Com Luís Rosa, acerca de Cavaco
Silva que muitos igualmente apoiam, num retomar passadista que oxalá se nos
impusesse novamente. É claro que mereceu os costumeiros
menosprezos dos habituais manipuladores dos ditirambos ao governo que lhes
justifica as manhas. Mas gostei do texto, embora me pareça, como a alguns
comentadores, que Rangel não terá carisma
governativo para se impor com autoridade. O provérbio da nossa experiência diz-nos
que “Se queres conhecer o vilão, põe-lhe uma vara na mão”. Realmente, não é de uma
vara que se precisa mas de bom senso, coragem e dinamismo nas mãos de um
governante. E de um povo que quisesse o mesmo, sem se deixar manipular pelos
que, definitivamente, apenas pretendem a anarquia.
A memória do cavaquismo e a candidatura de Rangel /premium
Ao assumir a profunda transformação
social e económica operada pela governação de Cavaco Silva, Rangel procura a inspiração certa para
liderar o PSD e corrige um dos erros históricos da direita.
LUÍS ROSA, Redactor
Principal e colunista do Observador
OBSERVADOR; 18 out
2021
1Enquanto o país está distraído com uma
suposta crise
político-orçamental — que a
concretizar-se levará a eleições
antecipadas que não
interessam a ninguém e que não alterarão o actual quadro político —, o PSD,
o principal partido da oposição que tem a obrigação de liderar uma alternativa
ao PS, está a passar por um momento definidor do que vai ser nos próximos anos.
Fortalecido
por uma vitória surpreendente no Conselho Nacional (por ter conseguido
derrotar Rui Rio num órgão que este supostamente dominava e logo por números
esmagadores), Paulo Rangel avançou para uma candidatura
a líder do PSD com um discurso forte, muito bem estruturado e com as mensagens
certas.
E o que disse Rangel? Teve uma
mensagem clara e totalmente contrastante com a liderança de Rui Rio em dois
planos:
Interno. Prometeu unir e agregar os diferentes pensamentos
do partido contra o tribalismo de Rio e, se vencer as eleições, chamará os
derrotados (nomeadamente rioístas) para a sua equipa;
Externo. Quer fazer uma oposição firme, assertiva e
responsável e defende um novo posicionamento do PSD que deixa de estar
exclusivamente ao centro, hirto e imóvel, para respeitar aquele que sempre foi
o core eleitoral. Do centro-esquerda à direita moderada; dos
social-democratas aos liberais, conservadores e cristãos-democratas. Rangel quer, e bem, um ‘catch-all party‘ que lidere uma
maioria reformista e termine com a longa estagnação económica desde 2000.
2O momento mais marcante do discurso de Paulo Rangel
foi a evocação do “Portugal não pode parar” — o mote da campanha do PSD para
as legislativas de 1987, nas quais Cavaco Silva veio a ganhar a primeira maioria
absoluta e iniciou o período de maior transformação económica e social desde o
25 de Abril.
Chamar de forma explícita esse período
histórico ‘à conversa’ corresponde à correcção de um dos grandes erros do
centro-direita dos últimos 30 anos: a desvalorização da herança da
governação de Cavaco Silva entre 1985 e 1995.
Vamos ser claros: com a excepção da vitória a 25 de Novembro de
1975 das forças moderadas lideradas por Mário Soares sobre o PCP e a
extrema-esquerda, que abriu caminho à implementação de uma democracia
representativa, não há nenhum período de transformação política, económica e
social que se assemelhe aos dez anos dos governos cavaquistas.
O Portugal que existe hoje foi
essencialmente estruturado entre 1987 e 1995 — o que, ao mesmo tempo, também é
o reconhecimento de que o país, com a excepção da entrada para o Euro (cujas
bases foram lançadas por Cavaco), nunca mais voltou a ter reformas tão
profundas como aquelas que ocorreram nesses longínquos anos.
