terça-feira, 19 de outubro de 2021

De acordo


Com Luís Rosa, acerca de Cavaco Silva que muitos igualmente apoiam, num retomar passadista que oxalá se nos impusesse novamente. É claro que mereceu os costumeiros menosprezos dos habituais manipuladores dos ditirambos ao governo que lhes justifica as manhas. Mas gostei do texto, embora me pareça, como a alguns comentadores, que Rangel não terá carisma governativo para se impor com autoridade. O provérbio da nossa experiência diz-nos que “Se queres conhecer o vilão, põe-lhe uma vara na mão”. Realmente, não é de uma vara que se precisa mas de bom senso, coragem e dinamismo nas mãos de um governante. E de um povo que quisesse o mesmo, sem se deixar manipular pelos que, definitivamente, apenas pretendem a anarquia.

A memória do cavaquismo e a candidatura de Rangel /premium

Ao assumir a profunda transformação social e económica operada pela governação de Cavaco Silva, Rangel procura a inspiração certa para liderar o PSD e corrige um dos erros históricos da direita.

LUÍS ROSA, Redactor Principal e colunista do Observador

OBSERVADOR; 18 out 2021

1Enquanto o país está distraído com uma suposta crise político-orçamental — que a concretizar-se levará a eleições antecipadas que não interessam a ninguém e que não alterarão o actual quadro político —, o PSD, o principal partido da oposição que tem a obrigação de liderar uma alternativa ao PS, está a passar por um momento definidor do que vai ser nos próximos anos.

Fortalecido por uma vitória surpreendente no Conselho Nacional (por ter conseguido derrotar Rui Rio num órgão que este supostamente dominava e logo por números esmagadores), Paulo Rangel avançou para uma candidatura a líder do PSD com um discurso forte, muito bem estruturado e com as mensagens certas.

E o que disse Rangel? Teve uma mensagem clara e totalmente contrastante com a liderança de Rui Rio em dois planos:

Interno. Prometeu unir e agregar os diferentes pensamentos do partido contra o tribalismo de Rio e, se vencer as eleições, chamará os derrotados (nomeadamente rioístas) para a sua equipa;

Externo. Quer fazer uma oposição firme, assertiva e responsável e defende um novo posicionamento do PSD que deixa de estar exclusivamente ao centro, hirto e imóvel, para respeitar aquele que sempre foi o core eleitoral. Do centro-esquerda à direita moderada; dos social-democratas aos liberais, conservadores e cristãos-democratas. Rangel quer, e bem, um ‘catch-all party‘ que lidere uma maioria reformista e termine com a longa estagnação económica desde 2000.

2O momento mais marcante do discurso de Paulo Rangel foi a evocação do “Portugal não pode parar” — o mote da campanha do PSD para as legislativas de 1987, nas quais Cavaco Silva veio a ganhar a primeira maioria absoluta e iniciou o período de maior transformação económica e social desde o 25 de Abril.

Chamar de forma explícita esse período histórico ‘à conversa’ corresponde à correcção de um dos grandes erros do centro-direita dos últimos 30 anos: a desvalorização da herança da governação de Cavaco Silva entre 1985 e 1995.

Vamos ser claros: com a excepção da vitória a 25 de Novembro de 1975 das forças moderadas lideradas por Mário Soares sobre o PCP e a extrema-esquerda, que abriu caminho à implementação de uma democracia representativa, não há nenhum período de transformação política, económica e social que se assemelhe aos dez anos dos governos cavaquistas.

O Portugal que existe hoje foi essencialmente estruturado entre 1987 e 1995 — o que, ao mesmo tempo, também é o reconhecimento de que o país, com a excepção da entrada para o Euro (cujas bases foram lançadas por Cavaco), nunca mais voltou a ter reformas tão profundas como aquelas que ocorreram nesses longínquos anos.

