E acho que têm direito ao seu espaço, afinal… Vejamos os dados da Wikipédia:
Conflito israelo-palestino
Origem:
Wikipédia, a enciclopédia livre.
O
conflito israelo-palestino (português brasileiro) ou conflito
israelo-palestiniano (português europeu) é a designação dada à luta
armada entre israelenses
e palestinos,
sendo parte de um contexto maior, o conflito árabe-israelense. As raízes
remotas do conflito remontam aos fins do século XIX
quando colonos judeus
começaram a migrar para a região e se juntar a outros judeus remanescentes das
invasões históricas. Sendo os judeus um dos povos do mundo que não tinham um
Estado próprio, tendo sempre sofrido por isso várias perseguições, foram
movidos pelo projecto do sionismo - cujo objectivo era refundar na Palestina um estado judeu. Entretanto, a Palestina
que já era habitada há milénios por judeus, nos últimos séculos foi habitada
por uma maioria árabe, muitos oriundos da Síria e outros locais vizinhos
dentro também do império Turco-otomano em busca de pastoreio e outros
trabalhos.
I MÉDIO ORIENTE: Netanyahu celebra em Washington vitória
estratégica sem a paz como objectivo
Sem cedências, o líder israelita
conseguiu normalizar as relações com dois países árabes e outros se seguirão.
Algo que ninguém antes dele sequer sonhou.
PÚBLICO, 4 de Setembro de 2020
A assinatura oficial do acordo
de normalização de relações entre Israel e os Emirados Árabes Unidos esta
terça-feira, na Casa Branca, assinala uma vitória significativa do
primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu. Os dois acordos anunciados no espaço de um mês –
aos Emirados seguiu-se o Bahrein– são um “pesadelo
estratégico para o Irão” e representam o triunfo da fórmula “paz pela paz”,
preconizada pelo actual líder israelita, provando que não precisa de desistir
de territórios ocupados para atingir a paz com países árabes.
Contestado
como nunca nas ruas de Jerusalém (os protestos seguiram-no até ao aeroporto Ben
Gurian, onde embarcou com destino a Washington), Netanyahu
“conseguiu reconciliar-se com um país árabe produtor de petróleo, e reforçar
a sua imagem de homem de Estado indispensável para o seu país, sem fazer a
menor concessão real na questão palestiniana”, escreveu no diário hebraico Ha’aretz o colunista
Anshel Pfeffer, logo depois do anúncio do acordo com os Emirados.
“É
isto que a paz pela paz parece”, escreveu Netanyahu no Twitter a 31 de
Agosto, quando já estava no ar o
primeiro voo comercial de sempre a unir Telavive, em Israel, e Abu Dhabi, nos
Emirados Árabes Unidos, que sobrevoou a Arábia Saudita e levava a bordo o
genro e conselheiro de Donald Trump Jared Kushner e uma delegação israelita
encabeçada pelo conselheiro de Segurança Nacional, Meir Ben-Shabbat.
Foi
precisamente isso que o primeiro-ministro israelita obteve com o patrocínio da
Casa Branca –
ao
apresentar o seu plano para o conflito no Médio Oriente, em Janeiro, ao lado de
Netanyahu e sem os palestinianos, que nem foram ouvidos, Trump abriu a
porta à ameaça de anexação de parte da Cisjordânia. E
assim ajudou a convencer os países do Golfo, já amistosos face a Israel e que
há muitos anos cultivavam laços com os israelitas perante a ameaça iraniana e o
receio das consequências do vazio aberto pela diminuição da influência de
Washington no mundo árabe.
Intenção nunca existiu
Netanyahu
emerge com “uma vitória com a qual os seus predecessores – disposto a grandes
concessões face aos palestinianos – não podiam sequer sonhar”, defende
Anshel Pfeffer. “E sem lhe
custar nada para além da ‘suspensão temporária’ de um projecto de anexação que
nunca teve sequer a intenção de levar adiante.”
Pfeffer
sustenta que a única justificação oficial dos Emirados para o timing da
normalização de relações com os israelitas, o fim da ameaça destes de anexarem
o Vale do Jordão, na Cisjordânia, e outros territórios palestinianos na região
Norte do Mar Morto (assim como alguns colonatos judaicos, ilegais para a
lei internacional), nunca chegou a existir.
Primeiro,
foi um trunfo jogado por Netanyahu
nas várias
campanhas eleitorais do último ano para reunir apoios nos partidos à direita.
Depois, integrou parcialmente o plano de Washington, um acordo que, ao
ignorar os palestinianos e todas as suas reivindicações – reconhecia Jerusalém
como capital indivisível de Israel, reconhecia como parte de Israel os
colonatos judaicos e referia a possibilidade de, no futuro, haver um Estado
palestiniano sem especificar fronteiras – nunca teve claramente hipóteses de
singrar.