Sendo
impossível descrever neste artigo tudo o que os governos de Cavaco fizeram, é
factual afirmar que não há nenhum
sector fundamental da sociedade que não tenha sido reformado. Só alguns exemplos. Infra-estruturas (a rede de auto-estradas e os IP’s e
os IC’s revolucionaram a acessibilidade), a Administração Pública (novo sistema de organização e
remuneratório), Justiça (o Código de Processo Penal revolucionário de 1987 que
permitiu a especialização do Ministério Público), o Planeamento (a criação dos
planos de gestão do território, como o Plano Director Municipal, e das
comissões de coordenação regional), o Ambiente (a criação de uma consciência
social sobre essa temática e da respectiva organização do Estado), os Media
(privatização da imprensa escrita e liberalização dos mercados da rádio e da
televisão) e a Saúde e a Educação — foram tantas a mudanças nestes dois últimos
sectores, é impossível destacar uma ou duas.
Talvez
a base para tudo isto tenha sido a
revisão constitucional de 1989
(acordada entre o PS de Constâncio e Sampaio) que concluiu o desmantelamento do período
revolucionário (iniciado com
a Constituição de 1982 da AD de Francisco Pinto Balsemão) e permitiu a
construção de uma verdadeira economia de mercado com a liberalização dos sectores
fundamentais e o fim da irreversibilidade das nacionalizações — liberalização
essa que, por sua vez, é responsável pelos níveis recorde de investimento directo
estrangeiro que levaram à criação de emprego sustentável e a um aumento
generalizado dos salários.
Cavaco
recebeu um país em 1985 com uma taxa de inflação a rondar os 20%, em que as
taxas de juro atingiam os 30% e um défice público de 11% do PIB. As suas
políticas levaram a um crescimento médio anual do PIB
acima dos 4% (chegou a crescer 7,86% em 1990), o PIB capita quadruplicou (de 2.305 euros em 85 passou para 8.879 euros em 95) e
a inflação
baixou para 4,2% em 95. O nosso
PIB per capita em 1995 correspondia a 81%
da média da União Europeia
(os dados existentes começam precisamente em 95), enquanto que em 2020 a projecção é de apenas 77% da média da UE.
E não, os fundos europeus da CEE não
explicam tudo. Basta consultar os dados da Pordata para perceber que os dois governos Guterres receberam proporcionalmente
mais dinheiro europeu, não tiveram uma crise mundial como a de 92/93 (pelo
contrário, tiveram melhor conjuntura) e não atingiram nem metade dos resultados
de Cavaco.
Os
resultados da governação cavaquista são inequívocos e indesmentíveis. Foi um
período perfeito? Não, não foi. Houve
erros graves na interacção com os restantes poderes do Estado, os sectores das
pescas e da agricultura foram seriamente prejudicados com a entrada na
Comunidade Económica Europeia (por via do tratado de adesão que tinha sido
negociado pelo Governo do Bloco Central, é certo) e o nível de corrupção foi
preocupante.
3E porque digo que Paulo Rangel está a corrigir um grande erro? Porque desde sempre que o centro-direita se deixou
condicionar com a narrativa dos “governos
de maioria absoluta absolutista” criada pela esquerda, quase como se estivéssemos perante um Executivo
autoritário e ilegítimo — e não
perante o primeiro-ministro mais votado nos quase 50 anos que já temos de
democracia e o que mais fez crescer economicamente e socialmente o país.
A
menorização dos resultados extraordinariamente positivos do cavaquismo sempre
foi a estratégia da esquerda que contou, inclusive, com a cumplicidade de uma
certa direita elitista e snob do “Independente” de Paulo Portas.
Entre
as meias brancas e a timidez transformada em arrogância, tudo serviu para
atacar Cavaco — e esse “tudo” ainda hoje ajuda a definir uma parte importante
da esquerda portuguesa porque se resume à seguinte ideia: o homem não tinha o direito natural de liderar o país.
Porquê? Por que não tinha feito as coisas certas:
Não
pertencia à classe social certa. ‘Apenas’ tinha a origem social de 90% dos
cidadãos de um país desgraçadamente pobre e miserável na maior parte do séc.
XX.
Não
tinha lido os livros certos e muito menos tido a educação literária que se
impunha, como se ler Baudelaire, Balzac, Flaubert, Stendhal, Tolstoi ou Dostoievski
fosse condição mais importante para governar um país do que dominar as ciências
económicas ou jurídicas.
Pior:
não era frequentador assíduo do São Carlos ou da Gulbenkian e muito menos
estava nos círculos jornalísticos.
Enquanto
esta mesma esquerda aristocrática tudo perdoou a Mário Soares (e muito foi
necessário perdoar), tudo cobrou (e ainda cobra) a Cavaco Silva da forma mais
despudorada possível. E mais extraordinário: conseguiu impor à direita a forma
como deve olhar para Cavaco, que é o seu líder histórico, como Rangel acaba por
reconhecer no seu discurso.
Historicamente,
aliás, esta é uma distorção que algum dia terá de ser resolvida. Enquanto
a direita reconhece desde há muito, o papel inquestionável de Mário Soares na
construção da democracia, uma parte importante da esquerda, com o seu espírito
de superioridade e revanchista, sempre fará tudo para denegrir e atacar a
legitimidade histórica do cavaquismo.
4É
por tudo isto que a evocação do sucesso do cavaquismo por parte de Paulo Rangel
tem importância. Até porque
além da evocação explícita, Rangel começou o seu discurso contra as elites
aristocráticas e imobilistas, que levam a “elevados níveis de reprodução” e
promovem a “promiscuidade”, “endogamia”, “clientelas” e a “cultura da ‘cunha’,
da cumplicidade e do compadrio.”
Partir
da “revolução social” promovida pelo cavaquismo, que “sonhou e lançou as bases
da criação de uma grande e forte classe média”, para construir um projecto
reformista e mobilizador que derrote António Costa e crie as condições para que
todos os portugueses possam “subir na vida”, independentemente da sua origem
social — é um sinal evidente de que Rangel quer assumir sem complexos o legado
da governação cavaquista.
Outro ponto importante do seu discurso
é a ênfase que colocou na ideia das duas décadas perdidas desde 2000 que
significam a estagnação e o empobrecimento relativo a países europeus nossos
concorrentes direitos, que tinham sido realçados pelo artigo de Cavaco Silva no
Expresso.
Não
são só os socialistas (Guterres e
Sócrates) que são
responsabilizados. Indirectamente, e apesar das atenuantes de terem tido de
lidar com o procedimento de défice excessivo em 2002 deixado por Guterres e com
a bancarrota provocada por Sócrates em 2011, Durão Barroso/Santana Lopes
(2002/2005) e Passos Coelho (2011/2015) também acabam por ser criticados. A importância
dada à palavra “esperança” é um sinal de que Rangel também aprendeu com os
erros do passismo.
5Houve igualmente outro momento de
contraste face a Rui Rio que me agradou particularmente. Refiro-me à defesa firme do Estado de Direito e de
princípios estruturantes como a separação de poderes, o que significa que o PSD
de Paulo Rangel defenderá a independência do poder judicial e a liberdade de
imprensa sem restrições.
Rio
desbaratou completamente todo o património de Passos Coelho na defesa da
independência do poder judicial, nomeadamente na luta contra a corrupção — de que a nomeação da procuradora-geral Joana Marques Vidal por parte do Presidente
Cavaco Silva, por
proposta da ministra Paula
Teixeira da Cruz, foi o
melhor exemplo. Não só
desbaratou, como queria (e continua a querer) transformar-se no Viktor Orban português, controlando o poder judicial e ameaçando regularmente
os jornalistas com mais regulação para os ‘pôr na linha’.
Paulo
Rangel disse sem
espinhas que isso nunca acontecerá.
Recuperou assim a herança de Passos de respeitar o livre funcionamento dos
mecanismos de freios e contra freios que qualquer democracia representativa tem
de ter. Rangel faz
bem porque é a única forma de o PSD afastar de vez o risco reputacional claro
que o mandato de Rui Rio sempre comportou.
6Dado o pontapé de saída, veremos se Paulo Rangel,
que parte claramente como favorito, terá concorrência na corrida à liderança. Continua a existir a hipótese de Jorge Moreira da Silva avançar para uma candidatura, tal como o Expresso
noticiou este sábado. Atendendo às suas capacidades políticas e executivas,
seria sempre um bom contributo para uma campanha mais esclarecedora.
