quinta-feira, 24 de setembro de 2020

E assim Tróia se perdeu

 

Porque ninguém acreditou em Lacoonte a avisar que o “cavalo” era presente envenenado. No caso do confinamento, não houve Lacoonte a informar das malignas intenções… Só depois dos resultados. De resto, qualquer que fosse o partido no governo, haveria logo quem o desfaria… após esses resultados das políticas, seguidistas da maioria dos países, aliás. Ninguém contrariou antes, porque ninguém sabia, ninguém previu. Os que o fizeram, foram castigados, a acentuar a necessidade da mascarada… Agora é mais fácil condenar, com excelência de argumentos, é certo. Mas nós também temos o nosso cavalo, para estes casos de previsão: Depois de ele morto, cevada ao rabo…

Teoria política da quarentena /premium

Apesar dos danos que infligiu à sociedade, a quarentena reforçou estes regimes: ampliou os poderes do Estado, e agravou a dependência das populações, agora ainda mais controladas e mais destituídas.

RUI RAMOS Colunista do Observador

OBSERVADOR, 18 set 2020

Ontem, Portugal teve o pior dia de infecções desde 10 de Abril. Em Abril, estávamos fechados em casa. Agora, pedem-nos para irmos à escola, embora de máscara. Que vão fazer se o número de infecções continuar a subir? Não sabemos, mas podemos desconfiar de uma coisa: não vão fazer como em Março, quando fecharam tudo. Que mudou desde então? Dizem-nos que, apesar da escalada da epidemia, há menos mortos, que os infectados são agora gente resiliente, que o mundo, afinal, não vai acabar. Mas há outra razão.

Entre Março e Maio, perante o novo coronavírus, os governos reagiram com uma quarentena medieval. Em sociedades como as de hoje, os danos decorrentes só poderiam ser tremendos: falências, desemprego, endividamento, privação de cuidados de saúde e falta de condições adequadas de aprendizagem escolar. As consequências só serão conhecidas daqui a uns anos. Entretanto, sabemos que o PIB português desceu, por um trimestre, ao nível de 1999, o que confere mais ou menos com o retrocesso civilizacional de 25 anos estimado por Bill Gates. É esta a razão por que, desta vez, não será como em Março, mesmo sem vacina: nenhuma sociedade aguentará outra passagem pelo inferno.

Ah, mas aplanou-se a curva das infecções na Primavera. Sim. Mas não teria havido outros meios? Imaginem, em Janeiro, governos que tivessem levado imediatamente a sério as notícias da epidemia na China. Imaginem, em Fevereiro, governos que tivessem imposto o uso generalizado de máscara de tipo cirúrgico, a desinfecção de mãos à entrada e saída de espaços públicos, e aconselhado ou imposto o distanciamento social. Imaginem, em Março, governos que tivessem percebido que a emergência estava nos lares de idosos, e tomado medidas enérgicas para garantir a sua segurança. Talvez tivesse sido possível dominar a curva e evitar mortes, sem privar tanta gente de rendimentos, de saúde, de educação e até de convívio humano, como muitos idosos e internados. Dir-me-ão: mas em Janeiro, ninguém imaginava; mas em Fevereiro, não havia máscaras nem gel; mas em Março, ninguém percebeu o que era prioritário. Então já não estamos a falar só da epidemia, mas de outras coisas: de imprevisão, de impreparação, e de erro.

Muito provavelmente não teria podido ser diferente. Porque a quarentena não foi um acaso, um mero expediente de último recurso, depois de outras políticas terem falhado. A quarentena foi mais do que isso. Na China, todos perceberam que correspondia ao carácter ditatorial do regime. Mas no Ocidente, com as suas democracias, não teria sido uma contradição? Não, no Ocidente, a quarentena também correspondeu ao carácter actual dos seus regimes. Vale a pena perceber isto, para perceber o que somos.

Nas democracias ocidentais, onde a autoridade política tem sido degradada pelas deslocações da globalização, nenhum governo partilha hoje qualquer visão ou projecto com os governados: ninguém, à esquerda, é hoje Clement Attlee em 1945, ou, à direita, Margaret Thatcher em 1979. Ninguém confia na organização da classe trabalhadora para nacionalizar a indústria, nem nas aspirações da classe média para liberalizar os mercados. O poder assenta em aglomerações de grupos de interesse, sem qualquer coesão ideológica ou solidariedade de classe, juntos apenas por uma comum dependência do Estado. O trabalho dos governantes é manter e disciplinar essa aglomeração. Por duas vias: fomentando o medo de qualquer mudança, de modo a manter toda a gente no mesmo lugar, e reforçando a dependência dos indivíduos e das famílias em relação ao poder, para limitar qualquer autonomia. Foi neste contexto que a opção da quarentena fez tanto sentido como na China ditatorial.

Em primeiro lugar, a quarentena, pelo seu aspecto drástico, adequou-se à mania apocalíptica com que os governantes agora discutem todas as questões, sempre como se o mundo estivesse para acabar. A quarentena vinha, por exemplo, ao encontro do que os sectários das “alterações climáticas” andam a pedir: uma demonstração de força do poder, que nos habituasse à ideia de que, para nos salvarmos, precisamos pôr-nos completamente à mercê do Estado, e comportar-nos como nos mandam. Não há hoje, aliás, outro fundamento para o poder político no Ocidente, a não ser a sua apropriação das expectativas de salvação associadas às religiões. O encerramento das igrejas e dos templos dos antigos cultos foi outra maneira de sugerir que há um só deus, e se chama Estado, o qual tudo pode. Em segundo lugar, a quarentena foi a maneira de preservar um dos elementos fundamentais do sistema de dependência que sustenta o regime político: os serviços públicos de saúde. Na Primavera deste ano, a principal preocupação dos governantes, aqui e neste país, foi defender esses serviços contra uma eventual procura que não estariam em condições de satisfazer. Mais do que o caos nas urgências e unidades de cuidados intensivos, temeram que esse caos, devidamente filmado, servisse para desacreditar o regime. O SNS é propagandeado como a nossa defesa. De facto, fomos nós que, além de o pagar, o tivemos de defender, perdendo o emprego, abrindo falência, não indo à consulta, voltando à telescola, e ficando isolados.

No fim, a quarentena reforçou estes regimes: ampliou os poderes do Estado, e agravou a dependência das populações, agora ainda mais controladas e mais destituídas. Mas não foi tudo isto aconselhado pela “ciência”? A “ciência” é o refúgio final da actual oligarquia. Justificar “cientificamente” uma opção só lhe interessa na medida em que lhe permita tratar qualquer alternativa como monstruosa. Onde a ciência fala, todos se deviam calar. Acontece que a ciência fala muito, mas nem sempre para dizer as mesmas coisas. Como neste caso, em que ainda está para se decidir se o coronavírus é a peste negra ou a gripe sazonal, ou nenhum dos dois. Há cientistas para todas as opiniões. Não é uma falha da ciência: é uma falha dos políticos que usam a ciência como um substituto dos dogmas das religiões. A ciência é conjectura, refutação e, por isso mesmo, discordância. Mas na política actual, a ciência serve apenas para cancelar discussões. No caso da quarentena, serviu para não descobrirmos se havia outras opções razoáveis.

Em Março, quando a epidemia começou, a oligarquia empurrou-nos para casa dizendo que era o fim do mundo, que os serviços públicos tinham de ser protegidos, e que era isso que a ciência mandava. Quase toda a gente acreditou e obedeceu. Apesar dos danos que infligiu à sociedade, a epidemia não correu mal aos nossos oligarcas: subiram nas sondagens, aumentaram os seus poderes, diminuíram a nossa autonomia. Agora, que a epidemia retomou, mas não convém irmos outra vez para casa, que nos vão dizer?

CORONAVÍRUS  SAÚDE PÚBLICA  SAÚDE  POLÍTICA  EPIDEMIAS E PRAGAS  DEMOCRACIA  SOCIEDADE

COMENTÁRIOS

manuel soares Martins: Que nos vão dizer?? Que dúvida! Já disseram, ou já começaram a dizer: a responsabilidade é NOSSA, os transgressores, que não cumprimos os preceitos...     Francisco Bandeira: Muito Bom.      Liberal Assinante do Local:  "Quase toda a gente acreditou e obedeceu." Houve muita gente que obedeceu sem acreditar. E até houve alguns, como este vosso humilde criado, que não acreditaram nem obedeceram. Os chineses que obedeçam.    Filipe Paes de Vasconcellos: E a oposição acabou de vez... Quando e se a epidemia for à vida ou se instalar definitivamente, a oposição deverá, segundo esta gente que está a mandar em nós, continuar a não existir, porque segundo o seu patriotismo, temos todos de ajudar a saída da crise e a entrada de uma pipa de maça nos bolsos dos antigos e novos corruptos.  Andrade QB: já que ninguém parece muito preocupado com o crescer de uma nova forma de dividir as pessoas entre quem manda e quem obedece, que, no mínimo, este artigo daqui a uns anos sirva para alguém lembrar que houve quem avisasse. 

Tiago Queirós: Desde logo, suponho que a evidente contradição se deva ao facto de, a princípio, o mercado carecer de oferta suficiente de artigos como, por exemplo, máscaras cirúrgicas. O que, em todo o caso, devia ter sido comunicado, directa e francamente, aos cidadãos. Tal não se registou porque, para todos os efeitos, António Costa, Marcelo Rebelo de Sousa e demais figuras políticas utilizaram a conjuntura como proveitoso concurso de popularidade. Não será adequado efectuar comparações com a Suécia, atendendo à baixa densidade populacional deste país nórdico; mas será adequado perguntar por que razão uma certa delegada de saúde sugeriu, recentemente, a não afluência de peregrinos ao Santuário de Fátima, não obstante ter sido permitida a afluência de peregrinos à Quinta da Atalaia. Devemos concluir, portanto, que a nossa liberdade de associação se encontra unicamente dependente de demonstrações de cariz político? Reforça-se, assim, a politização conferida ao contexto pandémico, tanto mais que certos ideólogos procuram legitimar a recente libertação de presidiários, por conta da sua baixa taxa de reincidência, notoriamente minimizando a dor e a impotência geradas pelos seus actos criminosos, e procurando à surdina promover a tese rousseauniana de acordo com a qual o indivíduo nasce bom e é pervertido pela sociedade (tese, ademais, desvirtuada pela proliferação transversal de psicopatas a quaisquer estratos socioeconómicos ou étnicos). Portanto, o Governo é inábil, a Direcção-Geral da Saúde é inábil, e os cidadãos são inábeis (estes últimos porquanto convivem candidamente com supressões arbitrárias de liberdade alheia, sugerindo a pululação de tiques PREquistas subjacentes a um acervo substancial do tecido populacional português). P.S.: Vi ontem uma série de conteúdos outrora produzidos pelos Gato Fedorento, conferindo especial atenção aos que se dedicavam ao sr. Eng.º Sócrates. E de pronto constatei que os abusos parodiados se repercutem, hoje, no seio da sociedade autóctone, demonstrando que, ao cabo de 15 anos, pouco ou nada se modificou no sentido da higienização democrática de Portugal. Como tende a suceder com todo o regime decrépito e perverso, cumpre somente aguardar que apodreça e tombe naturalmente.

manuel soares Martins > Tiago Queirós: Só discordo radicalmente do último parágrafo do Post Scriptum. Cumpre (?) somente (?) ficar à espera que apodreça e caia naturalmente? À espera ...de Godot?  Mas... ainda não está podre que baste?? quais são os limites toleráveis da podridão? Vamos esperar, sentadinhos e bem comportados? Não parece aceitável tal quietismo. O mínimo que cumpre, para já, é fazer funcionar adequada e eficazmente os mecanismos da democracia e recorrer activamente a todos os meios não violentos de oposição. Ficar "patrioticamente" à espera é que não.    Tiago Queirós > manuel soares Martins: Em condições normais, faria minhas as suas palavras; o problema, contudo, terá necessariamente que ver com o carácter anómalo das disfuncionalidades democráticas que grassam no seio da República Portuguesa. A saber: não se tratam de deficiências ou insuficiências pontuais, devidas a conjunturas económicas ou políticas; pelo contrário, assumem um carácter de sistematicidade e, direi até, de malignidade que, difundido por todos os estratos socioeconómicos do tecido populacional, revelam um monstro, uma hidra, praticamente impossível de debelar. O que não significa que eu apoie uma postura fatalista, estoicista, face à inevitabilidade da podridão; ao invés, julgo ser peremptória a extirpação do Mal: não numa lógica democrática (atendendo à corrupção das instituições republicanas); não numa lógica ditatorial (se fugimos de uma guerra civil em '75, certamente agora não pretenderemos encetar um conflito armado); mas numa lógica intelectual, artística, científica. Em suma, combatendo o Socialismo por via da Verdade, evidenciando que a noção marxista de progresso é equívoca, enviesada e, potencialmente, criminosa. Portugal necessita de um Fernando Pessoa, de um D. Sebastião que arrebanhe um Povo instruído e íntegro e nobre e responsável; caso contrário, quaisquer conquistas sobre a Esquerda tenderão, por certo, a configurar triunfos pírricos e sem alcance profundo e de longo prazo.

pedro dragone: Ninguém mandou as pessoas para casa. As pessoas, assustadas com as cenas de terror que viam nas TVs (China, Itália, Espanha,..), é que se meteram como o rabinho em casa. E a "oligarquia" foi atrás, provavelmente também movida pelo medo. De resto contrariando as indicações da "ciência": RR parece já não se recordar que o "Conselho Superior de Saúde Pública" desaconselhou o fecho das escolas; e que o Governo se "esteve nas "tintas" para o conselho... Quanto à grande mortalidade nos lares que afectou todos os países, ninguém, absolutamente ninguém, conseguiu antever. Mesmo Anders Tegnell, o epidemiologista que definiu a inovadora estratégia Sueca, admite que foi nos lares que tiveram a maior incidência de mortes porque, segundo refere, não conseguiram antever a situação... Mas "prontos", compreendo que o RR precise de dourar a pílula, perdão esverdear a palha, para a tornar mais apetitosa à audiência. Quem hoje não escreva o que o "pessoal" quer ouvir está condenado à "marginalidade mediática" LOL LOL LOL   João Bilé Serra: Somente isto: Este é o MELHOR artigo de análise política (e da sua psicologia subliminar) que o Observador alguma vez publicou. Parabéns ao Professor Rui Ramos. Brilhante.      Luís Martins: RR expõe uma tese muito interessante e, na minha opinião, bastante real. Quanto a nós e à nossa oligarquia, não podia ter escrito melhor: " imprevisão, impreparação e erro" A culpa não é do €uro, a culpa não é dos frugais, a culpa não é da Troika e da austeridade, a culpa é da oligarquia e do seu regime de monopólio.   Fernando Regio > Luís Martins: Rapar o tacho tem muita força em Portugal. Sempre teve.      Bate Fundo: Eu não sou premium, mas pelos comentários percebo que o Ramos se insurge perante a decisão do confinamento!! Eu não concordo com o confinamento, mas acho que qualquer fosse o governo neste país, perante a pressão social, teria a mesma decisão!! Mas já se sabe que as opiniões do senhor Ramos são sempre ao sabor do vento!!       Liberal Assinante do Local > Bate Fundo: Quem governa, o governo eleito ou a "pressão social"? Margaret Thatcher não duvidava, aquando das greves dos mineiros em que finalmente quebrou o socialismo em Inglaterra ela disse que a escolha era entre a "rule of law" ou a "rule of the mob". E mandou a polícia fazer o trabalho para que é paga pelos contribuintes. Nunca tantos deveram tanto a uma só.   Gens Ramos: Conclusão: dúvidas e mais dúvidas. Aposta-se no fim e ganhamos. Alguém tem de: ver, pesquisar, analisar, trabalhar os dados e utilizar/decidir. Ter opiniões, claro, é válido e saudável, mas alguém tem de realizar/fazer/concluir; logo, naturalmente existo à crítica: positivas e negativas. De outro modo não poderia ser.

Cipião de Numância: O excelente Rui Ramos ao ritmo do que nos habituou! Tenho não obstante para mim que a refrega do ching y ling chinoca, deverá ser dividido em duas partes. Ou seja, a parte inicial e a que se lhe seguiu até aos dias de hoje. Quanto à parte inicial há que ser-se honesto. E aquilatar que poucas alternativas restavam ao Dr. Costa. Passado o trauma de Pedrógão e até pelas consequências disso mesmo, o Dr. Costa fez aquilo que qualquer governante faria no seu lugar, seguir a onda que perpassava igualmente pelas estranjas e rezar para que não se amontoassem umas quantas filas de caixões. O confinamento costeano, não foi assim um objectivo desejo, mas a prossecução de uma bebida amarga que, ele próprio e a sociedade em geral, teriam que sorver até à última gota. Estamos conversados quanto a isto. Seguiu-se depois a segunda etapa e é aqui que deveremos aquilatar do que sucedeu de bom ou de mau. E, mais uma vez, quartel em Abrantes...., saltou de supetão a proverbial bandalheira socialista e o esparvoamento atontado habitual dos seus incompetentes militantes. Como todos bem sabemos o ser-se socialista nem é carne nem é peixe. Nem sequer se trata de uma ideologia onde existam bases programáticas ou dialécticas que a suportem. É o regabofe permanente, o autismo militante, a chinfrineira tonta e convencida e um amadorismo que faz chorar as pedras da calçada. Ser-se socialista é o todo e o seu contrário. O vazio que se opõe ao oco e o tudo que anda de mãos dadas com o nada. Socialismo é a estrada da morte de Pedrogão que conflui pressurosamente para o lar de Reguengos. É a lassidão frouxa de uma espécie de bando de pardais atontados sem tino ou ordem!

E é esta segunda parte gerida à maneira socialista que nos confina ou nela estamos confinados. Nada nem ninguém se entende. E se o mundo se gere e orienta pelo caos, nem sequer tenho dúvidas que Deus é, mais do que certo, um socialista! Aqui chegados não vejo possível salvação e nem a imprensa comprada e engajada pelo Dr. Costa, consegue anular as Graças Freitas da vida. Abrem a boca e nota-se-lhes a incompetência. Tomam atitudes e qualquer consciente cidadão fica com as pernas a tremer. Atrevo-me aliás a dizer que, a um socialista, em tempos de dificuldades a única coisa que se lhes deveria pedir é que ficassem sossegados. Quaisquer assomos de actividade é um permanente convite ao desastre. Um governante normal, passada a primeira fase, encetaria a respeitar a máxima pombalina que pontifica que se devem enterrar os mortos e cuidar dos vivos. Fizeram tudo ao contrário. Entraram pela via da propaganda e do focus group, e ninguém olhou para os desgraçados velhotes que estacionavam em humilhante degradação em pardieiros dispersos pelo país a que pomposamente chamam Lares. Não o fizeram e nem sequer parece ter havido um sobressalto cívico que se comparasse até a canis de animais, fazendo-nos ressaltar que a ordem natural das prioridades e das coisas estão alarvemente alterados.

Pessoal, só nos resta rezar! Pois pedir algo a esta malta tonta e aparvoada que nos governa só pode piorar as coisas. Se não fizerem nada de nada, por mim fico bem mais tranquilo. E desejo que isso suceda tal como almejaria que uma criança traquina e inconveniente lhe dê sono bastante que o force a ir dormir uma bela soneca. Os "sostorbas" da política deveriam, eles sim, estarem todos confinados. Que a sociedade em geral e o cidadão em particular não se compadecem com atitudes avulsas que chegam a ser mais perigosas que o próprio mal em si. Que São Marx os acalme e que se confinem à sua própria incompetência. Será pedir demais? Talvez, que os ineptos e os tontos desde sempre têm no palavreado a sua imagem de marca!

Sabem o que vos digo? Estamos lascados! Entregues a estes aventesmas que nos governam e se vão governando, é a fórmula perfeita para um mais que anunciado desastre! E já agora continuem a votar neles, não se esqueçam!...  VICTORIA ARRENEGA > Cipião de Numância: O seu texto é excelente e eu concordo completamente com ele. A parte final assusta-me e muito porque contra todas as evidências de desnorte e incompetência, quando se vai a votos, fica tudo na mesma. E assusto-me ainda mais porque não vejo alternativas credíveis. Portanto onde é que isto irá parar? Certamente que somos um caso interessante para estudo. Um imenso manicómio!!!     Cipião de Numância >VICTORIA ARRENEGA: Cara Victoria, teria imenso gosto em tranquilizá-la. Mas isso é de todo impossível quando, eu próprio, estou remetido a um pavor intenso. Talvez ajude corroborar que, sim, Portugal parece um imenso manicómio. E talvez não seja despiciendo lembrar que, segundo um estudo de há uns dois anos, se constatou que cerca de 25% da população portuguesa sofria, em maior ou menor grau, de doenças do foro psiquiátrico. Talvez isto ajude a explicar muita coisa. Mas não explicará tudo, obviamente. Talvez explique porque tanta gente é inveterada adepta do socialismo, falido em todo o lado e por aqui se continua a praticar como se as leis físicas de Newton ou Einstein, ou a razão de Descarte ou Platão, não devam ser colocadas em equação. E peca-se em dois sentidos. Por acção daqueles que votam interessada e interesseiramente e por similar acção daqueles que pecam por omissão e não saem dos seus sofás para correrem do poder a canalha que tomou as rédeas do poder. Está a ver? Acção e omissão! O jogo de luzes e de sombras que tudo condiciona e determina. Isto só vai parar quando acontecer o que esteve para suceder no tempo do "inginhêro" quando só havia "em caixa" narda suficiente para pagar mais uns três meses aos FP's, pensionistas e reformados. A troika salvou-os cedo demais, sem terem aprendido suficientemente a lição. Quando isso voltar a suceder e os pensionistas levarem um corte de uns 40%, aí, finalmente, abrirão a pestana! E o socialismo, como sucedeu na Grécia e outros países da Europa será, finalmente, então varrido do mapa!...

Paul C. Rosado: Hoje, excepcionalmente, não concordo com grande parte do que o Rui Ramos diz. Tem razão quando diz que deviam ter agido mais cedo. Isso teria evitado as medidas draconianas que vieram mais tarde, devido à incompetência da DGS. Mas Rui Ramos parece desconhecer como funciona a ciência nestes casos e como os políticos têm de fazer escolhas baseados nela. Há ciência para todos os gostos, neste e noutros casos, mas há uma esmagadora maioria dos cientistas a apontar para a probabilidade de colapsos dos serviços de saúde nacionais, públicos ou privados, e consequentemente para colapso das economias, ainda maior que o desastre que tivemos. Os países com sistemas privados protegeram igualmente os seus sistemas. Ao contrário da ideia geral, os "políticos" não são todos tolos e, por todo o mundo, à esquerda e à direita, fizeram as contas e tomaram medidas similares. Provavelmente escolheram o mal menor. Os que o não fizeram foram precisamente as ditaduras de terceiro mundo que negaram o problema e esconderam ( e escondem) as mortes.     …….

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