Netanyahu
“nunca sonhou anexar uma parte da Cisjordânia”, escreve. “Nunca houve
calendário, nem plano nem projecto de resolução apresentado no Knesset
[Parlamento israelita, onde o primeiro-ministro ficou de apresentar a 1 de
Julho um decreto de anexação de parte dos Territórios Ocupados]. Só um monte
de promessas de campanha e muitos discursos ocos.”
"Ameaça
existencial"
Quando
já é claro que mais países se seguirão – depois dos Emirados, na
sexta-feira foi a vez do Bahrein se tornar no novo país
a normalizar relações com Israel,
tendo enviado também representantes para a cerimónia marcada para a Casa Branca
–, independentemente da ordem e das datas. O
Sudão já confirmou estar em negociações e podem suceder-se o Chade, Omã ou
a própria Arábia Saudita.
A federação de sete emirados e o Bahrein são apenas o terceiro e quarto
países árabes do Médio Oriente a reconhecer Israel desde a sua fundação, em 1948. Até agora, só o Egipto e a Jordânia
reconheciam oficialmente Israel – os
egípcios assinaram um acordo de paz em 1978, enquanto o pacto entre israelitas e jordanos é de 1994. Cinco anos depois, seria a vez de a Mauritânia, membro da Liga Árabe, estabelecer relações
diplomáticas com Israel, mas o país africano congelou-as em 2009, em
protesto contra a guerra em Gaza.
É
mais difícil para Riad avançar
neste sentido – afinal, a
Arábia Saudita, líder simbólico do islão sunita, não deixou de ser o reino
guardião dos lugares santos do islão, Meca e Medina. Mas os sinais têm-se
repetido desde a chegada ao poder do príncipe herdeiro Mohammed
bin Salman, em 2017. Um ano depois, MBS (como é conhecido) afirmava
numa entrevista que o seu país não tinha “nenhum problema com os judeus” e que
os israelitas “têm o direito à sua própria terra”. Mais recentemente, a 4
de Setembro, até o imã da Grande Mesquita de Meca, pregou sobre a gentileza
demonstrada por Maomé com um vizinho judeu, recorda o jornal The New
York Times.
Em
causa para os países árabes está, antes de mais uma questão
estratégica e um inimigo comum – o
Irão xiita, que, com as parcerias de serviços
de segurança e espionagem que estes acordos abrem, se vê numa situação cada vez
mais vulnerável e vive um “pesadelo estratégico”, como notam Maysam
Behravesh e Hamidreza Azizi numa análise publicada na revista Foreign Policy.
“O
significado disto é muito mais estratégico do que relacionado com a paz”, diz ao New York
Times Martin S.
Indyk, embaixador dos Estados Unidos em Israel na presidência de Bill Clinton e
enviado de paz para o Médio Oriente de Barack Obama. O trabalho
de Trump, que “cultivou a Arábia
Saudita e os seus vizinhos do Golfo, tanto como a sua vontade de vender armas a
estes países”, contribuiu para este desfecho.
Para
o Bahrein, “o
interesse em aproximar-se de Israel centra-se inteiramente na questão iraniana,
considerada como uma ameaça existencial”, exemplifica Hussein Ibish,
investigador do Arab Ful Estates Institute de Washington, ouvido pelo jornal libanês
L'Orient Le Jour.
Quem não tem nada a celebrar parecem ser os palestinianos, cada vez
mais isolados e pressionados a aceitar os termos ditados por Israel, sejam
estes quais forem.
TÓPICOS: MUNDO
MÉDIO ORIENTE ISRAEL BENJAMIN NETANYAHU DONALD
TRUMP PALESTINA EUA
COMENTÁRIOS:
G.A..514866 INICIANTE: Paz? Com os palestinianos ali ao lado, espremidos,
miseráveis, sem serem ouvidos nem achados. Não compreendo o que os judeus fazem
a esse povo, tendo os próprios judeus sofrido o que sofreram durante a Alemanha
Nazi. Sinto um asco enorme. 14.09.2020
Joao EXPERIENTE:
1 O problema deste caso é que a ganância
e a implacabilidade israelitas não têm fim. Israel é o estado que mais
desrespeita o Direito Internacional e os Direitos Humanos segundo a ONU, só
por exemplo Haaretz 10/10/2002 “Israel Leads in Ignoring Security Council
Resolutions”, TRT 28/12/2018 “In 2018, Israel became the most condemned nation
at the UN”, etc. Ponto. Fá-lo com total impunidade garantida pelos USA. Ponto.
2 Este caso Israelita é diferente dos
outros casos de ocupação, por exemplo do Kosovo onde ainda há poucos dias eu defendi trabalhar para a
paz com aquilo que há, com a realidade. Nesse caso do Kosovo é previsível que o
eventual acordo com a Sérvia tenha uma duração algo duradoira, se resolverem os
problemas das populações nos enclaves com mais ou menos relações, com mais ou
menos fronteiras fechadas, poderão viver em paz durante vários anos até outra
pressão política ou demográfica. Neste
caso da Palestina não, nada disso.
