Uma história de beleza, que me parece,
todavia, também sinistra, por a protagonista se enquadrar num estranho contexto
de torpezas e luxos políticos, de grande saliência mundanal. É tempo de férias,
lembrei-me do filme “Bruscamente, no
Verão passado”, que vi em África e me impressionou pela atmosfera de
irrealidade e bom desempenho das figuras, numa temática sinistra, com a cena
final do vulto branco do primo gay que foge de um bando de perseguidores que o
assediam e “engolem”, estranha cena de horror que me ficou gravada na memória.
Lembrei-me do filme, fora do contexto habitual das crónicas políticas, por
estarmos em Agosto, tempo de fofocas, o que, embora enfureça o primeiro
comentador, joga com os gostos estéticos de outros, seduzidos pela beleza das
primeiras damas, apesar dos ares poluídos destes tempos…
Melania Trump: “A primeira dama mais
invulgar da história moderna”
Free, Melania, a biografia não
autorizada de Melania Trump, sai em Dezembro nos EUA. A autora é Kate Bennett,
correspondente da CNN na Ala Leste da Casa Branca.
ANTÓNIO RODRIGUES PÚBLICO,
14 de Agosto de 2019
Se
o documentário da CNN Woman of Mystery: Melania Trump, emitido em Abril, serve
de indicador, Free, Melania, a biografia não autorizada que Kate Bennett, a
correspondente do canal de notícias na Ala Leste da Casa Branca, irá publicar a
3 de Dezembro, nos Estados Unidos, estará muito centrada na ideia de que a
primeira-dama norte-americana é mais do que aquilo que deixa transparecer.
Antiga
editora de moda, Bennett cobre as actividades da primeira-dama dos EUA desde
2017 e muitas vezes tem defendido a tese que a antiga modelo, nascida na
Eslovénia em 1970, é muito mais do uma mulher-troféu.
Para
a jornalista da CNN, Melania Trump é “a primeira-dama mais invulgar da história
moderna”, alinhando na
teoria do colunista do New York Times Frank Bruni – que surge a falar no
documentário e, muito provavelmente, virá citado no livro – de que a mulher
de Donald Trump poderá mesmo vir a ser a “a melhor primeira-dama” da história
dos EUA.
Uma teoria que tem, no entanto,
poucas bases de sustentação. Na sua
coluna no NYTimes, Bruni fala da campanha
contra o cyberbullying (Be Best) e a sua como
afirmações políticas de distanciamento do marido, um Presidente conhecido
pela sua agressividade nas redes sociais e por comentários pouco dignificantes
sobre os países africanos.
“Está
cada mais próxima de mostrar publicamente o seu desprezo por ele. Encontra
formas cada vez mais inteligentes de o mostrar. Num casamento perfeito entre
patriotismo e vingança por todas as humilhações que ele a fez passar”,
escrevia o colunista em Agosto do ano passado.
Essas
pistas parecem menos óbvias um ano depois. Porque como se explica então aquela
fotografia do casal presidencial com a bebé que ficou órfã no tiroteio de El
Paso? Donald Trump sorri, Melania parece feliz, a criança demasiado pequena
para entender que perdeu os pais para um supremacista branco que se sentiu
incentivado pelo clima de ódio que o Presidente dos EUA alimenta nas redes
sociais e nos seus discursos.
Bennett
entrevistou pessoas importantes da Administração norte-americana, como
Stephanie Grisham, na altura secretária de imprensa da primeira-dama e
actualmente secretária de imprensa da Casa Branca, e Kellyanne Conway,
conselheira do chefe de Estado.
Dessas
conversas e de outras, emerge uma ideia: a de uma Melania Trump discreta, que não fala, não diz nada,
que se interessa menos por aquilo que as pessoas pensam que as suas
antecessoras, que se isolou na Ala Leste para fugir ao caos da Casa Branca. Uma
pessoa que valoriza a privacidade e faz tudo para manter o filho longe da
imprensa e do bulício da política.
Uma
primeira-dama com menos recursos que as suas antecessoras para pôr em prática
projectos próprios (apenas 12 pessoas trabalham no seu gabinete, quando
Michelle Obama tinha 25 a 30 pessoas a trabalhar com ela e a equipa de Laura
Bush era composta por 20 membros) e que, por isso, não consegue abalar a percepção generalizada do público de que não faz
muita coisa.
Woody
Harrelson revelou na semana passada a história de um jantar, em 2002, com
Trump, Melania e o então governador do Minnesota Jesse Ventura. O milionário queria
sondar o antigo lutador de wrestling para ser o seu candidato a vice-presidente
na corrida à Casa Branca de 2004. Dizia o actor que nas duas horas e meia que
durou o jantar, Melania falou 0,1% do tempo, enquanto o então namorado
transformou a conversa num longo monólogo.