Sendo impossível descrever neste artigo tudo o que os governos de Cavaco fizeram, é factual afirmar que não há nenhum sector fundamental da sociedade que não tenha sido reformado. Só alguns exemplos. Infra-estruturas (a rede de auto-estradas e os IP’s e os IC’s revolucionaram a acessibilidade), a Administração Pública (novo sistema de organização e remuneratório), Justiça (o Código de Processo Penal revolucionário de 1987 que permitiu a especialização do Ministério Público), o Planeamento (a criação dos planos de gestão do território, como o Plano Director Municipal, e das comissões de coordenação regional), o Ambiente (a criação de uma consciência social sobre essa temática e da respectiva organização do Estado), os Media (privatização da imprensa escrita e liberalização dos mercados da rádio e da televisão) e a Saúde e a Educação — foram tantas a mudanças nestes dois últimos sectores, é impossível destacar uma ou duas.

Talvez a base para tudo isto tenha sido a revisão constitucional de 1989 (acordada entre o PS de Constâncio e Sampaio) que concluiu o desmantelamento do período revolucionário (iniciado com a Constituição de 1982 da AD de Francisco Pinto Balsemão) e permitiu a construção de uma verdadeira economia de mercado com a liberalização dos sectores fundamentais e o fim da irreversibilidade das nacionalizações — liberalização essa que, por sua vez, é responsável pelos níveis recorde de investimento directo estrangeiro que levaram à criação de emprego sustentável e a um aumento generalizado dos salários.

Cavaco recebeu um país em 1985 com uma taxa de inflação a rondar os 20%, em que as taxas de juro atingiam os 30% e um défice público de 11% do PIB. As suas políticas levaram a um crescimento médio anual do PIB acima dos 4% (chegou a crescer 7,86% em 1990), o PIB capita quadruplicou (de 2.305 euros em 85 passou para 8.879 euros em 95) e a inflação baixou para 4,2% em 95. O nosso PIB per capita em 1995 correspondia a 81% da média da União Europeia (os dados existentes começam precisamente em 95), enquanto que em 2020 a projecção é de apenas 77% da média da UE.

E não, os fundos europeus da CEE não explicam tudo. Basta consultar os dados da Pordata para perceber que os dois governos Guterres receberam proporcionalmente mais dinheiro europeu, não tiveram uma crise mundial como a de 92/93 (pelo contrário, tiveram melhor conjuntura) e não atingiram nem metade dos resultados de Cavaco.

Os resultados da governação cavaquista são inequívocos e indesmentíveis. Foi um período perfeito? Não, não foi. Houve erros graves na interacção com os restantes poderes do Estado, os sectores das pescas e da agricultura foram seriamente prejudicados com a entrada na Comunidade Económica Europeia (por via do tratado de adesão que tinha sido negociado pelo Governo do Bloco Central, é certo) e o nível de corrupção foi preocupante.

3E porque digo que Paulo Rangel está a corrigir um grande erro? Porque desde sempre que o centro-direita se deixou condicionar com a narrativa dos “governos de maioria absoluta absolutista” criada pela esquerda, quase como se estivéssemos perante um Executivo autoritário e ilegítimoe não perante o primeiro-ministro mais votado nos quase 50 anos que já temos de democracia e o que mais fez crescer economicamente e socialmente o país.

A menorização dos resultados extraordinariamente positivos do cavaquismo sempre foi a estratégia da esquerda que contou, inclusive, com a cumplicidade de uma certa direita elitista e snob do “Independente” de Paulo Portas.

Entre as meias brancas e a timidez transformada em arrogância, tudo serviu para atacar Cavaco — e esse “tudo” ainda hoje ajuda a definir uma parte importante da esquerda portuguesa porque se resume à seguinte ideia: o homem não tinha o direito natural de liderar o país. Porquê? Por que não tinha feito as coisas certas:

Não pertencia à classe social certa. ‘Apenas’ tinha a origem social de 90% dos cidadãos de um país desgraçadamente pobre e miserável na maior parte do séc. XX.

Não tinha lido os livros certos e muito menos tido a educação literária que se impunha, como se ler Baudelaire, Balzac, Flaubert, Stendhal, Tolstoi ou Dostoievski fosse condição mais importante para governar um país do que dominar as ciências económicas ou jurídicas.

