terça-feira, 26 de outubro de 2021

Orgia


Desta vez Helena Matos, na riqueza imagística das suas reflexões, que resultam de conhecimento económico, humanístico e mundanal, entretém-nos com um saboroso cozinhado de ingredientes meio eróticos, aplicados à ginástica interpares para se entenderem, os que comandam ou descomandam o país, no entremez dos seus trejeitos e momices traduzidos em linguagem específica que não escapou à argúcia da cronista.

Motel Orçamento Delírio

Almofada. Aprofundar. Folga... Não é o anúncio a um motel, é o vocabulário usado para discutir o orçamento em Portugal.

HELENA MATOS,  Colunista do Observador,

OBSERVADOR, 24 out 2021

Almofada. A almofada é uma peça indispensável à discussão do orçamento neste rectângulo a que chamamos Pátria. Mal começa a entrever-se o orçamento no horizonte, a esquerda e aquelas almas que se têm por bondosas e amigas do próximo com o dinheiro alheio aparecem carregados de almofadas. Asseveram tais criaturas, com a candura de quem está num anúncio do “Vamos dormir”, que algures existe uma almofada de 243 milhões para novos funcionários públicos, mais uma almofada de 500 milhões de euros para o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS), que por sua vez é apresentado como a almofada da Segurança Social. A sustentabilidade da Segurança Social está aliás transformada numa espécie de Molaflex: são só almofadas e almofadas das almofadas a garantirem o que garantidamente sabemos não estar garantido, a sustentabilidade da Segurança Social, pois a Segurança Social depende cada vez mais de verbas transferidas do OE – verbas essas obtidas através dos célebres adicionais, que são a reencarnação da sumaúma com que antigamente se enchiam as almofadas, uma vez usada tal coisa nunca mais nos livramos dela – o que obviamente não só a faz menos segura como mais politizada. Orçamentalmente falando, somos uma espécie de sem-abrigo que se imagina sultão rodeado de otomanas. Já se internou gente em hospícios por delírios bem menores.

Aprofundar. Pela mesma razão por que chamam centros de trabalho às sedes e companheiras às mulheres, os comunistas não negoceiam, aprofundam. Negociar é uma actividade que lembra o capitalismo. Ora os comunistas do capitalismo só querem a legislação que lhes garante poder, independentemente dos votos que obtêm nas urnas (já ouviram falar de contratação colectiva e portarias de extensão? É o chamado monopólio vermelho). Quando um comunista declara que está a aprofundar quer simplesmente dizer que o partido está a preparar-se para dizer sim àqueles e àquilo a que anda há dias a dizer não. Obviamente, amanhã, o mesmíssimo PCP pode voltar a dizer não àquilo a que agora disse sim, argumentado que o aprofundamento não foi satisfatório. Pois em matéria de aprofundamento não satisfatório os comunistas culpam sempre a outra parte. Com tanto que aprofunda o PCP já devia ter chegado à Nova Zelândia, país que está geograficamente nos nossos antípodas, mas infelizmente o PCP apenas se interessa por aprofundar as nossas carteiras.

Aceno. O PS tornou-se a nova candidata a Miss Fotogenia – sim, Fotogenia, aquela que pode não ser muito bonita mas parece e no parecer é que está o ganho – daí a importância do aceno. Todos os dias o PS acena com medidas e mais medidas de modo a convencer o PCP ou, ainda mais importante, a poder ficar bem na fotografia caso o orçamento venha ser chumbado. Os leitores mais esclarecidos nas manias da contemporaneidade vão obviamente recordar que isso das misses serem bonitas é coisa de outrora. Agora os concursos de misses são acusados de discriminação. De quem? Das feias ou se preferirmos das menos bonitas. Pelo menos é isto que está a acontecer em França. Mas, por enquanto, esta causa ainda não foi apadrinhada pelo PS, logo a preocupação do PS é ficar bem na fotografia. Com tal intuito o PS acena, acena e diz “Vejam como acenamos ao PCP”. Do que já vimos, ouvimos e lemos nos últimos anos podemos asseverar que ninguém em Portugal acena como o PS.

