Os comentadores aqui se desunham, conhecedores,
respondendo à verve indignada de Helena
Matos, em tentativas inúteis de obstar à perversão de assalto
– de cravo ao peito sempre, por cá.
A
questão da verdadeira questão que nunca é a questão que devia ser /premium
HELENA MATOS OBSERVADOR, 25/8/2019
A contestação ao despacho sobre os
alunos transexuais revelou duas coisas: uma que existe capacidade de
contestação à ditadura das causas. Outra que essa contestação está armadilhada.
Discordou
do Despacho n.º 7247/2019 que diz estabelecer “as medidas
administrativas que as escolas devem adoptar” com vista ao “direito à
autodeterminação da identidade de género e expressão de género e o direito à
protecção das características sexuais de cada pessoa”? Assinou a petição pedindo a sua suspensão? Então fique sabendo que não
sabe ler, que não percebe, que quer fazer sofrer a Leonor… enfim capacite-se de que a
questão que coloca não é a verdadeira questão. Ou que sendo verdadeira para si
é na realidade uma falsa questão.
O
que lhe passou pela cabeça. a si, leitor, feliz habitante desta Europa a
caminho da suprema harmonia, para querer um papel que não o de sujeito passivo
das causas apresentadas pelas pessoas que estão no lado certo da sociedade e
das notícias, o que no caso vai dar ao mesmo? Como não percebe a dialéctica
libertadora subjacente à produção legislativa governamental que proíbe que vejam publicidade a
bolachas as mesmas crianças e adolescentes que a mesma legislação
considera capazes de escolherem o seu género?
Como
artigos vários e diversos membros do Governo logo trataram de explicar o
Despacho n.º 7247/2019 não previa nada daquilo que os seus contestatários
apontavam. O secretário de Estado João Costa explicou “Não estamos a
falar de uma imposição ou modelo em que cada aluno vai à casa de banho que quer
quando lhe apetece”. No limite acabava-se com as crianças em causa a não
irem a casa de banho alguma, como acontecia num artigo
do Polígrafo que, no seu afã de explicar a sem razão das críticas ao
Despacho n.º 7247/2019, concluiu o seguinte: “o Governo não obriga as escolas a
deixarem que “um rapaz, de qualquer
idade, que se identifique como rapariga, pode utilizar os balneários femininos
mesmo tendo os órgãos sexuais masculinos” e vice-versa. O que é assegurado através do referido diploma é que
um rapaz que se identifique como rapariga não seja obrigado/a a utilizar os
balneários masculinos, ou que uma rapariga que se identifique como rapaz não
seja obrigada/o a utilizar os balneários femininos. Acrescem as situações de
identidade não binária”
Na
verdade só não se dão alvíssaras a quem perceber a que casa de banho vão
afinal as crianças a que se refere o despacho porque provavelmente elas, tal
como os seus colegas, não vão a casa de banho alguma, pois as instalações
sanitárias das escolas portuguesas estão degradadas, a sua limpeza é muito
deficiente e sobretudo são muito poucas: no 1º ciclo, em média, há uma
casa de banho por cada 63 alunos e, no 2º ciclo, um WC por cada 140 alunos.
Infelizmente, em Portugal, os alunos, seja qual for o seu sexo e
independentemente do género com que se identificam, evitam ir à casa de banho
das suas escolas, com todo o prejuízo que daí advém para a sua
saúde, porque elas não funcionam de forma aceitável.
Dir-se-á
então que o Despacho n.º 7247/2019 não passa de uma peça demagógica,
minoritaríssima (segundo dados
apresentados pela Lusa serão aproximadamente duzentas as crianças abrangidas
pelo despacho) e que, não fosse a agenda ideológica do Governo,
cada escola resolveria caso a caso, como aliás se resolvem inúmeras outras
situações. Dir-se-ia, e note-se que isso já era ter muito para dizer. Mas
a demagogia é o menor dos problemas deste despacho que, como aliás explica o
Governo, prevê mais, muito mais acrescento eu, e matéria bem mais complexa que
a temática das casas de banho: o Despacho n.º 7247/2019 faz de cada aluno das
escolas portuguesas uma potencial vítima dos activistas do género, um ser a
reeducar. E aí já não estamos a falar dos tais duzentos alunos mas de todos
eles porque a todos eles se pode aplicar o previsto no Artigo 4.º do Despacho
n.º 7247/2019.
O
Artigo 4.º desse despacho intitulado “Mecanismos de detecção e intervenção” é próprio de um Estado totalitário. Leia-se bem o
que lá está escrito:
Ou
seja, na escola alguém – escolhido com que critério? – detecta a
partir da sua observação ou de uma denúncia que uma criança manifesta uma
identidade ou expressão de género, que não corresponde à identidade de género à
nascença. Note-se que identidade ou expressão de
género são conceitos em si muito mais vagos, subjectivos e latos que a
transsexualidade. É total o arbítrio para que estes
funcionários escolares do género detectem estar diante de uma criança que
manifesta uma identidade ou expressão de género, que não corresponde à
identidade de género à nascença.
O
que acontece a seguir é o suficiente para que qualquer um que tenha saúde e
meios emigre: “2 – A escola, após ter conhecimento da situação prevista
no número anterior ou quando a observe em ambiente escolar, deve, em
articulação com os pais, encarregados de educação ou com os representantes
legais, promover a avaliação da situação, com o objetivo de reunir toda a
informação e identificar necessidades organizativas e formas possíveis de
atuação, a fim de garantir o bem-estar e o desenvolvimento saudável da criança
ou jovem.”
Portanto,
com base numa apreciação feita não se sabe em que termos começa um processo,
não se sabe coordenado por quem e muito menos se percebe com vista a quê. Pode,
por exemplo, a escola decidir que a criança deve mudar de género? Que poderes,
competências, saberes têm as escolas para desencadear um processo destes? E
quem é que numa escola pode ser obrigado a assumir responsabilidades num
processo desta natureza: os professores? Ou vai franchisar-se esse trabalho
para aquelas associações já contratadas para leccionarem Educação
para a Cidadania e que podem passar da redacção de questionários para a
produção de ordens sobre a vida das crianças?
Muito
sinceramente algum de nós está a imaginar ver-se “em articulação” com umas
criaturas ad hoc que nos informam que o nosso filho, neto, sobrinho… manifesta
uma identidade ou expressão de género que eles determinarão (a lista mais
actualizada conta 58 géneros pelo que as possibilidades são múltiplas) e que há
que iniciar um processo com vista ao que eles definem como “desenvolvimento
saudável da criança ou jovem”?
Nada disto é novo: as crianças já
tiveram de ser reeducadas para viverem numa sociedade sem classes. Houve até quem defendesse que
considerar a pedofilia um crime era uma forma de o capitalismo impor o seu
controlo sobre o corpo. Agora é a ideologia de género a
cumprir esse papel totalitário do experimentalismo social: do Homem Novo à
Pesso@ apenas muda o vocabulário.
O
que também não é novo – e por isso chegámos aqui – é considerar que esta
agenda não só não pode como também não deve ser contestada. Que estas nunca são
as verdadeiras questões. Ou que sendo verdadeiras nunca é o momento oportuno
para as discutir. Ou que sendo o momento não se está a discutir da forma
correcta… Eis a armadilha da falsa questão. A
armadilha da falsa questão levou à instituição da presente ditadura das
minorias, à criação de um clima sufocante de auto-censura, a campanhas
fulanizadas de perseguição a quem manifesta um pensamento divergente e à
criminalização da própria referência à realidade. A liberdade de expressão é
hoje um privilégio para quem não depende de um emprego e de quem pela idade já
não tem muito a perder.
Como chegámos aqui? Há décadas uma parte da sociedade começou por alienar o seu direito a
impor questões chegando-se ao presente paradoxo de termos agora como as
verdadeiras questões as questões outrora classificadas como falsas: a violência
doméstica antes de se ter tornado na presente arma de arremesso contra o
heteropatriarcado branco foi apresentada, pelos gestores da verdade das
questões, como um drama de faca e alguidar que nem valia a pena abordar porque
a luta de classes resolveria esses desvios pequeno-burgueses. Idem para
a defesa do ambiente em que a solidariedade socialista com “mon ami
Mitterrand”levou até a que Portugal tenha praticamente silenciado o assassínio,
em 1985, pelos serviços secretos franceses, do fotógrafo português Fernando
Pereira, activista do Greenpeace. E no caso dos refugiados, os mesmos – e em
alguns casos são rigorosa e fisicamente os mesmos – que em 1975, em nome do
apoio à descolonização, tentaram impedir portugueses brancos e negros de deixar
África agora se pudessem transferiam a população dessa mesma África para a
Europa.
Sim,
chegámos aqui porque enquanto uma parte da sociedade foi recuando porque as
suas questões nunca eram as verdadeiras questões, a outra conseguiu impor não
só as suas questões como também fazê-lo a um ritmo cada vez mais alucinante. Mal
se sai de um assunto-causa já outro aí está e assim sucessivamente sem que haja
tempo para reflectir no que se acabou de aprovar. Se por acaso um escolho se
levanta nessa marcha logo somos avisados, como aconteceu no caso da eutanásia, que “haverá
lei”. Ao contrário do que escreveu o Miguel Pinheiro
a propósito do Despacho n.º 7247/2019, acho que de facto existe uma guerra
cultural. Ou melhor uma situação de controlo cultural de que a estupefacção por
este despacho ter sido contestado é um sinal.
Com
a esquerda a fazer a apologia das contas em dia e a sociedade portuguesa a
ficar aprisionada na tenaz de uma ditadura fiscal versus um Estado que não
assegura os serviços mínimos aos cidadãos, a oligarquia já nem esconde ao
que vem: “Bloco quer mais funcionários
públicos e quotas por raça nas universidades”; “ [da PGR sobre as incompatibilidades] e, se concordar homologo, se não concordar não homologo”… a
armadilha da verdadeira questão tornou-se no instrumento de controlo do
pensamento não alinhado. Mas se à primeira todos caem e à segunda só cai
quem quer, à terceira só cai quem é parvo.
COMENTÁRIOS:
Alex de Sousa: Esta é para o Sr. Silva ali
abaixo:
O Sr. Silva (olá xô Silva!) parece fazer parte daquele
grupo de pessoas que considera a sexualidade manipulável por uma qualquer
construção social, politica ou religiosamente orientada, e que a biologia pouco
conta. Nesse ponto, estas pessoas, como o Sr. Silva, estão exactamente na mesma
posição que os seus (delas) “amigos” esquerdistas e afins.
Mas não é
apenas neste ponto que estas pessoas, como o Sr. Silva, estão alinhadas com os
esquerdistas: estas pessoas, como o Sr. Silva, consideram não apenas que a
sexualidade é manipulável como deve ser manipulada em função das suas próprias
visões ideológicas e/ou religiosas sobre a mesma. O único problema destas
pessoas, como o Sr Silva - e que as leva a dar tanta relevância ao tema - é que
não sejam os Senhores Vigários, e a sua Santa Madre Igreja, a manipular a
sexualidade, como profusamente fizeram durante séculos, mas sim o “comunas”
através do aparelho de Estado. É, no fundo, uma luta entre beatos e “comunas”
na disputa pelo controlo daquilo em que NÃO devem (e NUNCA deviam) meter o
nariz que é a sexualidade de cada um. Sob pena de um dia terem o azar de lhes
acontecer o que, por vezes, acontece às pessoas que se intrometem onde não
devem que é ficarem “entaladas na porta”! Na prática , nesta matéria como
em muitas outras, as pessoas como o Sr. Silva estão exactamente no mesmo barco
que os “comunas” que dizem combater. Barco esse que, para bem da sociedade,
seria importante e útil torpedear e mandar ao fundo tão rápido quanto possível.
António Silva: Portugal um país(?) ou melhor um manicómio em gestão socialista
Joaquim Zacarias: O PAN quer um SNS para os animais. O BE quer meninas com meninos e meninos
com meninas nas mesmas casas de banho. O PCP fura greves por intermédio da
CGTP. E o PS quer manter-se no poder, para poder gerir a receita do estado, a
seu belo prazer. A C. Social lá vai sobrevivendo, sem respeitar o código a que
está obrigada. E os portugueses se não lêem a imprensa, não estão informados,
se a lêem ficam desinformados.
I. G.: O importante é falar do que está no despacho e não na ilustração Hentai (do
tipo do CDS) que, pela sua "rudeza" só serve para suportar
contra-argumentações falaciosas. O despacho é aplicado a jovens e crianças,
serve todos os níveis de ensino e ciclos e tem um propósito ideológico.
Alex de Sousa: Outra vez “arroz”?!
A biologia tem
tanto peso na definição da sexualidade de cada um que ideologias de género - o
que quer que isso seja – ou tentativas de intervenção Estatal (ou Eclesial, ou
outras…) na matéria não justificam tanto alarme! Porque nada, absolutamente
nada, consegue alterar o que levou milhões de anos a construir. Salvo
distúrbios hormonais ou psicossociais que criam um número muito restrito de
excepções que apenas servem para confirmar a regra. Mas que, por isso mesmo,
merecem atenção especial. Não há grande diferença de atitude entre aquelas
pessoas que acreditam que a sexualidade e o género (o que quer que isso seja) é
pura construção social e as que vivem com a obsessão de que haver gente que
pensa dessa forma é uma ameaça séria para a sociedade! Umas e outras
hiperbolizam a relevância do tema e umas e outras parecem não entender, ou não
estar muito convictas, que em matéria de sexualidade a biologia manda.
Depois dos temas “incêndios da Amazónia” e legislação
sobre “onde cada criança pode/deve m*jar” qual é a questão política
(ir)relevante que se segue?
Maria Emília Ranhada Santos: Ou seja; Em cada escola haverá um polícia LGBTQI, da
confiança do governo esquerdista globalista de Costa, que policiarão todas as
remotas hipóteses, de descobrirem crianças a quem possam “diagnosticar” de
transexuais ou algo do género! Os países europeus a quem foi imposta esta
barbárie, manifestaram-se até à exaustão! Na Alemanha, um pai foi preso, devido
à sua filha ter fugido das aulas de género, depois de vomitar a sala, de tal
forma o assunto a enojou. O “politicamente correcto” obrigou a tirar os
crucifixos das salas de aulas, alegando como motivo para isso, as outras
ideologias ou religiões, mas afinal, não era! Tudo foi uma grande mentira!
Afinal, era para poder entrar a diabólica ideologia de género condenada por
especialistas das mais diversas áreas. Abramos os olhos e protejamos as nossas
crianças, porque o Governo quer-no-las devorar!
Paulo Silva: Complexo e ao mesmo tempo tão simples… tão simples... Podemos começar a desenlear o
novelo por um facto indesmentível resumido nas palavras da Helena:
«Com a
esquerda a fazer a apologia das contas em dia...» Esta apologia só se vê porque a
Esquerda, no que é a sua veia revolucionarista, depois de ter levado com os
pedregulhos do Muro de Berlim em cima da cabeça, resolveu fazer uma retirada
estratégica do campo de batalha económico para o campo cultural... (embora
alguns dos seus membros ainda queiram acreditar que não; e atenção, a mudança
já vinha sendo preparada muito, muito antes da queda da União Soviética). Com a
mudança de cenário decorreu outra mudança. O modelo de guerra. Anteriormente as
partes em confronto estavam claramente identificadas e assinaladas, como numa
batalha convencional clássica em pleno campo aberto, com os oponentes
perfilados frente a frente. De um lado os burgueses, do outros os proletários e
as suas hostes. Hoje em dia parece que chegámos ao Fim da História e que as
Democracias venceram. Não, hoje o conflito é dissimulado, uma espécie de jogo
de gato e rato, em que o rato está sempre a mudar, umas vezes é ‘mulher’,
outras vezes é ‘criança’, ‘gay’, ‘cigano’, ‘bom selvagem’, etc... tudo o que
for categorizável como ‘oprimido’, até os animais, à excepção do homem branco
heterossexual. Uma guerra de guerrilha, onde as emboscadas e as armadilhas se
sucedem de todos os lados (como diz a Helena).
Quem denuncia isto chama-lhe Marxismo Cultural; os que
apreciam, mesmo não fazendo parte activa designam por Marxismo Ocidental. É a
cara do BE. Vejam bem a sua postura. Por vezes até o PCP parece acreditar… Eles
não têm Ideologia nenhuma, só defendem os «direitos humanos». Sim abelha, pois
é claro, no séc. XIX os socialistas e marxistas clássicos só estavam ali para
defender os direitos dos trabalhadores... Coitadinhos, não fazem mal nenhum.
Mas preparem-se, os «direitos» vão ser cada vez mais abrangentes e
estapafúrdios. E lembrem-se da senha dos radicais: «The issue is never the issue. The issue is always the
Revolution.»
Luís Faria: Sendo armadilha só se cai uma vez. Uma vez permitida a tomada do poder pela
esquerda como aconteceu em 2015, não há volta atrás. Acabou! Quando a Manuela
Ferreira Leite uma vez disse que para resolver algumas questões se deveria
suspender a democracia por 6 meses, foi a confusão que foi. Agora a esquerda
mandou-a para férias permanentes e ninguém parece incomodado com isso. A
esquerda faz p que quer e quando quer. Não permite a mínima crítica e
escrutínio. Quando interessa homologa-se, quando é contrário a quem manda já
não interessa. Se isto é uma democracia, digam-me o que é viver numa ditadura.
Zé Manel: Helena, muito bem ! Mas é preciso ir (muito) mais além. É absolutamente decisivo e imperativo alertar as
pessoas para o sentido de urgência na acção, e por todos os meios concebíveis. Nas férias, tive o previlégio de estar com gente
um pouco de toda a Europa, e também da América do Sul e do Norte, e o sufôco do
comunismo extremista é sentido universalmente. A
ditadura instalou-se com pezinhos de lã e está já profundamente enraizada. A um
ponto tal que é já altamente duvidoso que seja possível estripá-la por vias
convencionais.
Jay Pi: O cerne deste problema radica no facto da temática sexual ser deveras
preponderante na mente da generalidade das pessoas, independentemente da sua
orientação política ou bases ideológicas. De facto, o sexo, pelo seu carácter
biológico vital, é uma dimensão dominante em cada ser humano, cada sociedade e
cada civilização. Mas, à medida que ascendemos na escala civilizacional e
intelectual, as questões subordinadas ao sexo deverão ser menos e menos
relevantes no debate social e político, remetendo-se a sexualidade para o
âmbito a que devidamente deve estar reduzida: a vida privada de cada um,
dimensão essa individual, subjectiva, íntima e da responsabilidade de cada ser
humano. Ora sabemos que para os marxistas tais pretensões individualistas
não são dignas nem merecedoras de respeito nem consideração, na medida em que o
Estado é a suprema entidade social ao qual devem estar sujeitas todas as
idiossincrasias e aspectos volitivos do indivíduo, obrigado a submeter ao
interesse colectivo toda a sua vontade e subjectividade. Sucede também que, a
facção conservadora dos costumes também partilha desta obsessão psicossexual
numa lógica restritiva e comunitarista, em diametral oposição à postura liberal
capitalista que habitualmente detém no âmbito económico. Na verdade, os
conservadores, porque seguem orientações morais de base última
místico-religiosa, caem na armadilha marxista, respondendo ao repto
provocatório destes reagindo de forma muito enérgica e empenhada num assunto
essencialmente privado que deveria estar reduzido ao recato e privacidade de
cada um. Isso porque, mais uma vez, a sexualidade é uma dimensão muito profunda
e dominante no psiquismo de cada ser humano, com a agravante da generalidade
dos conservadores serem habitualmente muito inexperientes e ingénuos em
questões sexuais, militando por um purismo e puritanismo angelical que
enquadraram de forma catequética, sem experiência de vida, nem reflexão
científica, biológica ou sequer antropológica. E assim temos os fanáticos
delirantes marxistas esfregando as mãos de contentes ao verem o sector político
nacional de direita cair em toda a linha na esparrela golpista esquerdista,
apresentando-o à sociedade como uma agremiada de gente autoritária, casmurra,
intrusiva na vida pessoal, castradora das liberdades mais íntimas e pessoais do
indivíduo, punindo e proibindo a acção de cada pessoa com base em critérios
místicos, anacrónicos, alucinados e tirânicos.” Se são assim tão pouco
flexíveis e generosos nas coisas pequenas, nem quero imaginar como deverão ser
nas grandes questões da vida social, política e económica?", pensará o
povo... Golpe brilhante em que conseguem fazer vigorar na opinião pública o
total oposto da realidade. Ou alguém acredita que numa sociedade comunista
haverá qualquer margem para a mínima liberdade individual, mormente na dimensão
do comportamento sexual do indivíduo? Tudo estará sujeito aos ditames do comité
central, autoritário, rígido e absolutamente directivo e monolítico
relativamente a como deverá ser o comportamento sexual de cada um:
heterossexual, casado e monogâmico, como foi e é regra absoluta nos países
comunistas, onde qualquer desvio a esta norma era e é severamente censurado,
reprimido e punido. A estratégia da nossa infantil
e atabalhoada direita deveria ser a da direita espanhola perante a abjecta
decisão de transladar os restos mortais de Franco: pura e simplesmente ignorar
a vil armadilha montada pelos marxistas, sempre ávidos de golpe, sabotagem,
revolução, divisão, revolta, conflito e toda a sorte de consequências funestas
daí decorrentes, já bem conhecidas das experiências socialistas que a história
nos ensina.
Jay Pi > António de Andrade: Reitero que a estratégia
política da direita deverá ser ignorar estes assuntos irrelevantes que não têm
impacto nenhum. Duzentos casos diluídos em centenas de milhares de alunos das
escolas públicas é uma irrelevância digna de desprezo. Não devemos ceder às
intenções golpistas dias marxistas e morder o isco fútil e ridículo das
questões fracturantes. A única intenção desta escumalha é mesmo fracturar a
cabeça de quem tem as ideias organizadas. Tudo isto é areia para os olhos.
Pior, é vidro moído para ferir os olhos, cegar, e impedir que vejamos a
verdadeira revolução que está em curso e que irá levar ao eterno sonho
socialista da sociedade monopolizada pelo estado em todas as suas dimensões,
com a liberdade dos cidadãos a nível zero.
chints CHINTS: A esquerda só tem competência para sexo, drogas e impostos. Este despacho,
num país a cair aos bocados, é a prova disso.
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