3 Neste caso da Palestina a chamada paz é
absolutamente inviável pois os israelitas criaram mil e um enclaves,
apoderando-se de toda a terra com algum interesse, de todos os aquíferos, de
tudo, aterrorizam todos os dias bombardeando, matando e bloqueando, proibindo a
pesca, cortando a electricidade, queimando as culturas ainda sobreviventes como
algumas oliveiras, proibindo a gasolina, medicamentos, etc, etc. O
rendilhado de território roubado que é visível no mapa “A perda do território
palestiniano (e população) de 1947 a 2012” em Público 11/9/2016 “Baha, um rapaz
que matou e morreu (e a nova geração na Palestina)” mostra bem a hipocrisia
de quem diz que pode haver paz. Só há extermínio e só pode haver mais
extermínio.
4 Resumindo, apelidar de paz a qualquer
coisa que saia dos israelitas é pura hipocrisia pois não só não durará nada
como a situação actual já é de extermínio factual, actualmente os palestinianos
sobreviventes estão circunscritos em dezenas e dezenas de guetos e os mísseis,
tiros, fome, doença, desespero, e a morte se encarregarão impunemente de matar
e exterminar os actuais poucos sobreviventes teimosos. 14.09.2020
Leitor Registado EXPERIENTE: O
que isto dói a tantos democratas.... 14.09.2020
bento guerra.919566 INICIANTE: Nunca haverá paz na Palestina. O ódio de Israel é a
única causa comum dos países árabes da região. Só estes petro-territórios
capitalistas, mais a Turquia, mudam de opinião 14.09.2020
II – OPINIÃO Carta aberta ao primeiro-ministro
israelita Netanyahu
O verdadeiro acordo de paz com que
Israel se deveria preocupar neste momento é aquele que carece ser assinado com
o povo palestiniano. Esse sim, indispensável para acabar com as guerras e
conflitos que duram há um século e que já tiraram a vida de muitos inocentes
dos dois povos.
NABIL ABUZNAID, Embaixador da
Palestina em Portugal
PÚBLICO, 15 de Setembro de 2020
Celebra-se, na Casa Branca, a assinatura do Acordo de Paz entre Israel e os Emirados Árabes
Unidos. É a
vossa segunda celebração, nessa mesma casa, posterior àquela em que
declararam Jerusalém como capital de Israel,
aquando do anúncio da mudança das instalações da embaixada norte-americana de
Telavive para essa cidade. Na altura, a vossa celebração aconteceu como
festejo de um acto que contradiz não só a Lei Internacional, bem como a posição
da maioria dos países do mundo que apoiam a solução dos dois Estados e que,
como tal, recusaram mudar as suas embaixadas de Telavive para Jerusalém.
Esta vossa segunda celebração, a da assinatura do acordo de paz entre
Israel e os Emirados Árabes Unidos, é, no mínimo, estranha e absurda, uma vez
que os tratados de paz são, naturalmente, assinados entre países que estão em
conflito e que vivem num estado de hostilidade, o que, no caso, não se verifica. Desde a criação de Israel, até aos dias de hoje,
ou seja, há mais de setenta anos, não houve uma única bala disparada entre os
exércitos dos dois países. Os Emirados Árabes Unidos estão a milhares de
quilómetros de Israel, não partilhando, portanto, fronteiras, pelo que,
logicamente, sem se dar o caso da existência de disputas sobre as mesmas. Será
que o sr. primeiro-ministro está, por esta altura, a “dançar” nesta celebração
só para desviar as atenções tanto do seu julgamento nos casos de corrupção,
como das manifestações que pedem a sua demissão?
Sr.
primeiro-ministro,
O verdadeiro acordo de paz com que Israel se deveria preocupar neste
momento é aquele que carece ser assinado com o povo palestiniano. Esse sim, indispensável para acabar com as guerras e
conflitos que duram há um século e que já tiraram a vida de muitos inocentes
dos dois povos. Mas
o sr. primeiro-ministro continua a declarar e a reiterar
Nós, os palestinianos, dizemos-lhe
que somos o povo que mais precisa da verdadeira paz para viver, com dignidade,
lado a lado com Israel, no nosso Estado independente, com a Jerusalém Oriental
reconhecida como capital. Lamento
muito que “o acordo da paz” que o sr. primeiro-ministro deseja que os
palestinianos assinem seja, apenas e só, aquele da sua rendição e aceitação da
imposição das condições do ocupante sobre o ocupado. A paz não pode ser alcançada com a
continuação da ocupação e a negação dos direitos do povo palestiniano, mas sim
com o seu fim e com o cessar do sofrimento deste povo, por meio da conquista da
sua justa e devida liberdade, tal como o resto do mundo.
Sr.
primeiro-ministro, garantimos-lhe que não obterá do povo palestiniano a
assinatura de qualquer documento que declare a sua submissão, e aconselhamos a
que não fique à espera dele.
TÓPICOS:
ISRAEL
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