Avanço. Se com os comunistas o PS aprofunda, com o BE avança. É politicamente um cansaço mas dá belos títulos: OE2022: Governo aponta avanços em sete das nove propostas do Bloco de Esquerda. O avanço pode ser um verdadeiro atraso, como acontece com o arrendamento: quanto mais o BE avança com as suas teses mais casas faltarão para arrendar, mas mediaticamente trata-se de um avanço. De avanço em avanço chegaremos à miséria final, que como se sabe é o estado avançado do socialismo.

Costa dá. Já não bastava o infantilizado imaginário nacional em torno dos governos que dão, temos agora este tu cá, tu lá de troca de bens (deve ser isto a economia circular!): Costa dá ao PCP mais pensões e creches gratuitas. O OE está transformado numa barraca de rifas, em que pode sair tudo e o seu contrário. Não há um fio condutor, uma estratégia. Só a táctica de engordar o Estado para continuar a ser poder.

Folga. A folga orçamental é a versão portuguesa da Falha de Santo André: quando na Califórnia os mais corajosos se abeiram dessa linha/fractura onde se encontram duas placas tectónicas perscrutam as profundezas da Terra para ver se de lá vem algum sinal sobre o próximo Big One. Na versão portuguesa, quando se espreita a folga orçamental encontra-se a dívida pública: Portugal tem a terceira dívida pública em relação ao PIB mais alta da UE, 135,4%, para sermos mais exactos. À nossa frente só a Grécia e a Itália, coisa que não é de espantar. Acontece que as dívidas públicas são como os tremores de terra na falha de Santo André: sabe-se que um dia o que parecia sólido vem abaixo como um castelo de cartas. Entretanto espera-se que esse dia não seja para já. Esta geologização da discussão orçamental ganhou um novo capítulo esta semana quando Ana Catarina Mendes declarou sobre a relação com PCP e o BE: “Há divergências mas não há um Monte Evereste a separar-nos.” Realmente já tínhamos dado por isso e é por isso mesmo estamos como estamos: encurralados num trilho de escalada que não leva a parte alguma.

MangaA relação do PS com as mangas sempre foi dada a equívocos: em Novembro de 2014, o PS e seus compagnons arrancavam as vestes indignados com a nefanda, nunca vista e atroz prisão de José Sócrates na manga do avião. Ao certo nunca se percebeu qual o local que o PS achava indicado para proceder a tal detenção mas agora, em 2021, a manga que interessa ao PS é outra. “Não foi tirado da manga” – garante António Costa a propósito dos avanços, almofadas e folgas com que acena ao BE e ao PCP. Claro que não foi tirado da manga, foi tirado dos bolsos dos portugueses.

Margem. A confirmação da nossa redução a um país náufrago chega-nos todos os anos com o anúncio da margem. Aí por meados de Setembro começa a ouvir-se: Há margem! Há margem! E com a alegria de um grumete embarcado nas naus da História Trágico-Marítima, logo se pula e salta porque já temos margemNão interessa que margem é essa, nem o que nos aguarda na margem. O que interessa é a margem em si mesma.
Três falências em 34 anos (1977, 1983 e 2011) são mais que suficientes para confirmar que estamos agora a redigir uma outra História, a História Trágico-Orçamental, sempre sob o canto de sereia do “Há margem!

Muito ambiciosoDas duas uma: ou a ambição do nosso OE é reduzir uns portugueses à pobreza e outros à servidão fiscal ou a expressão “OE muito ambicioso” não quer dizer em Portugal, em 2021, o mesmo que nos restantes países do Planeta. Como orçamentalmente falando a verba realmente disponível escasseia, sobram a produção de legislação, o anúncio de medidas a granel e a criatividade poética da linguagem. Assim a ambição deste OE muito ambicioso vem acompanhada de medidas também elas de designação excelentíssima nos propósitos, como a Agenda para o Trabalho Digno e o novo estatuto do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Dão-se alvíssaras a quem conseguir encontrar neste chorrilho de ambições algo mais que o reforço do estatismo, do poder da CGTP e da pressão sobre as empresas privadas. A propósito do regime de exclusividade para os médicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS)uma reivindicação antiga do BE a que este OE teve a ambição de responder – cabe perguntar se os trabalhadores do SNS também vão ter de se tratar exclusivamente no SNS? É que a degradação do SNS é tal que nem os seus trabalhadores lá querem ser tratados, como se verificou: dos 105 507 novos inscritos na ADSE, a esmagadora maioria são trabalhadores do SNS. Mas enfim, o que conta é a ambição. Sobretudo a ambição de ser poder custe o que custar

