E o homem da caneca
encostado ao balcão, costas voltadas para o dono do bar, olho vivo a estranhar,
perna dobrada a reflectir bem-estar, caneca de cerveja a espumar, a espumar, interroga
o dono do bar, de boca fechada pela atenção, mas que a abre para responder, em
perfeita noção:
- Que país é este (1ª vinheta), que está nas mãos dos motoristas
de camiões? (2ª vinheta)
E o dono do bar vá de
justificar, abertos os braços do seu muito saber, enquanto o freguês com
visível prazer, emborca a caneca do seu meditar:
- Então não sabe? (3ª vinheta) É aquele país que passou as
últimas décadas alegremente a desmantelar a rede ferroviária (4ª vinheta).
E Luís Afonso vá de colocar a assinatura Luís que o irá distinguir, na vertical do
cabeçalho da última página de um “PÚBLICO” diário, a augurar, sem mais
comentário, na amargura da caricatura.
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