Só o Dr. Salles para repor uma tal coincidência de datas, o Tratado de Zamora mantendo-se pela imprecisão convencional
– mas taxativa - do “ano” que, esse sim, fixámos – 1143, data da “Fundação de Portugal”, e portanto
da Monarquia portuguesa,
na memória das comemorações, mantendo-se apenas a da República – 5 de Outubro de 1910, como data única
que o feriado recorda hoje, nos discursos.
Mas existe a referência de Maria Clara, com a sua voz de oiro, para recordar o facto, embora numa "marcha de Lisboa":
A GRANDE MARCHA DE
LISBOA DE 1955, POR MARIA CLARA
É Lisboa,
venham vê-la
São de sonhos
as graças que encerra!
Só Deus sabe
se foi estrela
E baixou lá
de Céu à terra.
Tem craveiros
à janela;
No amor é
leal ardente.
A falar não
há voz mais bela
A cantar
não há voz mais quente.
Refrão:
Esta Lisboa
bendita
Feita cristã
pra viver
É a
menina bonita.
De quem tem
olhos pra ver.
Moira sem
alma nem lei,
Quis dar-lhe
o Céu cor e luz
E o nosso
primeiro rei
Deu-lhe nova
grei
E o sinal da
cruz.
Nas airosas
caravelas
Tempo após
com génio profundo.
Cruz
sangrando, sobre as velas
Portugal
dilatou o Mundo.
E a Lisboa
ribeirinha
Ao impor a
sua cruz na guerra
Foi então a
gentil rainha
Ante a qual
se curvou a Terra.
Retrão
Esta
Lisboa Bendita
Feita cristã
pra viver
É a menina
bonita,
De quem tem
olhos pra ver.
Moira sem
alma nem lei
Quis dar-lhe
o Ceú cor e luz,
E o nosso
primeiro rei,
Deu-lhe nova
grei
E o
sinal da cruz.
HENRIQUE SALLES DA FONSECA
A BEM DA NAÇÃO, 05.10.21
5 de Outubro de 1143 - Quem não
conhece esta data não é bom português.
Tags: história
COMENTÁRIOS:
Anónimo 05.10.2021: Não é bom
português, nem bom aluno de História, Henrique. Nunca me esqueço que no 5º ano
(nosso), numa prova oral, que não estava a correr bem, o examinador perguntou
ao meu colega qual a data de fundação de Portugal. O colega não soube responder
e o professor mandou-o sentar. Estava chumbado. Nunca mais me esqueci da
data!... Pelos vistos, o 5 de outubro é ecuménico – os monárquicos e os
republicanos têm razões para se felicitar, embora os motivos estejam distanciados
de quase 8 séculos… Por razões que adivinhas, Henrique, tenho ultimamente
recordado muitas cenas vividas por mim, no passado longínquo, apesar de ainda
não ser tempo de proferir “rosebud”, como Orson Welles o fez em “O mundo a seus
pés”. Mas, ainda hoje, a propósito da proclamação da República, lembrei-me de
que minha avó paterna costumava dizer que, no tempo da Monarquia, os políticos
republicanos prometiam que em regime republicano o “bacalhau seria a pataco”. É
claro que isso, ainda segundo a minha avó, nunca aconteceu. Se já nessa época
as promessas não eram para se cumprir, por que haveria de ser agora? Não há
motivo… Abraço. Carlos Traguelho
NOTAS DA INTERNET:
Tratado de Zamora
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Assinatura do Tratado de Zamora.
Painel de azulejos do início do século XX, em Portimão.
O Tratado
de Zamora foi um diploma
resultante da conferência de paz entre D. Afonso Henriques
e seu primo, Afonso VII de Leão, assinado a 5 de Outubro de 1143.[1] Alguns
historiadores consideram a assinatura do tratado como a declaração de independência de Portugal e o início
da dinastia afonsina. Nesse dia, simpatizantes
da causa monárquica costumam celebrar o nascimento do Reino de Portugal, embora
a razão oficial que o torna feriado nacional
seja a implantação
da República, em Portugal, em 1910.[carecede fontes]
Em Braga foi revogado o
anterior Tratado de
Tui datado de 1137-
Após
a vitória na batalha de Ourique, em 1139, D. Afonso Henriques rompeu o tratado de
paz com Tui e invadiu a Galiza. Em resposta, o exército de Afonso VII de
Leão e Castela entraram em terras portuguesas e desceram até às montanhas
do Soajo,
em direcção a Arcos de Valdevez. Os dois exércitos acabaram
por se encontrar, em 1141, no Vale do Rio Vez,
para disputar aquele que ficou conhecido como Torneio de Arcos de Valdevez ou Recontro de
Valdevez. Esta
espécie de contenda/torneio medieval evitou uma batalha quase certa que deu uma
importante vantagem aos portucalenses e às ambições autonomistas do seu jovem
monarca.
D. Afonso
Henriques beneficiou então da acção desenvolvida, em favor da constituição do
novo Reino de Portugal, pelo arcebispo de Braga,
D. João Peculiar. Este procurara conciliar os dois primeiros e fez com
que eles se encontrassem em Zamora nos dias
4 e 5 de Outubro de 1143 na presença do cardeal
Guido de Vico.
Todavia, não usou, entre 1128 e 1139,
o título de rei, mas de "príncipe" ou de "infante", o que
significa, decerto, que não podia resolver por si próprio a questão da sua
categoria política; isto é, devia admitir que ela dependesse também do
assentimento de Afonso VII, que era, de facto, o herdeiro legítimo de Afonso VI. Mas também não usou nunca o
título de "conde", que o colocaria numa nítida posição de
dependência para com o rei de Leão. |
os termos do tratado, Afonso VII concordou em que o Condado Portucalense passasse a ser reino,
tendo D. Afonso Henriques como seu rex (rei).
A soberania portuguesa, reconhecida por
Afonso VII em Zamora, veio a ser confirmada pelo Papa Alexandre III só em 1179, mas o título de rex,
que D. Afonso Henriques usava desde 1139, foi confirmado em Zamora, comprometendo-se então o monarca português, ante o
cardeal, a considerar-se vassalo da Santa Sé, obrigando-se, por si e pelos seus
descendentes, ao pagamento de um censo anual.
A partir de 1143 D. Afonso Henriques vai
enviar ao Papa remissórias declarando-se seu vassalo lígio e comprometendo-se a
enviar anualmente uma determinada quantia de ouro. As negociações vão durar
vários anos, de 1143 a 1179.[9]
Em
1179 o Papa Alexandre III envia a D. Afonso Henriques a Bula Manifestis probatum",
na qual o Papa aceita que D. Afonso Henriques lhe preste vassalagem directa,
reconhece-se definitivamente a independência do Reino de
Portugal sem vassalagem em relação a D. Afonso VII de Leão (pois nenhum
vassalo podia ter dois senhores directos) e
D. Afonso Henriques como primeiro
rei de Portugal, ou seja, Afonso I de
Portugal.
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