quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Mas era de prever

 Afinal, o que todos quiseram, desde o início, não foi o volante da governação que lhes fez préstimo? Depois, com o rodar da viatura – tirante o “motorista” mais cauteloso, que tentou reverter a marcha, em altura de despenhadeiro, logo coarctado pelo guarda-mor dos interesses que sobretudo o e nos comandam – encontramo-nos novamente, não com o Álvaro de Campos do “Ao volante do Chevrolet pela estrada de Sintra”, da insatisfação perene, de sonho e fantasia, mas da frota automóvel do Estado “a renovar" ”com a aquisição de mais 200 veículos eléctricos para a administração pública”, para efeitos objectivos bem prestáveis de anti-poluição ambiental “à la page”.

Mas… Despoluamo-nos, um pouco, com o tal Chevrolet da estrada de Sintra, para curtirmos – parcamente, embora - de toda esta pandemia:

Ao volante do Chevrolet pela estrada de Sintra,

Ao luar e ao sonho, na estrada deserta,

Sozinho guio, guio quase devagar, e um pouco

Me parece, ou me forço um pouco para que me pareça,

Que sigo por outra estrada, por outro sonho, por outro mundo,

Que sigo sem haver Lisboa deixada ou Sintra a que ir ter,

Que sigo, e que mais haverá em seguir senão não parar mas seguir?

Vou passar a noite a Sintra por não poder passá-la em Lisboa,

Mas, quando chegar a Sintra, terei pena de não ter ficado em Lisboa.

Sempre esta inquietação sem propósito, sem nexo, sem consequência,

Sempre, sempre, sempre,

Esta angústia excessiva do espírito por coisa nenhuma,

Na estrada de Sintra, ou na estrada do sonho, ou na estrada da vida...

Ainda existe o PS que Mário Soares quis? /premium

Casado com a esquerda à sua esquerda, o PS mudou. Não se vislumbrando que o “social democrata” que manda no Largo do Rato se aflija com tamanha metamorfose e os seus nefastos (irreversíveis?) efeitos.

MARIA JOÃO AVILLEZ

OBSERVADOR, 16 set 2020

1.-É raro participar em abaixo-assinados, poucas vezes me aconteceu. Desta vez não. Juntei — com gosto e convicção — o meu nome a outros nomes, há meses que trazia na cabeça aquele gesto inquisitorial vindo de um sector vital do Estado como é a Educação: recorrendo a imerecido chumbo enxotaram-se dois (óptimos) alunos dos respectivos anos lectivos, fazendo-os recuar de ano por os pais se recusarem a que frequentassem uma disciplina —Cidadania — na escola pública que frequentam.

Como em todos os abaixo-assinados deste mundo que já conheceu dias mais limpos, e de um país que já teve maior decência, não julguei prioritário que a minha assinatura acolhesse cada alínea do articulado. Muito mais que ser especiosa quanto ao texto, moveu-me o sacrossanto princípio de um pai ou de uma mãe poderem dispor do seu insubstituível critério na escolha da educação de um filho — e nem preciso de recorrer à Constituição; e moveu-me obviamente a arbitrariedade da “punição” aos alunos e a espantosa naturalidade com que castigo tão inédito ocorreu aos responsáveis educativos.

Uma estreia “assoluta”, como na ópera, mas não estamos na ópera. Estamos a lidar com gente perigosa que não hesita no uso dos meios. Horas depois de conhecido o abaixo-assinado recorreu-se ao tique habitual: adulterou-se ou subverteu-se, atribuindo aos signatários intenções que não tinham, ideias que não eram as suas, propósitos que nunca defenderam. Como quem arreda uma pedra do caminho, desviou-se a verdade para a manipulação e o fundo do problema — e a sua argumentação — foram expeditamente trocados por gratuitas acusações e intencionais confusões.

