Só na sua expressão superlativa, é
claro, não se trata de sexualidades ou outras minudências do governo descrito
neste cântico de A.G. Apenas refiro, pois a qualidade superior do texto de Alberto Gonçalves, máximo em
oportuno sentido crítico sobre o artifício bem putiniano das faladuras do nosso
Prime Minister, a puxar a brasa à sua sardinha apelativa, para alegria geral de
um povo que apenas deseja matar a fome e se contenta, pois, com esses trocos da
concessão ministerial, aliás extorquidos a esses e a muitos mais, por altura
das colectas, como expõe sabiamente A G, neste seu superlativo expor.
O cabotino que fingia dar esmolas
O dr. Costa não dá: o dr. Costa tira
imenso aos cidadãos em geral para de seguida devolver migalhas aos cidadãos que
ele selecciona, a fim de obter a aclamação dos pasmados. O socialismo é isto.
ALBERTO GONÇALVES Colunista do Observador
OBSERVADOR, 17
dez. 2022, 24:1984
Vou
falar de duas mulheres que esta semana vi no supermercado, ambas ainda novas,
ambas com aspecto do que costumamos designar por classe média. A primeira
vi de perto, com uma criança no carrinho das compras e o desespero a aumentar à
medida que constatava o preço do leite. Ia e vinha ao longo das prateleiras, a
verificar cada marca. E repetia o processo. Às tantas, começou a desabafar em
voz suficientemente alta. Não eram resmungos, apenas a leitura da quantia
inscrita na etiqueta, seguida de um suspiro: “Ai, meu Deus…”. Deu-me pena.
A
segunda mulher vi-a numa
reportagem de “telejornal”, que alguém publicou por aí. Questionada sobre até
que ponto o aumento de preços afectava os portugueses, respondeu sorridente
que nem por isso, “porque o aumento é ao quilo e os portugueses por norma nunca
compram um quilo”. Embora por razões diferentes, voltei a ter pena. E
lembrei-me do dono de um café que frequentei na juventude, o qual não conseguia
apurar a percentagem de clientes que consumiam cerveja na medida em que, cito,
no estabelecimento “não paravam 100 pessoas”.
Não
sei se o vídeo da segunda mulher é recente ou sequer autêntico. Sei
que a senhora, real ou paródica, é representativa de incontáveis criaturas
reais, com 10 gramas de ervilhas – 1% do kg – no lugar do cérebro. E são
criaturas assim que constituem o público do dr. Costa. Quanto à primeira
mulher, é possível que nem pense no dr. Costa. E é certinho que o dr. Costa não
pensa nela.
Seja por detractores ou
devotos, a manha do dr. Costa é altamente sobrevalorizada. De tão primitivos, os truques do homem exigem
destinatários pouco exigentes. Na quinta-feira, o dr. Costa concedeu uma
entrevista à “Visão”, com direito a exibir as típicas má-criação, prepotência e
parlapatice, além de cortina vermelha e pose suspeita na capa, como o cabotino
de baixo vaudeville que ele é. Ali, anunciou um “apoio extraordinário”
de 240 euros a um milhão e pico de “famílias carenciadas”.
Claro que não sugiro uma relação directa entre os coitados que receberão a
benesse e a imbecilidade congénita: a imbecilidade é dos que aplaudem a
benesse, não por disciplina partidária ou genérico interesse em vigarices, e
sim por convictamente acharem que o “apoio” é mesmo “extraordinário” e digno e
generoso. E que o dr. Costa também o
é. O dr. Montenegro, hipotético líder da oposição, reclamou para o PSD a
inspiração da espectacular medida. E o prof. Marcelo interrompeu os comentários
desportivos para explicar que a medida “faz a diferença”.
Santa
paciência. É pueril ter de desmontar patranhas tão evidentes, porém eficazes em
quem não liga à inflação porque só compra 300g de maçãs. Desde logo, ao contrário do que alguns “media”
isentos proclamaram, o dr. Costa não dará nada a ninguém, excepto
enxovalho. A verba,
no conjunto uns 250 milhões, provém dos impostos directos que o Estado subtrai
aos pagantes e dos impostos indirectos que o Estado subtrai a todos, incluindo
aos que receberão a súbita e decisiva esmola. Os impostos
sobem com voracidade, e a esmola não é esmola: é trapaça. Os 250 milhões, fui
ao Pordata, equivalem a três meses de IMI, a um mês de impostos sobre os
combustíveis, a uma semana de IVA, a um dia e meio das receitas fiscais totais.
Em
suma, à semelhança do gangue que expulsa os moradores de um prédio e depois
aluga um quartinho a dois deles, o dr. Costa não dá: o dr. Costa tira imenso
aos cidadãos em geral para de seguida devolver migalhas aos cidadãos que ele
selecciona, a fim de obter a aclamação dos pasmados. O socialismo é isto. Se
os pasmados forem os suficientes, o socialismo até pode ser democrático, embora
uma democracia de indigência, dependência e atraso. E, desculpem a redundância,
de pobreza. No socialismo, digo-o devagar para não assustar os desprevenidos, a
pobreza não é um efeito colateral: é um meio indispensável.
Por
isso não espanta, embora arrepie, notar o júbilo com que se publicitou o número
de futuros excêntricos gerados pela lotaria do dr. Costa: um milhão de
famílias. Perto de três milhões de indivíduos. Três milhões de pobres, ou
“carenciados” no jargão eufemístico, além dos “remediados” do salário médio e
dos ricos que ganham dois mil. Um país governado pelo PS em
20 dos últimos 27 anos, a maioria com participação directa do dr. Costa. O que
o dr. Costa quer que a audiência dele ouça é que o PS ajuda muitos “carenciados”.
O que dr. Costa de facto diz é que o PS produz resmas de desgraçados. E que o
objectivo é esse.
O
socialismo, está nos livros e infelizmente na vida, espalha miséria pois não
prospera sem miséria, a material e a mental. Nem sempre as duas coincidem,
embora às vezes se cruzem no supermercado, a primeira a chorar o custo do litro
de leite e a segunda toda contente por comprar embalagens de 250ml. Por culpa
própria ou alheia, as duas acabarão mal. E o dr. Costa não.
COMENTÁRIOS:
Fernando CE: Este
homem, António Costa, vai deixar o país muito pior do que quando o encontrou. Pobre
país e pobres portugueses. Alfaiate
Tuga: O Costa não dá nada a ninguém??? Ó caro
Alberto Gonçalves, dá, dá, e muito, e olhe que não são só migalhas. O Costa
ainda agora deu dois dias extra de férias aos funcionários públicos O
Costa deu menos 5 horas de “trabalho” semanal aos funcionários públicos O
Costa mandou para teledescanso milhares de funcionários públicos na Covid-19
sem perderem um cêntimo. O Costa deu um salário mínimo aos funcionários públicos
superior ao do privado O Costa deu 3.2 mil milhões de euros aos
funcionários da TAP O Costa dá 10 milhões por mês aos funcionários da
EFACEC Podia continuar, mas penso que os exemplos que dei são suficientes
para fundamentar o que digo, grande parte da função pública não paga impostos,
apenas devolve ao estado uma parte do que o estado lhe dá. Os funcionários
públicos podem dizer que o estado não lhes dá nada, pois o que recebem é fruto
do trabalho, Eu digo que só 20 ou 30 porcento dos funcionários públicos recebem
um valor justo (em linha com o que se paga no privado), alguns até menos, os
restantes 70 ou 80 por cento recebem do estado muito mais do que vale aquilo
que fazem. Parece que as únicas vagas que o estado tem dificuldade em preencher
são as de medicina e forças de segurança, devem ser dos poucos empregos no
