Entretanto, ainda bem que Teresa de Sousa regressou de férias, para nos elucidar com a sua
clareza de referências, que provocam, naturalmente, reacções díspares, entre os
seus comentadores.
ANÁLISE
Duas Américas, como nunca as tínhamos visto
De onde surgiu esta América, que nos
assombra tanto quanto nos angustia? Olhemos para as duas convenções à procura
de algumas respostas.
TERESA DE SOUSA
PÚBLICO, 29 de Agosto de 2020
1.
Terminada a época das convenções, o mundo ficou perante duas Américas,
aparentemente irreconciliáveis, à espera do dia 3 de Novembro para saber com qual das duas pode contar.
Isso fará toda a diferença. Dificilmente o que resta da ordem
internacional liberal sobreviveria a mais quatro anos de Trump. O caos
alastraria. Ganhariam Putin e Xi, mas também Erdogan, Bolsonaro,
Duterte ou outro qualquer candidato a ditador. Perderia a democracia, a liberdade e a abertura. Não é uma visão catastrófica. É apenas o resultado de quatro anos de “America
First” e de uma concepção da ordem internacional segundo a qual cada um vale
por si e pela força que tem para impor a sua vontade aos outros, em que a
democracia não conta para definir alianças ou prioridades.
Merkel é muito pior do que Putin aos
olhos de Trump. Estas
eleições são, como poucas vezes aconteceu no passado, tão importantes para o
mundo como para os americanos. Os
EUA são ainda a primeira potência à face da terra. Em Pequim, Moscovo, Berlim,
Bruxelas, Paris nada acontecerá, provavelmente, de mais importante. A Europa
vê-se a braços com duas crises na sua periferia – na Bielorrússia e na Turquia – com as quais tem grande
dificuldade em lidar sem o apoio dos Estados Unidos. A pandemia abre um novo e
vasto campo de incertezas que põe à prova a resistência das democracias.
É
preciso, no entanto, olhar para os acontecimentos do ponto de vista de quem vai
escolher – os eleitores americanos. De onde surgiu esta América, que nos
assombra tanto quanto nos angustia?
Olhemos para as duas convenções à procura de algumas respostas.
2. A
convenção republicana que terminou na quinta-feira à noite com o discurso do actual Presidente foi,
porventura, o retrato da maior transformação da politica norte-americana: a do
Partido Republicano. Trump falou
diante de uma plateia de dois mil “figurantes” escolhidos segundo o critério da
absoluta fidelidade à realidade virtual que construiu e que pretende defender
sem concessões. O partido é ele, a família dele e os seus seguidores
obedientes. Aqueles que estão dispostos a repetir sem estados de alma a
narrativa que construiu para si próprio: o melhor Presidente da História da
América. O construtor da mais poderosa economia do mundo: nove
milhões de empregos criados até Fevereiro. Desapareceram, entretanto, 22
milhões e a América prepara-se para a maior recessão desde a Grande Depressão.
O Grand Old Party reduzido a zero? “No Bushes, no Reagans, no Cheneys or McCains”,
escreveu Adam Nagourney no New York Times. Em directo dos jardins da Casa
Branca, como se já pertencesse ao património imobiliário do recandidato. Com os
convidados sentados sem distanciamento social e sem máscara. Aplaudindo
freneticamente. Fogo-de-artifício final.
Como
foi possível? De uma forma resumida, tudo começou com o Tea Party, o movimento populista e radical das bases
republicanas que acabou por tomar conta do partido e que, em 2008, teve força
suficiente para impor Sara Palin a John
McCain contra Barack Obama. Depois, com Mitch
McConnell, o líder
republicano do Senado, que deu um contributo inigualável para a polarização da
política americana quando, durante oito anos, teve como único objectivo fazer de Obama um Presidente de um só mandato, e depois, impedir que governasse, bloqueando qualquer
iniciativa que exigisse a aprovação das duas câmaras do Congresso.
