se o Banco de Portugal é uma dependência do Banco
Central Europeu e já não obedecendo a Lisboa, se as Leis de Bruxelas nem já são
traduzidas nem lidas quando aprovadas pelo Parlamento em Lisboa, etc agora o
Chefe do Estado Maior receberá directamente as missões de Bruxelas. Jonas
Almeida EXPERIENTE: Chego à mesma conclusão que o João: pôr a
tropa ao serviço da mesma Bruxelas a que obedecem cegamente Gaspares e Centenos
(basta ver o NB ...) serve quem? Roberto34
MODERADOR: Essa é fácil Jonas, serve os interesses da larga maioria dos Portugueses.
Aqueles que dão maioria Parlamentar a partidos que defendem a integração
Europeia. Se não gosta da Democracia, problema seu. Félix
Carlos EXPERIENTE: “Zitti e buoni” é o título da canção
vencedora. Mal traduzido poderia ser o nosso “comer e calar”. As várias
intervenções públicas, até de alguns militares, na reserva, pouco importa,
sobre este assunto foram sempre construtivas, no sentido de acautelar. Fica bem
destinar missões algures num contexto mundial, mas torna-se problemático se
acabam em nenhures. É importante que se reforme, se discuta e se aprove no
lugar certo, isto é, no parlamento. Sendo um processo evolutivo, perfectível,
não se pode deixar para trás o factor humano e pensar que é suficiente a
logística e a tecnologia para levar a cabo as missões. Os bons modelos
ajustam-se à realidade. Têm razão os que preferiram não ficar calados quando o
que está em jogo é a diferença entre ser ou não capaz e ter a vontade de bem
fazer. Ceratioidei
MODERADOR: Absolutamente de acordo, tudo se resume ao que o Ministro da
Defesa disse: “As Forças Armadas não existem por si próprias, e os ramos não
existem para si próprios. Estão ao serviço da defesa eficaz do interesse
nacional num mundo cada vez mais conflituoso, mais competitivo e em mudança
acelerada.” Claro que existem ideias diferentes sobre a reforma das FA. Da discussão
nasce a luz, mas neste caso só há luz para a discussão ad aeternum, serve para
justificar as quintas que faziam sentido no século passado. Na era digital há
novos desafios, tem de haver novas soluções. SE
EXPERIENTE: Esta sobranceria recorda-me a que nos fez aderir ao euro ou ao
acordo ortográfico: quem contesta, ou tem motivos pouco virtuosos, ou é
"atrasadinho". Aliás, nem é preciso contestar, basta manifestar
preocupação. Jose
MODERADORCaro SE: É o velho argumento de Salazar: "Quem não está por
mim está contra a nação, é comunista!" A democracia está, cada vez, em
piores mãos. Tristão
Bretão EXPERIENTE: Basta manifestar preocupação?! Os
militares ameaçam com desobediência ao poder político democraticamente eleito:
«Outra instituição, a AOFA (Associação dos Oficiais das Forças Armadas) vai
ainda mais longe, dizendo que o “juramento dos militares é feito perante toda a
comunidade, o povo, e não qualquer partido, qualquer governo, qualquer
composição circunstancial da Assembleia da República, ou sequer perante
qualquer Presidente da República”. Se isto não é uma perigosa manifestação de
desrespeito pela democracia, então os subscritores ignoram em absoluto o que é
uma democracia.» Mas isto não preocupa SE nem Jose - e por aí se vê até onde
vai o sentimento democrático que os anima. Já para não falar no sentido da
verdade - que em ambos os casos é nulo. SE
EXPERIENTECaro Tristão, o seu comentário difamador é um bom exemplo, ainda
que em forma tosca, daquilo que afirmo. Tristão
Bretão EXPERIENTE: Tosca é Vossa SElência, na forma como nem
sequer respondeu ao argumento que defendi apoiando-me no texto comentado. Não
quer ler o que os oficiais escreveram, passe-lhe uma tira de alcatrão por cima.
Mas não venha depois dizer que quem difama são os que lêem. O que está escrito
está escrito. Alexandre
Pinto-Fernandes INFLUENTE: Há muito que tinha perdido a paciência
para ler TdS e os seus comentários onde cita abundantemente o Financial Times e
o The Economist. Ex que sou alertado para esta excelente prosa onde coloca os
pontos no iiii sobre um tema deveras irritante. O dos militares que ainda não
entenderam que passados quase 50 anos do 25 de Abril quem manda é o poder
civil. Até se compreendem algumas das suas lamúrias e queixinhas de meninos
birrentos. A perda de poder e sinecuras. Mas que raio, um país de opereta com
dezenas de generais e almirantes e quase nenhuns cabos e sargentos. É hora de
esses respeitáveis senhores se remeterem ao silêncio das suas reformas douradas
e deixarem Portugal seguir o caminho de uma democracia liberal moderna e
sofisticada. E deixarem-se de ameaças que só os envergonham a eles e a nós. Tristão
Bretão EXPERIENTE:Subscrevo o elogio ao artigo de Teresa de
Sousa - e os termos do elogio.
Roberto34
MODERADOR : Subscrevo também. Jose
MODERADOR:
As Forças Armadas têm uma
cultura e uma identidade institucional. Não são indiferenciados en stock à
espera de ordens do topo da NATO ou dos falcões dos EUA que é a mesma coisa. A
soberania nacional foi entregue a essa NATO dos falcões da guerra do Ocidente
contra o Oriente em nome do projecto de poder hegemónico e totalitário dos EUA
sobre todo o mundo. A soberania aduaneira, monetária, financeira, cambial,
bancária, de negócios estrangeiros, fiscal e da Justiça foi entregue à UE do poder
fático dos tecnocratas de Bruxelas e do BCE submetidos aos lobbys do sistema
financeiro internacional. A adequação das Forças Armadas a esse modelo de
submissão suscitou justa indignação dos patriotas que não respiram submissão
como ar puro. Roberto34
MODERADOR: Sempre a mesma propaganda mentirosa que você escreve. A nossa
soberania não foi entregue a ninguém. É partilhada e com o consentimento
Democrático e voluntário dos cidadãos Portugueses. Tristão
Bretão EXPERIENTE: Ninguém como um militante do PCP para
defender a mais conservadora de todas as instituições portuguesas, que é a das
FA. E tudo para manter intacta a retórica construída (e nunca desfeita) no
tempo da gloriosa URSS... Desde 1989 que o PCP vive esta autêntica
esquizofrenia histórica, incapaz como é (salvo no plano pragmático da caça
eleitoral) de repensar a sua visão do mundo e o seu sistema de juízos. Sem
leitura inteligível do cenário mundial, vê-se depois no aperto de defender
aberrações tão obviamente anti-marxistas como a dinastia sinistra que governa a
Coreia do Norte. Não há nada mais engessadamente ideológico do que o vazio de
ideias históricas que o PCP recobre de retórica pseudopatriota. Francisco
Pinto dos Santos INICIANTE: Não vale copiar os textos do Avante! Este
artigo, tal como todos os escritos por TdS só tem uma classificação, sublime.
Para os mais distraídos recordo que esta reforma tendo o apoio do PS, PSD e CDS
tem o apoio de mais de 3/4 da população portuguesa, e dos seus representantes.
Os que não concordam são os que “embrulham” há 47 anos e vão continuar a
“embrulhar”. Ponham Nívia, alivia… Francisco
José Assis Miranda INICIANTE: Tinha deixado de ler a Teresa de Sousa
por entender que, por qualquer razão não conhecida, se tinha auto-limitado
intelectualmente ao estatuto menor de uma analista sectária e acrítica. Alguém
me alertou para este texto. Aborda o tema em questão com absoluta precisão.
Isto só demonstra quão necessário é que a inteligência permaneça sempre livre. Manuel Pessoa EXPERIENTE: Num País, infelizmente de quintas como TS
bem sabe, não admira que os militares (debaixo de cujas saias o País se tem
escondido sempre que pode ou precisa) desconfiem das propostas dos políticos.
Partilho essa desconfiança, até porque duma coisa podemos ter certeza - os
militares sabem mais do que vai lá por casa do que os teóricos que episódica e
transitoriamente são chamados a dirigir FAs, sob a figura da Defesa. O mesmo
relativamente aos investimentos, e a falta deles, a fazer nas FAs. Se os
políticos forem capazes de, ao menos, definir o que esperam delas (com
prioridades e grau), talvez não se repitam investimentos de que todos
desconfiamos e que, é bom lembrar, tiveram patrocínio politico. Vemos que esta
quinta causa muitos engulhos. Porquê? para dar exemplo às outras quintas?
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