quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

Também li


“O SEGREDO DA DESCOBERTA PORTUGUESA DAS AMÉRICAS” de JOSÉ GOMES FERREIRA e confesso que fiquei maravilhada. José Gomes Ferreira escreve com uma tal convicção acerca das andanças portuguesas pelas Américas, que chega a sugerir que estes lá chegaram antes de Cristóvão Colombo, feito que este, de resto, afirmou, não reivindicando o seu pioneirismo, habituado que estava às viagens marítimas com os portugueses, e aos estudos náuticos de cartografia da escola portuguesa de Sagres.

Trata-se de um pequeno volume, o livro de JGF de sete capítulos precedidos de uma Introdução que resume, naturalmente a sua tese sobre a “visita e mapeação feita pelos portugueses, da Flórida e dos Estados Unidos da América anteriores a Colombo”, tese que segue, de vários autores, aliás, contestados, pelo establishment cultural e político, como é indicado em artigo condenatório que a Internet apresenta.

Eu gostei muito de o ler, dos descobrimentos portugueses lá do norte europeu, só conhecendo o da Terra Nova, por Gaspar Corte Real, pois aprendera que os portugueses para lá iam para a pesca do bacalhau, alimento de longa data e definitivamente assente na cozinha portuguesa.

Mas o trabalho de JGF, talvez ditado por um certo chauvinismo, não deixa de ser brilhante, pois uma vez mais nos faz debruçar sobre um pequeno povo, pouco estudioso, é certo, mas com valentia q.b. que foi pioneiro na abertura do mundo terreno e marítimo, graças à ousadia inteligente e ambiciosa de um príncipe, fundador de uma Escola Náutica, talvez por ter nos seus genes o sangue real inglês, mas dessa Escola partiram ilustres nomes de portugueses e estrangeiros – Colombo foi um deles, Fernão de Magalhães foi outro que ao serviço de outros cometeram os seus ilustres feitos, de que José Gomes Ferreira destaca, de resto, o não pioneirismo das suas descobertas.

Li a crítica a JGF, talvez tenham alguma razão os intelectuais que a escreveram, não deixa o trabalho daquele de ser singular, no seu encantador esforço patriótico que chama a atenção sobre um povo que, apesar de tantos desmandos, teve os seus feitos valiosos, mostrando “novos mundos ao mundo”, seguido, todavia, de outros mais competentes na sua fixação.

 

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