Trump recolheu os frutos desta deriva radical. Não tem oposição. Cria a sua própria realidade e faz-se aplaudir.
Descreve uma América que não existe. Resolveu o maior obstáculo à sua
reeleição, declarando vitória contra a pandemia com que a China infectou o
mundo. Não poderia, portanto, haver máscaras nos jardins da Casa Branca. Ele
venceu-a, Joe Biden rendeu-se-lhe. Com
Biden, a China tomaria conta dos Estados Unidos. Com ele, os EUA tomam conta do
mundo. O Médio Oriente está finalmente em paz. Um jovem mais entusiasmado
anunciou-o como “o salvador” da civilização ocidental. “Com a ajuda de Deus.”
Os
democratas querem fazer da eleição um referendo ao Presidente? Trump ofereceu-lhe o inverso: fazer de Biden o centro da
campanha eleitoral. “Um Cavalo de Tróia do socialismo.” Tão fraco perante Bernie Sanders como
perante os distúrbios nas ruas de Kenosha, Wisconsin.
É a sua última cartada. Apresentar-se, como em 2016, como o candidato da lei e
da ordem.
Resultou com Nixon em
1968, quando os
movimentos cívicos e a contestação nas universidades dominavam a agenda
política, e com George
H.W. Bush em 1988. A mensagem foi
repetida até à exaustão durante os quatro dias da convenção. Sem
variações nem nuances. Não há nuances no partido de Trump. Apenas um discurso
simples e primário. Que não incita à reflexão, apenas à adesão apaixonada. A
sua força e a sua fraqueza.
3.
Trump falou para a sua base de apoio,
que é aquela parte da América que não se interessa pelo mundo, que viu o seu
estatuto e os seus rendimentos diminuírem com a globalização, o eleitor branco
com pouca escolaridade. Aqueles
que temem que a população branca se transforme numa minoria. Os que
acreditam que cada americano tem o direito constitucional e inalienável de ter
uma arma de fogo e de usá-la para defender a sua propriedade. Os que não
entendem que o direito à saúde deve ser universal, sem depender de um emprego
que dá direito a um seguro (uma das suas maiores derrotas foi não
ter conseguido desmantelar o Obamacare).
Os que não gostam de um Governo forte, que vêem em Washington uma elite
corrupta que não se importa com as suas vidas. Os que não têm grandes
exigências doutrinárias. O Partido
Republicano abdicou pela primeira vez de um programa. Sobrou a definição de
Mike Pence na terceira noite da Convenção: “Make
America Great Again. Again”.
4. O
que estava em causa para o Partido Democrata? A resposta é simples: preservar o
partido de Bill Clinton e de Barack Obama. Resistir à radicalização imposta
pelos republicanos. Deste ponto de vista, a Convenção democrata cumpriu os seus objectivos.
Biden
é um velho político centrista. Não caiu na asneira de procurar uma parceira na ala
radical do partido, como alguns aconselhavam, alegando que era preciso garantir
os votos mais à esquerda. Situou o que está em causa nestas eleições para além
dos programas e das ideologias – na decência, no carácter, na defesa
dos fundamentos da democracia americana. Foi o
partido de Obama que esteve representado na Convenção.
Foi Obama que fez o discurso que estabeleceu as
balizas e que encarregou Kamala Harris da difícil tarefa de
preservar a sua herança.
Biden esteve à altura deste desafio. Conseguiu ultrapassar-se a si próprio e oferecer
aos americanos uma mensagem simples, forte e convincente: restituir
à América a sua verdadeira alma, generosa, decente, trabalhadora, dinâmica,
igualitária e aberta ao mundo. Onde
cabe toda a gente e que é mais do que uma soma de minorias e de grupos com a
sua identidade e os seus interesses próprios. Estiveram lá, mas não dominaram.
Os democratas fugiram da pior das tentações e do maior dos riscos: responder à
radicalização com a radicalização.
5. Com duas
visões opostas, Biden e Trump olham para o mesmo espaço: o centro. A pandemia e as sondagens diriam que o
vice-presidente de Obama estaria em vantagem, com o seu discurso sobre a
reconciliação. Os republicanos já tinham sofrido uma assinalável derrota nas
eleições intercalares de 2018. Alguns dos estados liderados por governadores
republicanos fieis ao Presidente tiveram de fazer marcha-atrás quando a Casa
Branca lhes disse para ignorar a pandemia e abrir a economia, com um resultado
desastroso.
Do
outro lado, estão as ruas de Kenosha, oferecendo a Trump uma derradeira
oportunidade, que explorou à sua maneira: mentindo sobre os factos. Na pequena cidade do Wisconsin, um swing state fundamental
para a vitória dos democratas, um polícia e um membro das milícias de extrema-direita de 17 anos na posse de uma
arma semiautomática mataram duas pessoas e feriram gravamente duas. Na versão de Trump, a violência está do lado dos
manifestantes que se revoltaram contra o assassínio de mais um negro com sete
balas disparadas à queima-roupa por um polícia branco. Como com
George Floyd, há um vídeo
perante o qual é difícil manter a serenidade. A percepção
não é nítida. A classe
média dos subúrbios ou o pequeno comerciante vêem nas televisões imagens de
destruição, incêndios e confrontos. Interrogam-se sobre quem são os
responsáveis. Tornam-se mais sensíveis à mensagem central da convenção
republicana: a lei e a ordem. Os subúrbios podem vacilar? “Uma coisa é
clara: os subúrbios serão o campo de batalha principal em 2020”, diz William
Galston, da Brookings Institution.
“A Convenção Republicana foi, toda ela, sobre mentiras
e medo”, escreve Max Boot no Washington Post.
Para acrescentar: “E pode funcionar de novo. “Biden e Harris vão
conseguir passar à ofensiva sobre a turbulência nas ruas de Wisconsin e noutras
cidades?”. A base furiosa e extremista de Trump, sentindo o apelo, pode acender
novos rastilhos. Faltam 65 dias, uma eternidade. O mundo não pode fazer nada, a
não ser esperar.
TÓPICOS
MUNDO
EUA AMÉRICA DONALD TRUMP PARTIDO DEMOCRATA PARTIDO REPUBLICANO ELEIÇÕES EUA 2020
COMENTÁRIOS
paulo
silva INICIANTE: O Trump vai ganhar outra vez as eleições,
no matter what.... 30.8.20
Joao
EXPERIENTE: Rio com estas narrativas da Teresa. Terá havido alguma campanha
mais rasteira, aos arrogantes e mais execrável que a da Clinton há quatro anos?
Quando a Madona prometeu ter sexo oral olhos nos olhos com quem votasse
Clinton? Mirror "Madonna promises to give oral sex to Hillary Clinton
voters during explicit stand up routine"... Quando a Lopez mostrou o rabo
aos votantes da Clinton? Quando Clooney angariava para a Clinton dinheiro a 353
dollars por jantar? Quando a Clinton contratou espiões/investigadores
estrangeiros ingleses para arranjarem histórias denegrindo o adversário? Quando
o Obama espiava todos os telefonemas e todos os passos do Trump, da família e
de todas da campanha do Trump? Quando o Obama incentivava governos estrangeiros
aliados a arranjarem tretas para denegrir o Trump?... ... Quando todos os media e até as revistas cor de rosa todos os
dias repetiam narrativas denegrindo o Trump? Quando as gravações do FBI e as
tiradas em "off" apareciam no dias seguintes em todos os media?
Credo! Nunca terá havido campanha mais execrável, mais ordinária, mais
rasteira, mais arrogante e sobranceira que a da Clinton com segregação e
divisão dos americanos. Nessa altura os "deploráveis" ficaram
enojados com tanta ordinarice e arrogância e manifestaram-se no voto. 29.08.2020
123
456.882731 EXPERIENTE: Parece-me que nem Clinton, nem Trump, nem
Biden e nem mesmo Obama fizeram/farão nada de muito bom pelo povo americano.