Passos significativos“OE2022: João Leão mostra disponibilidade para dar passos significativos no aumento extra das pensões.” O passo significativo é aquilo que temos de mais aproximado do célebre passo em frente à beira do abismo. Aquilo que se apresenta levianamente como “passos significativos” não passa de um assumir de compromissos entre parceiros que são mental e tecnicamente irresponsáveis: as contribuições dos trabalhadores hoje no activo estão a pagar agora mesmo pensões muito acima daquelas que esses mesmos trabalhadores vão receber quando se reformarem. Os passos significativos dados entre quem só pensa e age em função do imediato não são passos significativos. São armadilhas.

Os trunfos. Quando se pensava que já se tinha esgotado este léxico penoso eis que chegam os trunfos. Depois da almofada, do aprofundar, do aceno, da margem, do passo significativo, era mesmo o que vinha a calhar: os trunfos. Temos trunfos para todos os gostos. Ora são “Os trunfos de João Leão para convencer a esquerda a viabilizar o Orçamento”, ora Santos Silva a alertar-nos para o risco de perdermos “dois trunfos”: o consenso a nível de disciplina orçamental e a estabilidade política, caso a proposta de orçamento para 2022 seja chumbada. Todos os dias há mais trunfos – a saber, os compromissos assumidos por António Costa para que o PS se mantenha no poder. Perante o grotesco de tudo isto, que pelo menos São João Crisóstomo, padroeiro dos oradores, nos acuda , já que São Mateus, que tutela economistas, financeiros e contabilistas nos abandonou. De vez.

MAIORIA DE ESQUERDA   GOVERNO   POLÍTICA   ORÇAMENTO DO ESTADO   ECONOMIA

COMENTÁRIOS:

Monica Cardoso: Mais uma vez, um excelente artigo! Obrigada por nos brindar semanalmente desta forma.  Karoshi: Caro António Alvim. Venezuelana foi a qualidade de vida que os portugueses tiveram durante o reinado de Passos coelho: Longas filas à porta de cantinas sociais. Longas filas à porta das repartições da Segurança Social, que eram também sítios onde deixava de haver senhas de atendimento a partir das 10 horas da manhã. Pessoas que perderam casas por não poderem pagar dívidas à AT e à Segurança Social. Pessoas que viram a electricidade e até a água cortadas por não conseguirem pagar. Mendigos a pedirem dentro dos próprios supermercados e centros comerciais. Crianças a desmaiarem nas salas de aula por falta de alimentação. Um primeiro-ministro que ignorou fugas de capital para offshores. Um primeiro-ministro que fingia esquecer-se de pagar a Segurança Social ao mesmo tempo que criava listas de intocáveis VIP na Autoridade Tributária. Administradores amigos do governo, que gozavam com os cortes de água nas casas das pessoas dizendo que "Lisboa tinha muitos chafarizes e fontanários". ... Estejam à vontade para adicionar mais items à lista.          Dom Love > Karoshi: Permita-me discordar, caro Karoshi, pois o vislumbre de Venezuela que tivemos, a partir de 2011, não foi aquilo que Passos nos deu, mas sim, as consequências da governação socialista de José Sócrates. Essas consequências forçaram as pessoas a ir às cantinas sociais, a perderem os seus negócios e por isso também as suas casas, a tornarem-se mendigas e a passarem fome, em casos extremos. Tudo isso não foram as politicas de Pedro Passos Coelho, foram as politicas socialistas, que permitiram que a economia se  suportasse em coisa nenhuma. Os sacrifícios que tivemos de fazer foram culpa do socialismo e não de Passos Coelho, infelizmente as pessoas deste país esquecem-se muito facilmente, o que torna muito fácil a que mentiras, como as que pretende contar no seu comentário, passem a ser verdades. Mas muitos de nós não esquecemos, muitos de nós continuamos a fazer questão de repor a verdade.           Karoshi Dom Love: Dom Love, Ninguém obrigou Passos Coelho nem o PSD a derrubar o governo de Sócrates, nem a candidatar-se a governo, nem a assinar acordos com o FMI nem muito menos a vir dizer que queriam "ir além da troika". Aquilo que fizeram foi premeditado e ideológico. Não contei mentiras nenhumas no meu comentário. Contei aquilo que eu próprio e muitas outras pessoas testemunharam! Já chega de arranjar desculpas esfarrapadas!         Dom Love > Karoshi: Contou mentiras no sentido de atribuir a culpa a quem não a teve. Obviamente que Passos Coelho não foi perfeito e eu nem sou particularmente fã do CDS, portanto não foi de todo o período que mais me agradou. Porém, o primeiro contrato assinado foi por José Sócrates. Eu sei que a sua solução passava por voltar a uma moeda Nacional, mas a moeda Nacional tem custos e sendo o Euro uma moeda "cara" e sendo Portugal dependente da importação de vários produtos, iria tornar-se muito caro importar o que quer que fosse. Mas seria a sua solução, em 2011, resumida a uma moeda nacional? Diga-nos lá o que teria feito.                Karoshi > Dom Love: Dom love, não vale a pena insistir nem repetir-se. Passos governou porque quis. Portugal é tão dependente da importação de produtos como a maioria dos os outros países europeus (como a Suíça, o RU e a Islândia).          Dom Love > Karoshi: Alguém tinha de o fazer. Não pode comparar o PIB português com o desses países. Portugal nem tem 1 empresa que se evidencie a nível europeu e mundial. Tem sectores, como o vinho e o calçado, mas nenhuma empresa multinacional.           Karoshi Dom Love: Mas não Passos Coelho. Que não se tivesse candidatado. Claro que posso comparar PIBs e países. A Islândia por exemplo também não tem mais empresas multinacionais do que Portugal.          Alguidar de Henares > Karoshi: Caro Karocha, o responsável por tudo isso foi o Sócrates, o Costa e o PS. Cumprimentos,              Maria Rita Menezes: Espectacular! Do melhor que tenho lido! Continue! Muito obrigada e Cpts          António Bernardino: Excelente texto. Mais palavras seria chover no molhado.  É para ler verdades, que assino o observador.         Joao Mar: excelente           Jorge Carvalho: Magnífico artigo de coragem e lucidez. Obrigado HM            Pedromi: PS - Como é possível ainda se ler por aqui que a culpa é do governo do Dr. Pedro Passos Coelho! Santíssima trindade, esta gente só pode ser fanática ou assalariada de um partido... ou então é MESMO muito distraída, chamemos-lhe assim, para não ferir susceptibilidades, visto que o défice cognitivo já é substancial.                Pedromi: De disparate em disparate até à estocada (desde já as minhas desculpas ao pan pela palavra) final, leia-se, 4ª resgate do FMI ao nosso Portugal(zinho)... mais uma vez, sai um Grande Obrigado ao PS!!! Quanto à Helena Matos, também sai um Grande Obrigado, mas pela coragem de partilhar connosco a sua sapiência e visão da realidade, um verdadeiro arejo... Coisa que cada vez mais escasseia neste "rectangulo(zinho) à beira mar plantado". Bem Haja!!!          Laura Oliveira: Parabéns .          Francisco Correia: Mais uma vez 5 estrelas! Mas agora, e tendo em conta que este OE2022 vai ser aprovado pois ainda há "carne", resta apenas saber qual o ano em que a Troika regressará.           Maria araujo: Um 1º ministro poucochinho  agarrado ao poder (para deitar a mão à bazuca) uma extrema-esquerda fossilizada, que já foi banida de todos os Países da Europa, que só traz miséria, mas sempre com o superior argumento de defender os "fracos" e "oprimidos". O foco é o mesmo desde que usurparam o poder, servir a clientela, aumentando o número de dependentes do estado.          Mario Almeida: Os governos António Costa são os piores da democracia portuguesa. O espectáculo deprimente em que se transformaram as aprovações  do OE são a demonstração acabada da miséria política, económica e social em que vivemos. Nem Partido nem Socialista … o PS é apenas uma máquina produtora de propaganda e sabugice.          Elvis Wayne: Quem pode emigra e quem não pode, paga o pato.        É  a nossa sina. Excelente crónica, mais uma vez          Leopoldo Carvalhaes: Artigo excelente. Parabéns.         advoga diabo: Nunca um OE criou tais almofadas, possibilitou tantas folgas, ou aprofundou tanto a ajuda aos contribuintes, particularmente a mais frágeis e  classe média. Ver nisto delírios de motel é muito freudiano!           João Floriano: Excelente, genial e desta vez com um humor mordaz que faz desta crónica das melhores que eu já vi Helena Matos escrever. Há horas de grande inspiração. A comparação do Orçamento com um motel de beira de estrada não poderia ser mais certeira. No centro do cenário temos o galã António Costa com várias figuras a entrar e a sair. A menina do Bloco  tem razão para se queixar do fingimento do sedutor: finge que avança mas não avança, finge que se aproxima, mas não se aproxima. Também temos de concordar que esta falsa donzela é aparentemente de muito difícil sedução. E nestas coisas o tiro pode sair pela culatra. Todos estamos lembrados daquela cena de Cinema Paraíso em que o adolescente espera e desespera a olhar para a janela da miúda e na noite em que finalmente ela baixa a guarda, ele volta costas e perdeu o interesse. Assim poderá ser o BE. Até porque há alguém mais na jogada. O PCP é a mulher mais velha. cheia de rugas mas que gosta de aprofundar. «Querida, gostaste do aprofundamento? -Eh! Não foi mau mas podia ser melhor. Os preliminares não foram grande coisa. Mas está bem. Vamos continuar a aprofundar... até porque se não for contigo, não me safo! - Olha a mal agradecida! Se não fosse eu a trazer-te de volta, já estavas encostada à boxe há muito tempo. Antes de mim só andavas aí pelas ruas. - Olha fica sabendo que era muito mais feliz nessa altura. Vamos a ver se não volto para lá. Depois não te queixes.» Mas há mais. O sector, a iniciativa privada, também lá está mas não foi convidada para entrar. Pode ficar cá fora, olhar por uma janela e desenrascar-se sozinho. Sem que alguém lhe estenda uma mão amiga, tem apenas a sua própria mão. O patronato entrou em cena nos últimos dias e a ele cabe-lhe o ingrato papel de marido cornudo: o último a saber. « Então amor! Não sejas tão picuinhas, vá lá! estás a fazer uma tempestade num copo de água! foram só duas! Foi um lapso sem importância.... Eu esqueci-me mas ia dizer-te. Estava só à espera do momento certo. Bidu,Bidu, Bidu.... anda cá! não te vás embora! E finalmente temos Marcelo Rebelo de Sousa que vai esperar até ao último momento. e faz muito bem! Quem espera até ao último momento é recompensado com um orgasmo tipo fogo de artifício de fim de ano na Madeira. Mas não é para qualquer um. E geralmente de tão atento e concentrado que se está em si mesmo, esquece-se facilmente o outro. No final Marcelo sairá do motel sozinho e aliviado, muito aliviado!.           FME: Na minha opinião, os adjetivos que caraterizam a negociação do OE são fait-divers, sempre o foram neste orçamento para 2022, desde que o PCP nas últimas autárquicas tomou consciência dos danos do abraço de urso do PS. As negociações do OE são o primeiro vislumbre do que se irá passar na campanha eleitoral. O jogo existe, mas não é negocial, é político. Preocupa-me a possibilidade de o governo continuar em funções, com o aval do PR, caso o OE seja chumbado. Não me parece muito democrático, e faz-me lembrar os estados de emergência da pandemia. Fico com a sensação que esta possibilidade é forte e desejada por socialistas e PR.  A ideia do chumbo do OE sempre foi esta: o PS ganha sem maioria, mas para formar governo terá que fazer coligações (não geringonças) de governo com os partidos à sua esquerda. Não sei se Costa o fará, duvido muito, porque, coloca em causa as suas aspirações a um cargo europeu. Portanto, é previsível uma mudança de liderança no PS após as eleições que se perspetivam; ou elegem um Pedro Nuno Santos para fazer alianças com PCP e BE, ou um "Assis" para fazer as pazes com o PSD e tentar governar com um Bloco Central, algo, que, curiosamente, também faria crescer a esquerda radical. Numa análise fria e sem ressentimentos, diria, que o melhor para o país neste momento seria mesmo o PS eleger um "Assis", para recentrar o PS num caminho mais social democrata. Dentro desta possibilidade, Rui Rio seria o melhor líder do PSD para um Bloco Central, tendo em conta que Rangel, chegou com a ideia de radicalizar as relações com o PS!              Rui Teixeira: Enquanto tivermos essa coisa como 1º ministro do nosso país, europeu de 900 anos... Quanto ao texto, palavras para quê, é da Helena Matos! 20 valores.          José Paulo C CastroRui Teixeira: Tem piada ver as acrobacias do PM para manter a única base de apoio que o fez ser PM. Ele acha que é PM como os anteriores do seu partido e o PCP faz-lhe lembrar que só está lá por causa deles... Não passa disso: nunca conseguiu a autonomia suficiente para ser PM por mérito próprio e exclusivo, de acordo com as regras do arco democrático, e que permitiu aos anteriores porem o PCP no sítio. Até parece um daqueles dirigentes satélites, colocado noutra instituição ou frente política, mas a obedecer ao Comité Central...          Maria Augusta: Exactamente pela descrição que a Helena Matos faz da rebaldaria, imoralidade e falta de respeito com que a xuxo-comunada olha para o dinheiro dos "outros", ou seja do pobre contribuinte português e depois da "carne" deixada por Passos Coelho aquando do resgate patriótico da bancarrota socialista, exactamente por tudo isto é que acho que está chegada a hora desta cambada de xuxo-comunas continuar no poder por mais 2 legislaturas no mínimo para agora roerem os ossos das políticas irresponsáveis de empobrecimento do país.     Madalena Magalhaes Colaco: João Oliveira do PCP, numa entrevista à TVi dizia que há muito dinheiro, porque o governo permite que EDP e a Galp não pagam os impostos que deviam. Não duvido do que diz João Oliveira, e até junto mais as empresas das energias renováveis em que  todos os meses recebem metade da nossa factura da Edp.  O que eu não entendo, já que o PCP está num braço de ferro para aprovar o orçamento, é porque não obriga o PS a desmamar estas empresas e obrigá-las a pagar o que todas as outras que não recebem benesses são obrigadas a pagar.          Vitor Batista > Madalena Magalhaes Colaco: Porque o pcp recebe dessas mesmas empresas para não levantar muitas ondas, tal como recebia do BES e das mãos de Ricardo salgado, porque quem cabritos vende e cabras não tem, de algum lado vem, e os comunas são riquíssimos  os reis do imobiliário e afins.               Madalena Magalhaes Colaco > Vitor Batista: Claro que o PCP gosta de falar dos milhões que as grandes empresas devem em impostos ao Estado mas o comprometimento com elas, e como bem lembra com o BES, é tão evidente porque nada faz para recuperar esses milhões. As PPP,s rodoviárias, que durante a troika a esquerda não parou de denunciar os milhões em prejuízo do Estado, o que fez quando chegou ao poder na geringonça? As PPP da Saúde que funcionavam mantendo a qualidade e poupando aos cofres do Estado em milhões, essas eliminaram. Nas áreas em que precisamos de um Estado forte, o Estado recuou, não existe,  como na justiça e segurança, para já não falar nas horas perdidas para se obter qualquer documento como um passaporte. Onde não devia intervir e deixar os empresários sossegados aí mostra todo o seu poder. Este texto da Helena é bem revelador da miséria a que chagámos.            Vitor Batista: Mas que crónica Helena Matos! vai deixar os extremistas de esquerda a espumar da boca, a deitar fumo pelas orelhas, e a tentarem justificar o porquê de isto tudo não se tratar de uma encenação.  O orçamento vai ser aprovado, mas eles estão a fazer a cama onde se vão deitar, e não é no motel mas sim num albergue de chungaria, aquele que eles sempre frequentaram, porque agora não há Passos! eles choram e imploram pela vinda de Passos, mas ele aprendeu a lição e não vai voltar. 

……………………………………………………………………..

Nenhum comentário: