segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

Porque se não impõem os médicos

 

Contra tão repugnante lei que lhes deveria afectar as consciências, transformando-os em hipotéticos assassinos? Lei brilhantemente desmascarada por HELENA MATOS, desta vez ironizando sobre os tempos de espera no SNS, superiores aos da própria eutanásia solicitada, o que trará, absurdamente, aumento de pedidos de eutanásia, por via da urgência…

O fémur partido e a espinha dobrada

O absurdo a que os deputados nos conduziram é este: solicitar a eutanásia é a forma mais rápida que os portugueses têm ao seu alcance para serem tratados com respeito pelo SNS.

HELENA MATOS: Colunista do Observador

OBSERVADOR, 11 dez. 2022, 02:16102

Um fémur cicatrizado com 15 mil anos foi o símbolo quase perfeito da civilização humana: afinal para que sarasse aquele osso alguém teve de cuidar daquele corpo incapaz de se mover, alimentá-lo, garantir-lhe segurança, dar-lhe de beber… Isto durante várias semanas. Ou seja alguém pondo em causa a sua sobrevivência não deixou para trás aquele ferido e cuidou dele. A humanidade estava ali.

A imagem do fémur cicatrizado foi utilizada pela antropóloga Margaret Mead quando inquirida por um estudante sobre o que ela considerava ser o primeiro sinal de civilização. A antropóloga não se deteve nos machados e pinturas rupestres que geralmente surgem quando se aborda esta questão e invocou o fémur partido. Aquele osso curado simbolizava a diferença entre o animal e o humano.

O dilema que a aprovação da eutanásia em geral coloca é o do fémur partido: até quando devemos cuidar do outro? A resposta não é fácil. Mas a aprovação da eutanásia em Portugal coloca este dilema a um nível ainda mais perturbante: que sociedade é esta cujos eleitos se mobilizam para assegurar mais meios a quem manifesta a vontade de morrer do que àqueles que querem viver? A lei agora aprovada na Assembleia da República garante a quem declarar a sua vontade de ser eutanasiado o direito a escolher um médico orientador. Este médico orientador tem vinte dias para produzir um relatório sobre o pedido do doente. Caso o parecer seja favorável, ao pedido do doente segue-se uma consulta com um especialista da patologia que afecta o doente. Este especialista tem 15 dias para fazer um parecer. Pode existir intervenção de um psiquiatra que também ele tem 15 dias para emitir a sua decisão.

Comparemos estes tempos de espera e procedimentos com o que acontece a quem quer simplesmente ser tratado: no Hospital de Faro, para uma consulta muito prioritária de Urologia a espera é de 95 dias. (Os “apenas” prioritários têm 323 dias de espera pela consulta!) Na Oftalmologia prioritária espera-se 108 dias e na não prioritária 630. Quanto à Psiquiatria, a melhor forma de os utentes deste hospital conseguirem uma consulta é declararem a sua vontade de ser eutanasiados: a espera varia entre 62 a 94 dias. Já em Setúbal, no Hospital de São Bernardo, tem de se esperar 129 dias por uma consulta de Cardiologia Prioritária, repito Cardiologia Prioritária. No Garcia da Orta os muito prioritários esperam 30 dias por uma consulta de Neurocirurgia e 96 na Pediatria muito prioritária. Note-se que a estes tempos de espera se deve adicionar o tempo de passagem do processo do médico de família para o hospital. E se das consultas passarmos para as cirurgias verifica-se que até no que se imagina absolutamente prioritário, como é o caso da Cirurgia Vascular, os prazos ultrapassam os garantidos a quem pedir eutanásia: no Hospital de Faro esperam-se longos 19 dias por uma Cirurgia Vascular muito prioritária (por uma normal são 940 dias).

Já se asseguraram melhores cuidados de saúde em Portugal. E quando nos confrontamos com esse facto, em vez de o enfrentarem, os deputados, para iludirem a crescente divergência entre o anunciado e o vivido, produzem legislação que é um insulto para quem aspira a ser medicamente assistido para viver.

O absurdo a que os deputados nos conduziram é este: a forma mais rápida que os 203.051 portugueses que no início deste ano estavam inscritos para cirurgia (e muito particularmente os 42 mil que já aguardavam por essa cirurgia há muito mais tempo que o máximo estabelecido) têm ao seu alcance para serem observados por um especialista é manifestar o seu desejo de ser eutanasiados. Na verdade assim conseguiriam ser medicamente assistidos de forma rápida na especialidade de que precisam, como ainda seriam assistidos no estabelecimento público, privado ou de índole social que escolhessem, pois os senhores deputados acharam por bem determinar que “Cumpridos todos os procedimentos o doente pode escolher o local onde quer que seja concretizada a eutanásia”. E esta poderá ser praticada “nos estabelecimentos de saúde do Serviço Nacional de Saúde e dos sectores privado e social que estejam devidamente licenciados e autorizados para a prática de cuidados de saúde, disponham de internamento e de local adequado e com acesso reservado”.

Porque não estendem os senhores deputados às grávidas que andam a contar contracções enquanto procuram uma urgência aberta o direito a ir “aos estabelecimentos de saúde do Serviço Nacional de Saúde e dos sectores privado e social que estejam devidamente licenciados e autorizados para a prática de cuidados de saúde, disponham de internamento e de local adequado”? Ou só temos parcerias público-privadas para assegurar o cumprimento da ideologia?

Estas perguntas são a nossa versão do dilema do fémur partido. Esse dilema que nos liga a esse alguém caído por terra, revolvendo-se na dor e na condenação à morte mais que certa que aquela fractura então representava. E também a esse outro alguém que durante dias zelou para que aquele corpo recuperasse. Esse dilema que nunca resolveremos porque ele é inerente à nossa condição humana mas a que esperávamos ir respondendo o melhor possível em cada época. O que perturba é saber que estamos a viver tempos em que deixámos de fazer o melhor que as circunstâncias do nosso tempo nos permitiriam para passarmos a fazer o que a ideologia determina.

O fémur cicatrizado vai dando lugar à espinha dobrada.

PS. Como é óbvio não faltam polémicas em torno das circunstâncias em que esta explicação terá sido dada por Margaret Mead e do seu alcance. São polémicas a acrescentar às muitas em torno desta antropóloga e de muitos dos antropólogos que como ela preencheram o imaginário dos “bons selvagens” que tanto animaram o século XX. Não deixa de ser irónico que os relatos de Mead sobre o pensamento das crianças da Nova Guiné ou a sexualidade das jovens da Samoa, que tanto entusiasmaram os progressistas pretéritos, se tenham tornado agora alvo de críticas pelo progressismo contemporâneo. O facto de a antropologia cumprir no mundo pós-comunista de hoje o papel que a economia desempenhou para os marxistas até à queda do Muro de Berlim explica este revisionismo: os antropólogos sucederam aos economistas na criação da grelha através da qual se está autorizado a ver a sociedade, onde antes estavam classes estão agora comunidades.

EUTANÁSIA   SAÚDE   SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE   PAÍS