Mas o que aqui interessa é que se está perante um ousadíssimo upgrading na colonização da opinião pública e publicada, das formas mentais, do espaço mediático, do ar do tempo. Tão ousado que me interrogo: quem tanto nos detesta dar-se-á porém conta da cada vez maior ausência de racionalidade política naquilo de que nos acusa? E da pouca ou nenhuma relação com a realidade como ela é, naquilo que diariamente os colonizadores vociferam contra os colonizados? Não sendo a realidade algo de facultativo, talvez um dia alguém dê por isso.

2Declaração impopular: não gostaria que os meus netos — agora já todos a viver em Portugal — frequentassem a tão acarinhada disciplina da “Cidadania”. Não pelo desconforme tratamento das questões de género mas pela pateteira geral. A questão do género é apenas uma parte de um desconjuntado universo de temas pseudo-científicos, espalhados por uma desgraçada escolha de conteúdos. E como teria sido inteligentemente desafiador eleger outros, tornando assimilável uma disciplina que agora é só risível. É preciso dizer isto setenta vezes sete vezes: o que incomoda, embaraça e constrange é a vacuidade da própria disciplina. Ensiná-la com este zelo faz mal à saúde do país.

3O actual estado de coisas no PS — o seu radicalismo, um visceral abuso de poder, a arrogância e a impunidade com que se habituou a agir, o seu critério imperial — não começou hoje, não é só daqui, não é novo, nem existe só uma causa. Mas uma há, fortíssima e que de tão eloquente, radiografa bem a nova paisagem política nacional: o fim da fulcral diferenciação entre o PS que sempre conhecemos — o PS como Mário Soares o fez e o quis — e as esquerdas à sua esquerda. Arrasaram-se as fronteiras — convictas, sólidas, estáveis —, um novo PS foi desmembrando o antigo, o partido metamorfoseou-se. Vitoriosamente, de resto: o novo socialismo vê-se e revê-se nos universos à sua esquerda, deu-se um reencontro de famílias, primos e irmãos juntaram-se uns aos outros. Passou a haver cumplicidade, objectivos comuns, entendimento, alegrias partilhadas.

A geringonça não saiu aliás assim tão cara: sem remorso, a esquerda do Bloco engoliu o euro, as contas ou a NATO para ganhar com gáudio o resto: os costumes, as questões fracturantes, a relativização de tudo, toda essa actual parafernália de temas, exigências e reivindicações com que activamente se entretêm a dissolver a civilização ocidental. O fim das fronteiras que durante décadas separaram estes dois mundos — que entre si nunca porém dispensaram o combate político, o aceso confronto partidário ou a tensão da luta — foi também o fim de um certo entendimento que existia tacitamente na política portuguesa. E que naturalmente se reflectia na sociedade e na relação entre os portugueses.

Encostado à esquerda da sua esquerda — ou já mesmo casado com ela o PS mudou de pele. Julgo que terá sido de vez, seguindo aliás os seus pares extramuros. Não se vislumbrando que quem mande ou decida no Largo do Rato, apesar de se definir como “socialdemocrata”, se aflija com tamanha metamorfose e os seus nefastos efeitos. E os outros socialistas aparentemente também não. Uns foram colonizados, outros deixaram-se capturar. E quem resiste é triturado como ainda agora sucedeu — furiosamente, raivosamente, odiosamente — com Sérgio Sousa Pinto por ter exprimido uma opinião dissonante da “casa”, ao partilhar com gente séria a sua indignação face ao ocorrido com os alunos punidos pela não comparência à disciplina de Cidadania.

E ora aí está: a alta voltagem do ódio no ataque a Sousa Pinto seria difícil de atingir há dez, vinte anos Não me lembro que se recorresse diariamente ao insulto soez, que fosse costume praticar a difamação como norma, utilizando mentira com o automatismo de quem abre ou fecha uma torneira. (Lembre-se a propósito que raros são os que do PSD para a sua direita têm direito de cidade: é-lhes automaticamente retirado de cada vez que abrem a boca e destoam. Sucede o mesmo nas moradas da esquerda europeia? Acontece também com os democratas norte-americanos? Sim, mas é fraco o consolo.)

