Alberto Gonçalves está cheio de razão nas suas razões a respeito dos candidatos que conhece. Só pecou por desprezar Tino, que também conhece, mas não faz parte da sua escrita aristocrática, que Tino não entenderia. Mas Tino é imprescindível na justificação do “jardim à beira-mar plantado” que o aceita e atende, jardim que nunca passou a “horta” fértil, para uma auto-suficiência nacional, varonil e não piegas. Nem ridícula, que humilha todo um povo. Embora os argumentos invocados por Alberto Gonçalves sejam suficientemente fortes para tal, não se duvide.
As “presidenciais” para fazer monárquicos /premium
Em 2021, teremos os senhores e as
senhoras que se seguem. Se não se trata de uma conspiração da ala monárquica
para enxovalhar a República, parece.
ALBERTO GONÇALVES,
Colunista do Observador
OBSERVADOR, 19 set
2020
Marcelo Rebelo de Sousa
O
estatuto dúbio da função presidencial costuma favorecer alguns exageros e
extrapolações. Certo é que, por turva que fosse a serventia do cargo, era claro
que o cargo não servia para: tirar fotografias com transeuntes; mudar de
cuecas; mergulhar no mar; fingir que se salva banhistas; dizer convulsivamente
que Portugal é “o melhor do mundo” no que calha, da astronomia ao desentupimento
de fossas; sorrir imenso; proferir inanidades; condecorar toda a gente,
incluindo o 7º classificado num torneio de macaca em Valladolid; abraçar
pedintes e desinfectar-se de seguida; louvar a boa acção de um pedinte e
enganar-se no pedinte; dar palestras sobre virologia; abraçar o rato Mickey num
aeroporto; prestar vassalagem a Fidel Castro; submeter a rainha de Inglaterra a
monólogos confrangedores; assistir a partidas de futebol; entrar nas
“entrevistas rápidas” após uma partida de futebol; subscrever a posição do
Governo em qualquer assunto que possa suscitar polémica; não emitir opinião
sobre coisa nenhuma que realmente importe; em casos de facto graves pedir
esclarecimentos cabais e rezar para que nada se esclareça; viver
exclusivamente aflito com a própria popularidade, numa obsessão com o voto das
pessoas e com total indiferença às respectivas vidas – e tudo isto na condição
de as televisões filmarem.
Fora
das televisões, o prof. Marcelo não existe. O prof. Marcelo não é um
presidente. É um “entertainer”, para cúmulo sem particular talento para cantar
e dançar (sim, também já assistimos a tentativas): os portugueses adoram “entertainers”
coxos. Num mundo ideal, e noutro meio social, estaria a fazer furor em “reality-shows”
alheios. Assim, transformou o mandato no “reality-show” dele. É
complicado garantir que não terá comprometido a presidência para sempre, e
que algum dia o cargo volte a merecer um vestígio de respeito e não este
simulacro de camaradagem infantil.
O
prof. Marcelo ainda não é candidato. Será candidato. E ganhará as eleições, não
importa se à primeira se à segunda. E desempenhará novo mandato, que só não
será pior do que o vigente porque pior é impossível. E não há impossíveis para
o melhor presidente do mundo.
André Ventura
O
dr. Ventura é o candidato contra a corrupção e à revelia do sistema. Excepto
quando a corrupção não o contraria e o sistema está dentro dele, como por exemplo sucedeu com o episódio do dr. Costa
e a comissão de “honra” do sr. Vieira. Para disfarçar as incongruências, e
seduzir o eleitorado potencial, o dr. Ventura adopta dois métodos, ambos
partilhados com a extrema-esquerda e, passe a redundância, com aqueles cultos
que terminam em suicídio colectivo. O primeiro consiste em atribuir-se uma
aura mística, género Cunhal, o guru de Jonestown ou, na versão infantário, o
frade Louçã. O segundo método é a gradual radicalização do discurso. Lá
para o meio da campanha o dr. Ventura estará a organizar bandos para perseguir
pedófilos, ciganos ou ateus. No final, é provável que tente enforcar um – a
menos que este seja do Benfica.
Ana Gomes
A
dra. Ana Gomes é outra candidata contra a corrupção, embora tenha construído a
carreira política no PS do “eng.” Sócrates, cuja honestidade afiançou até já
não ser possível fazê-lo sem rir.
Depois abraçou a “causa” da “moralização” enquanto se mantinha (e continuava
a ser destacadamente eleita para Bruxelas) no partido dos drs. Costa, César,
Ferro & Cia. Naturalmente, é difícil levá-la a sério, embora haja
eleitores que a levam a sério. Os portugueses não se detêm à primeira
dificuldade. Nem à vigésima.
