sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Férias em Agosto



Uma história de beleza, que me parece, todavia, também sinistra, por a protagonista se enquadrar num estranho contexto de torpezas e luxos políticos, de grande saliência mundanal. É tempo de férias, lembrei-me do filme “Bruscamente, no Verão passado”, que vi em África e me impressionou pela atmosfera de irrealidade e bom desempenho das figuras, numa temática sinistra, com a cena final do vulto branco do primo gay que foge de um bando de perseguidores que o assediam e “engolem”, estranha cena de horror que me ficou gravada na memória. Lembrei-me do filme, fora do contexto habitual das crónicas políticas, por estarmos em Agosto, tempo de fofocas, o que, embora enfureça o primeiro comentador, joga com os gostos estéticos de outros, seduzidos pela beleza das primeiras damas, apesar dos ares poluídos destes tempos…
Melania Trump: “A primeira dama mais invulgar da história moderna”
Free, Melania, a biografia não autorizada de Melania Trump, sai em Dezembro nos EUA. A autora é Kate Bennett, correspondente da CNN na Ala Leste da Casa Branca.
ANTÓNIO RODRIGUES  PÚBLICO, 14 de Agosto de 2019
Se o documentário da CNN Woman of Mystery: Melania Trump, emitido em Abril, serve de indicador, Free, Melania, a biografia não autorizada que Kate Bennett, a correspondente do canal de notícias na Ala Leste da Casa Branca, irá publicar a 3 de Dezembro, nos Estados Unidos, estará muito centrada na ideia de que a primeira-dama norte-americana é mais do que aquilo que deixa transparecer.
Antiga editora de moda, Bennett cobre as actividades da primeira-dama dos EUA desde 2017 e muitas vezes tem defendido a tese que a antiga modelo, nascida na Eslovénia em 1970, é muito mais do uma mulher-troféu.
Para a jornalista da CNN, Melania Trump é “a primeira-dama mais invulgar da história moderna”, alinhando na teoria do colunista do New York Times Frank Bruni – que surge a falar no documentário e, muito provavelmente, virá citado no livro – de que a mulher de Donald Trump poderá mesmo vir a ser a “a melhor primeira-dama” da história dos EUA.
Uma teoria que tem, no entanto, poucas bases de sustentação. Na sua coluna no NYTimes, Bruni fala da campanha contra o cyberbullying (Be Best) e a sua como afirmações políticas de distanciamento do marido, um Presidente conhecido pela sua agressividade nas redes sociais e por comentários pouco dignificantes sobre os países africanos.
Está cada mais próxima de mostrar publicamente o seu desprezo por ele. Encontra formas cada vez mais inteligentes de o mostrar. Num casamento perfeito entre patriotismo e vingança por todas as humilhações que ele a fez passar”, escrevia o colunista em Agosto do ano passado.
Essas pistas parecem menos óbvias um ano depois. Porque como se explica então aquela fotografia do casal presidencial com a bebé que ficou órfã no tiroteio de El Paso? Donald Trump sorri, Melania parece feliz, a criança demasiado pequena para entender que perdeu os pais para um supremacista branco que se sentiu incentivado pelo clima de ódio que o Presidente dos EUA alimenta nas redes sociais e nos seus discursos.
Bennett entrevistou pessoas importantes da Administração norte-americana, como Stephanie Grisham, na altura secretária de imprensa da primeira-dama e actualmente secretária de imprensa da Casa Branca, e Kellyanne Conway, conselheira do chefe de Estado.
Dessas conversas e de outras, emerge uma ideia: a de uma Melania Trump discreta, que não fala, não diz nada, que se interessa menos por aquilo que as pessoas pensam que as suas antecessoras, que se isolou na Ala Leste para fugir ao caos da Casa Branca. Uma pessoa que valoriza a privacidade e faz tudo para manter o filho longe da imprensa e do bulício da política.
Uma primeira-dama com menos recursos que as suas antecessoras para pôr em prática projectos próprios (apenas 12 pessoas trabalham no seu gabinete, quando Michelle Obama tinha 25 a 30 pessoas a trabalhar com ela e a equipa de Laura Bush era composta por 20 membros) e que, por isso, não consegue abalar a percepção generalizada do público de que não faz muita coisa.
Woody Harrelson revelou na semana passada a história de um jantar, em 2002, com Trump, Melania e o então governador do Minnesota Jesse Ventura. O milionário queria sondar o antigo lutador de wrestling para ser o seu candidato a vice-presidente na corrida à Casa Branca de 2004. Dizia o actor que nas duas horas e meia que durou o jantar, Melania falou 0,1% do tempo, enquanto o então namorado transformou a conversa num longo monólogo.
Bennett, como outros, acha que Melania fala mais por gestos e pelo guarda-roupa que por palavras, citando, como exemplos, as decisões de visitar sem o marido a fronteira com o México (embora tenha falado sobre a política de separação das crianças dos pais na fronteira) e a chegada sozinha ao Congresso para o discurso sobre o Estado da União, numa altura em que se falava do caso de Donald Trump com a estrela porno Stormy Daniel. E, ainda por cima, apareceu vestida de branco, como as congressistas democratas que lembravam as sufragistas a um chefe de Estado conhecido pelas suas palavras e atitudes misóginas.
COMENTÁRIOS
lgss, 15.08.2019 : Numa parede branca pode-se escrever tudo o que se quiser.
Gnôthi Sautónn, 15.08.2019: Tudo muito lindo... Mas não foi esta senhora que foi visitar os refugiados na fronteira ensanduichada numa caçadeira onde escrevera, ou deixara que alguém escrevesse que se estava a marimbá pàquilo tudo? Assim mesmo, com erros ortográficos e tudo. Foi sem o marido em carne e osso, tà, mas este estava na caçadeira. Será que foi obrigada a envergar essa chuchadeira (chuchadeira altamente ofensiva, repare-se) para que pudesse ir ter com os seus queridos? Este pormenor não devia ser silenciado, pois a contradição ali era enorme...
Ceratioidei, 15.08.2019: Invulgar? Eu diria, desinteressante. Os jornalistas procuram, procuram, mas é difícil encontrar substância. „Invulgar“ é sempre uma boa escolha. Uma palavra que deixa tudo em aberto quando nada se quer dizer.
Tiago Vasconcelos, 15.08.2019: E a primeira dama mais bela da História moderna.
Sima Qian, 15.08.2019:  Totalmente de acordo. Aquelas descidas dos aviões fazem com que se olhe só para ela. Aliás, eu acho que ela em relação ao marido é uma "steal scene".
Gnôthi Sautónn, 15.08.2019:  Hum... E a Jacqueline? Acho que se valem...
rafael.guerra.www, 15.08.2019: Sobretudo em beleza interior... Em 2005, quando um estudante lhe perguntou se ela ainda estaria com Donald Trump se ele não fosse rico, ela respondeu: "Se eu não fosse bonita, você acha que ele estaria comigo?"
Tiago Vasconcelos, 15.08.2019: É a primeira dama mais bela da História moderna.
rafael.guerra.www, 14.08.2019: Um casal que se merece: Amo-te! Eu tampouco! Ou em inglês: all fake...
O filme de apoio: «Suddenly, Last Summer»
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Suddenly, Last Summer (br: De repente, no último verão / pt: Bruscamente no Verão Passado) é um filmeestadunidense de 1959, do género drama, dirigido por Joseph L. Mankiewicz, com roteiro de Gore Vidal e Tennessee Williams, baseado em sua peça.
O filme foi gravado na Inglaterra, nos Estúdios Shepperton em Londres.
A trama se passa em 1937, período em que a Espanha estava passando pela guerra civil que começara em julho de 1936. Esse fato não é mencionado, embora na época tenham acontecido naquele país várias revoltas da população, como as contadas no climax do filme.
Sinopse: Em 1937, um brilhante e jovem neurocirurgião chamado Dr. John Cukrowicz, realiza uma operação de lobotomia num hospital estadual, em precárias condições. A rica dama Violet Venable entra em contato com o médico para que ele aceite como paciente uma sobrinha sua, Catherine Holly, e o diretor do hospital percebe que essa poderá ser a chance de receber grandes doações. Catherine foi diagnosticada como portadora de uma enfermidade mental grave e internada numa clínica. Ela não pode mais ficar lá depois de um escândalo envolvendo um funcionário de idade avançada. O médico vai ao encontro de Violet e fica sabendo que Catherine sofrera um colapso nervoso após presenciar a morte do primo Sebastian, filho de Violet, durante uma viagem de verão à Espanha. Enquanto examina Catherine no hospital e tenta fazê-la se lembrar das circunstâncias ocorridas quando da morte do primo, o dr. Cukrowicz recebe a pressão da rancorosa Violet, que culpa a suposta insanidade da sobrinha pela morte do filho e quer que o médico realize a operação no cérebro dela.
Elenco: Elizabeth Taylor.... Catherine Holly; Katherine Hepburn.... Sra. Violet Venable; Montgomery Clift.... Dr. John Cukrowicz; Albert Dekker ... Dr. Hockstader; Mercedes McCambridge... Sra. Holly; Gary Raymond .... George Holly; Marvis Villiers .... Srta. Foxhill; Patricia Marmont .... Enfermeira Benson;  Joan Young ....;  Madre Felicity ; Maria Britneva .... Lucy
Principais prêmios e indicações: Oscar 1960 (EUA); Indicado nas categorias de melhor atriz (Elizabeth Taylor e Katharine Hepburn), e melhor direção de arte - preto e branco. Globo de Ouro 1960 (EUA). Vencedor na categoria de melhor actriz - drama (Elizabeth Taylor).

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