Apesar do acinte posto por “Espectro de Matosinhos”, no seu comentário nitidamente
de embirração provocatória, as opiniões de VPV parecem ditadas por um saber
fruto de análise séria e acima de tudo preocupada, naturalmente crítica, quer
no que se refere aos fogos e a um interior desértico e envelhecido, quer à tacanhez
ambiciosa de Rui Rio, ou à
meladice charmosa e tonta de um Santana
Lopes fora da passerelle, quer ao retrato de um Boris Johnson, padrão de arrogância e convicções que pretende ser
reposto, quer a mais uma greve bastamente anunciada, de resultado inverso ao
que pretende. São apenas borrifos informativos, mas suficientemente incisivos e
esclarecedores, na independência de opinião que atestam e nos alegra.
OPINIÃO
DIÁRIO
Para se perceber o tumulto que tem sido
o PSD é preciso partir do princípio de que o homem não se ajustou à sociedade.
VASCO PULIDO
VALENTE
DIÁRIO, 27 de Julho de 2019
DIÁRIO, 27 de Julho de 2019
As regiões onde há incêndios são
regiões de povoamento disperso, de pequena propriedade e de agricultura de
subsistência (ou pouco mais), em que a unidade de produção é a família. No
último meio século, esta antiquíssima civilização foi destruída pela CEE e pela
modernização da economia. É por isso que uma considerável parte do território
está desabitada e que, como dizem na televisão, não há ninguém para “gerir” a
floresta. Pois não há, desde os anos 60 que os filhos fogem ao triste destino
dos pais e vão para a Europa ou para o litoral.
Quando agora se pede ou se promete uma intervenção do
Estado para resolver os problemas do “interior” (e não são só
os do “interior”) não se faz mais do que enganar premeditada e desprezivelmente
o próximo. Nenhuma medida do governo e nenhuma fantasia do Presidente são
capazes de reinventar um mundo para substituir o que morreu.
23 de Julho: Li um tweet de
Rui Rio sobre a sondagem da
Pitagórica que certamente toda a imprensa irá reproduzir. Fiquei
estupefacto, apesar de setenta e sete anos de convivência com a idiotia
portuguesa. E isto, sabendo eu muito bem quem é a criatura. Para se perceber o tumulto que tem sido o PSD é
preciso partir do princípio de que o homem não se ajustou à sociedade.
24 de Julho Segundo a fórmula, a Rainha pediu a Boris Johnson que formasse o Seu
governo. Johnson
acredita na independência e no esplendor da Inglaterra (o Reino Unido não
passa, para ele, de uma ficção legal), na originalidade da cultura inglesa e na
superioridade dos ingleses. O que não o torna uma figura muito popular nestes
tempos inclusivos e democráticos. Mas não se pode dizer que não seja um homem
de convicções.
No
primeiro dia de governo, jurou que a Inglaterra sairia da União Europeia até 31
de Outubro, “no ifs, no buts”. Tomou um compromisso suicida, mas
tomou um compromisso. E, logo a
seguir, para exemplificar, despediu mais
de metade do governo May. Os novos ministros foram escolhidos
entre a gente da campanha do Leave e entre os radicais do Brexit.
A
esquerda odeia Boris por causa do referendo de 2016 e porque precisa do diabo
para existir. Não sei se o homem tem ou não razão, mas vejo nele um extremista
sentimental como Sá Carneiro, ou uma personagem do tempo em que as decisões não
eram dúbias.
25 de Julho: Santana
Lopes foi à televisão, em pânico, para se queixar de que não “tem” televisão. O
que Santana Lopes não percebeu do mundo é infinito. Mas algumas verdades
são estrepitosamente óbvias. Não percebeu:
1. Que os meios de comunicação se
interessavam por ele porque ele era militante do PSD;
2. Que se ele saísse do PSD, os meios de
comunicação deixavam de se interessar por ele;
3. Que se ele saísse do PSD para formar um
partido, os meios de comunicação iriam ignorá-lo e ignorar o partido que ele
formasse;
4. Que sendo o primeiro a operar uma cisão
na direita, não podia depois ser o centro da unidade da direita;
5. Que a sua política de unidade da
direita seria vista por toda a gente como a sua última bóia de salvação;
6. Que Pedro Santana Lopes é Pedro Santana
Lopes, e que nada nos livra de nós mesmos.
26 de Julho: O sindicato
dos Motoristas de Matérias Perigosas acha que a proximidade das eleições o
favorece. Erro dele. Se António Costa recorrer à requisição civil
ganha mais um milhão de votos.
COMENTÁRIOS:
Espectro, Matosinhos 27.07.2019: "vejo nele um extremista sentimental, como Sá
Carneiro"!!! Ahahah. O Vasco está a falar de Sá Carneiro, o homem político,
ou do namorado da Snu?! É que para chamar a Sá Carneiro um extremista político
é preciso sofrer de miopia em altas doses! Quanto ao Santana, o Lopes, está
certo, quanto aos incêndios, está também certo. Mas, pergunto: O que é que VPV
disse que não tenha sido dito por milhares de milhares de vezes?! limitou-se a
plagiar. LOL
DCM, charneca de Caparica 27.07.2019: 26 de
Julho-
já antes pensei o mesmo, e agora à medida que o governo mais vai dramatizando a
situação, acho que os sindicatos irão suspender a greve por terem chegado à
mesma conclusão.
DCM, charneca de caparica 27.07.2019: 22 Julho , inteiramente de acordo , nasci em 1948 numa
aldeia do alto Minho onde as famílias tinham filhos à volta da dúzia ,nós
éramos dez e tal como todos os outros tivemos que emigrar. Uma coisa posso
garantir, das dezenas de rapazes e raparigas com quem na minha infância convivi,
não tenho notícia de que algum tenha alguma vez recorrido a esmolas ou
subsídios do Estado , todos refizeram as suas vidas e sobretudo proporcionaram
uma vida melhor à sua descendência sobre a qual arrisco a dizer que tanto a sua
taxa de natalidade como a de produtividade são superiores à da média nacional.
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