A verdade é que passámos a testemunhar atitudes e factos tão acintosos que todas as dúvidas são permitidas sobre a moral, a decência, a integridade, a cidadania — a verdadeira — de quem usa tanta voltagem na apropriação do poder.

4E depois há a outra metade do país, a que não consta. Uns por desistência, outros por comodismo, outros pelo silêncio, outros por medo, não constam. Deixaram-se desactivar. São por isso hoje largas e amplas as margens do consentimento face à colonização em curso. Devíamos logo ter desconfiado quando os vimos – aos do PSD e do CDS – ter fastio ou mesmo vergonha em assumir a herança da sua própria governação, chefiada por Passos Coelho, entre 2011 e 2015. Fazendo dela um pecado em vez de um trunfo político — Portugal começou a crescer em 2013, não houve segundo resgaste, o país saiu de todas as linhas vermelhas que herdara, Passos ganhou de novo as eleições. E, quem havia de dizer, a geringonça levou até de brinde uma confortabilíssima almofada financeira, que de muito lhe serviu.

O erro cometido ontem pela não reivindicação desta herança explica aliás — bem melhor do que se pensa — a despida, desolada paisagem (ou deveria dizer a humilhante paisagem?) onde vegeta agora a tal metade. Para ficarmos hoje por aqui em matéria de erros e consentimentos.

5Pergunta ociosa: ninguém quer acabar com isto?

PS  POLÍTICA  ESCOLAS

COMENTÁRIOS:

Margarita Vicente: Mais um magnífico texto que só peca ligeiramente no pressuposto assumido de que Costa teria qualquer consideração que fosse pela história e património do PS. Para o Costa, Portugal conta zero e o partido muito pouco mais e exclusivamente no sentido em que lhe permite manter-se agarrado ao poder pessoal. Ter convertido um partido que com propriedade se poderia reclamar partido da liberdade e da democracia, no qual, aliás, cheguei a votar, em mais um pardieiro da extrema-esquerda totalitária, pesa-lhe zero na consciência. E desengane-se quem pensa que isto se trata de fase passageira. O partido está minado por entristas extremistas e pelos dependentes até ao seu mais profundo âmago. O que agora vemos, só piorará      antonyo antonyo: Muito bom !  Inexplicável o post - Passos .  Inexplicável a anestesia da gente séria e democrática ao assistir a estes dislates. Mas não consigo não me revoltar com o caso da deputada do PS que falsificou documentos para obter vantagem económica e é punida com 1.000€ de multa !  E vai continuar representante do povo ? E do PS ?

Carlos Almeida: Concordo plenamente com esta magnífica análise da admirável jornalista Maria João que muito admiro pelo seu desassombro. Obrigado.    Fernando Magalhães: Subscrevo as suas opiniões e sentimentos em relação ao que escreveu     Anarquista Inconformado: Que falta de conhecimento sobre a vontade politica de Mário Soares, é incompreensível que a senhora jornalista julgasse que Mário Soares não tenha percebido nunca, como foi utilizado pela oligarquia corrupta e cleptocrata de que a senhora é funcionária.

Ele e todos como ele com conhecimentos da política contemporânea, como Eanes por exemplo acordaram para a realidade, foi pena não terem a coragem de desmascarar a seu tempo esse gang. Percebeu, D. Maria João Avilez? Paulo Ferreira > Anarquista Inconformado: Mas conhece uma oligarquia mais corrupta e cleptocrata que a que está actualmente no poder?       Maria Augusta > Anarquista Inconformado: Tu és o exemplo acabado do serventuário da oligarquia corrupta e cleptocrata, basta seres comuna. Aguenta!        Anarquista Inconformado > Paulo Ferreira: Conheço, assim como todos aqueles que a serviram e a ajudaram a saquear o meu país. Pois basta ver o desespero de todos aqueles que serviram e apoiaram semelhantes criminosos que aqui revelam diariamente o seu ressabiamento e derrota

antonyo antonyo >  Anarquista Inconformado: A “ oligarquia corrupta e cleptocrata “ foi aquela que tirou o país do caos socialista ?      Manuel: Os apoiantes do PREC tomaram conta do P$.
O P$ não passa de um gang de crime organizado.
     Maria Clotilde Osório:
Muito bom. Obrigada

pedro dragone: "Ainda existe o PS que Mário Soares quis?" Que pergunta mais tonta! Mas não foi o próprio Mário Soares que em fim de vida, no célebre encontro das esquerdas na sala da "Aula Magna" da UL, pediu às esquerdas que se unissem contra as ameaças do "neo-liberalismo"? Então o seu "Peiésse" fez-lhe a vontade!

Paulo Ferreira > pedro dragone: Esse Mário Soares estava completamente senil,  ja o que escrevia nos jormais era anedótico.      Carlos Chaves: Caríssima Maria João, magnifica análise e excelente pergunta no epílogo!     Rui De Azevedo Teixeira: Parabéns, Mª João Avillez!...e recordo apenas o que Vasco Pulido Valente escreveu em Setembro de 2015: "Desde a I República que não aparecia um cacique da envergadura do dr. Costa, pronto a meter o país no fundo por vaidade pessoal ou conveniências partidárias".

Maria Augusta > Rui De Azevedo Teixeira: Excelente comentário. Maria do Rosário Moreira: Maravilha de exposição. Obrigada Dr.a Maria João!       Manuel Magalhães: Muito bem Maria João, só que há uma coisa que nunca é demais repisar e que embora seja aflorada no texto, que é a falta de vontade de combate do PSD e do CDS (ridículos complexos de esquerda ou erradíssimos tacticismos) que nos levaram a esta decadência, depois admiram-se que surjam novos partidos devidamente aguerridos, pois é disso que a nossa política precisa como do pão pra boca...      Filipe F: Costa corrompeu o partido e, por arrasto, o governo em benefício político próprio e de curto prazo. Por isso vai ficar na história com o cognome de "habilidoso". Deixar crescer os galambas e nunos santos vai ter resultados dramáticos. Se calhar pensava que os controlava e se livrava deles quando quisesse. Como tem sido a sua prática política desde sempre. Mas desta vez o feitiço vai-se virar contra o o feiticeiro. Qualquer dia é apeado e deixa-nos entregues a esta gente, a caminho do subdesenvolvimento.       Madalena Magalhães Colaço: No ano de 1936, Carneiro Pacheco era nomeado, pelo Estado Novo, ministro do então chamado Ministério de Instrução Pública. Na sua reforma educativa, conhecida como a Reforma Carneiro Pacheco, o ministério da Instrução passou a Ministério da Educação Nacional. Cabia ao Estado a função não só de instruir mas também a de educar demitindo os pais dessa função. Na sua reforma destaca-se que os professores precisavam da autorização do Estado para se poderem casar. Como a Maria João aqui expôs neste texto, não estamos muito longe deste tipo de modelo onde o Estado decide sobre tudo. Raquel Varela foi a única que ouvi dizer que a escola é para ensinar ciência, não concordando com a disciplina de cidadania. O Estado, desde 1936, que se arroga no direito de educar demitindo os pais dessa função. Muitos comentadores vieram dizer que preferem o Estado aos pais no que respeita ao ensino na questão da cidadania. O perigo não tem a ver com o conteúdo da cadeira, mas a arrogância com que se julga os pais como uns incompetentes para educarem os seus filhos.  Certo que há famílias disfuncionais, mas a maioria dos portugueses procura educar os seus filhos o melhor que sabe e sabe-o certamente melhor que o estado essa entidade abstracta. Deveria voltar-se ao Ministério da Instrução..    Brent Hinds > Manuel Magalhães: Não gosto deste governo, não sou socialista... apenas sou Moderado. Analisando, a sociedade está muito diferente, os pais têm menos tempo para os filhos, e a educação a maioria das vezes é esquecida. Concordo com a nova disciplina, mas também concordo que tenha de ser leccionada com o máximo respeito e sem alimentar ideologias partidárias        Maria Nunes: Excelente. Devagarinho estamos cada vez mais perto de uma ditadura.       Filipe Paes de Vasconcellos: Pensamento crítico! Pensamento crítico! Pensamento crítico! Como não me canso de dizer e de escrever nos comentários que faço , o nosso regime político transformou-se numa ditadura dos tempos modernos, suportada por um PR que aproveitou a sua popularidade para fazer de mestre cerimónia do regime social comunista e porta-voz do governo socialista com o apoio da extrema esquerda. Educação das nossas crianças: uma adolescente perguntou-me porque não se ensina e promove o pensamento crítico. Isto sim seria uma excelente opção. Ora o que esta gente nunca quererá é que os nossos jovens e futuros líderes deste País tenham pensamento crítico. O que esta gente quer é introduzir filosofias marxistas impostas há 100 anos, os tais aparelhos ideológicos do estado que geraram mortes, fome e miséria. Temos uma comunicação social que suporta este regime ( lá estão os aparelhos ideológicos do estado). Quando a comunicação social é financiada aberta e às claras pelo regime. Quando temos jornalistas e comentadores políticos cada vez mais submissos à nomenclatura reinante, destruindo imediata e despoticamente qualquer mensagem que venha do espaço político que não seja o da tríade social comunista. Quando um partido político, o PS, gera 3 bancarrotas, 2 décadas sem crescimento económico, 1 presidente do partido e 2secretários gerais e 2 primeiros-ministros manhosos, nada mais há a dizer, a não ser uma coisa: nunca se retrataram nem pediram desculpa, nem mostraram qualquer arrependimento! Quanto ao meu PSD é que não digo mesmo, mesmo nada! E, fico-me por aqui!       Ana Ferreira: Felizmente não! Tal qual aliás, o PPD de Sá Carneiro ou o PC de Cunhal. Chama-se evolução, e tem a ver com as novas circunstâncias.