COMENTÁRIOS:
Pedra Nussapato: Para não variar, desonestidade intelectual pura e dura de HM, ao misturar alhos com bugalhos, só para dizer que é contra a legalização da eutanásia. Toda a gente tem direito e legitimidade a ser contra a eutanásia, mas é lamentável este tipo de argumentação que em nada dignifica o lado de quem está contra a lei agora aprovada.               António Lamas: Não tem nada a ver, ou talvez tenha. No meio do bruaá da bola e da eutanásia, passou ao lado, a maior vergonha a que Marcelo nos sujeita e um insulto aos portugueses, guineenses e cabo-verdianos que perderam a vida na Guiné A condecoração com a Ordem da Liberdade a Amilcar Cabral. E a seguir? Vai condecorar Samora Machel e Agostinho Neto? Respeite os portugueses            Carlos Almeida: Mas alguém irá cumprir algum prazo neste país? Deixe-me rir. Os únicos prazos que se cumprem são o do pagamento de impostos. De resto, é tudo uma palhaçada grotesca!!!                  Vitor Batista: Sinto imensa vergonha de todos aqueles que tornaram isto possível, e de todos aqueles que os acompanham. Será que não seria possível eutanasiar corruptos e nepotistas? seria uma forma "digna" de evitar o mal  de alastrar.              Vitor Batista > Pedra Nussapato: E o seu argumento é?.......uma mão cheia de nada! Mais um adepto da espinha dobrada.              Filipe Paes de Vasconcellos: Um dos seus melhores textos. Parabéns. Este seu artigo tem ainda o mérito de ser um óptimo argumentário para a condecoração que mais cedo ou mais tarde o presidente irá prestar à ex-ministra da saúde. E quanto ao assunto da eutanásia permitam-me que transcreva o meu comentário ao artigo do Senhor Dr. Pedro Passos Coelho: “E quem não quer ser eutanasiado não tem direito à dignidade humana? Onde tem estado o PS no que se refere  os cuidados paliativos, e que investimentos tem feito o PS ao longo destes 20 anos de governação socialista? Pois é, torna-se bastante mais fácil pôr um ponto final no assunto e receber o que houver a receber, até porque todos nós temos as nossas vidas e assim vamos todos em paz na bondade da dignidade humana de quem parte e assim também se limpam de ter desistido de quem nunca deles desistiu. Invistam em força nos cuidados paliativos e nos cuidadores informais a bem da dignidade humana. E, por último, porque não se pergunta a quem está no fim da vida o seguinte: Quer ser eutanasiado, quer morrer com hora marcada, ou prefere continuar a viver com cuidados paliativos de qualidade e na companhia de cuidadores informais?”                  António Lamas: A mais abjecta das nacionalizações.           O Estado dono da vida, e da morte, dos cidadãos.             Joaquim Rodrigues: Com o SNS pelas ruas da amargura, o que preocupa os nossos Governantes e seus acólitos na Assembleia da República é a aprovação da Lei da Eutanásia! Triste País este!              Coronavirus corona > Fernando Cascais: "Quem se candidata a ser eutanasiado é porque está num sofrimento incomparável" Quem está num sofrimento incomparável (ao quê?) é porque não recebeu os cuidados paliativos que existem hoje. Ninguém precisa de estar em sofrimento físico. Existe resposta para isso. O sofrimento emocional resulta do acompanhamento (ou falta dele), da solidão, das condições em que o doente está depositado num qualquer sítio. Obviamente que quem tiver bons seguros de saúde, dinheiro e poder, terá acesso a cuidados paliativos, a boas respostas para mitigar o seu problema. E não vai querer morrer. Stephen Hawking, um ateu militante e defensor da eutanásia, nunca pediu a morte. Porquê? Porque tinha as melhores máquinas para lhe garantirem ter capacidade de comunicabilidade, alguma locomoção, que proporcionam o equilíbrio mental necessário. Deixado numa cama ao canto de um quarto de um hospital, deitado longas horas, lavado por enfermeiras e voltado à sua posição, sem interação, sem relacionamento, é óbvio que ele pediria para morrer. Ninguém sob sofrimento atroz ou abandonado longas semanas ou meses, dá um consentimento cabal. Os militares que ficavam feridos nas matas pediam, muitas vezes, aos seus colegas para os matarem. Os sobreviventes hoje contam esses episódios mas nunca vi nenhum dizer que a partir daquele dia nunca mais falou com o colega que não atendeu o pedido. Pelo contrário, agradecem a determinação daqueles que recusaram fazê-lo, continuando a ajudar com o auxílio possível. Outro exemplo: a inquisição foi o primeiro tribunal a abolir a tortura como meio de obtenção de prova (era uma realidade transversal em todos os tribunais e em todas as sociedades). Sabe porquê? Porque os monges faziam um trabalho de acompanhamento, análise e registo escrito dos réus. E houve relatos confirmados que muitos réus confessavam os crimes estando inocentes. Para quê? Para fugirem ao sofrimento atroz e serem rapidamente executados. Ninguém sob sofrimento ou psicologicamente afectado tem equilíbrio mental suficiente para dar um consentimento que se possa dizer ser pleno. É condicionado. E se apanhar um médico pró-eutanásia, rapidamente ele irá pedir a morte. Basta não lhe dar sedativos suficientes para as dores ou deixá-lo sem grande acompanhamento. Ah isso é um exagero! É? Veja-se as polémicas da Holanda e da Bélgica. O Fernando diz que (obviamente) "um psiquiatra não vai aprovar a MMA a uma sujeita traída pela namorada que entrou em depressão". Veja, a título de exemplo, o polémico caso da jovem belga Shanti De Corte. Terá presenciado um atentado terrorista e entrou numa depressão pelas imagens que viu, tentando inclusive o suicídio. Pediu aos psiquiatras que fosse eutanasiada e dois psiquiatras assinaram prontamente o relatório. Tinha 23 anos. Muitos outros psiquiatras tentaram reverter colocando em causa o relatório polémico daqueles dois. Mas nada havia a fazer. Ela já tinha morrido. Gerou enorme polémica e alcançou grande mediatismo nos órgãos de comunicação social. E é apontado muitas vezes como exemplo da rampa deslizante que é esta lei. Primeiro começa-se com todos os cuidados e mais alguns. A seguir vem uma alteração porque este e aquele aspecto estão a fazer demorar o processo. Depois discute-se se a esposa, a mãe ou os filhos podem consentir pelo doente que não se pode expressar. Aconteceu assim na Bélgica e aconteceu assim na Holanda. De tal forma que, à excepção deste soviete esquecido em que se tornou a península Ibérica, mais nenhum país da UE aprovou. E já lá vão vinte anos de experiência da Bélgica e Holanda. Ah, mas trata-se de ampliar a liberdade. Devemos poder escolher morrer. Outra falácia. O suicídio não é permitido. Quem o faz tem de o executar à revelia. Se o Fernando estiver na sua casa prestes a engolir soda cáustica e um vizinho o souber e ligar à polícia, a polícia não só pode como deve arrombar a porta e impedi-lo de o fazer. E a seguir conduzi-lo a um hospital, pela força se necessário for. Porquê? Porque o conhecimento milenar da humanidade nos diz que o suicida precisa de ajuda e não de um empurrão para a frente, nos diz que o suicida não está bem e precisa de ajuda. Então se a pessoa saudável não o pode fazer porque permitir ao doente que está há longos meses entravado, a ocupar uma cama de um hospital e a necessitar de cuidados hospitalares? Numa palavra (às vezes há palavras que, pese soem a alguma crueza, devem ser ditas para avivar memórias) porque só os inúteis o podem pedir? Não é estranho? Que liberdade é essa afinal, que só aqueles que menos predisposição mental para fazer a escolha podem exercer essa liberdade? A eutanásia é engodo. É um caminho perigoso. A sociedade não é de inox. Nós não somos peças de uma fábrica que, uma vez com defeito, se mandem fora. Nós não somos instrumentos de uma nação. A nação é que é o instrumento encontrado para nós nos organizarmos. O quarto pode estar limpo e arejado, o doente pode comer um bife como última refeição, pode ser injectado ao som de Mozart, que não há dignidade nenhuma nessa acção. A frieza, a ausência de humanismo, não comportam qualquer ideia de dignidade. Quando passarmos a ser coisas não temos dignidade nenhuma.              José Carvalho: Excelente análise. Dado que os meios do SNS são limitados, os prazos para a eutanásia decididos pelos deputados têm como corolário: atrase-se (ainda mais) o atendimento a quem quer viver, para dar prioridade a quem quer morrer!              jose basilio > Pedra Nussapato: Pedra no cérebro...há muito que um calhau deve estar na sua carola.             