Porque ninguém acreditou em Lacoonte a
avisar que o “cavalo” era presente envenenado. No caso do confinamento, não
houve Lacoonte a informar das malignas intenções… Só depois dos resultados. De
resto, qualquer que fosse o partido no governo, haveria logo quem o desfaria… após
esses resultados das políticas, seguidistas da maioria dos países, aliás. Ninguém
contrariou antes, porque ninguém sabia, ninguém previu. Os que o fizeram, foram
castigados, a acentuar a necessidade da mascarada… Agora é mais fácil condenar,
com excelência de argumentos, é certo. Mas nós também temos o nosso cavalo,
para estes casos de previsão: Depois de
ele morto, cevada ao rabo…
Teoria política da quarentena /premium
Apesar dos danos que infligiu à sociedade, a quarentena
reforçou estes regimes: ampliou os poderes do Estado, e agravou a dependência
das populações, agora ainda mais controladas e mais destituídas.
RUI RAMOS Colunista do Observador
OBSERVADOR, 18 set
2020
Ontem,
Portugal teve o pior dia de infecções desde 10 de Abril. Em Abril, estávamos
fechados em casa. Agora, pedem-nos para irmos à escola, embora de máscara. Que
vão fazer se o número de infecções continuar a subir? Não sabemos, mas podemos
desconfiar de uma coisa: não vão fazer como em Março, quando fecharam tudo. Que
mudou desde então? Dizem-nos que, apesar da escalada da epidemia, há menos
mortos, que os infectados são agora gente resiliente, que o mundo, afinal, não
vai acabar. Mas
há outra razão.
Entre
Março e Maio, perante o novo coronavírus, os governos reagiram com uma
quarentena medieval. Em sociedades como as de hoje, os danos decorrentes
só poderiam ser tremendos: falências, desemprego, endividamento,
privação de cuidados de saúde e falta de condições adequadas de aprendizagem
escolar. As consequências só serão conhecidas
daqui a uns anos. Entretanto, sabemos que o PIB português desceu, por um trimestre, ao nível de 1999,
o que confere mais ou menos com o retrocesso
civilizacional de 25 anos estimado por Bill Gates. É esta a razão
por que, desta vez, não será como em Março, mesmo sem vacina: nenhuma
sociedade aguentará outra passagem pelo inferno.
Ah,
mas aplanou-se a curva das infecções na Primavera. Sim. Mas não teria
havido outros meios? Imaginem,
em Janeiro, governos que tivessem levado
imediatamente a sério as notícias da epidemia na China. Imaginem, em Fevereiro, governos que tivessem imposto o uso generalizado
de máscara de tipo cirúrgico, a desinfecção de mãos à entrada e saída de
espaços públicos, e aconselhado ou imposto o distanciamento social. Imaginem,
em Março, governos que tivessem percebido que
a emergência estava nos lares de idosos, e tomado medidas enérgicas para
garantir a sua segurança. Talvez tivesse sido possível dominar
a curva e evitar mortes, sem privar tanta gente de rendimentos, de saúde, de
educação e até de convívio humano, como muitos idosos e internados. Dir-me-ão: mas em Janeiro, ninguém imaginava; mas
em Fevereiro, não havia máscaras nem gel; mas em Março, ninguém percebeu o que
era prioritário. Então já não estamos a falar só da epidemia, mas de outras
coisas: de imprevisão, de impreparação, e de erro.
Muito
provavelmente não teria podido ser diferente. Porque a quarentena não foi um acaso,
um mero expediente de último recurso, depois de outras políticas terem falhado.
A quarentena foi mais do que isso. Na China, todos perceberam
que correspondia ao carácter ditatorial do regime. Mas no Ocidente, com as suas
democracias, não teria sido uma contradição? Não, no Ocidente, a quarentena
também correspondeu ao carácter actual dos seus regimes. Vale a pena perceber
isto, para perceber o que somos.