Antes pelo contrário: Que Mário Soares quis - quando? Só se foi antes das eleições de 1976!!! Porque logo a seguir a essas eleições, o PS já se tinha transformado naquilo que é actualmente!!! Na altura começaram logo a chamar ao PS "a maior agência de emprego de Portugal", e muitos dos meus colegas de faculdade foram a correr inscrever-se no Largo do Rato, e passado pouco tempo tinham arranjado emprego, numa altura em que isso era dificílimo e não havia emprego quase para ninguém. E como antes disso o PCP tinha ocupado todos os lugares daqueles que tinha saneado, nos Ministérios, faculdades, câmaras e empresas e tinha lá posto os seus peões e "comissários" durante o Gonçalvismo, isso permitiu ao PS "despachar" essa gente para arranjar lugar para os boys e girls "socialistas", que passaram a mandar nisto tudo. O mais grave, é que pelo facto de terem sido os comunistas que - sem eleições - tomaram o poder em 1975, e logo a seguir os Socialistas, depois das eleições em 1976, os primeiros a pôr a sua gente nas Câmaras e nos Ministérios, não apenas nos lugares de nomeação política (que mudam com as eleições), mas em toda a hierarquia, desde a direcção até em certos casos as mulheres da limpeza e os motoristas, o resultado foi o Portugal que temos actualmente...!!! É isso que explica como é que o PCP, nos primeiros anos do regime (e ainda hoje) conseguiu sabotar os governos do PS, e como é que o PS, depois de ter ocupado ele próprio o Poder, não apenas visível, mas sobretudo o poder invisível dentro das Empresas Públicas e dos Ministérios, Universidades, etc., tem conseguido sabotar os governos do PSD e CDS, actuando muitas vezes na sombra, de dentro da própria administração!!! Se olharem com atenção, alguns Ministérios têm de facto gente do PSD, mas o PS domina inteiramente a Justiça, a Administração Interna, a Cultura, as Finanças, a Educação, a Saúde e a Seg. Social, deixando umas migalhas para o PSD noutros ministérios ou em algumas secretarias de Estado menos importantes... E explica também a Comunicação Social que temos, onde aconteceu exactamente o mesmo, e onde em cada órgão - jornal, canal, etc. - existem ainda hoje "dinossauros" do PCP e do PS, com uma diferença: É que contrariamente aos Ministérios, é na Comunicação Social que tem havido mais infiltrados do Bloco de Esquerda, que por terem chegado demasiado tarde e serem "anti-sistema", preferem dedicar-se à deturpação de factos e à propaganda, da forma mais vil e abjecta possível!!! Este é o PS - e o País – que Mário Soares não apenas quis, mas fabricou!!! Uma rede de tráfico de influências, muitas vezes por via familiar, ao estilo da Máfia italiana, infiltrada em todo o lado!!! Isto não é uma "figura de estilo" - é a realidade.