Limitaram-se a proteger o status quo das elites sócio-financeiras. Mas contrapor
as críticas que são feitas a Trump com as hipocrisias de Hillary não invalida
essas críticas e também não muda o facto de que nenhum destes 2 candidatos está
ao serviço do bem estar público.
Joao
EXPERIENTE: Óbvio caro 123, eu só estava a contrapor ao título "como
nunca as tínhamos visto". Já as vimos muita vez apesar da Teresa querer
clamar à desgraça por causa, e só por causa do Trump, pois se fosse outro
sabujo qualquer mais teatral e reptiliniano a Teresa não andaria a clamar. Já
as vimos há quatro anos de forma estrondosamente execrável, a que a maioria dos
"jornalistas" e "media de referência" aderiram de forma entusiástica.
Portanto não é "como nunca as vimos" mas como sempre foram.
Errata ... 353 mil dollars por casal por jantar
para angariação da campanha da Clinton "George Clooney Defends Clinton’s
$353k-Per-Plate Fundraiser". Absolutamente assombroso e tenebroso ...
quando milhões de "deploráveis" nem terão um décimo disso por ano
para a família viver ... absolutamente arrogante e humilhante ... totalmente
fora da realidade da outra América, duas Américas absolutamente separadas e
segregadas como diz a Teresa ... mas desde sempre e não por culpa do Trump, bem
claramente por culpa da Clinton e da América que ela representa, deixem-se lá
de tretas e narrativas drogantes anti Trump. 30.08.2020 mariaestela.rodriguesmartins INICIANTE: "De onde surgiu esta América, que
nos assombra tanto quanto nos angustia?" Esta América sempre existiu, umas
vezes mais escondida, outras mais à vista. Trump é apenas o exemplo da América
profunda, que acha que é a maior democracia do mundo, que é o garante da paz e
que tem o direito de atacar, invadir, espezinhar qualquer país que se lhe
oponha. É a América que salta de presidente Republicano, para presidente
Democrata, e vice versa, porque não existem mais partidos. É a América onde a
política externa pouco difere, independentemente de quem é o seu presidente. É
a América que se julga dona do mundo. Trump só veio mostrar aquilo que de pior
este país, de 2 partidos apenas, pode fazer aparecer.
Joao
EXPERIENTE: Absolutamente, o que tenho referido por outras palavras. Na
política externa, que é a que me interessa, pouco ou nada diferem os dois
partidos que fazem o simulacro da democracia ... a política externa é sempre a
mesma, dominar à bomba ou por chantagem, roubar tudo, e para isso matar os
milhões de pessoas que for necessário, ou à bomba de aviões ou mísseis, ou à
fome e à doença com bloqueios e confiscos gerando a miséria e morte.
29.08.2020
Rita_Laranjeira INICIANTE: @mariaestela.rodriguesmartins,
qual foi o país que Trump atacou, invadiu e espezinhou? É que, segundo
informações do domínio público, Trump tem sido o presidente americano que
ordenou menos missões militares de que há memória! 29.08.2020
Oliveira
Fabio INICIANTE: Engraçado esse ataque a Trump desde 2015
que me prometeram a 3a GG. Expectativa: Trump belicista trará o fim do mundo.