Nas
democracias ocidentais, onde a autoridade política tem sido degradada pelas
deslocações da globalização, nenhum governo partilha hoje qualquer visão ou
projecto com os governados: ninguém,
à esquerda, é hoje Clement Attlee em 1945, ou, à direita, Margaret Thatcher em 1979. Ninguém confia na organização da
classe trabalhadora para nacionalizar a indústria, nem nas aspirações da classe
média para liberalizar os mercados. O
poder assenta em aglomerações de grupos de interesse, sem qualquer coesão
ideológica ou solidariedade de classe, juntos apenas por uma comum dependência
do Estado. O trabalho dos governantes
é manter e disciplinar essa aglomeração. Por duas vias: fomentando o
medo de qualquer mudança, de modo a manter toda a gente no mesmo lugar, e
reforçando a dependência dos indivíduos e das famílias em relação ao poder,
para limitar qualquer autonomia. Foi neste
contexto que a opção da quarentena fez tanto sentido como na China ditatorial.
Em
primeiro lugar, a quarentena, pelo seu aspecto drástico, adequou-se à mania
apocalíptica com que os governantes agora discutem todas as questões, sempre
como se o mundo estivesse para acabar.
A quarentena vinha, por exemplo, ao encontro do que os sectários das
“alterações climáticas” andam a pedir: uma demonstração de força do poder, que
nos habituasse à ideia de que, para nos salvarmos, precisamos pôr-nos completamente
à mercê do Estado, e comportar-nos como nos mandam. Não há hoje, aliás,
outro fundamento para o poder político no Ocidente, a não ser a sua apropriação
das expectativas de salvação associadas às religiões. O encerramento das
igrejas e dos templos dos antigos cultos foi outra maneira de sugerir que há
um só deus, e se chama Estado, o qual
tudo pode. Em segundo lugar, a
quarentena foi a maneira de preservar um dos elementos fundamentais do sistema
de dependência que sustenta o regime político: os serviços públicos de saúde.
Na Primavera deste ano, a principal preocupação dos governantes, aqui e neste
país, foi defender esses serviços contra uma eventual procura que não estariam
em condições de satisfazer. Mais do que o caos nas urgências e unidades de
cuidados intensivos, temeram que esse caos, devidamente filmado, servisse para
desacreditar o regime. O SNS é propagandeado como a nossa
defesa. De facto, fomos nós que, além de o pagar, o tivemos de defender,
perdendo o emprego, abrindo falência, não indo à consulta, voltando à
telescola, e ficando isolados.
No fim, a quarentena reforçou estes regimes: ampliou os poderes do
Estado, e agravou a dependência das populações, agora ainda mais controladas e
mais destituídas. Mas não
foi tudo isto aconselhado pela “ciência”? A “ciência” é o
refúgio final da actual oligarquia. Justificar
“cientificamente” uma opção só lhe interessa na medida em que lhe permita
tratar qualquer alternativa como monstruosa. Onde a ciência fala, todos se
deviam calar. Acontece que a ciência fala muito, mas nem sempre para
dizer as mesmas coisas. Como
neste caso, em que ainda está para se decidir
se o coronavírus é a peste negra ou a gripe sazonal, ou nenhum dos dois. Há
cientistas para todas as opiniões. Não é uma falha da ciência: é uma falha
dos políticos que usam a ciência como um substituto dos dogmas das religiões.
A ciência é conjectura, refutação e, por isso mesmo, discordância. Mas
na política actual, a ciência serve apenas para cancelar discussões. No caso da
quarentena, serviu para não descobrirmos se havia outras opções razoáveis.
Em
Março, quando a epidemia começou, a oligarquia empurrou-nos para casa dizendo
que era o fim do mundo, que os serviços públicos tinham de ser protegidos, e
que era isso que a ciência mandava. Quase toda a gente acreditou e obedeceu. Apesar dos danos que infligiu à sociedade,
a epidemia não correu mal aos nossos oligarcas: subiram nas sondagens,
aumentaram os seus poderes, diminuíram a nossa autonomia. Agora, que a epidemia
retomou, mas não convém irmos outra vez para casa, que nos vão dizer?