E
ainda há a ponderação que Rui Rio está a fazer — uma ponderação que não deixa
de ser estranha quando o actual líder do PSD considera que foi o vencedor
“político” das autárquicas. Acresce que Rio sempre gostou de elogiar a sua
coragem pela candidatura vitoriosa à Câmara do Porto em 2001 contra “as
sondagens” e os jornalistas.
Agora
que se transformou num dos poucos líderes social-democrata a perder um Conselho Nacional, está a pensar em fórmulas matemáticas que
providenciem uma resposta sobre se deve avançar com uma recandidatura.
Se
Rio tem a clara convicção (como tem) de que a sua estratégia é a mais correta,
se persiste (como persiste) em não reconhecer minimamente, os erros crassos que
cometeu desde que chegou à liderança do partido em 2018 e se está tão
convencido (como sempre esteve) de que o posicionamento ideologicamente
diversificado defendido por Rangel está errado, então só tem uma opção:
recandidatar-se e ir a jogo.
Isso,
sim, será um exemplo de coragem política. Se não for, será exactamente o
oposto.
PSD POLÍTICA ANÍBAL CAVACO
SILVA PAÍS PAULO RANGEL
COMENTÁRIOS:
Ping PongYang: Aqui no Obs (e
não só) não vão descansar enquanto não oferecerem de mão beijada uma maioria
absoluta ao PS do Doutor Costa em 2023. Se o
Doutor Rui Rio se fartar de vez duma certa casta de "dirigentes" do
PSD que há muito tempo perdeu o contacto com o eleitorado, é 100% garantido.
Maria Augusta > Ping PongYang: Espero
bem que assim seja. Se os
xuxo-comunas têm andado a comer a carne deixada por Passos Coelho, tem de
chegar a hora de roerem os ossos fruto das aldrabices, cativações,
desinvestimento e desgoverno xuxareco. Ping PongYang > Maria Augusta: Isso,
"Dona Augusta", alegre-se. Porque bem vistas as coisas atéa
"Senhora" tem muito mais probabilidades de vir a ser PM ou PR
que o Rangel e o Paços juntos. Como vê, está cheia de sorte ! Ediberto Abreu: Eu não digo...já começou a baba e ranho dos
inconformados
Sérgio: Excelente!
Anarquista Inconformado: Na
realidade o que chora a direita descambada para a sua realidade poucochinha, o
desaparecido troncho de Santa Comba bem podem implorar por Cavacos e outros que
tais, essa miséria já foi e felizmente não vota. Agora tomem nota para acabarem de vez com as vossas
ilusões, o elevado número de abstencionistas são pessoas envergonhadas por em
algumas alturas das suas vidas, se terem deixado enganar por semelhantes
vigaristas.
Joaquim Moreira: Lamento profundamente que Luís Rosa, na linha do Observador, seja de Rui
Rio um grande detractor. Na verdade, esta crónica é um verdadeiro panfleto primário
do apoio a um candidato e ao seu programa sumário! Mesmo que se trate de um
comentário, era de muito bom tom que não fosse tão sectário. Mas, sinceramente,
a opinião é livre numa democracia ainda muito pouco consistente. Por isso, a
minha opinião é muito diferente. E vou mais uma vez repeti-la de forma muito
transparente. Não faz qualquer sentido comparar o tempo do "cavaquismo", com
esta nova fórmula de socialismo! Não é preciso ser muito inteligente, para
perceber que se trata duma solução nada transparente. Que dificulta muito a
acção de qualquer oposição. Mas há um tema que não entendo efectivamente. Por
que razão se ataca tanto um político sério, corajoso e transparente?! Mas pode
estar descansado, que Rui Rio não vai desistir de tentar mudar este Estado! A
ponderação e o tempo da decisão, só prova que se trata de um político de
eleição!
Pedromi: Luís Rosa, tem toda a
pertinência e seriedade intelectual na análise que faz...à conta dos srs,
ditos, de abril, já tivemos três intervenções do FMI. E o mais triste, é que
vamos a caminho da quarta.
Ediberto Abreu: Basta dar uma leitura pelos comentários, para constatar que Cavaco Silva
continua a ser o único Homem (sim com H maiúsculo) que os ditos de esquerda
mais temem. Isto porque ele sempre os apontou (e com razão) os maiores
parasitas, que por qualquer país onde tenham passado ou ainda persistam, só
deixaram a um povo a fome e a desgraça, não deixando de a sua nomenklatura
viver no luxo. Anarquista Inconformado > Ediberto Abreu: Só se for, num país de anões.
Num país da Europa do século
XXI, existe um partido composto por dois, um é o Partido Popular Democrata o
outro é o Partido Social Democrata e dão pelo nome PPD/PSD. E ainda existe gente, que diz
que pertence a esta aberrante falcatrua? Que futuro para esta pobre
gente, só o caixote do lixo da Europa pois para mais não tem préstimo nem
engenho.
Carlos Oliveira > Anarquista Inconformado: No caixote da Europa já nós
estamos e isso deve-se às sucessivas desgovernações socialistas, particularmente
a actual. .......... Maria Augusta > Anarquista
Inconformado: Oh camarada, falcatrua é o que a comunada jurássico-genocida inventou há
muitos anos, com o advento dos Verdes que no fundo são comunas descarados
travestidos de ecologistas para simplesmente a comunada ter o dobro do tempo de
antena que a legitimidade democrática lhes daria.
Uma chico-espertice típica de gente rasteira.
Tutto Gama: Rangel parece um misto de Pacheco Pereira e de Guterres. É um intelectual com grande
conversa, mas sem capacidade de liderança e de governação. O PSD precisa de alguém com o
perfil de Cavaco, nisso concordo, mas não é Rangel. Querem pôr um teórico a
governar o país?
Harry Dean Stanton: O Rosa gosta muito de apelidar terceiros de tudólogos, a quem como se vê
nem chega aos calcanhares. Valia mais continuar só como avençado do Carlos
Alexandre contra o seu maior inimigo na imprensa. E abre logo a coluna a mentir
com quantos dentes tem na boca quando diz que “Rangel de forma totalmente
contrastante promete chamar os derrotados para a sua equipa”?! Em primeiro
lugar de promessas está o mundo cheio e Rio chamou efectivamente todos os que
se lhe opuseram em eleições internas. Logo a começar pela liderança parlamentar
onde manteve Fernando Negrão. E até já tinha convidado Santana Lopes para
liderar o Conselho Nacional. Aliás se há político em Portugal que convidou
sempre os seus opositores internos a integrar as mais variadas listas esse político
é Rui Rio. Diga-se em abono da verdade e justiça lhe seja feita no meio de
tanto disparate que também fez. Mas abrir uma coluna de opinião logo a mentir
descaradamente tem a vantagem de todos sabermos ao que vem Luís Rosa.
Joaquim Rodrigues: O País não precisa de mais Cavaquismo, embora o Cavaquismo tivesse tido
algumas virtudes, mas também muitos defeitos. O País precisa é de “Sá
Carneirismo” que, em alguns aspectos, era precisamente o contrário do
Cavaquismo. Na verdade, o grande drama do PSD e do país foi o assassinato de Francisco
Sá Carneiro que, sendo um político conhecedor e culto, conhecia bem os
“atavismos” da sociedade portuguesa, herdados do Salazar e mantidos pelo
Cunhal, no PREC. Esses atavismos, por força do assassinato de Sá Carneiro, perpetuaram-se
até aos dias de hoje, como é o caso do “Estatismo” e “Centralismo” do actual Regime, os quais
são atributos típicos dos estados totalitários. Na verdade, após o assassinado
FSC nunca mais o PPD/PSD foi o que era. Apesar disso, na vida do partido, continuou a pairar,
como se de uma assombração se tratasse, a contradição entre o legado
"ideológico" de FSC (representada nas bases do partido) e os
interesses de uma “oligarquia” em recomposição, interessada em recuperar e
consolidar, à custa do “Estatismo e do Centralismo”, as benesses de Estado, do
Proteccionismo de Estado e do Orçamento de Estado, do antigamente.
Em algumas
ocasiões a “Oligarquia” conseguiu pôr lacaios seus à frente do PSD (e do PS) e
continua a sonhar com o dia em que, acabe definitivamente com PSD de Sá
Carneiro, e passe a designar a seu bel prazer, os seus “lacaios” para líderes
do PSD. Não foi o caso de Passos Coelho. Hoje, a última esperança que temos é que haja uma vaga
de fundo no PSD capaz de eleger alguém que honre a memória de Francisco Sá
Carneiro e seja capaz de lutar pela libertação da sociedade civil, pela
liberalização da economia, pela descentralização do poder político e por tirar
a “oligarquia”, entretanto recomposta, da mesa do Orçamento de Estado e dos
Fundos Comunitários. Esse "programa político" continua por cumprir e é cada vez mais
urgente.
André Ondine: Excelente texto. Um texto oportuno e até corajoso, no Portugal habilidoso
em que vivemos. Claro que os avençados do bando habilidoso, como o nosso mestre de citações
inquinadas, José maria, saltaram logo da toca e desataram a disparar os disparates do costume.
Números inquinados, ofensas baratas e batidas (como “múmia”), preconceitos de
quem diz combater preconceitos...o costume. Mas o texto de Luís Rosa é
imbatível e muito justo. A “esquerda” habilidosa e o “comentarismo “ Marques
Lopes dão-se mal com factos históricos reais, mas é bom que alguém não tenha
medo de os expor. ………………………
josé maria: A memória do Costismo, que o Luís Rosa não conseguirá escamotear...
Estudo da Pordata
mostra que Portugal melhorou "consistentemente" nos indicadores de
pobreza e exclusão social, abandono escolar, desemprego de longa duração, entre
outros Carlos
Dias: Mais alguns anos
de António Costa e acaba-se a desigualdade social e o risco de pobreza Ficamos
todos pobres e iguais aos cidadãos da Venezuela
Elvis Waynejosé maria:
Sabes o porquê de a
desigualdade ser menor? Porque estamos todos cada vez mais igualmente na
pobreza. Sabes o porquê do Risco de Pobreza ser menor? Não está em "risco de
pobreza" quem já lá se encontra. …………..
Manuel Dias: Meu Caro Luís Rosa: Parabéns pelo seu artigo. Duma forma clara e assertiva
mostra toda uma realidade vivida pelos portugueses. Cavaco foi efectivamente
quem teve coragem para romper com as elites marxistas e estalinistas e conduziu
o país ao único período de verdadeira prosperidade no após 25A. Após o seu
magistério, que teve deficiências, só não erra quem não faz, o socialismo
estatizante e esbanjador tomou conta do país. Guterres fugiu com medo do
pântano que criou ao fim de 7 anos de parole, parole. Da época de Durão/Santana
pouco há a dizer porque também não foi bom Veio Sócrates que ao fim de 7 anos entregou
o país falido e com um empréstimo de 78 milhões às costas. Pedro Passos Coelho
teve a coragem de fazer o que seimpunha fazer perante a situação. Foi difícil
mas os portugueses deram-lhe a vitória nas eleições. Costa o habilidoso e
traiçoeiro socialista inventou a geringonça para se alcandorar ao poder a que
está agarrado e sempre com apoio de um PR que faz tudo o que Costa quer que
seja feito desde que isso lhe dê popularidade. Estamos de novo em fim de ciclo
socialista e o país de pantanas. Alguém deverá tomar conta da coisa. Só o PSD
ou a direita, anti-socialista terá capacidade para por fim ao extermínio da
classe média e ao empobrecimento a que o socialismo sempre conduziu o país.
Rangel pode não ser a personagem ideal para assumir esse papel mas ao mostrar a
coragem de lembrar Cavaco e Passos como os dois grandes activos do Centro
Direita. Já é muito. As elites e os jornaleiros sempre odiaram os que não
comiam com eles. Boliqueime e Massamá são locais que os farsantes da parole
canhota acham indignos de poderem ser origem de portugueses sérios e capazes de
os enfrentar e tornar Portugal num país onde haja lugar para os portugueses
trabalhadores e que têm coragem para arriscar
Mario Almeida:
Cavaco Silva é o político mais importante da democracia
portuguesa. O resto é azia.
……………………………………..
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