Realidade: feitos históricos na diplomacia internacional e recuperação da
economia ocidental. Expectativa : São Obama 1o de seu nome trará a paz ao
mundo. Realidade : 7 novas guerras e instabilidade no Médio Oriente, economia
em queda vertiginosa com a deslocalização total da indústria para a China, e
patrocínio gratuito a estados financiadores do terrorismo global. 30.08.2020
José
Cruz Magalhaes MODERADOR: Não será necessária a Vitória e a
reeleição de Trump para acentuar a profunda divisão que está instalada na
América. As clivagens existentes nas sociedades e diversas comunidades têm
vindo a ser exploradas pelo poder económico e financeiro, depois de o ter sido
pelo poder industrial, em declínio desde há muito. As divisões entre os estados
democratas e republicanos têm sido aprofundadas pela acção persecutória e
parcial, de um presidente que baseia as suas políticas na divisão, na exclusão
e no confronto com todos os que não apoiam, nem aplaudem, as suas iniciativas e
delírios. 29.08.2020
Rita_Laranjeira
INICIANTE: O poder económico não tem nada a ver com isso. Simplesmente
porque o poder económico nada tem a ganhar com a polarização. A divisão já era
alimentada, e antes sequer de Trump ser eleito. As políticas de identidade têm
sido promovidas, ad nauseum, pela esquerda americana. Foram até usadas por
Hillary Clinton na sua campanha de 2016 e há quem diga que foi por isso que
perdeu. 29.08.2020
Riaz
Carmali INICIANTE: Desde há 2 décadas aproximadamente, que
assistimos ao declínio dos EUA. Trump não veio criar uma situação nova. Longe
de o apoiar, foi no tempo de Obama que as polícias estaduais começaram a
receber armas de calibre militar "soft". Há anos que os EUA atingiram
níveis de polarização comparáveis apenas aos que precederam a guerra civil de
1861. Não se afigura uma nova guerra civil, mas as dores de cabeça que o Tio
Sam tem, são muitas, e incuráveis. O envelhecimento das infra-estruturas, a
crise económica que será pior que a de 1929, a tribalização da população, os
gangues criminosos latino-americanos, negros e supremacistas brancos, o elevado
défice de mtos governos estaduais e do governo federal, etc! os EUA são neste
momento um caldeirão prestes a explodir a qualquer momento. Enfim..
29.08.2020
comentador49.950982
INICIANTE: Libertou o Génio da lâmpada na sua vertigem anti-trump e vencer
agora não o vai trazer de volta. E depois, do outro lado da trincheira tb há
quem queira e possa dizer: not my president. Não vai ser bonito. A culpa... a
culpa já se sabe, será do Trump. E remonta a 2016 quando teve a ousadia de vencer
a candidata adversária, algo que nunca lhe perdoaram. 29.08.2020
paula.o.rego.442120
INICIANTE: Certeira crónica de Teresa Almeida, não falha em situar o problema
trump, exactamente aonde respeita, a todos aqueles que nos revemos num modelo
democrático e igualitário de sociedade - o problema não é dos EUA é de todas as
democracias. Tudo o que divirja disto, é o manancial que oscila entre a
ignorância e as más intenções 29.08.2020
paulo
silva INICIANTE: Que tristeza de comentário da Teresa de Sousa (TS)!
Sempre a mesma cartilha esquerdóide, Trump mau, Biden bom... Enfim..., uma
tristeza. 29.08.2020
Fun.eduardoferreira.883473 EXPERIENTE: Valha-nos a a”alegria” da clarividência e aceitação da
opinião contrária do @paulo silva 29.08.2020 paula.o.rego.442120 INICIANTE: A alucinação de ver a esquerda em todo o lado, onde
sequer inexiste, aliada a boas doses de ignorância e total falta de sentido
crítico são o repasto de eleição, para líderes como Trump, Bolsonaro e afins.
AAD
INICIANTE: "o
eleitor branco com pouca escolaridade" ou seja white trash, rednecks,
aquilo que por cá apelidamos de labregos e que correspondem a parte apreciável
dos nossos eleitores, sempre prontos para seguir mensagens similares. Tempos
sombrios aproximam-se. Fun.eduardoferreira.883473 EXPERIENTE: @AAD, eu não diria melhor! É esse o grande perigo
intrínseco à democracia. Um abraço 29.08.2020
Sum Legend MODERADOR > @AAD Tudo o que é feito por humanos é imperfeito, mas
concordo consigo quando refere que há muitas formas de analisar as coisas.
Pensamos diferente uns dos outros e no que diz respeito aos votos a minha
opinião é muito simples: todos têm direito ao voto por igual, desde que
legalmente habilitados. Tanto o mais idoso que, apesar de lhe restar menos
tempo entre nós, já contribuiu com muito e ajudou a construir o país, como o
que faz agora 18 anos e que, na esmagadora maioria, pouco contribuiu para a
sociedade e que não tem ainda experiência de vida suficiente para tomar
decisões que acabarão por afectar também aqueles que pouco mais tempo ficarão
entre nós. Vivemos em sociedade e, como referi, todos pensamos diferente. De
resto, no meio de todas as imperfeições, prefiro a democracia. 29.08.2020
123
456.882731 EXPERIENTE: @Sum Legend, A grande maioria das pessoas tudo o que
faz é "contribuir" para si mesmo. Os "contributos" para a
"sociedade" são essencialmente o resultado daquilo que nós fazemos
por nós mesmos, pelos nossos "entes-queridos" e são o resultado da
nossas experiências, vivências e emoções enquanto indivíduos isolados. Posto
isto, dizer que a maioria dos velhos "contribuiu" mais para os outros
não é verdade. E seria ainda menos verdade insinuar que as
"contribuições" da maioria dos velhos são melhores do que aquilo que
os jovens têm para oferecer (a si mesmos e aos outros). Por outro lado é
evidente que a geração pós segunda guerra autoconstituiu-se numa classe com
toda uma série de regalias e poderes e influências que são negadas aos jovens.
Os seniores têm desde logo acesso a um rendimento
incondicional pago pelo estado, coisa que a restante população não tem. Isto só
por si já faz uma diferença enorme. São também os seniores que dominam e ficam
na ribalta da maioria dos partidos deste e de muitos outros países. São eles
que constituem a maior parte dos parlamentos (nalguns países até criaram
"senados" para terem ainda mais poder), são eles que estão no topo
das magistraturas e são eles que mandam até no exército. Neste país só quem tem
mais de 30 anos é que pode ser PR (não sei porquê), e quem tem menos de 18 anos
não pode votar. Há coisa de um ano foram eles que impediram o abaixamento da
"idade do voto" para protegerem os seus privilégios...
"Contribuíram mais para a sociedade"? Contribuíram foi para eles
próprios... 29.08.2020
José
Patacola INICIANTE: Apenas uma correcção: quando faz referência ao
"assassínio de mais um negro com sete balas disparadas à
queima-roupa", pois bem, o tipo, Jacob Blake, não morreu.. ficará, muito
provavelmente, paralisado. Segundo as últimas notícias está algemado (!!) à
cama no hospital. 29.08.2020
comentador49.950982
INICIANTE Não
adianta. A narrativa ganhou vida e agora comanda o narrador.
Rita_Laranjeira
INICIANTE: Cronistas
que emprenham pelos ouvidos nunca vão deixar que os factos se entreponham entre
as suas crenças e a realidade.
123 456.882731 EXPERIENTE: O facto é, que na caixa de comentários do Público
escrevem muitos trolls semi-profissionais ao serviço de movimentos fascistas.
Fun.eduardoferreira.883473
EXPERIENTE: Os
“factos” senhora Rita são hoje em dia como o Natal, “Natal é quando um Homem
quer” e no caso “Facto é aquilo que um Homem, Mulher ou Senhora Rita quiserem”
e quanto maior for a mentira mais verdade se torna, não é Senhora Rita? Quem
sabe sabe e a Senhora Rita na matéria sabe muuuuuuuito! Que orgulho e
satisfação assistir à sua mestria no “malabarismo da verdade”, graças à Santa
Comba Dão Milagreira, Ámen! 30.08.2020
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