CORONAVÍRUS SAÚDE PÚBLICA SAÚDE POLÍTICA EPIDEMIAS E
PRAGAS DEMOCRACIA SOCIEDADE
COMENTÁRIOS
manuel soares Martins: Que nos vão dizer?? Que dúvida! Já disseram, ou já começaram a dizer: a
responsabilidade é NOSSA, os transgressores, que não cumprimos os preceitos... Francisco Bandeira: Muito Bom. Liberal Assinante do Local: "Quase toda a gente acreditou e obedeceu." Houve muita gente que obedeceu
sem acreditar. E até houve alguns, como este vosso humilde criado, que não
acreditaram nem obedeceram. Os chineses que obedeçam. Filipe Paes de Vasconcellos: E a oposição acabou de vez...
Quando e se a epidemia for à
vida ou se instalar definitivamente, a oposição deverá, segundo esta gente que
está a mandar em nós, continuar a não existir, porque segundo o seu
patriotismo, temos todos de ajudar a saída da crise e a entrada de uma pipa de
maça nos bolsos dos antigos e novos corruptos. Andrade QB: já que ninguém parece muito preocupado com o crescer
de uma nova forma de dividir as pessoas entre quem manda e quem obedece, que,
no mínimo, este artigo daqui a uns anos sirva para alguém lembrar que houve
quem avisasse.
Tiago Queirós: Desde logo, suponho que a evidente contradição se deva ao facto de, a
princípio, o mercado carecer de oferta suficiente de artigos como, por exemplo,
máscaras cirúrgicas. O que, em todo o caso, devia ter sido comunicado, directa
e francamente, aos cidadãos. Tal não se registou porque, para todos os efeitos,
António Costa, Marcelo Rebelo de Sousa e demais figuras políticas utilizaram a
conjuntura como proveitoso concurso de popularidade. Não será adequado efectuar
comparações com a Suécia, atendendo à baixa densidade populacional deste país
nórdico; mas será adequado perguntar por que razão uma certa delegada de saúde
sugeriu, recentemente, a não afluência de peregrinos ao Santuário de Fátima,
não obstante ter sido permitida a afluência de peregrinos à Quinta da Atalaia.
Devemos concluir,
portanto, que a nossa liberdade de associação se encontra unicamente dependente
de demonstrações de cariz político? Reforça-se, assim, a politização conferida ao contexto
pandémico, tanto mais que certos ideólogos procuram legitimar a recente
libertação de presidiários, por conta da sua baixa taxa de reincidência,
notoriamente minimizando a dor e a impotência geradas pelos seus actos
criminosos, e procurando à surdina promover a tese rousseauniana de acordo
com a qual o indivíduo nasce bom e é pervertido pela sociedade (tese, ademais,
desvirtuada pela proliferação transversal de psicopatas a quaisquer estratos
socioeconómicos ou étnicos). Portanto, o Governo é inábil, a Direcção-Geral da
Saúde é inábil, e os cidadãos são inábeis (estes últimos porquanto convivem
candidamente com supressões arbitrárias de liberdade alheia, sugerindo a pululação
de tiques PREquistas subjacentes a um
acervo substancial do tecido populacional português). P.S.: Vi ontem uma série de conteúdos
outrora produzidos pelos Gato Fedorento,
conferindo especial atenção aos que se dedicavam ao sr. Eng.º Sócrates. E de pronto
constatei que os abusos parodiados se repercutem, hoje, no seio da sociedade
autóctone, demonstrando que, ao cabo de 15 anos, pouco ou nada se modificou no
sentido da higienização democrática de Portugal. Como tende a suceder com todo o
regime decrépito e perverso, cumpre somente aguardar que apodreça e tombe
naturalmente.