Marisa Matias
Acho
que não sonhei quando, há dias, vi um filmezinho em que Marisa Matias conversava
com a viúva de Saramago sobre a necessidade de se dizer “presidenta”, o óbvio
feminino de “presidento”. Certo é que a luta em prol do analfabetismo
será, apesar de tudo, a menos ridícula da campanha da dra. Marisa. O
currículo não engana: uma rapariga feminista que venera o islamismo, uma
mulher íntegra que adora o sr. Lula, uma senhora democrata que encarna os
princípios do Podemos. Em suma, uma colectânea dos transtornos emocionais do
BE, salpicada pelas alusões recorrentes ao “medo”. A dra. Marisa passa a vida a
dizer que o medo não pode vencer, que o medo venceu, que o medo perdeu, que o
medo isto, que o medo aquilo. À cautela (nunca por medo), a dra. Marisa
concorre às “presidenciais” sem devolver o emprego na União Europeia, aliás uma
instituição que abomina com típica coerência. Do dr. Boaventura à “escritora”
Inês Pedrosa, a lista de apoiantes “notáveis” da candidatura resume o carácter
anedótico da mesma. Não tenhamos medo de rir.
João Ferreira
João
Ferreira, li na Wikipédia, é membro do Comité Central do PCP, é vereador da
câmara de Lisboa pelo PCP, é deputado no Parlamento Europeu pelo PCP e é
candidato a presidente da República pelo PCP. Ainda assim, tive de confirmar o nome do sujeito, dado
não o conhecer de parte alguma. Noutras circunstâncias, a enxurrada de cargos,
efectivos ou eventuais, talvez sugerisse excesso de ambição e escassez de
tempo. Como o dr. (ou eng., ou o que quiserem, que a minha investigação não foi
tão longe) Ferreira é do PCP, o número de cargos é irrelevante: em todos
repete os mesmos chavões anacrónicos, nenhum saído da cabecinha dele. Na
verdade, o prof. Ferreira podia ainda acumular os empregos de adido cultural na
Zâmbia, delegado no Mercosul e vogal no condomínio sem qualquer impedimento. O
lado chato é que, dado o recurso exclusivo aos chavões, qualquer um também
podia ocupar os empregos dele. Nas “presidenciais”, é o candidato do PCP. Há
sempre um, não interessa quem. O arq. Ferreira não interessa.
Os restantes
Há
mais cinco ou seis candidatos. Não os conheço, o que já de si é uma vantagem
face aos demais.
POLÍTICA
ELEIÇÕES
PRESIDENCIAIS ELEIÇÕES
COMENTÁRIOS:
Helder Machado: Há deputados portugueses e de outras nacionalidade em Bruxelas, da
confiança de Soros. Vejam quem são, poderá ser o 3 em 1. O articulista é super, mas faço
um reparo. Os protectorados, por definição, não têm reis. Têm credores.
Tiago Queirós: Palavras do Poeta:
O
observador imparcial chega a uma conclusão inevitável: o país estaria preparado
para a anarquia; para a república é que não estava. Grandes são as virtudes
[de] coesão nacional e de brandura particular do povo português para que essa
anarquia que está nas almas não tenha nunca verdadeiramente
transbordado para as coisas! Bandidos da pior espécie (muitas vezes,
pessoalmente, bons rapazes e bons amigos — porque estas contradições, que aliás
o não são, existem na vida), gatunos com seu quanto de ideal verdadeiro,
anarquistas-natos com grandes patriotismos íntimos de tudo isto vimos na açorda
falsa que se seguiu à implantação do regime a que, por contraste com a
monarquia que o precedera, se decidiu chamar República.