antonyo antonyo > Antes pelo contrário: O Pcp muito antes do 25 de Abril introduzia militantes em várias organizações, especialmente médicos, magistrados do MP , professores , etc.  Em todas as profissões com relevo no contacto com as populações .      J S: Ainda existe o PS que Mário Soares quis? NÃO! Há um PS que muitos lutaram para não ser este PS. Um PS acomodado ao poder, um PS que se verga à esquerda para se manter. Um PS que criou quadros me mais quadros na administração pública para perpetuar o poder. Mário Soares foi um homem que apesar de tudo colocou interesses da nação acima dos do partido, este PS não é isto.

Antes pelo contrário > J S: Não é "acomodado". O PS "é " o poder.

Carlos Quartel: Tempo de acordar, cara cronista. Anos a permitir e a acarinhar essa invasão nas redacções, essas fracturações tão progressistas e modernaças, só agora começam a ver o ovo da serpente. Esta é gente perigosa, a sua melhor frase. Claro que são perigosos, não a prendem, nem ao Sérgio, nem a todos os que não estão com eles, porque estamos na Europa, estamos na UE e é preciso cuidado para não secar a teta que os sustenta. Mas não têm pejo em exercer represálias sobre crianças, impedindo-as de progredir na escola. E fizeram-no perante a indiferença de Rio, do Ventura ou do Chicão, que deviam ter mobilizado as populações perante tal escândalo, tal violência sobre menores. Em resposta à sua pergunta, acabar com isto implica incómodo, luta, mobilização e organização. Para que serve a oposição???

VICTORIA ARRENEGA > Carlos Quartel: Concordo com a sua opinião. Para que serve a oposição? E neste momento onde está? PSD e CDS desapareceram de cena. As figuras que melhor pensam nestes partidos não querem dar a cara. Ataca-se furiosamente Pedro Passos Coelho e despreza-se o que foi feito pelos portugueses durante esses anos difíceis. Quando pergunto aos meus conhecidos o valor do défice quando Sócrates saiu e o valor do mesmo quando Pedro Passos Coelho foi embora, não me sabem responder. Não há movimentos de cidadania. O Ventura é visto como um fenómeno passageiro. Portanto estamos feitos e a caminho alegremente de uma nova bancarrota mas desta vez não estou a ver quem vai dar o peito às balas.

Rui Lima: Mário Siares era antes de mais um amante da liberdade. Sérgio S. Pinto herdou esse valor escreveram o livro Diálogo de Gerações Mário Soares (Autor) Sérgio Sousa Pinto (Autor).

bento guerra: Finalmente, chegou-se ao "socialismo" que Soares quis. Quase o PRI mexicano, donos disto tudo.

 

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