De dois proponentes com
autoridade para proporem: Luís Soares de Oliveira e Henrique Salles da Fonseca,
sobre coisas do nosso dia-a-dia que nos têm obscurecido a mente: um a respeito
de um jogador cuja ribalta mudou de sentido, mesquinhamente, e não deixo de
concordar com a proposta de o fazer emergir valorizando os jogos da selecção,
outro a propósito de um Acordo Ortográfico corruptor da língua, e que por isso
merece o “gozo” de alvitres para a criação de neologismos que ainda mais a
abastardam, a pobre desprezada. Ambas as propostas, pois, de agradecer, embora
a segunda venha mais a título de gozação a respeito de uma pobre língua que
não tem culpa dos linguistas que a torceram, nem dos responsáveis que apoiaram
as torceduras.
1 - O que fazer
com o EMÉRITO RONALDO?
Facebook de LUÍS SOARES DE OLIVEIRA
3/12/22
Devo começar por dizer que não sou entendido em futebol, mas parece-me da
mais elementar lógica que um trintão cansado das pernas não jogue os 90 minutos
de uma partida do futi. Aliás, tem-se visto que o Ronaldo se poupa. Então, como
melhor o aproveitar? Na segunda parte, óbvio e não na primeira como tem feito o
Fernando Santos, aliás um líder que admiro. Na segunda parte, os adversários
estão cansados e, portanto, mais nivelados com o nosso "7"; por outro
lado, Ronaldo teria 45 minutos para estudar o esquema do adversário e ver por
onde pode "furar". E ele vê. Rezo para que os Santos se iluminem.
HENRIQUE SALLES DA FONSECA
A BEM DA NAÇÃO, 04.12.22
O Acordo Ortográfico de 1990
(AO90) caracteriza-se pelo «nivelamento por baixo» privilegiando a fonia e
relegando a etimologia para segundo plano. Esta inversão de valores vincula a
tendência de transformar o português de língua erudita em linguajar boçal.
A propósito de «nivelar por baixo»,
vem sendo banalizado o tratamento por tu em detrimento de fórmulas
cerimoniosas, respeitadoras do próximo. O «tutoyer» francês que em português se
traduz por «tratar por tu» já foi adoptado como «tutear» mas a cerimónia, o
tratamento por Você (Senhor, Senhora ou Senhores), ainda está fora do
dicionário.
Eis, pois, que venho propor a
criação da palavra «vocear» para significar o tratamento por Você.
Contudo, na expressão oral, o
superior hierárquico deve ser tratado por «o Senhor», «a Senhora» ou «os Senhores»
e nunca por Vocês(s) nem sequer pelo nome próprio, apenas pelo apelido. Mas
estas já são regras de protocolo e não de gramática.
Passada a «chazada» aos relações
públicas e atendedores de «cal centres», é chegada a hora de reforçar a via
etimológica para que a língua portuguesa não se abastarde «à la diable». Assim,
aqui fica a proposta à Secção das Letras da Academia das Ciências de Lisboa:
«Vocear» - tratar por Você.
Tags: "língua portuguesa"
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