A monarquia havia abusado das ditaduras; os republicanos passaram a legislar em
ditadura, fazendo em ditadura as suas leis mais importantes, e nunca as
submetendo a cortes constituintes, ou a qualquer espécie de cortes. A lei do
divórcio, as leis de família, a lei de separação da Igreja do Estado — todas
foram decretos ditatoriais, todas permanecem hoje, e ainda, decretos
ditatoriais. A monarquia havia desperdiçado, estúpida e imoralmente, os
dinheiros públicos. O país, disse Dias Ferreira, era governado por quadrilhas
de ladrões. E a república que veio multiplicou por qualquer coisa — concedamos
generosamente que foi só por dois (e basta) — os escândalos financeiros da
monarquia. A monarquia, desagradando à Nação, e não saindo espontaneamente,
criara um estado revolucionário. A república veio e criou dois ou três estados
revolucionários. No tempo da monarquia, estava ela, a monarquia, de um lado; do
outro estavam, juntos, de simples republicanos a anarquistas, os
revolucionários todos. Sobrevinda a república, passaram a ser os republicanos revolucionários
entre si, e os monárquicos depostos passaram a ser revolucionários também. A
monarquia não conseguira resolver o problema da ordem; a república instituiu a
desordem múltipla. É alguém capaz de indicar um benefício, por leve que seja,
que nos tenha advindo da proclamação da República? Não melhorámos em
administração financeira, não melhorámos em administração geral, não temos mais
paz, não temos sequer mais liberdade. Na monarquia era possível insultar por
escrito impresso o Rei; na república não era possível, porque era perigoso,
insultar até verbalmente o Sr. Afonso Costa. O sociólogo pode reconhecer que a
vinda da república teve a vantagem de anarquizar o país, de o encher de
intranquilidade permanente, e estas coisas podem designar-se como vantagens
porque, quebrando a estagnação, podem preparar qualquer reacção que produza uma
causa mais alta e melhor. Mas nem os republicanos pretendiam este resultado nem
ele pode surgir senão como reacção contra eles. E o regime está, na verdade,
expresso naquele ignóbil trapo que, imposto por uma reduzidíssima minoria de
esfarrapados morais, nos serve de bandeira nacional — trapo contrário à
heráldica e à estética porque duas cores se justapõem sem intervenção de um
metal e porque é a mais feia coisa que se pode inventar em cor. Está ali
contudo a alma do republicanismo português — o encarnado do sangue que
derramaram e fizeram derramar, o verde da erva de que por direito mental, devem
alimentar-se. Este regime é uma conspurcação espiritual. A monarquia, ainda que
má, tem ao menos de seu o ser decorativa. Será pouco socialmente, será nada,
nacionalmente. Mas é alguma coisa em comparação com nada absoluto que a
república veio [a] ser.
Luisa Migueis: Ponto prévio: as pessoas devem
ir votar e em circunstancia alguma, objectivamente, com a sua abstenção, fortalecer
o estado de ditadura esquerdista-revolucionária e totalitária em que a falta de
carácter e doentia ambição pelo poder pessoal do Costa mergulhou o país.
Depois, como ensina o povo: "à primeira todos caiem"/ "à segunda
só cai quem quer"! Tendo assistido, em directo, à destruição completa da
dignidade daquela que, mal ou bem, era suposto ser a última reserva de
dignidade das instituições nacionais, pela mão de um catavento egomaníaco, que,
ademais, não só foi co-impulsionador e notário do deslaçar violento da
sociedade portuguesa às mãos do vigente terrorismo ideológico, como desprezou,
escarneceu e a cada dia escarnece os eleitores que julgava certos, em favor da
sua ambição eleitoral à esquerda, nenhum sujeito não esquerdopata poderá deixar
de votar por forma a deixar claro ao sistema oligárquico
político-económico-mediático que ainda não é absoluto. Pessoalmente votarei
André Ventura. Não porque o ache o supra-sumo da sageza e coerência política,
mas porque o julgo absolutamente necessário neste momento da nossa história.
Joaquim Moreira: Antes de
comentar, e ao contrário do que costumo fazer, fui ver os poucos comentários
feitos abaixo, que são a prova real, de que Alberto Gonçalves tem uma visão
imparcial. A cada um, ou de uma maneira geral, fez o retrato real. O que
diz bem do estado da monarquia em Portugal. Que sendo uma monarquia, diferente
da habitual, não deixa de ser uma monarquia sem um monarca real. Trata-se de um
monarca que, tendo sido apanhado pela república, não pode deixar de ser um
republicano, mas que da monarquia é ufano. No fundo, é um grande bacano. Que,
por ter sido professor do outro fulano, também muito bacano, já tem a garantia,
de que vai continuar a reinar no reino da demagogia. Esta coisa de haver
eleições, nesta monarquia, é só mesmo para que os republicanos descarreguem
muita da sua azia. Na verdade, os candidatos que o querem destronar, sabem bem
que o Trono não é algo que se possa conquistar. É um lugar, em que só mesmos os
Monarcas podem lá chegar! E o Monarca de que estamos a falar, demorou muitos
anos para se preparar. E o povo está a gostar e vai nele continuar a votar, só
mesmo para disfarçar. Para parecer que é uma República e que temos um Governo
de bacanos a governar!
Antes pelo
contrário: ...e agora imaginem
um cenário de Terror. O Marcelo não se recandidatava.
Liberal Assinante do Local: Alberto
Gonçalves brindou-nos hoje com uma espetada à portuguesa, na qual espetou (pois
claro!) as figuras públicas (ou quase públicas, no caso do arquitecto) que até
agora se atreveram a ameaçar-nos com a sua candidatura a presidente da
república. Aconchegadinhos, D. Alberto colocou-os em cima das brasas,
expondo-os o suficiente para que ficassem bem tostadinhos em todos os ângulos.
Está aí servida a espetada à portuguesa, é só saborear!
António Duarte: Parecia-me
impossível mas o AG também se engana! Mas, meu caro, se não se poderia ter
enganado nalguma coisa ou com alguém era precisamente com o Marcelo, que está à
vista desarmada de toda a gente, até desde "antes do 25 de Abril"
(recordo as "cenas" que patrocinou durante as greves estudantis na
crise académica, profusamente publicitadas nos media "democratas") que
é um cínico, falso e incorrigível narcisista. Felizmente não dei para o
peditório há 4 anos nem darei agora...
NãotenhoCeroulas nacara: Confirma-se, o autor deste artigo é um perito em
monarquia, viveu em regimes monárquicos através da literatura (imaginação sua e
de outros), e faz turismo sazonal em regimes monárquicos constitucionais
(Dinamarca/Mónaco/Luxemburgo/Noruega), aliás, a maioria dos portugueses são uns
sábios sobre regimes monárquicos ocidentais contemporâneos. Para eles, a
monarquia é a época medieval, os descobrimentos, o século XVII, ou a miserável
Espanha socialista com figurantes monarcas, sim, na realidade são muito
actualizados e sapientes, descrevem a actual monarquia constitucional como um
monstro/obsoleto, como se de ficção se tratasse (senhor dos anéis),
caracterizam a actual monarquia constitucional pelo que "leram/ouviram"
de manuais de história propostos em regimes socialistas - esquerda.
Amandio Teixeira-Pinto > NãotenhoCeroulas
naCara: Concordo plenamente. Faz-me rir
ouvir pessoas a falar no Rei de espada na mão e a cavalo, de armadura, ou
sentado no trono. O dramático da ignorância é que acreditam pia e plenamente
que é assim. E em troca, no seu acrisolado amor à Democracia, preferem o
primeiro oportunista que salte para a cena, esgrimindo chavões e dando depois
um exemplo patético da sua (in)capacidade para nos representar, nem falo para
nos defender. Os países de constituição monárquica na Europa, são das melhores
Democracias, estão entre os países com maior qualidade de vida, os primeiros 5
da lista são monarquias, e quando se fala em países estáveis onde todos
gostaríamos de viver normalmente nunca se mencionam as repúblicas...não conheço
ninguém que fale nos Estados Unidos como o seu país de eleição, ou sequer a
Alemanha (muito rígida, musculada e com costumes por vezes pouco adequados à
condição humana, há por exemplo brutalidade policial), muito menos a França ou
a Itália. Porque será?
Maria Alva: Excelente ironia com q.b. de sarcasmo. Até para a semana, AG👍
Rui Garcia: Parabéns pelo artigo! Revela a
escassez de bons políticos e figuras de relevo que se destaquem pelos seus
feitos e não pelos muitos tachos que ocuparam. Política Portuguesa no seu
melhor.
Ana Ferreira: A única
novidade relativamente às outras presidenciais é a emergência de um candidato,
AV, exclusivamente dependente do populismo mais básico. Quanto ao resto o
costume, candidaturas partidárias, e uma ainda mais consensual como prémio de
um desempenho exemplar!
Antes pelo contrário > Ana Ferreira: Populismo,
é dizer o que as pessoas gostam de ouvir para ganhar votos. Tendo em conta que
o que diz Ventura desagrada a muita gente, e o único que pretende agradar a
todos é o Marcelo, as suas afirmações estão obviamente erradas… A sua candidata
dispara em todas as direcções como uma Fox Terrier, sem método nem raciocínio,
e por conseguinte Ana Gomes é apenas um exemplo de populismo pateta. A Marisa,
é um exemplo de populismo sectário, que diz o que agrada aos seus apoiantes,
mas ao contrário do Ventura, não tem uma visão para o País. Tem é uma visão a
favor dos migrantes e contra nós todos, por termos a pele demasiado clara. No
fundo, o menos populista ainda é o candidato do PCP. Esse nem precisa de dizer
nada porque já toda a gente sabe do que a casa gasta...
Isabel Amorim: Está com piada e bem apanhado. Da lista toda dos doutores o mais coerente e
sério e o que tem menos "atributos" é o André Ventura. O mais
coerente. Infelizmente o dr Marcelo irá ganhar. A maioria sonha um dia ser como
ele e pratica o mais que pode. O Xico esperto que está em todas, no bem bom do
tempo "mau" e no bem bom do tempo "bom", tipo palhaço
mágico. Nesta era da nova ignorância, arquitectada muito tempo atrás, estes
doutorzecos mediáticos catapultaram-se através das máquinas partidárias que há
muito andam por cá (o mais limpo e coerente é o André Ventura que não tem
máquinas internacionais a investirem sobretudo como o PS, PCP e Bloco ) fizeram
a proeza de darem cabo do país com um povo formatado na ignorância e
boçalidade, ambiente perfeito para agirem como lhes dá na gana com o mesmo povo
radiante de estar a ser altamente prejudicado, é constrangedor! Se Portugal fosse um país de
gente maioritariamente séria e trabalhadora sem tantos doutorzecos e mais electricistas,
carpinteiros e canalizadores etc etc, a realidade era bem diferente com
certeza. Ninguém que trabalhe com orgulho e faça bem o que faz estaria disposto a
admitir esta verdadeira bandalheira incongruente e isso reflectir-se-ia em
todas as eleições. Vamos ter que gramar este meio Mr Bean que é uma espécie de
auxiliadora de infantário...
Manuel Ferreira: Ando a ver o Borgen, uma série fantástica na Netflix sobre uma
primeira-ministra dinamarquesa que lidera um governo de minoria através de
coligações. Existe um personagem, (curiosamente interpretado por um actor que
também deu vida a uma figura na Guerra dos Tronos) que interpreta o que eles
chamam de “spin doctor” da primeira-ministra. Um conselheiro e assessor de
impressa, que tem como principal objectivo salvaguardar a imagem da
primeira-ministra e consequentemente o seu governo de coligação.
Este personagem, o “spin doctor” lembra-me, não sei explicar porquê – pura
intuição, diria – o presidente Marcelo. Fico a pensar se o presidente Marcelo
não tem sido uma espécie de “spin doctor” (relações públicas) de Costa e da
geringonça! Agora com as eleições à porta desempregou-se desse papel, mas se
fizermos review damos de caras com o tal “spin doctor”. Todavia, não sei, se
não será essa uma das responsabilidades do PR, ou seja, garantir a estabilidade
de um governo minoritário de coligação. No caso da série, a rainha da Dinamarca
apenas dá posse ao governo minoritário com condições de governar, e depois não
se mete mais no assunto!
Para quem gosta de política e não viu a série, recomendo. A comparação com
muitos dos actores da nossa vida política é assustadoramente real!
Carlos Quartel: Fraca a crónica, hoje. Cumprir calendário exige grande esforço e , às
vezes, a inspiração não aparece. Com todos os defeitos, este é o menos mau sistema. As
pessoas apresentam-se, dizem ao que vêm e cada um vota. Alguma coisa pode ser dita
sobre presidenciais : Por exemplo, um só mandato de 7 ou 8 anos seria mais
eficaz. Os primeiros mandatos são sempre fracos, o presidente não quer
comprometer apoios e sem as máquinas dos partidos tudo se torna mais difícil.
Há sempre a
esperança que Marcelo faça um segundo mandato mais enérgico e mais exigente,
não tem nada a perder. Quanto aos outros, é a guarnição habitual, com as novidades Ventura e
Gomes. Espera-se que alegrem a festa .....
Adelino Lopes: Relativamente
ao prof. Marcelo eu conseguiria acrescentar a seguinte vantagem: antes de ser
presidente, o prof. fazia comentários do lado de fora (ou quase); hoje faz a
análise política (incluindo selfies e abraços) a partir do lado de dentro, mas
bem do lado de dentro. Como o povo Português sempre se comportou como aquela
senhora que procura um marido que tome conta dela, nada como ter um bom marido,
carinhoso, compreensivo, que a indulta (se for necessário), que a parabeniza,
que a elogia, etc, etc. Nessas dimensões, temos de compreender que, o Marcelo é
o melhor candidato. Uma desvantagem: o prof é muito pobre; não tem património
registado. Tal como muitos outros vigaristas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário