Um humor juvenil, fruto de frustração, na
nossa parcimónia de exigência glorificadora, contrastante com outros casos mais
arrebatadores das nossas preocupações ou pontos de vista. Um jovem – TIAGO DORES - preocupado com o que vai pelo mundo, e
é caso para tal. Também ontem li notícias preocupantes no “Courrier Internacional” de Outubro
2021, cuja capa indica:
«AFEGANISTÃO: Como enfrentar o regresso
dos talibãs – A estratégias dos vários países face à ameaça do novo governo de
Cabul. O risco do retorno da Al-Qaeda. O medo e a resistência das mulheres. »
Mas outras notícias leio, na mesma
revista, preocupantes, como a referente a Daniel Ortega, déspota dos tempos modernos, no governo da Nicarágua, juntamente com sua mulher,
vice-presidente Rosario Murillo - perante a
impotência da “Comunidade Internacional”. Ou a assustadora notícia referente à Holanda, extraída do “CORRIERE DELLA
SERA”- MILÃO – e cujo título e epígrafe transcrevo: “DENÚNCIA:
“O vosso país tornou-se um paraíso para
os criminosos!” – A 6 de Julho, o jornalista holandês Peter R. de Vries foi
baleado em Amesterdão, provavelmente por membros da Mocro Maffia, e morreu a 15
de Julho. Numa carta aberta, o jornalista e especialista italiano em crime
organizado Roberto Saviano
acusa o país de se ter tornado o “ramo podre da Europa”, por se ter tornado “um
território offshore”.
Outras notícias preocupantes que
desconhecíamos, surgem na mesma revista - sobre a tragédia da Lituânia, com as suas fronteiras com a
Biolorrússia atravessadas por migrantes do Médio Oriente e da África, como “revanche”
do Presidente bielorrusso contra a U E. Eis o
título e o índice: “BIELORRÚSSIA – A ARMADILHA DOS REFUGIADOS – Ter-se-á a Lituânia tornado o ponta-se lança
da pressão ocidental ao Presidente bielorrusso? Alexander Lukashenko riposta
permitindo que centenas de migrantes estrangeiros transponham a fronteira entre
os dois países. E a União Europeia não está verdadeiramente pronta para
auxiliar a república báltica”.
E ainda a “Gronelândia
a derreter” (“A maior ilha da Terra já perdeu mais
gelo na última década do que em todo o século anterior….”
E outras mais notícias nesta revista
mensal - que se lê sempre com muito interesse – a acrescentar às preocupações
de TIAGO DORES - notícias que bem contrastam com o sentimento do
ridículo pelas nossas desmesuras nos “afectos” ruidosos.
China em Taiwan, vice-almirante nos
Globos de Ouro /premium
Após
gastar os termos “batalha” e “guerra mundial” para referir a vacinação, que
vocábulos restarão ao vice-almirante para descrever, sei lá, as consequências
da China enviar 100 aviões contra Taiwan?
TIAGO DORES
OBSERVADOR, 06 out
2021
Estreou
um novo filme do
James Bond. Tempo para
recordar que os filmes
antigos do James Bond é que eram bons.
Como, por exemplo, o clássico de 1963, “Da
Rússia, com Amor”,
protagonizado por Sean Connery, e recordação dos tempos em que a União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas era a grande ameaça para o ocidente. Ou era
isso, ou era o “sol da terra”, como diria, com um brilhozinho nos olhos, Álvaro Cunhal.
Uma destas duas coisas a ex-URSS era. Deixo-vos a tarefa de concluírem qual
seria, tomando a liberdade de sugerir um método: revejam as imagens da queda no
muro de Berlim, se necessário com recurso ao slow motion, e tentem perceber para que lado as pessoas correram.
Por
estes dias, no que a ameaças ao ocidente diz respeito, e apesar de a Rússia
continuar a ter o seu lugar muito especial, quem leva a palma é, claro, a
República Popular da China. Tanto é que julgo ser pertinente, logo que
possível, a produção de um novo capítulo da saga 007, talvez denominado “Da China, com Ganas de Fazer Amor Connosco à Bruta”. Fica a ideia. E, de nada, MGM.
Bom, o que é relevante para o caso é
que a China lá vai palmilhando o seu caminho rumo ao domínio mundial, com
aquela paciência que reconhecemos aos chineses. Fico é com a sensação que
quando se fala em “paciência de chinês” a maioria das pessoas pensa num
lânguido urso panda, típico daquelas paragens. Quando estou convencido que a
dita paciência chinesa vai beber mais à calma do caracol de água doce. Ali, a
aguardar, com todo o vagar, que a sua gosma transmita os parasitas que, todos
os anos, matam vinte vezes mais que os crocodilos.
Diria,
portanto, que estes são dois mundos em colisão: o chamado
Império do Meio, e aquela coisa a que não há meio de se poder chamar algo
remotamente semelhante a um “império”, conhecida como “mundo ocidental”. E esse embate ficou bem patente nos últimos dias.
Ora vejam lá, a título de exemplo, o que se passou ontem. A China
enviou quase 100 aviões de guerra para o espaço aéreo de Taiwan. Inclusive pelo
menos um avião capaz de transportar bombas nucleares. Enquanto
isso, por cá, a manobra militar de que todos falam é o recebimento, por parte
do vice-almirante Gouveia e Melo, de um Globo de Ouro da SIC. Sim, sim. O Globo de Ouro de melhor música foi para
Carolina Deslandes, com o tema “Por um Triz”, já o prémio Mérito e Excelência dos Globos de Ouro foi para
o vice-almirante Gouveia e Melo.
Que, a meu ver, merecia também o Globo de Ouro de personalidade do ano na
moda, por ter feito do padrão militar uma nova tendência.
Ao
receber o galardão, Gouveia e Melo referiu que o vai entregar ao Ministério da
Saúde, “como recordação de uma batalha” que todos venceram “em conjunto”.
E que esta “batalha” contra a Covid-19 é uma “guerra mundial”. Enfim,
confesso o meu semi-analfabetismo ao nível do jargão marcial, mas depois de gastar os termos “batalha” e “guerra
mundial” para referir um processo de vacinação, que vocábulos restarão ao
vice-almirante para descrever, por exemplo, sei lá, as possíveis consequências
de a China enviar 100 aviões de guerra para o espaço aéreo de Taiwan, incluindo
um avião capaz de transportar bombas nucleares? Peço desculpa pela minha ignorância. Isto são coisas
de quem não foi à tropa.
Mas
calma. Longe de mim menorizar o trabalho de campo do vice-almirante Gouveia e
Melo. Não é qualquer um que rabisca organigramas em quadros brancos a mandar pessoas,
absolutamente aquiescentes, para uns
sítios, e seringas com aguadilhas, absolutamente aquiescentes, para
outros sítios. Pessoas e seringas com aguadilhas, essas, que depois têm de
estar, em simultâneo, noutros sítios. E digo mais. Esta nossa campanha de
vacinação contra a Covid-19 é menina para destronar, em futuros compêndios de
História, o desembarque na Normandia. Que exagero? Quantos Globos de Ouro
da SIC ganhou o Eisenhower? Ah, pois.
CRÓNICA OBSERVADOR VACINAS SAÚDE CHINA MUNDO
COMENTÁRIOS
Dinis Silva:
👏👏👏obrigado.
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