estado mal pagos, por isso não há candidatos suficientes para preencher as
vagas. Um dos grandes problemas do país a par da justiça não funcionar é a
dimensão do estado, que também inclui a justiça, claro está, este estado custa
milhares de milhões em impostos ao privado e serve cada vez para menos, estes
milhares de milhões retirados da economia sufocam o país, empobrecemos
comparativamente com os países vizinhos, depois queixam-se do preço do leite…O
leite só é caro porque o dinheiro na algibeira é pouco, e é pouco porque os
impostos são altos e são altos para que o estado possa continuar a dar muito a
muitos. O estado é uma massa imensa de gente que na maioria aporta muito pouco
ao país, custa uma fortuna e serve basicamente para votar nos partidos de
esquerda, para que estes lhes continuem a dar e dar e dar até acabar o
dinheiro. Enquanto não reduzirmos o custo e dimensão do estado substancialmente
não saímos da miséria, há muito funcionário público que merece ser mais bem
pago, mas também há muitos que não fazem lá falta nenhuma a quem o estado todos
os meses dá e muito. José
B. Dias: Convém nunca deixar de ter presente que
oPS governou 20 dos últimos 27 anos pela vontade das "senhoras do
quilo" e dos seus embrutecidos consortes e demais familiares e amigos,
muitos dos quais se revêem na má educação, na manhoseira e na conversa de
vendedor de banha da cobra dos seus sucessivos dirigentes. Não são
extraterrestres, são muitos dos que agora mesmo estão a passar por vós na rua... Iur Sotam: Obrigado AG, pela desmontagem, tão Clarinha como a
água, só não vê quem não quer.
observador censurado: Muito bom. É pena que a mensagem não chegue aos que
dela precisam: os 3 milhões de pobres. O Socialismo dá avenças à comunicação
social para que isso aconteça. Olhando para o panorama actual da comunicação
social avençada (RTP 3, Sic Notícias, CNN Portugal, etc), o Observador está a
equacionar chegar à senhora que suspira com o preço do leite e à senhora que
não tem dinheiro para comprar um quilo, criando um canal de televisão, ou isso
não faz sentido? José
Vaz: Um
dos motivos por que assinei o jornal foi as crónicas soberbas deste
senhor. klaus muller: Não li nem vou ler a entrevista do Costa à Visão porque
todas as entrevistas do Costa têm sido um autêntico atentado à decência. É
chocantemente indigna a subserviência dos entrevistadores sempre que o Costa
anuncia mais uma das suas habituais aldrabices (investimentos, apoios, etc.). Carlos Chaves:
Caríssimo Alberto Gonçalves, obrigado por
ser a nossa voz! Cada palavra desta sua crónica revela a verdade nua e crua da
desgraçada situação actual, onde o socialismo do Sr. Costa e do Sr. Marcelo nos
colocaram. O ignóbil papel da maioria da comunicação social, a falta de
oposição de qualidade e alternativa, em conjunto com a terrível iliteracia que
grassa no nosso país, compõem o ramalhete da tragédia em que estamos metidos! AL MA: Precisávamos de 10 ou 20 AG no Parlamento, e o País
seria diferente, para melhor
Manuel Fernandes: Pobre
vota socialista porque é pobre. E depois continua pobre porque votou
socialista... Mas não consegue perceber e volta a votar socialista porque é
cada vez mais pobre... Lily
Lx: Excelente, AC. Assim vai o país, o
aumento da pobreza e do desespero. Filipe Paes de Vasconcellos: E ninguém se revolta? E ninguém vai preso por má gestão do dinheiro que os
ainda remediados vão pagando de impostos? Chiça! pedro dragone: Socialismo é o regime que transforma ricos em pobres,
mas que colapsa quando os primeiros já não forem em número suficiente para
manter os segundos em níveis mínimos de dignidade. Conclusão: "não há
socialismo que sempre dure nem bem que nunca acabe" João Ramos: Excelente como sempre, o pior é que esta excelência é a
descrição exacta do nosso país governado pelos socialistas… Henrique Mota > Alexandre
Barreira: Quando não
se gosta da mensagem porque incomoda, ataca-se o mensageiro F. Mendes:
De facto, o
socialismo é também a arte de empobrecer a população, vendendo-lhe a sensação
de conforto e de justiça social; diabolizando os adversários; suprimindo
alternativas, impingindo noções de superioridade moral e intelectual e
inventando medos e inimigos externos, que invariavelmente conduzem, na melhor
das hipóteses, a democracias coxas, e na pior, a ditaduras sanguinárias. A conclusão do colunista é de
reter: o socialismo alimenta-se da miséria e alimenta-a, multiplicando-a e
gerando dependências e medos. E abrindo caminho a ditaduras, por vezes
encapotadas, mas na maioria das vezes roçando o totalitarismo. José Ramos: Indigna, realmente, ver isto; e
indigna ver os papalvos que aplaudem. O socialismo, salvo durante um
tempo nas social-democracias nórdicas, ou no Reino Unido, onde a economia
entrou em colapaso no ínicio dos anos 70 do séc. XX, tende a criar pobres, por
vezes de propósito, para terem uma massa de manobra de votantes dependentes do
Estado. Dependentes do subsídio (leia-se, esmola com dinheiro alheio),
funcionários públicos, que reivindicam sempre por mais e que se mantêm
convenientemente sindicalizados na CGTP, o braço armado do decrépito PCP, e
pensionistas, alguns deles com pouca cultura e que se acham dependentes da
"bondade" do dr. Costa. Antigamente, ouvia-se nas
aldeias: "aquele fontanário e o lavadouro foi o Sr. Dr. Salazar que nos
deu"; agora é Costa que distribui o óbolo. Não fosse a postura tasqueira
do sujeito, quase esperaríamos ouvi-lo: "Vá, vão lá, e não gastem tudo em
vinho..." Maria Clotilde
Osório: Brilhante. Tirar
às pinguinhas resulta sempre. E, para a maioria dos portugueses, viver de
esmolas ou apoios é sinal de esperteza. O Banco de Portugal fala em "pleno
emprego". Não é o que revelam os dados do RSI e do Subsídio de Desemprego.
Parece que, mais uma vez, grande parte dos fundos comunitários (os socialistas
ficam pela palavra fundos) vai para a formação profissional. Cursos e cursinhos
para retirar números ao desemprego e contribuições à SS. Truques velhos
resultam sempre. Não melhoram, é, nada Maria Emília Ranhada
Santos: O governo
português trabalha para os oligarcas financeiros da nova ordem mundial, que
lutam para diminuir a população e NÃO PARA ACABAR COM A POBREZA, COMO DIZ O N.
1 DOS 17 OBJECTIVOS DA AGENDA 2030 PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL.
Tudo uma mentira pegada! Uma agenda podre, hipócrita, construída em cima de
atraentes objectivos, mas totalmente envenenada! Joaquim Almeida > Amigo do Camolas: Uns média que, ao lado de
Marcelo e Costa, aplaudem um quadrilheiro ladrão a regressar ao poder,
Lula de sua graça...
José Manuel Pereira: Pois é exactamente isso, o
socialismo é pobreza sobretudo mental, incapaz de gerar riqueza mas de a
espoliar, gerar pobreza material para sobreviver e evoluir para ditadura. O
nosso povo embrutecido, do qual todos temos exemplos quase diários, não mudará
tão cedo, até lá a oposição deveria criar movimentos de adesão a projectos colectivos
de esperança e não gerar este marasmo ou copiar o que o socialismo e o povo têm
de pior... Infelizmente, só vi projectos mobilizadores com Sá Carneiro e uns
laivos disso em Cavaco Silva. O Passos Coelho esteve pouco tempo para se
conseguir perceber se o projecto que tem é Nacional ou pessoal (creio, espero
ou desejo que seja o primeiro e nesse caso voltará... vamos ver)... De resto
isto é uma imensa tristeza, feita da mais Franciscana pobreza material aliada à
maior pequenez moral e intelectual... "Liderança incapaz faz da forte,
fraca gente"
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