Pior: não era frequentador assíduo do São Carlos ou da Gulbenkian e muito menos estava nos círculos jornalísticos.

Enquanto esta mesma esquerda aristocrática tudo perdoou a Mário Soares (e muito foi necessário perdoar), tudo cobrou (e ainda cobra) a Cavaco Silva da forma mais despudorada possível. E mais extraordinário: conseguiu impor à direita a forma como deve olhar para Cavaco, que é o seu líder histórico, como Rangel acaba por reconhecer no seu discurso.

Historicamente, aliás, esta é uma distorção que algum dia terá de ser resolvida. Enquanto a direita reconhece desde há muito, o papel inquestionável de Mário Soares na construção da democracia, uma parte importante da esquerda, com o seu espírito de superioridade e revanchista, sempre fará tudo para denegrir e atacar a legitimidade histórica do cavaquismo.

4É por tudo isto que a evocação do sucesso do cavaquismo por parte de Paulo Rangel tem importância. Até porque além da evocação explícita, Rangel começou o seu discurso contra as elites aristocráticas e imobilistas, que levam a “elevados níveis de reprodução” e promovem a “promiscuidade”, “endogamia”, “clientelas” e a “cultura da ‘cunha’, da cumplicidade e do compadrio.”

Partir da “revolução social” promovida pelo cavaquismo, que “sonhou e lançou as bases da criação de uma grande e forte classe média”, para construir um projecto reformista e mobilizador que derrote António Costa e crie as condições para que todos os portugueses possam “subir na vida”, independentemente da sua origem social — é um sinal evidente de que Rangel quer assumir sem complexos o legado da governação cavaquista.

Outro ponto importante do seu discurso é a ênfase que colocou na ideia das duas décadas perdidas desde 2000 que significam a estagnação e o empobrecimento relativo a países europeus nossos concorrentes direitos, que tinham sido realçados pelo artigo de Cavaco Silva no Expresso.

Não são só os socialistas (Guterres e Sócrates) que são responsabilizados. Indirectamente, e apesar das atenuantes de terem tido de lidar com o procedimento de défice excessivo em 2002 deixado por Guterres e com a bancarrota provocada por Sócrates em 2011, Durão Barroso/Santana Lopes (2002/2005) e Passos Coelho (2011/2015) também acabam por ser criticados. A importância dada à palavra “esperança” é um sinal de que Rangel também aprendeu com os erros do passismo.

5Houve igualmente outro momento de contraste face a Rui Rio que me agradou particularmente. Refiro-me à defesa firme do Estado de Direito e de princípios estruturantes como a separação de poderes, o que significa que o PSD de Paulo Rangel defenderá a independência do poder judicial e a liberdade de imprensa sem restrições.

Rio desbaratou completamente todo o património de Passos Coelho na defesa da independência do poder judicial, nomeadamente na luta contra a corrupção — de que a nomeação da procuradora-geral Joana Marques Vidal por parte do Presidente Cavaco Silva, por proposta da ministra Paula Teixeira da Cruz, foi o melhor exemplo. Não só desbaratou, como queria (e continua a querer) transformar-se no Viktor Orban português, controlando o poder judicial e ameaçando regularmente os jornalistas com mais regulação para os ‘pôr na linha’.

Paulo Rangel disse sem espinhas que isso nunca acontecerá. Recuperou assim a herança de Passos de respeitar o livre funcionamento dos mecanismos de freios e contra freios que qualquer democracia representativa tem de ter. Rangel faz bem porque é a única forma de o PSD afastar de vez o risco reputacional claro que o mandato de Rui Rio sempre comportou.

6Dado o pontapé de saída, veremos se Paulo Rangel, que parte claramente como favorito, terá concorrência na corrida à liderança. Continua a existir a hipótese de Jorge Moreira da Silva avançar para uma candidatura, tal como o Expresso noticiou este sábado. Atendendo às suas capacidades políticas e executivas, seria sempre um bom contributo para uma campanha mais esclarecedora.

E ainda há a ponderação que Rui Rio está a fazer — uma ponderação que não deixa de ser estranha quando o actual líder do PSD considera que foi o vencedor “político” das autárquicas. Acresce que Rio sempre gostou de elogiar a sua coragem pela candidatura vitoriosa à Câmara do Porto em 2001 contra “as sondagens” e os jornalistas.

Agora que se transformou num dos poucos líderes social-democrata a perder um Conselho Nacional, está a pensar em fórmulas matemáticas que providenciem uma resposta sobre se deve avançar com uma recandidatura.

Se Rio tem a clara convicção (como tem) de que a sua estratégia é a mais correta, se persiste (como persiste) em não reconhecer minimamente, os erros crassos que cometeu desde que chegou à liderança do partido em 2018 e se está tão convencido (como sempre esteve) de que o posicionamento ideologicamente diversificado defendido por Rangel está errado, então só tem uma opção: recandidatar-se e ir a jogo.

Isso, sim, será um exemplo de coragem política. Se não for, será exactamente o oposto.

PSD  POLÍTICA  ANÍBAL CAVACO SILVA  PAÍS  PAULO RANGEL

COMENTÁRIOS:

Ping PongYang: Aqui no Obs (e não só) não vão descansar enquanto não oferecerem de mão beijada uma maioria absoluta ao PS do Doutor Costa em 2023. Se o Doutor Rui Rio se fartar de vez duma certa casta de "dirigentes" do PSD que há muito tempo perdeu o contacto com o eleitorado, é 100% garantido.        Maria Augusta > Ping PongYang: Espero bem que assim seja. Se os xuxo-comunas têm andado a comer a carne deixada por Passos Coelho, tem de chegar a hora de roerem os ossos fruto das aldrabices, cativações, desinvestimento e desgoverno xuxareco.            Ping PongYang > Maria Augusta: Isso, "Dona Augusta", alegre-se. Porque bem vistas as coisas atéa "Senhora" tem muito mais probabilidades de vir a ser PM ou PR que o Rangel e o Paços juntos. Como vê, está cheia de sorte !             Ediberto Abreu: Eu não digo...já começou a baba e ranho dos inconformados

Sérgio: Excelente!

Anarquista Inconformado: Na realidade o que chora a direita descambada para a sua realidade poucochinha, o desaparecido troncho de Santa Comba bem podem implorar por Cavacos e outros que tais, essa miséria já foi e felizmente não vota. Agora tomem nota para acabarem de vez com as vossas ilusões, o elevado número de abstencionistas são pessoas envergonhadas por em algumas alturas das suas vidas, se terem deixado enganar por semelhantes vigaristas.

Joaquim Moreira: Lamento profundamente que Luís Rosa, na linha do Observador, seja de Rui Rio um grande detractor. Na verdade, esta crónica é um verdadeiro panfleto primário do apoio a um candidato e ao seu programa sumário! Mesmo que se trate de um comentário, era de muito bom tom que não fosse tão sectário. Mas, sinceramente, a opinião é livre numa democracia ainda muito pouco consistente. Por isso, a minha opinião é muito diferente. E vou mais uma vez repeti-la de forma muito transparente. Não faz qualquer sentido comparar o tempo do "cavaquismo", com esta nova fórmula de socialismo! Não é preciso ser muito inteligente, para perceber que se trata duma solução nada transparente. Que dificulta muito a acção de qualquer oposição. Mas há um tema que não entendo efectivamente. Por que razão se ataca tanto um político sério, corajoso e transparente?! Mas pode estar descansado, que Rui Rio não vai desistir de tentar mudar este Estado! A ponderação e o tempo da decisão, só prova que se trata de um político de eleição!

Pedromi: Luís Rosa, tem toda a pertinência e seriedade intelectual na análise que faz...à conta dos srs, ditos, de abril, já tivemos três intervenções do FMI. E o mais triste, é que vamos a caminho da quarta.