manuel soares Martins > Tiago Queirós: Só discordo radicalmente do último parágrafo do Post
Scriptum. Cumpre (?) somente (?) ficar à espera que apodreça e caia
naturalmente? À espera ...de Godot? Mas... ainda não está podre que baste?? quais
são os limites toleráveis da podridão? Vamos esperar, sentadinhos e bem
comportados? Não parece aceitável tal quietismo. O mínimo que cumpre, para já,
é fazer funcionar adequada e eficazmente os mecanismos da democracia e recorrer
activamente a todos os meios não violentos de oposição. Ficar
"patrioticamente" à espera é que não. Tiago Queirós > manuel soares Martins: Em condições normais, faria
minhas as suas palavras; o problema, contudo, terá necessariamente que ver com
o carácter anómalo das disfuncionalidades
democráticas que grassam no seio da República Portuguesa. A saber: não se tratam de
deficiências ou insuficiências pontuais, devidas a conjunturas económicas ou
políticas; pelo contrário, assumem um carácter de sistematicidade e, direi até,
de malignidade que, difundido por todos os estratos socioeconómicos do tecido
populacional, revelam um monstro, uma hidra, praticamente impossível de
debelar. O que não significa que eu apoie uma postura fatalista, estoicista, face à
inevitabilidade da podridão; ao invés, julgo ser peremptória a extirpação do
Mal: não numa lógica democrática (atendendo à corrupção das instituições
republicanas); não numa lógica ditatorial (se fugimos de uma guerra civil em
'75, certamente agora não pretenderemos encetar um conflito armado); mas numa
lógica intelectual, artística, científica. Em suma, combatendo o Socialismo por via da Verdade,
evidenciando que a noção marxista de progresso é equívoca, enviesada e,
potencialmente, criminosa. Portugal necessita de um Fernando Pessoa, de um D.
Sebastião que arrebanhe um Povo instruído e íntegro e nobre e responsável; caso
contrário, quaisquer conquistas sobre a Esquerda tenderão, por certo, a
configurar triunfos pírricos e sem alcance profundo e de longo prazo.
pedro dragone: Ninguém mandou as pessoas para casa. As pessoas, assustadas com as cenas de
terror que viam nas TVs (China, Itália, Espanha,..), é que se meteram como o
rabinho em casa. E a "oligarquia" foi atrás, provavelmente também
movida pelo medo. De resto contrariando as indicações da "ciência":
RR parece já não se recordar que o "Conselho Superior de Saúde
Pública" desaconselhou o fecho das escolas; e que o Governo se "esteve
nas "tintas" para o conselho... Quanto à grande mortalidade nos
lares que afectou todos os países, ninguém, absolutamente ninguém, conseguiu
antever. Mesmo Anders Tegnell, o epidemiologista que definiu a inovadora
estratégia Sueca, admite que foi nos lares que tiveram a maior incidência de
mortes porque, segundo refere, não conseguiram antever a situação...
Mas
"prontos", compreendo que o RR precise de dourar a pílula, perdão
esverdear a palha, para a tornar mais apetitosa à audiência. Quem hoje não
escreva o que o "pessoal" quer ouvir está condenado à
"marginalidade mediática" LOL LOL LOL João Bilé Serra: Somente isto: Este é o MELHOR artigo de
análise política (e da sua psicologia subliminar) que o Observador alguma vez
publicou. Parabéns ao Professor Rui Ramos. Brilhante. Luís Martins: RR expõe uma tese muito
interessante e, na minha opinião, bastante real. Quanto a nós e à nossa
oligarquia, não podia ter escrito melhor: " imprevisão,
impreparação e erro" A culpa não é do €uro, a culpa não é dos
frugais, a culpa não é da Troika e da austeridade, a culpa é da oligarquia e do
seu regime de monopólio. Fernando
Regio > Luís Martins: Rapar o tacho tem muita força em Portugal. Sempre teve. Bate Fundo: Eu não sou premium, mas pelos
comentários percebo que o Ramos se insurge perante a decisão do confinamento!!
Eu não concordo com o confinamento, mas acho que qualquer fosse o governo neste
país, perante a pressão social, teria a mesma decisão!! Mas já se sabe que as
opiniões do senhor Ramos são sempre ao sabor do vento!! Liberal Assinante do Local > Bate Fundo: Quem governa, o governo eleito ou a "pressão
social"? Margaret Thatcher não duvidava, aquando das greves dos mineiros
em que finalmente quebrou o socialismo em Inglaterra ela disse que a escolha
era entre a "rule of law" ou a "rule of the mob". E mandou
a polícia fazer o trabalho para que é paga pelos contribuintes. Nunca tantos deveram
tanto a uma só. Gens
Ramos: Conclusão: dúvidas e mais
dúvidas. Aposta-se no fim e ganhamos. Alguém tem de: ver, pesquisar, analisar,
trabalhar os dados e utilizar/decidir. Ter opiniões, claro, é válido e
saudável, mas alguém tem de realizar/fazer/concluir; logo, naturalmente existo
à crítica: positivas e negativas. De outro modo não poderia ser.
Cipião de Numância: O excelente Rui Ramos ao ritmo do que nos habituou! Tenho não obstante para mim que
a refrega do ching y ling chinoca, deverá ser dividido em duas partes. Ou seja,
a parte inicial e a que se lhe seguiu até aos dias de hoje.
Quanto à parte
inicial há que ser-se honesto. E aquilatar que poucas alternativas restavam ao
Dr. Costa. Passado o trauma de Pedrógão e até pelas consequências disso mesmo, o Dr.
Costa fez aquilo que qualquer governante faria no seu lugar, seguir a onda que
perpassava igualmente pelas estranjas e rezar para que não se amontoassem umas
quantas filas de caixões. O confinamento costeano, não foi assim um objectivo
desejo, mas a prossecução de uma bebida amarga que, ele próprio e a sociedade
em geral, teriam que sorver até à última gota. Estamos conversados quanto a
isto. Seguiu-se depois a segunda etapa e é aqui que deveremos aquilatar do que
sucedeu de bom ou de mau. E, mais uma vez, quartel em Abrantes...., saltou de
supetão a proverbial bandalheira socialista e o esparvoamento atontado habitual
dos seus incompetentes militantes. Como todos bem sabemos o ser-se
socialista nem é carne nem é peixe. Nem sequer se trata de uma ideologia onde
existam bases programáticas ou dialécticas que a suportem. É o regabofe
permanente, o autismo militante, a chinfrineira tonta e convencida e um
amadorismo que faz chorar as pedras da calçada. Ser-se socialista é o todo e o
seu contrário. O vazio que se opõe ao oco e o tudo que anda de mãos dadas com o
nada. Socialismo é a estrada da morte de Pedrogão que conflui pressurosamente
para o lar de Reguengos. É a lassidão frouxa de uma espécie de bando de pardais
atontados sem tino ou ordem!
E é esta
segunda parte gerida à maneira socialista que nos confina ou nela estamos
confinados. Nada nem ninguém se entende. E se o mundo se gere e orienta pelo
caos, nem sequer tenho dúvidas que Deus é, mais do que certo, um socialista! Aqui chegados não vejo possível
salvação e nem a imprensa comprada e engajada pelo Dr. Costa, consegue anular
as Graças Freitas da vida. Abrem a boca e nota-se-lhes a incompetência. Tomam
atitudes e qualquer consciente cidadão fica com as pernas a tremer. Atrevo-me
aliás a dizer que, a um socialista, em tempos de dificuldades a única coisa que
se lhes deveria pedir é que ficassem sossegados. Quaisquer assomos de actividade
é um permanente convite ao desastre. Um governante normal, passada a primeira
fase, encetaria a respeitar a máxima pombalina que pontifica que se devem
enterrar os mortos e cuidar dos vivos. Fizeram tudo ao contrário. Entraram pela
via da propaganda e do focus group, e ninguém olhou para os desgraçados
velhotes que estacionavam em humilhante degradação em pardieiros dispersos pelo
país a que pomposamente chamam Lares. Não o fizeram e nem sequer parece ter havido um
sobressalto cívico que se comparasse até a canis de animais, fazendo-nos
ressaltar que a ordem natural das prioridades e das coisas estão alarvemente
alterados.