Bennett,
como outros, acha que Melania fala mais por gestos e pelo
guarda-roupa que por palavras, citando, como exemplos, as decisões
de visitar sem o marido a fronteira com o México (embora tenha falado
sobre a política de separação das crianças dos pais na fronteira) e
a chegada sozinha ao Congresso para o discurso sobre o Estado da União, numa
altura em que se falava do caso de Donald Trump com a estrela porno Stormy
Daniel. E, ainda por cima, apareceu vestida de branco, como as congressistas
democratas que lembravam as sufragistas a um chefe de Estado conhecido pelas
suas palavras e atitudes misóginas.
COMENTÁRIOS
lgss, 15.08.2019 : Numa parede branca pode-se escrever tudo o que se
quiser.
Gnôthi Sautónn, 15.08.2019: Tudo muito lindo... Mas não foi esta senhora que foi
visitar os refugiados na fronteira ensanduichada numa caçadeira onde escrevera,
ou deixara que alguém escrevesse que se estava a marimbá pàquilo tudo? Assim
mesmo, com erros ortográficos e tudo. Foi sem o marido em carne e osso, tà, mas
este estava na caçadeira. Será que foi obrigada a envergar essa chuchadeira
(chuchadeira altamente ofensiva, repare-se) para que pudesse ir ter com os seus
queridos? Este pormenor não devia ser silenciado, pois a contradição ali era
enorme...
Ceratioidei, 15.08.2019: Invulgar? Eu diria, desinteressante. Os jornalistas
procuram, procuram, mas é difícil encontrar substância. „Invulgar“ é sempre uma
boa escolha. Uma palavra que deixa tudo em aberto quando nada se quer dizer.
Tiago Vasconcelos, 15.08.2019: E a primeira dama mais bela da História moderna.
Sima Qian, 15.08.2019: Totalmente de
acordo. Aquelas descidas dos aviões fazem com que se olhe só para ela. Aliás, eu
acho que ela em relação ao marido é uma "steal scene".
Gnôthi Sautónn, 15.08.2019: Hum... E a
Jacqueline? Acho que se valem...
rafael.guerra.www, 15.08.2019: Sobretudo em beleza interior... Em 2005, quando um
estudante lhe perguntou se ela ainda estaria com Donald Trump se ele não fosse
rico, ela respondeu: "Se eu não fosse bonita, você acha que ele estaria
comigo?"
Tiago Vasconcelos, 15.08.2019: É a primeira dama mais bela da História moderna.
rafael.guerra.www,
14.08.2019: Um casal que se merece: Amo-te! Eu tampouco! Ou em inglês: all
fake...
O filme de apoio: «Suddenly, Last Summer»
Origem: Wikipédia, a enciclopédia
livre.
Suddenly,
Last Summer (br: De repente, no último verão / pt: Bruscamente
no Verão Passado) é um filmeestadunidense de 1959, do género drama, dirigido por Joseph L. Mankiewicz, com roteiro de Gore Vidal
e Tennessee Williams, baseado em sua peça.
O
filme foi gravado na Inglaterra, nos Estúdios Shepperton em Londres.
A trama se passa em 1937, período em que
a Espanha estava passando pela guerra civil que começara em julho de 1936. Esse
fato não é mencionado, embora na época tenham acontecido naquele país várias
revoltas da população, como as contadas no climax do filme.
Sinopse: Em 1937, um brilhante e jovem
neurocirurgião chamado Dr. John Cukrowicz, realiza uma operação de lobotomia num
hospital estadual, em precárias condições. A rica dama Violet Venable entra em
contato com o médico para que ele aceite como paciente uma sobrinha sua,
Catherine Holly, e o diretor do hospital percebe que essa poderá ser a chance
de receber grandes doações. Catherine foi diagnosticada como portadora de uma
enfermidade mental grave e internada numa clínica. Ela não pode mais ficar lá
depois de um escândalo envolvendo um funcionário de idade avançada. O médico
vai ao encontro de Violet e fica sabendo que Catherine sofrera um colapso
nervoso após presenciar a morte do primo Sebastian,
filho de Violet, durante uma viagem de verão à Espanha. Enquanto
examina Catherine no hospital e tenta fazê-la se lembrar das circunstâncias
ocorridas quando da morte do primo, o dr. Cukrowicz recebe a pressão da
rancorosa Violet, que culpa a suposta insanidade da sobrinha pela morte do
filho e quer que o médico realize a operação no cérebro dela.
Elenco: Elizabeth
Taylor.... Catherine Holly; Katherine Hepburn.... Sra. Violet Venable; Montgomery
Clift.... Dr. John Cukrowicz; Albert Dekker ... Dr.
Hockstader; Mercedes McCambridge... Sra. Holly; Gary Raymond .... George Holly;
Marvis Villiers .... Srta. Foxhill; Patricia Marmont .... Enfermeira Benson;
Joan
Young ....; Madre Felicity ; Maria Britneva .... Lucy
Principais
prêmios e indicações: Oscar 1960
(EUA); Indicado nas categorias de melhor atriz (Elizabeth Taylor
e Katharine Hepburn), e melhor direção de arte - preto e
branco. Globo de Ouro 1960 (EUA). Vencedor na
categoria de melhor actriz - drama (Elizabeth Taylor).
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