Ediberto Abreu: Basta dar uma leitura pelos comentários, para constatar que Cavaco Silva continua a ser o único Homem (sim com H maiúsculo) que os ditos de esquerda mais temem. Isto porque ele sempre os apontou (e com razão) os maiores parasitas, que por qualquer país onde tenham passado ou ainda persistam, só deixaram a um povo a fome e a desgraça, não deixando de a sua nomenklatura viver no luxo.           Anarquista Inconformado > Ediberto Abreu: Só se for, num país de anões. Num país da Europa do século XXI, existe um partido composto por dois, um é o Partido Popular Democrata o outro é o Partido Social Democrata e dão pelo nome PPD/PSD. E ainda existe gente, que diz que pertence a esta aberrante falcatrua? Que futuro para esta pobre gente, só o caixote do lixo da Europa pois para mais não tem préstimo nem engenho.

Carlos Oliveira > Anarquista Inconformado: No caixote da Europa já nós estamos e isso deve-se às sucessivas desgovernações socialistas, particularmente a actual. ..........             Maria Augusta > Anarquista Inconformado: Oh camarada, falcatrua é o que a comunada jurássico-genocida inventou há muitos anos, com o advento dos Verdes que no fundo são comunas descarados travestidos de ecologistas para simplesmente a comunada ter o dobro do tempo de antena que a legitimidade democrática lhes daria.

Uma chico-espertice típica de gente rasteira.

Tutto Gama: Rangel parece um misto de Pacheco Pereira e de Guterres. É um intelectual com grande conversa, mas sem capacidade de liderança e de governação. O PSD precisa de alguém com o perfil de Cavaco, nisso concordo, mas não é Rangel. Querem pôr um teórico a governar o país?

Harry Dean Stanton: O Rosa gosta muito de apelidar terceiros de tudólogos, a quem como se vê nem chega aos calcanhares. Valia mais continuar só como avençado do Carlos Alexandre contra o seu maior inimigo na imprensa. E abre logo a coluna a mentir com quantos dentes tem na boca quando diz que “Rangel de forma totalmente contrastante promete chamar os derrotados para a sua equipa”?! Em primeiro lugar de promessas está o mundo cheio e Rio chamou efectivamente todos os que se lhe opuseram em eleições internas. Logo a começar pela liderança parlamentar onde manteve Fernando Negrão. E até já tinha convidado Santana Lopes para liderar o Conselho Nacional. Aliás se há político em Portugal que convidou sempre os seus opositores internos a integrar as mais variadas listas esse político é Rui Rio. Diga-se em abono da verdade e justiça lhe seja feita no meio de tanto disparate que também fez. Mas abrir uma coluna de opinião logo a mentir descaradamente tem a vantagem de todos sabermos ao que vem Luís Rosa.

Joaquim Rodrigues: O País não precisa de mais Cavaquismo, embora o Cavaquismo tivesse tido algumas virtudes, mas também muitos defeitos. O País precisa é de “Sá Carneirismo” que, em alguns aspectos, era precisamente o contrário do Cavaquismo. Na verdade, o grande drama do PSD e do país foi o assassinato de Francisco Sá Carneiro que, sendo um político conhecedor e culto, conhecia bem os “atavismos” da sociedade portuguesa, herdados do Salazar e mantidos pelo Cunhal, no PREC. Esses atavismos, por força do assassinato de Sá Carneiro, perpetuaram-se até aos dias de hoje, como é o caso do “Estatismo” e “Centralismo” do actual Regime, os quais são atributos típicos dos estados totalitários. Na verdade, após o assassinado FSC nunca mais o PPD/PSD foi o que era. Apesar disso, na vida do partido, continuou a pairar, como se de uma assombração se tratasse, a contradição entre o legado "ideológico" de FSC (representada nas bases do partido) e os interesses de uma “oligarquia” em recomposição, interessada em recuperar e consolidar, à custa do “Estatismo e do Centralismo”, as benesses de Estado, do Proteccionismo de Estado e do Orçamento de Estado, do antigamente. Em algumas ocasiões a “Oligarquia” conseguiu pôr lacaios seus à frente do PSD (e do PS) e continua a sonhar com o dia em que, acabe definitivamente com PSD de Sá Carneiro, e passe a designar a seu bel prazer, os seus “lacaios” para líderes do PSD. Não foi o caso de Passos Coelho. Hoje, a última esperança que temos é que haja uma vaga de fundo no PSD capaz de eleger alguém que honre a memória de Francisco Sá Carneiro e seja capaz de lutar pela libertação da sociedade civil, pela liberalização da economia, pela descentralização do poder político e por tirar a “oligarquia”, entretanto recomposta, da mesa do Orçamento de Estado e dos Fundos Comunitários. Esse "programa político" continua por cumprir e é cada vez mais urgente.

André Ondine: Excelente texto. Um texto oportuno e até corajoso, no Portugal habilidoso em que vivemos. Claro que os avençados do bando habilidoso, como o nosso mestre de citações inquinadas, José maria, saltaram logo da toca e desataram a disparar os disparates do costume. Números inquinados, ofensas baratas e batidas (como “múmia”), preconceitos de quem diz combater preconceitos...o costume. Mas o texto de Luís Rosa é imbatível e muito justo. A “esquerda” habilidosa e o “comentarismo “ Marques Lopes dão-se mal com factos históricos reais, mas é bom que alguém não tenha medo de os expor. ………………………

josé maria: A memória do Costismo, que o Luís Rosa não conseguirá escamotear... Estudo da Pordata mostra que Portugal melhorou "consistentemente" nos indicadores de pobreza e exclusão social, abandono escolar, desemprego de longa duração, entre outros           Carlos Dias: Mais alguns anos de António Costa e acaba-se a desigualdade social e o risco de pobreza Ficamos todos pobres e iguais aos cidadãos da Venezuela

Elvis Waynejosé maria: Sabes o porquê de a desigualdade ser menor? Porque estamos todos cada vez mais igualmente na pobreza. Sabes o porquê do Risco de Pobreza ser menor? Não está em "risco de pobreza" quem já lá se encontra. …………..

Manuel Dias: Meu Caro Luís Rosa: Parabéns pelo seu artigo. Duma forma clara e assertiva mostra toda uma realidade vivida pelos portugueses. Cavaco foi efectivamente quem teve coragem para romper com as elites marxistas e estalinistas e conduziu o país ao único período de verdadeira prosperidade no após 25A. Após o seu magistério, que teve deficiências, só não erra quem não faz, o socialismo estatizante e esbanjador tomou conta do país. Guterres fugiu com medo do pântano que criou ao fim de 7 anos de parole, parole. Da época de Durão/Santana pouco há a dizer porque também não foi bom Veio Sócrates que ao fim de 7 anos entregou o país falido e com um empréstimo de 78 milhões às costas. Pedro Passos Coelho teve a coragem de fazer o que seimpunha fazer perante a situação. Foi difícil mas os portugueses deram-lhe a vitória nas eleições. Costa o habilidoso e traiçoeiro socialista inventou a geringonça para se alcandorar ao poder a que está agarrado e sempre com apoio de um PR que faz tudo o que Costa quer que seja feito desde que isso lhe dê popularidade. Estamos de novo em fim de ciclo socialista e o país de pantanas. Alguém deverá tomar conta da coisa. Só o PSD ou a direita, anti-socialista terá capacidade para por fim ao extermínio da classe média e ao empobrecimento a que o socialismo sempre conduziu o país. Rangel pode não ser a personagem ideal para assumir esse papel mas ao mostrar a coragem de lembrar Cavaco e Passos como os dois grandes activos do Centro Direita. Já é muito. As elites e os jornaleiros sempre odiaram os que não comiam com eles. Boliqueime e Massamá são locais que os farsantes da parole canhota acham indignos de poderem ser origem de portugueses sérios e capazes de os enfrentar e tornar Portugal num país onde haja lugar para os portugueses trabalhadores e que têm coragem para arriscar

Mario Almeida: Cavaco Silva é o político mais importante da democracia portuguesa. O resto é azia.

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