Pessoal, só nos resta rezar! Pois pedir algo a esta malta
tonta e aparvoada que nos governa só pode piorar as coisas. Se não fizerem nada
de nada, por mim fico bem mais tranquilo. E desejo que isso suceda tal como
almejaria que uma criança traquina e inconveniente lhe dê sono bastante que o
force a ir dormir uma bela soneca. Os "sostorbas" da política
deveriam, eles sim, estarem todos confinados. Que a sociedade em geral e o
cidadão em particular não se compadecem com atitudes avulsas que chegam a ser
mais perigosas que o próprio mal em si. Que São Marx os acalme e que se confinem
à sua própria incompetência. Será pedir demais? Talvez, que os ineptos e os
tontos desde sempre têm no palavreado a sua imagem de marca!
Sabem o que vos digo? Estamos lascados! Entregues
a estes aventesmas que nos governam e se vão governando, é a fórmula perfeita
para um mais que anunciado desastre! E já agora continuem a votar neles,
não se esqueçam!... VICTORIA
ARRENEGA > Cipião de Numância: O seu texto é excelente e eu
concordo completamente com ele. A parte final assusta-me e muito porque contra
todas as evidências de desnorte e incompetência, quando se vai a votos, fica
tudo na mesma. E assusto-me ainda mais porque não vejo alternativas credíveis.
Portanto onde é que isto irá parar? Certamente que somos um caso interessante
para estudo. Um imenso manicómio!!!
Cipião de Numância >VICTORIA ARRENEGA: Cara Victoria, teria imenso
gosto em tranquilizá-la. Mas isso é de todo impossível quando, eu próprio,
estou remetido a um pavor intenso. Talvez ajude corroborar que, sim, Portugal parece um
imenso manicómio. E talvez não seja despiciendo lembrar que, segundo um estudo
de há uns dois anos, se constatou que cerca de 25% da população portuguesa
sofria, em maior ou menor grau, de doenças do foro psiquiátrico.
Talvez isto ajude a explicar
muita coisa. Mas não explicará tudo, obviamente. Talvez explique porque tanta
gente é inveterada adepta do socialismo, falido em todo o lado e por aqui se
continua a praticar como se as leis físicas de Newton ou Einstein, ou a razão
de Descarte ou Platão, não devam ser colocadas em equação. E peca-se em dois sentidos. Por
acção daqueles que votam interessada e interesseiramente e por similar acção
daqueles que pecam por omissão e não saem dos seus sofás para correrem do poder
a canalha que tomou as rédeas do poder. Está a ver? Acção e omissão! O
jogo de luzes e de sombras que tudo condiciona e determina. Isto só vai parar quando
acontecer o que esteve para suceder no tempo do "inginhêro" quando só
havia "em caixa" narda suficiente para pagar mais uns três meses aos
FP's, pensionistas e reformados. A troika salvou-os cedo demais, sem terem
aprendido suficientemente a lição. Quando isso voltar a suceder e os pensionistas levarem
um corte de uns 40%, aí, finalmente, abrirão a pestana! E o socialismo, como sucedeu na
Grécia e outros países da Europa será, finalmente, então varrido do mapa!...
Paul C. Rosado: Hoje, excepcionalmente, não concordo com grande parte do que o Rui Ramos
diz. Tem razão quando diz que deviam ter agido mais cedo. Isso teria evitado as
medidas draconianas que vieram mais tarde, devido à incompetência da DGS. Mas
Rui Ramos parece desconhecer como funciona a ciência nestes casos e como os
políticos têm de fazer escolhas baseados nela. Há ciência para todos os gostos,
neste e noutros casos, mas há uma esmagadora maioria dos cientistas a apontar
para a probabilidade de colapsos dos serviços de saúde nacionais, públicos ou
privados, e consequentemente para colapso das economias, ainda maior que o
desastre que tivemos. Os países com sistemas privados protegeram igualmente os
seus sistemas. Ao contrário da ideia geral, os "políticos" não são
todos tolos e, por todo o mundo, à esquerda e à direita, fizeram as contas e
tomaram medidas similares. Provavelmente escolheram o mal menor. Os que o não
fizeram foram precisamente as ditaduras de terceiro mundo que negaram o
problema e esconderam ( e escondem) as mortes. …….
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