Os nacionais deste país se vão
apercebendo de um governo de cinismos e tramoias que vai estrategicamente afundando
o nosso país. Tanto o cronista Alexandre
Homem Cristo, como parte dos seus comentadores, (F. Mendes, Maria Cordes), denunciam
tais mazelas. Mas o “É tempo de travar” não se faz sentir, a não ser no
estridor das vozes.
Desconfiar do futuro
Ou 2023 é o ano de afirmação do PSD no
papel de líder da oposição, ou 2023 será mais um ano penoso de discursos
oficiais em que nos pedirão para confiar num Portugal de futuro cada vez mais
improvável
ALEXANDRE HOMEM
CRISTO
OBSERVADOR, 29
dez. 2022, 00:218
Em 2021, emigraram 66 mil portugueses, dos
quais 25 mil de forma permanente. Em 2019,
ainda antes da pandemia que condicionou a mobilidade da população, foram 77 mil
emigrantes (28 mil permanentes). São, obviamente, números inferiores aos dos
períodos de crise económica e do ajustamento financeiro (2011-2014), onde o
máximo anual alcançou os 134 mil emigrantes (2014). Mas são, também, números muito superiores aos da
década anterior: em 2001, emigraram 20 mil — em 2011 foram 101 mil e em 2021 os
referidos 66 mil. Mesmo em anos recentes, como 2018, os números chegaram aos 82
mil emigrantes.
Mais
interessante é observar as qualificações dos que emigram. Em 2014, 53% dos emigrantes tinham apenas ensino
básico e 29% tinham ensino superior. Em 2019, o ano pré-pandemia para
comparação, 42% dos emigrantes tinham ensino superior (e 28% tinham baixas
qualificações). Ou seja,
apesar de os números da emigração terem diminuído desde os anos de crise
financeira, mas mantendo-se superiores aos de anos anteriores, a emigração
teve uma alteração estrutural nos
últimos anos: passou
a ser maioritariamente mais qualificada.
Este
facto tem duas leituras. Primeiro, a ausência de surpresa: a crescente
qualificação da população jovem (que é a que mais emigra) teria inevitavelmente
de fazer aumentar o nível médio das qualificações dos emigrantes. Segundo, a constatação de um desafio estrutural: esta
oscilação não é apenas explicada pelas melhorias da qualificação da população,
significando que, hoje, são
sobretudo os jovens mais qualificados que não encontram, em Portugal,
oportunidades profissionais que correspondam às suas formações e expectativas.
Numa frase: a desconfiança no futuro surge, cada vez mais, entre jovens mais
qualificados.
O discurso político está a milhas de
abordar este assunto com um mínimo de seriedade, fixando-se em narrativas
redondas. Há dias, o primeiro-ministro
pediu-nos que tenhamos “confiança no futuro”, na sua Mensagem de Natal, na qual
afirmou que Portugal está no “pelotão da frente para vencer os desafios do
futuro”. Já o havia feito, por exemplo, em 2016, data em que a sua
Mensagem de Natal foi filmada num jardim-de-infância, onde assinalou a
aposta nas qualificações e “nos empregos de qualidade”, de modo que a geração
mais qualificada de sempre não fosse “forçada a emigrar”. Aliás, podemos
recuar mais ainda: em 2015, o mote da sua campanha eleitoral havia sido “é
tempo de confiança”, em nome de uma “alternativa de confiança”. Toda a retórica
de António Costa está alicerçada neste conceito: o PS é
factor de confiança no futuro, contribuindo para o desenvolvimento social e
económico do país — e, do lado oposto, a direita representa um regresso ao
passado, um retrocesso e um bloqueio às aspirações de ascensão social das
famílias portuguesas.
Os
dados da emigração são apenas um exemplo de como este discurso político vai
colidindo com a realidade. Basta
olhar à volta: numa economia em perda competitiva, numa educação em que se
alegam milagres durante a pandemia, numa saúde onde colapsam os serviços
públicos. Enfim, já o tenho escrito tantas vezes que me escuso a repetições. O
meu ponto agora é este: se estas narrativas persistem e se ainda tantos optam
por acreditar nelas, validando nas sondagens um governo com inúmeras provas de
incompetência, a principal conclusão a extrair daqui é a incompetência da
oposição — neste caso, do PSD, maior responsável por mobilizar os eleitores
para uma alternativa. É certo que a herança de Rui Rio é pesadíssima. Mas as
coisas são como são: ou 2023 é o ano de afirmação do PSD no papel de líder da
oposição, ou 2023 será mais um ano penoso de discursos oficiais em que nos
pedirão para confiar num Portugal de futuro cada vez mais improvável.
GOVERNO POLÍTICA PSD EMIGRAÇÃO MUNDO
COMENTÁRIOS:
F. Mendes: Estou de
acordo com o artigo, mas este está seriamente incompleto. Esta saída de gente
qualificada, não preocupa minimamente este governo, contrariamente ao discurso
oficial. O programa "Regressar" é tão complicado e restritivo que os
resultados são magríssimos; arrisco mesmo dizer que os que voltam, voltariam
mesmo sem o programa. Falo por experiência própria e directa, com familiares.
Em contrapartida, o
governo actual tem promovido a imigração não qualificada, com o pretexto da
falta de mão-de-obra e da crise demográfica. Isto resulta de uma estratégia sinistra por parte
do PS: substituir o Povo Português por uma população oriunda dos 4 cantos do
mundo, pouco educada e qualificada, sem referências, nem matriz cultural sólida
( ou seja, liquidar uma Nação com nove séculos); tomar
conta do estado, empobrecendo a população e tornando-a subsídio dependente;
baixar o nível da educação (veja-se a queda a pique nos padrões educativos,
vergonhosamente mascarada por estatísticas delirantes, ideologias de género e
outras); continuar a fingir preocupação pela saída de gente qualificada;
continuar a mentir, dizendo que a imigração resolve problemas económicos,
quando, não resolvendo, por baixa produtividade de quem entra, cria problemas
sociais e de coesão. Cereja sobre o
bolo: reescrever a nossa História, querendo causar-nos vergonha, e esconder a
mediocridade abjecta de quem nos desgoverna. Tudo isto para o PS se manter no
poleiro. Até que as pessoas acordem, provavelmente tarde de mais. E com o prof.
Marcelo, que adoraria ser presidente de Moçambique, a ajudar. E quanto ao PSD,
talvez devesse pegar nalguns dos pontos que descrevo acima. Seria uma maneira
de mobilizar abstencionistas e recuperar boa parte do eleitorado do CHEGA.
Ainda que só isso não chegue, mas o comentário já vai longo. Pouco me importo
se receber comentários de acusação de xenofobia, racismo e quejandos. Cada um
que tire as suas conclusões. Sérgio: Excelente artigo! Infelizmente
um povão iletrado medíocre e analfabeto e que só se preocupa e sabe
absolutamente tudo sobre o maravilhoso mundo dos fuitiboilas e chutadeiros e
treinas e agenteiros (agiotas como o Mendes) 24h dia em todas tv e jornaleiros
e em horário nobre, elege as figuretas e parasitas mais imundas possível,
e acredita em todos os contos de vigário e patranhas do chefe do gang DDT e
nepotista. Bem feito. "Habituem-se". Maria Cordes: Viva o Correio da Manhã, vivam as pouquíssimas vozes
que desconstroem a narrativa Costa. Voto de censura ao líder do PSD e partido.
Num país em que a formação dos governantes, essencialmente saídos das
madrassas, está ancorada no cartão partidário, nas empresas públicas o filme é
de trocas, baldrocas, indemnizações e contratos confidenciais, passíveis de
desmontar, tudo preso por arames, nada funciona, na Saúde, Educação, Justiça,
com yes men do Chefe, colocados, para que nada se saiba, com a segurança da
propriedade privada em causa, tudo é roubado ou destruido sem que a GNR tenha
meios para descobrir, proteger ou prevenir (ex. propriedades florestais),
em que a resistência foi anulada com ameaças ou luvas, o PSD caladinho, com
joguinhos à laia do defunto Centrão. O que é que se passe na CGD, temos que
pedir ao Correio da Manhã, para investigar! João Floriano: Os discursos de António Costa estão cheios de grandes
intenções que não se concretizam. Logo em 2016, Costa não perdoa a João Soares
o estilo trauliteiro que usou com Augusto Seabra e Vasco P. Valente.
Disse na altura que um ministro não o deixava de ser mesmo em tertúlia à mesa
do café. Por estes dias Costa irritado dispara contra a oposição, insulta à
esquerda e à direita como se estivesse no balcão da tasca. «Palavra dada é
palavra honrada» foi um slogan costista repetido até à exaustão. Foi mas já não
é. Em Janeiro de 2022 pediu a confiança dos portugueses porque a maioria
absoluta seria gerida com diálogo, dando como garantias o seu empenhamento e a
vigilância do PR. Sobre o diálogo estamos conversados, sobre o PR idem. Se
António Costa é o rosto desta maioria absoluta só temos motivos para desconfiar
do que o futuro trará.
Américo Silva: Deixai-os
partir, que façam boa viagem e tenham sucesso, afinal tanto eles quanto os pais
e avós são tão responsáveis pelo estado do país quanto os que ficam. Parece que
o PS entrou em dificuldades, PNS aparenta um perdedor de eleições, e Costa com
maioria absoluta não consegue segurar o aparelho. Turbulência à vista. bento guerra: Mais um ano de afirmação do Ventura.O Montenegro não
tem patanisca
João Eduardo Gata: As
demissões sucedem-se neste desgoverno socialista, o terceiro desde 2015, e
que culmina mais de 20 anos de PS no governo, com início em Guterres. Mas
os problemas permanecem, e muitos agravam-se cada dia que passa. Nada que não
se pudesse prever. Mas boa parte dos eleitores pensa que assim é que está bem,
como o PS no poder, de modo que Portugal vai-se afundando alegremente. Quanto
aos jovens, incentivo todos a emigrar o mais cedo possível, se quiserem ter uma
vida digna e feliz. O Portugal Socialista pouco mais oferece do que Miséria. Joaquim Lopes: A semiótica não mostra isso, infelizmente, uma coisa é
desejar, outra é a leitura dos sinais e sintomas, o PSD não é diferente do PS
nem nunca foi, talvez mais contido, mas hoje pouca gente de qualidade está
nestes partidos, Costa e a Geringonça 2, foi um chorrilho de mal fazer e de má
fé na política. Um
país sem estratégias para o futuro, enterrado no lamaçal do nepotismo hipotecou
o futuro!
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