Um texto de 17/4 - já “antigo”, pois -
de Rui Ramos, sobre a “arma”
do medo, que mais tem sido reverenciada pelos vários governos – os mais
recalcitrantes acabando por ceder, ante a evidência dos números de uma
contaminação progressiva nos respectivos países. E todavia, ao que parece, as
opiniões dos sábios ilustres das universidades mais famosas, por vezes
contradizem-se, num desconhecimento real, forjador de boatos, na incerteza dos
dados. É o que refere também Clara
Ferreira Alves, na sua “Pluma
Caprichosa” de 25 de Abril – “De tudo como na botica” – em divertido artigo na revista E, que acaba
em
desabafo feminino caprichoso, (lembrando aquele outro da Maria Guinot, do seu bonito “Silêncio e tanta gente”): “E troco um teórico do 25 de Abril por uma
esplanada”, como eu, saudosamente, também trocaria, não fosse o “medo” da
guarda, defensora leal da minha vetustez e reduzindo-me por isso, até sempre,
talvez, ao enquadramento doméstico para o qual estarei definitivamente
confinada, os ossos cada vez mais rangentes, por falta de movimento que preste. Mas
leiamos o texto inteligentemente exposto de Rui Ramos, e os muitos comentários que mereceu, e vamos em
frente, que já estamos em Maio e a vida volta a desabrochar, com a maldita
mascarilha atada às orelhas, pelo menos nas compras, que o nosso Primeiro
quer-nos imunes ao covid.
Tivemos o medo da epidemia; temos agora o medo da
recessão. Eis como esperam enxotar-nos para a rua: assustando-nos outra vez,
tal como nos assustaram há um mês para nos fechar em casa.
RUI RAMOS,
Colunista do Observador OBSERVADOR,
17 abr 2020
Há
uma semana, era Trump. Agora, é quase toda a gente a explicar-nos que é preciso
abrir a economia – as lojas, os escritórios, as fábricas, os transportes que os
governos encerraram há um mês. Enquanto foi só Trump, era uma loucura: como é
que poderíamos voltar à rua antes de haver vacina? Agora, quando até o
governo do PSOE e do Podemos se juntou ao coro, tornou-se uma questão de
sensatez: como é que seria possível manter tudo fechado até haver vacina,
daqui a um ano? Bem--vindos, portanto, ao novo consenso, e tratemos de
fingir que Trump nunca disse o mesmo.
Há, porém, um problema. O
encerramento geral foi imposto à base de choque e pavor. Era quando, nas
televisões, comentadores muito excitados faziam todas as curvas nacionais
convergir com as da Itália, para anunciar o fim do mundo. Dir-me-ão: bem, mas agora os picos já passaram, etc.
Talvez. Mas o número de infecções e de mortos continua a subir. Em
Espanha, por exemplo, ainda morrem mais de 500 pessoas por dia. Pior: em
Singapura, mal as portas se voltaram a abrir, a epidemia retomou. A
propaganda de terror da quarentena meteu medo a muita gente. E talvez uma parte
dessa gente não encontre ainda boas razões para deixar de ter medo e sair de
casa. Nem todos conseguem acreditar em “milagres”, mesmo quando têm o raro
privilégio de habitar o “melhor país do mundo”. Resta aos governos um recurso:
precisamente o mesmo que usaram para impor a quarentena – o medo. O medo fez as pessoas ficarem em casa, o medo as
fará sair à rua. É só mudar o cavaleiro do Apocalipse. Tivemos a
Peste; teremos agora a Fome. Tivemos
as curvas exponenciais da epidemia; teremos agora as profecias do FMI, a
ameaçar os “confinados” com o défice, a dívida, e o desemprego da “maior
recessão desde os anos 30”. Não interessa agora que “a maior recessão desde os
anos 30” tenha sido um título outorgado a todas as recessões desde os anos 30.
É assim que as autoridades esperam enxotar-nos para a rua: assustando-nos outra
vez, tal como fizeram há umas semanas para nos fechar em casa.
Perguntar-me-ão:
e não há razões para a apreensão? Há certamente. E a maior de todas é, por
entre o nevoeiro das estatísticas diárias, sabermos muito pouco sobre o que se
está a passar. Quantas
pessoas estão infectadas, uma vez que há quem não tenha sintomas? Porque é que
uns infectados passam por aflições, e outros nem sequer têm queixas? Qual a
causa das diferenças, não apenas entre idades, mas entre sexos e entre regiões
(nos EUA, por exemplo, entre Nova Iorque e a Califórnia)? Por tudo
isto, não é descabido perguntar se a quarentena generalizada terá sido a melhor
opção para enfrentar o vírus. Dizem que achatou a curva. Mas não
se teria obtido o mesmo resultado com o uso de máscaras, distanciamento físico,
e isolamento das regiões mais castigadas, reservando o confinamento para os
mais velhos? Uma grande parte dos mortos, em Portugal e em outros países, são
residentes de lares de idosos. Medidas específicas para essas situações não
teriam sido mais eficazes a evitar mortes?
Além
das vítimas do vírus, teremos um dia de contar as vítimas da quarentena, como
as que podemos antecipar pela queda das taxas de vacinação ou pela diminuição
da frequência dos hospitais. Porque não foi possível dar uma resposta flexível
e inteligente? Inicialmente, ninguém levou muito a sério mais um surto na
China. Sob governos “iluminados”, houve carnaval em Itália, manifestações em
Espanha e eleições em França. Depois,
perante a possibilidade de colapso dos serviços públicos de saúde, optou-se
pelo terror. Ninguém no poder sentiu autoridade para mais, diante
de um público há muito desconfiado e dividido. Onde falta crença e respeito, o medo é
de facto o último meio de persuasão. Acontece, porém, que um ambiente de susto e de
sobressalto, onde a discussão deixa de ser “patriótica”, é também o menos
propício à inteligência e à flexibilidade. E talvez tivesse sido preciso alguma
discussão, bastante flexibilidade e muito mais inteligência.
Comentários:
JB Dias: Adorei ler o Ping Pong a louvar o conselho de especialistas que ninguém
sequer sabe quem são ... mas que aparentam merecer aprovação, desde que
sustentem a narrativa oficial!
Filipe Pires O Costa e o Marcelo, são os responsáveis pelo medo com que as pessoas
andam... estragaram a economia com estas medidas copiadas dos outros paises...
Espanha fecha, o Costa fecha, Espanha abre , o Costa abre... até o Sr Emplastre
sabia fazer isto... não assumir a responsabilidade de ser e fazer diferente é
tramado! Agora levam com uma crise gigante, 2000 pessoas sem emprego por dia, e
a segurança social falida... já sabem o que vem ai...MAIS IMPOSTOS... e claro,
vão culpar o covid...
Paulo F. Tanto os nossos "amigos" chineses, que por acaso até já tinham os
planos e os materiais prontos para construir dez hospitais em dez dias, como os
fundamentalistas Islâmicos, já deram conta de como destruir a economia e o modo
de vida ocidental, é só soltar uma gripe mais virulenta e o mundo pára, a
economia pára as pessoas param, pára tudo, foge tudo, esconde-se tudo. Por isso
quando vier, é vai vir, do próximo ou do extremo oriente, o Covid 20/21/22/...,a
reacção vai ser a mesma, com a agravante de aparecer quando as coisas ainda
estão más. Por isso ou se aceita que este vai ser o futuro, e não se confina
as pessoas a quatro paredes e se tenta seguir a vida ou vamos voltar à idade da
pedra, mas em cidades, onde o desemprego vai grassar, onde a criminalidade vai
imperar, onde comunidades não europeias vão controlar zonas de cidades e mesmo
territórios europeus, onde as pessoas vão esquecer os laços familiares, onde se
vai morrer sem se dar conta etc. Esta reacção só teria sentido se houvesse
a certeza absoluta que isto era passageiro, mas com estes sinais dados pelos
governantes ocidentais é o mesmo que estar a pedir mais todos os anos.
Carlitos Sousa: Marcelo Rebelo de Sousa invocou 3 motivos
para prolongar o Estado de Emergência.
Nenhum dos motivos justifica o Estado de Emergência. Ou, a falta do Estado de Emergência não é impeditivo para a
execução das três razões. - A tarefa nos
Lares há muito que deveria ter iniciado e já concluído.
- O SNS não ganha absolutamente nada com o Estado de Emergência para
preparar respostas... - Não é o Estado de
Emergência que dá tempo e espaço ao governo! Três
motivos injustificados. Um só poderia ser aceite – imaginemos que o SNS tinha entrado em rotura, ou
que a infecção tinha disparado gravemente. Não
é o caso. Os motivos... “O primeiro
motivo é que a nossa tarefa nos lares precisa de mais tempo” Em segundo lugar, o Presidente invocou a
necessidade de continuar a dar tempo ao SNS para preparar a resposta aos casos
mais graves. Por último “dar tempo e
espaço ao governo para definir critérios, estudar métodos e preparar a abertura
gradual da economia e da sociedade, atendendo aos tempos, ao território, às
diferentes áreas e sectores, com a preocupação de segurança mas também
garantindo a confiança dos portugueses, para que possam sair e reatar as suas
vidas sem o risco de passos precipitados e contraproducentes”.
Carlitos Sousa > Pedro Queiros: É claro que PR e PM não ligam
nada às comissões de especialistas, e tomam as medidas políticas que melhor
servem os seus interesses políticos. Por vezes até
acertam, como daquela vez em que Costa, acertadamente, borrifou nos conselhos
da comissão de especialistas e fechou mesmo as escolas.
Luis Barrosa: Em face dos dados existentes,
as autoridades públicas de muitos países desenvolvidos, optaram por uma de duas
vias: a política comunicacional de alarme, de isolamento social imposta à
generalidade da população (70%) e uma terapêutica de base experimentalista
avulsa (baseada em testes, que não havia em quantidade e fiabilidade),
provocando com isso uma paragem abrupta dos equipamentos produtivos ditos
“não-essenciais”, para dilatar no tempo a propagação da infecção/imunização da
população activa (Itália, Espanha, França e Portugal); ou a estratégia de
confiança no sistema de saúde, de isolamento das populações fragilizadas (30%),
de manutenção do essencial da actividade produtiva, de circulação da população
activa com os cuidados recomendados pelo bom senso e máximo recurso ao
teletrabalho (Suécia, Suíça e com variantes, a generalidade dos países
germânico-nórdicos e Taiwan, etc.). Taiwan é mesmo o mais paradigmático, ao
não se fiar nas erráticas recomendações da OMS e trabalhar a partir de um
Estado Maior da crise, assente numa abordagem organizacional ao lado da
estratégia técnico-médica. Não deixo
que manifestar a minha perplexidade pela forma como o Observador tem vindo a
abordar esta questão, silenciando artigos e opiniões que desde o primeiro dia
temos vindo a enviar e que não obtiveram qualquer referência.
João Lopes > Luis Barrosa: Subscrevo na íntegra. Rui
Ramos descobriu agora que as emoções básicas (ex: medo) são inamovíveis... e
que na era da gestão de massas o medo é um parâmetro significativo para a
decisão e acção políticas em democracia. Noutros
regimes de poder o medo é muito mais que isso, revelando-se como esteio e suporte
permanente de meios antidemocráticos: um meio estendido como fim.
Abundância Marmelada: Este vírus não parece nada tão mortífero como nos fazem crer. Desculpem mas
deveria ter-se propagado loucamente em países e continentes com fraquíssimos
sistemas de saúde como África, nas Caraíbas, na Ásia e na América do Sul. Mas
tal não aconteceu e é um facto muito estranho. Estarão a dizer-nos a verdade ou
só a prepararem-nos para deixarmos que nos retirem todos os direitos cívicos?
João Lopes > Abundância Marmelada: Esta histeria deveu-se a duas
coisas: incompetência dos governantes e uma comunicação social que só quer é
desgraças e fins do mundo. Agora, aqueles
que trabalham vão ter de pagar bem caro esta estratégia completamente surreal.
Desde muito cedo que se sabem quais os grupos de maior risco. Não teria sido
melhor ter havido um foco nesses grupos?
José Paulo C Castro: A nossa curva epidemiológica, por muito boa que pareça a alguns, não teve
ainda o pico de casos activos. Teve apenas o de novos casos, que representa uma
inflexão no crescimento, sabe-se lá porquê. Aliás, se achatarmos um pico (ou
'cortarmos' para o lixo das estatísticas) é óbvio que fica um planalto, mas não
ganhámos nada em tempo (ou largura da montanha, se quiserem). Adiámos os casos
que surgiriam mais cedo, caóticos, para uma altura posterior. O pico de casos
activos talvez surja antes de Maio. Talvez seja assim - aliás, foi o que o
'alarmista' prof. Buescu sempre disse desde que se tornou adepto da teoria do
tsunami - mas, e daí ?
Vamos mesmo reabrir a economia em Maio, no início da
descida para o sopé, com mais casos ainda do que aqueles que justificaram o
fecho de tudo em Março? Com mais casos potenciadores de um novo surto do que
aqueles que meteram os portugueses em casa, à revelia das hesitações do Governo
e da DGS (sim, eu ainda me lembro da discussão sobre o fecho das escolas...)? E
a quem os portugueses não ouviram então, iniciando por si a quarentena? Mas
afinal agora já se defende que temos imunidade de grupo? Como, se nos fechámos
mais cedo do que o RU ou a Suécia? Isto não faz sentido. Querem saber o que faz?
Depois daquela reunião do Eurogrupo, em que nem bonds, nem dinheiro suficiente
vem para Portugal (mas que não é uma atitude 'repugnante' por causa do seu
presidente), alguém fez contas à economia e percebeu que afinal o Bolso não
é parvo quando diz que o dano à economia é superior ao da doença. Vai
daí, tal como Trump, está tudo a querer evitar o colapso económico numa Europa
em que ainda é maioritária a atitude 'América, perdão, nação primeiro'.
Como seria bom de prever, a atitude mediática segue alinhada com as instruções
de topo, dos líderes económicos e dos líderes europeus, e vamos tentar a
imunidade de grupo agora, mas sem dizer aos povos isso. Vamos todos fingir
que a infecção vai diminuir por si e não por causa das quarentenas... Ou
vamos aceitar as mortes que vierem e pronto. Pelo meio, hinos de louvor aos
sábios líderes que se viram forçados a dar uma pirueta quando perceberam que a
Europa é 'repugnante' e se 'repugna' com compradores de votos. Porque, afinal,
para eles isto tudo não passou de um jogo de se segurarem às cadeiras. Sabem o
que pode salvar tudo isto ? Uma coisa apenas: talvez o vírus não goste de
calor... JJ
MouraJosé > Paulo C Castro: Único comentário interessante. Apenas
um reparo acerca da possibilidade do vírus não gostar de calor: pode ser
verdade mas tal como está agora a aquecer no hemisfério norte, está a arrefecer
no sul. Quando chegar o Outono à Europa, como as fronteiras não vão estar
fechadas, vem também a segunda (ou terceira, ou quarta) onda.
Simão Silva: Sou de direita e liberal assumido. Europeísta convicto, apesar dos recentes
abalos à União, porém começo a ficar farto destas analises turvadas por
enviesamento ideologicamente cego para justificar - segundo alguns dos leitores
- as avenças... Perante um cenário transnacional, desconhecido do mundo inteiro, cada
estado acabou por adotar uma estratégia própria, interdependente das sua
orientações políticas, ideológicas ou do seu poder económico. Veja-se as
abordagens diferentes dos Países Baixos, Suíça e Suécia que, quando comparadas
com Portugal, Coreia do Sul ou República Checa e que afinal não serviram de
exemplo para ninguém! Pelo menos em Portugal - apesar de todos os cenários
catastrofistas dos Buescos da nossa sociedade - estamos longe, muito longe, dos
cenários de Itália, Espanha ou Reino Unido. Criticar as medidas do governo
(do nosso ou de qualquer outro), apenas por criticar, sem apresentar soluções
alternativas e sem sequer poder perspectivar consequências, é fácil.
Estaremos cá
daqui a uns meses para avaliar se as teorias do 'sabem-tudo' se revelam
acertadas.
João Lopes > Simão Silva: Eu critico a histeria provocada pelo governo e pela
comunicação social. Critico o facto de se ter deixado os lares ao abandono.
Critico a perseguição ao pacato cidadão por parte das forças policiais. Critico
o aproveitamento mediático por parte dos políticos. Critico o confinamento geral
que nos vai levar à ruína. Quer alternativas para as medidas do governo?
- Foco nos grupos
de risco com eventual confinamento obrigatório apenas para os elementos desses
grupos - Elucidação das pessoas quanto ao uso de máscaras e luvas - Combate à histeria e ao medo
irracional - Auditoria à actuação do Centeno e das suas cativações, que deixaram o SNS
na cauda da Europa
João Diogo: Uma das melhores crónicas que li sobre o covid-19. aac
666: Concordo
inteiramente
Mario Figueiredo: Não esquecer para o Império do Medo, a grande contribuição que a OMS deu ao
se mostrar completamente ineficaz, contraditória e tendenciosa, ou no mínimo
sob suspeita e difícil de respeitar por organismos de saúde locais. Como
Organização Mundial de Saúde, ficámos a saber que não temos um organismo
internacional central à altura de uma pandemia.
JB Dias: A mesma desregulação que permite o enorme acréscimo de desemprego nos USA
num curto espaço de tempo é a que permitiu no passado e permitirá no futuro uma
recuperação muito mais rápida que a europeia ... pode não se gostar do modelo,
mas há que reconhecer que não tem só defeitos!
josé maria: Rui Ramos deve sentir-se uma mosca inútil, só assim se compreende que fale
em ser enxotado para a rua. Se o governo não tivesse equacionado a
possibilidade de uma abertura controlada, como a que está prevista, RR estaria
aqui a criticá-lo, se não equacionasse essa abertura. O governo propõe-se
fazê-lo logo que a pandemia esteja mais controlada e RR ataca-o. Simplesmente
repugnante.
Combate aos BURROS e ANALFABETOS do Observador: Duas notas, Rui Ramos. 1.- Nâo parece que Trump possa ser invocado como exemplo de alguém que tenha
gerido bem esta catástrofe. Os números falam por si e mesmo cerca de duas
semanas depois dele ter prometido testar, testar, testar, os EUA registam menos
de metade dos testes de Portugal por milhão de habitantes. Mas acredito que ele
esteja a fazer o melhor que sabe e que pode. E dou como exemplo o contrato que
celebrou com a J&J para fabricar ventiladores (têm morrido norte-americanos
por falta de ventiladores) em que de um montante total de mil milhões os
contribuintes vão aportar 421 milhões ou seja 42,1% do total. 2.- Há uma diferença substancial entre dizer que a Grande Recessão iniciada
em 2008 foi "a maior recessão desde os anos
30" e dizer que o que se aproxima vai ser equiparável à Grande
Depressão dos 30. Olhe para os cerca de 20 milhões de desempregados criados nos
EUA nas últimas quatro semanas, que como o Observador ontem noticiou correspondem
a TODO o emprego criado nos EUA durante QUASE uma DÉCADA. Ou seja, o que os EUA
levaram quase a uma DÉCADA a criar, foi DESTRUÍDO agora em quatro semanas!
Claro que esta GIGANTESCA destruição não resulta só do impacto económico da
redução do consumo interno, mas também da absurda desregulamentação do mercado
de trabalho nos EUA que gera uma precarização sem paralelo em qualquer outro
lugar do mundo e que faz com que as empresas norte-americanas despeçam de
qualquer forma e feitio, transferindo para os contribuintes norte-americanos os
custos com os subsídios de desemprego. Já aqui ontem escrevi que em "Capitalismo e Liberdade",
Milton Friedman chama a este comportamento do sector privado norte-americano de
Colectivização, leia-se, Comunismo.
Carlinhos dos Rissóis: E eis que o PS e Costa, tiveram o gong que os salvou de um colapso mais que
expectável. De repente, com a chegada da pandemia, o cansaço, a fadiga e o
desânimo, deram lugar a um novo fôlego, com uma prestação brilhante na gestão
da crise (assim acham mais de 80% dos portugueses, segundo as mais
"insuspeitas" sondagens)... O
socialismo tem sempre, no fim da linha, um bode expiatório que os salva de uma
avaliação rigorosa e objectiva da trampa que fizeram. E pelos vistos, continuam
a fazer.
Joaquim Moreira: Mais uma crónica com que tenderia muito a concordar, não fosse a conclusão
a que quer chegar. Na verdade, “O Império de Medo” é geral, não é só aqui em
Portugal. Embora no nosso caso tenha demonstrado o verdadeiro estado do SNS
nacional. Que só por si justificou o medo que se instalou, e que o número de
profissionais infectados comprovou. Curiosamente ou talvez não, a retirada até
começou mais cedo do que “O Império do Medo”. Mas onde quer mesmo chegar é à
“colaboração” do líder da oposição. E, por isso, perde toda a razão. Por duas
razões fundamentais: porque não é em “tempo de guerra” que se limpam os
arsenais. Quando a situação é urgente demais. Pouco ou nada propícia à “inteligência
e à flexibilidade”, mas antes à acção, “sem discussão”. Esta devia ter sido
feita antes e terá que voltar a ser depois; e porque, o que deve fazer uma
oposição responsável, é ajudar a que a situação não se torne ainda mais
desagradável. Nesta fase, mais importante do que a discussão, é a apresentação
de propostas de solução. O não tem faltado, ao mesmo tempo que, para o que não
concorda, ter alertado ou criticado. Mas, afinal, também por uma razão, não
menos fundamental: a fraca qualidade da Comunicação Social.
Maria Carmo: O Medo funciona bem numa Sociedade informatizada e culturalmente medíocre
... O bombardeamento ao minuto dos
"media", das redes sociais e dos jornalistas que papam e debitam
"ad nauseam" os Políticos - também medíocres, papagueadores e
imitadores - tem um chão fértil na Populaça.
Rui Lima: Há uma situação nova pela primeira vez na história se faz parar a economia.
‘Porque há um mundo novo, o estado assume a despesa, no passado não era assim
cada um era responsável por si, assim muitos milhões no mundo ocidental estão
em casa recebendo ordenado o estado paga. Agora o problema vai ser tirá-los da
residência, tenho acompanhado a situação onde querem recomeçar o trabalho há
resistência ou até acções em tribunal dizem que estão a colocar vidas em risco
a vida . Isto do estado ser Deus é novo, isto sim devia merecer profunda
reflexão . Abundância Marmelada > Rui Lima: Sobretudo os funcionários públicos que estão
sentadinhos em casa regalados a saberem que têm o salário a 100% garantido. Já
nós os outros a quem é feito um confisco brutal para sustentá-los, o caso não é
o mesmo.
António Lamas: Mas que grande artigo. "Só mais adiante se vai ver o que ficou para
trás" Não sei quem é o autor, mas a frase é verdadeira. Em 24 horas o senhor
Feliz e o senhor Contente, deram uma cambalhota de 180° Para além da destruição da
economia, eles também sabem que a quantidade de mortos por outras doenças por
falta de tratamento é maior que os de C19. Não temos verdadeiros líderes.
Temos tacitistas da política. Pobre país Carlos Chaves: Caro Rui Ramos,: excelente
"diário de bordo", sinceramente esperava diferente actuação com o nosso
actual panorama politico? Também tivemos jogos de futebol com estádios cheios….
Paulo Silva: “… houve carnaval em Itália, manifestações
em Espanha e eleições em França.” Maldito Trump!“… é
preciso abrir a economia – as lojas, os escritórios, as fábricas, os
transportes que os governos encerraram há um mês.” Trump?! Mas quem é esse?...
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