José B. Dias: O que todos sabemos de antemão é que nenhum dos prazos ou procedimentos previstos na lei agora aprovada na AR algum dia virão a ser cumpridos (ou talvez o sejam nos primeiros meses para encher o olho do povão e criar cenário para uns acontecimentos mediáticos ...)! Não há risco. No Portugal socialista a eutanásia irá estar de facto disponível para quem tenha seguro e ADSE. Os demais serão "naturalmente" eutanasiados pelo correr do tempo de espera ... como já é a norma!                  Carlos Chaves: Caríssima Helena Matos, através da excelente exposição que acabou de fazer, só posso concluir que o “fémur cicatrizado” definindo o início da Civilização, digamos da Humanidade, a eutanásia nestes termos  e condições, marca o início da barbárie e decadência da Humanidade. Se juntarmos a isto as recentes leis aprovadas de “defesa” dos animais, nós Humanos estamos objectivamente a descer na escala!        José Leite: Um artigo excecional! Parabéns.              João Ramos: Mais uma vez Helena Matos produz um excelente artigo sobre um problema que a todos nos toca e não pertence a  um conjunto de pessoas, os nossos deputados, que se arrogam direitos que manifestamente não têm e para o qual não estão minimamente preparados, por outro lado põe a nu as incongruências de raciocínio daquele parlamento, grandes facilidades para quem quer morrer e entretanto desprezam e pura e simplesmente ignoram quem quer ser tratado para sobreviver… e ainda nos admiramos que este país esteja cada vez mais decadente…                Maria Tubucci: Diz a HM que, “O fémur cicatrizado vai dando lugar à espinha dobrada”. Eu acho que a agora já não temos políticos, temos moluscos, o cálcio da espinha há muito foi corroído e eliminado. Os politiqueiros enchem a boca que a abolição da pena de morte foi uma grande conquista civilizacional, à socapa, fora dos seus programas eleitorais e na altura das “futebolices”, aprovam a pena de morte embrulhada com um laço cor-de-rosa. Se o Tribunal Constitucional der o sim à lei, o PR assinará a lei no dia seguinte, iremos passar a ter no SNS mais especialidades: o médico carrasco, o especialista carrasco e psiquiatra carrasco. Boa, estamos a regredir para a Idade média! Bem, agora só falta mesmo colocar os pelourinhos a funcionar para pendurar: os traidores à pátria, aqueles que empobrecem o país de propósito; os vendilhões de nacionalidade por “dez reis de mel coado”; os corruptos que sugam e escravizam os nativos com a maior carga fiscal de sempre. Há muito por onde escolher é só começar, tal como a eutanásia, o plano é deslizante, sabe-se como começa, mas não se sabe como acaba. Alguém confia num SNS com especialistas em eutanásia?                   João Floriano > João A: Bom dia João.  Mas o problema é mesmo esse: «.......apoiadas de acordo com as suas vontades.»  Tal será possível se a vontade for  a eutanásia. Se forem cuidados paliativos muito dificilmente os conseguirá. Em 2018 mais de 80% dos doentes em condições de receber cuidados paliativos não tinham acesso  a eles. Em 2022 com o SNS de rastos devemos ter piorado a percentagem. Não lhe sei dizer qual a percentagem de cuidados paliativos assegurados pelo estado. No privado só quem tem boas contas bancárias pode recebê-los. Ouvi uma opinion maker da nossa praça justificar subtilmente os benefícios da eutanásia com o arruinar dos «negócios da morte». Portanto o SNS não oferece escolhas: ou se sofre ou se pede a eutanásia. Concordo com Helena Matos: o que nos está a ser  apresentado como um avanço civilizacional é uma maneira de esconder falhas desumanas do nosso SNS. Mesmo assim, se a lei for bem aplicada, poucos serão os que estão mesmo em condições de sanidade mental para de modo autónomo decidirem o fim da vida.                 José Miranda > Pedra Nussapato: Grande lógica Pedra! É a lógica do calhau.                Fernando Martins: Excelente. Desmascara a ideologia que está por trás da falsa humanidade e ainda mais falsa compaixão.              TIM DO Ó: Um tema muito caro a Helena Matos. A RTP noticiou que o ex-modelo português de 20 anos foi assassinado em Setúbal com uma facada por 2 suecos. As televisões andam a enganar o povo por racismo anti-branco. Os assassinos são imigrantes sírios. É este tipo de gente que está a invadir a Europa e a substituir a sua população por não europeus. Veja-se a selecção de futebol dos Países Baixos: não tinha praticamente nenhum holandês. Um dia os brancos vão ficar sem terra, tal como os judeus até haver Israel. Nessa altura poderão ser perseguidos no espaço que foi a sua terra e sofrerem genocídio.             Jose Moura: Extraordinário texto que põe a nu a podridão da sociedade em que vivemos. E igualmente extraordinários são alguns dos comentários aqui produzidos, em crítica ideológica pura, que nem sequer tem um único argumento.  Pobre país em que até o dar a vida e cuidar dos vivos é preterido com relação a dar a morte                Censurado sem razão: Mas desde quando a esquerda se preocupa com o bem-estar do povo? A sua preocupação é controlar o povo. E o povo, infantilizado e devidamente imbecilizado aceita isto tudo candidamente. O que a Helena Matos descreve é o retrato de uma sociedade socialista. O topo da hierarquia do partido tem direito a tudo. Vivem a grande e a francesa. A ralé divide as migalhas que a elite permite. E boquinha calada. Caso contrário descobres rapidamente que mesmo sem asas consegues voar.                José Paulo C Castro > Pedra Nussapato: Se nunca poderia ser decidida por pessoas sem competência, então porque foi decidida por deputados eleitos em lista, sem competência na matéria? E que fizeram ouvidos moucos aos pareceres de todas as ordens profissionais especializadas no assunto, bem como a constitucionalistas? Ah, dizem que são representantes... De quem ? Ora do povo incompetente que não poderia votar num referendo. Belo elitista você...                     Maria Emília Ranhada Santos: Este governo faz tudo o que os globalistas financeiros querem e mandam, porque têm medo deles, porque querem os subsídios, porque querem ficar bem na foto, e os portugueses que se tramem!   Temos que mudar de governantes rapidamente, ou afundaremos definitivamente! Para os oligarcas mandatários, é urgente acabar com a civilização cristã, para imporem a ditadura da nova ordem mundial, mas infelizmente, muitos portugueses mesmo instruídos, ainda não se convenceram que eles são maus, muito maus! Eles tudo fazem, não para proteger os portugueses, mas para os destruir. Os esquerdistas seus tentáculos, ainda não entenderam que estão a cavar a sua própria sepultura! Triste, mas real!                José Paulo C  > Castrojoão Melo: Mas então, se têm 15 meses de 'sofrimento intolerável' pela frente, para que serve a proposta? Que 'avanço civilizacional' é este? O de contrariar a tradição mais conservadora no papel? Andamos a fazer leis para brincar aos jovens políticos de causas irrealistas? Ou pior: a abrir a porta para a privatização do 'serviço' a eito, não?              Miguel Ramos: Como espectador razoável da cena política posso afirmar que não sei nada do alcance da nova lei da eutanásia, foi um processo obscuro e longe da discussão pública. Por princípio, acho que as situações de sofrimento extremo merecem uma solução terminal, não imagino como se tipifica isto. Escandaliza-me mais vivermos num País com um povo tão acéfalo, que convive alegremente com um socialismo empobrecedor, que todos os dias destrói mais um pouco da capacidade do Estado de providenciar um serviço de saúde digno. Portugal todos os dias torna-se um País mais pobre, mais doente e mais infeliz, calculo que para cada vez mais portugueses a morte seja a única solução digna, uma vez que padecem dum sofrimento atroz causado pela sua inépcia e acefalia.             Manuel RB > Pedra Nussapato: Conversa de tasca. Argumentar dá muito trabalho. Basta deitar lama.                Antonio Sennfelt: Repito o que repetidamente tenho repetido: Helena Matos, sempre oportuna e excelente!            Rui Pessoa: O tema altamente complexo da eutanásia abordado de uma forma curiosa e interessante e que nos leva a reflectir ainda mais sobre essa complexidade. Ao ler este artigo somos quase levados a exigir que os senhores deputados legislem sobre a obrigatoriedade do SNS cumprir prazos semelhantes quanto à obrigatoriedade de atendimento dos doentes urgentes e prioritários. Não colocando em causa a bondade que tenha porventura existido da parte de quem liderou esta legislação, justo será esperar que agora o façam de modo idêntico para atendimento dos mencionados casos prioritários e/ ou urgentes.

Nenhum comentário: