É só uma questão de antecipação das
férias. Houvesse por cá um acompanhamento sadio dos filhos pelos pais, com
imposição de trabalhos e leituras, e uma escola a funcionar apenas com os
professores a orientar com os meios tecnológicos adequados, o país não
colapsaria, como não aconteceu em Ho
Chi Minh city, segundo informação de Susana B, que transcrevo:
«Susana B INICIANTE: “A historia de derrotas em guerras
resume-se a duas palavras : Tarde demais" (MacArthur) Escrevo-lhe de Ho Chi MInh city. As escolas aqui estão fechadas desde o início desta crise,
assim que a China deu o alerta o comité do povo impôs medidas impopulares mas
aceites pela população de 99 milhões que preferiria ter os meninos ocupados mas
mais ainda prefere ter os pais vivos e com saúde... Estamos há mês e meio
enclausurados com os miúdos a dar-nos em loucos e com os teens a conviverem
apenas com o grupinho mais próximo e de confiança e a verdade é que o vírus
encontra-se contido e o Vietnam tem oficialmente menos casos que em Portugal.
O isolamento social funciona, a informação e experiência de outros também deveria,
os dados o comprovam, não esperem antes que seja tarde demais.
Ninguém parou de
estudar, as escolas estão fechadas para os alunos mas os professores estão na
escola e o Home schooling foi activado e os miúdos trabalham os horários
escolares mas em casa...
Menos eficaz para os de 10 anos e mais pequenos mas funciona bem com os
teens que trabalham muito e têm a matéria em dia... É preciso tecnologia para
estas medidas e não é de acesso para todos, mas no mundo conectado de hoje acho
que todos temos um computador em casa... O problema dos estudantes secundários
nas praias ficaria resolvido ... Submersos em trabalho nem saem de casa...
muito anti social, mas eficaz ! 12.03.2020 »
Talvez que os nossos alunos se tornem
mais conscientes, parando para pensar… e progredir…
Seria bem uma história de fadas, dos
nossos tempos…
Sem
as escolas, o país colapsa
As escolas não fecham porque se tornaram enormes
espaços multifunções, em que a função assistencial se sobrepõe à educativa. Sem
as escolas, não há qualquer outro tipo de “rede social” funcional. Sem as esco”parando”
para pensar las a funcionar, o país
entra em colapso.
PAULO GUINOTE
PÚBLICO, 12 de
Março de 2020
Assisti,
com o que deveria ser uma imensa incredulidade, à conferência de imprensa da
ministra da Saúde e da directora-geral da Saúde, após uma tarde que entrou pela
noite à espera do que se anunciou como sendo uma reunião em que se iria decidir
se as escolas básicas e secundárias do país iriam encerrar como medida de
contenção contra o alastramento da covid-19.
Afinal,
a longa reunião, com imensas individualidades presentes, terminou e só então se percebeu que apenas iria fazer “recomendações”, sendo que o primeiro-ministro já aparecera a
anunciar que nenhuma decisão iria ser tomada antes da reunião do Conselho de
Ministros desta quinta-feira e de uma ronda de contactos com os partidos com
assento parlamentar. E quem passou um dia na expectativa ficou num estado de
razoável pasmo, em especial quando, na referida conferência de imprensa, se
ficou a perceber que as escolas iriam ser fechadas “casuisticamente”, sem
uma medida padronizada e uniforme, com base em argumentos que dificilmente se
podem considerar baseados nas “evidências científicas”, sendo dito que o
encerramento global das escolas seria uma medida “desproporcionada”.
Isto
significa duas coisas: a primeira, que já sabíamos mas fica confirmada, é que
sem as escolas funcionarem o nosso modelo de subdesenvolvimento social entra
em colapso porque, como Graça Freitas interrogou, com quem iriam ficar “estes
meninos”? A segunda é que, para as nossas autoridades, as escolas são, no
fundo, imensos espaços de isolamento e profilaxia.
Há
que ser claro, com base no que se tem constatado em outros países e as próprias
autoridades nacionais e internacionais têm repetido: estamos perante uma pandemia com características diferentes de qualquer outra que conhecemos no passado mais ou
menos recente. Um pouco por todo o lado se recomenda que se evitem eventos ou
iniciativas com “ajuntamentos” significativos de pessoas. Há escolas básicas
e secundárias entre nós com muitas centenas ou mesmo milhares de alunos em
contacto permanente. O risco potencial é imenso, em especial quando se sabe que
não foi feito qualquer inquérito às deslocações dos alunos e suas famílias ou do
pessoal docente e não docente.
Não
adianta dizer que não se deve agir de forma irresponsável (quem, em vez do
isolamento, vai para a praia ou espaços comerciais) e, ao mesmo tempo,
afirmar que não se pode ceder ao pânico e ao medo. Porque a mensagem fica
muito pouco clara e não adianta apelar para a “confiança”, quando se afirma
que as escolas irão permanecer abertas porque não há com quem deixar “estes
meninos”. Porque é um argumento sem qualquer sustentação “científica”,
remetendo para uma decisão puramente política.
As
escolas não fecham porque se tornaram enormes espaços multifunções, em que a
função assistencial se sobrepõe à educativa. Sem as escolas, não há qualquer
outro tipo de “rede social” funcional. Sem as escolas a funcionar, o país entra
em colapso.
Professor
do 2.º ciclo do Ensino Básico
COMENTÁRIOS:
Ângelo Miguel INICIANTE: Esta sociedade, este modelo, esta
humanidade está destinada ao colapso. "A floresta tropical da Amazónia
está a chegar a um ponto sem retorno devido às mudanças climáticas e pode
transformar-se numa savana árida dentro de meio século, alertam hoje investigadores
num estudo publicado na revista Nature Communications."
Luis Ribeiro INICIANTE: o karma é lixado….os jovens não querem
levar com a velhada, agora é a velhada que não quer levar com eles 12.03.2020
jcandido INICIANTE : Fechem as escolas e já agora fechem os
hospitais. Uns são reservatórios de jovens outros são reservatórios de adultos
e idosos doentes que só dão despesa. Feche-se tudo, fechem-se os supermercados
que só são depósitos de produtos sem função social nenhuma a não ser o lucro. O
egocentrismo atingiu o clímax. Quem vai tomar conta dos filhos das médicas e
enfermeiras e auxiliares, muitas casadas com outros pares profissionais? O
melhor é fechar o país e cada um ficar entregue a si. É o paradigma do egoísmo
e a falta de sacrifício pela comunidade. 12.03.2020
Ângelo Miguel INICIANTE: "Falava-me do espírito da Europa e
dos sinais destes tempos. Por todo o lado reinava o associativismo, a
integração no rebanho, mas em lugar algum se encontrava liberdade e amor. Este
associar-se generalizado, desde as uniões de estudantes e dos grupos corais até
aos Estados, é uma solução forçada, uma comunidade provocada pelo medo, pelo
temor da desorientação. No fundo, ela está podre e caduca; a sua derrocada é
iminente." Hermann Hesse 12.03.2020
Eduardo Guevara.885833 INICIANTE : Se não existe uma logística familiar que
suporte um filho saudável, duvido que suporte um filho contagiado com uma
infecção potencialmente fatal. Mas ainda assim, preferimos depositar os filhos
na escola e irmos à lavoura como se nada se estivesse a passar. 12.03.2020
Alberto Pereira INFLUENTE Acertou em cheio!! As escolas hoje, em
geral, são apenas "Centros de dia " de adolescentes. Lá andam,
conversam, comem, telefonam, enviam mensagens, namoram e, de vez quando, vão a
umas reuniões chamadas aulas. Em tempos dei uma sugestão a um inspector. As
aulas terem apenas 40 minutos e depois 20 minutos de intervalo! Assim os
alunos, fartos do intervalo, até talvez quisessem ir para as aulas... 12.03.2020
FELICIANO JORGE FREITAS LOPES INICIANTE O País vai colapsar, do meu ponto de
vista, um pouco á frente: estimo nem 10 anos quando, quando este
"pateta" e muitos (milhares) "patetas" como este se
aposentarem com pensões generosas que o País (finanças da CGA) não pode pagar.
O País colapsará quando a elasticidade de pagar impostos entrar em
"burnout". A Escola tem de ser "rede social"
funcional" e educativa, não pode ser a "quinta" de uns tantos
senhores(as) que o que aprenderam nestes quase 46 de Democracia foi a prática
de "terror" a pais, avós e alunos com as greves selvagens. 12.03.2020
ricardob INICIANTE : "A Escola tem de ser "rede
social" funcional" e educativa (...)" Pois, blá blá, mas a
escola não tem de ser albergue, nem deve se for de qualidade, mas é nisso que
se transformou nas últimas décadas em Portugal. Tanto é assim que certos pais e
avós até se sentem (e acham natural sentirem-se) aterrorizados quando os
professores entram em greve... 12.03.2020
João G Mota INICIANTE : A afirmação "Sem as escolas a
funcionar, o país entra em colapso." carece de fundamento. Que me conste,
as escolas do sistema estatal de educação, não têm alunos todos os anos entre
15 de Junho e 31 de Agosto. E o país não colapsa todos os anos e os educadores
das crianças não têm 50 dias úteis de férias para responder à pergunta
"com quem iriam ficar estes meninos?" Pode haver argumentos para
fechar escolas, mas este não serve. 12.03.2020
Jorge Carlos INICIANTE: É isso mesmo. O que se percebeu no
discurso do primeiro-ministro e responsáveis de saúde é que o problema não é o
contágio, o problema é que a segurança social não tem como pagar aos pais que
ficam a tomar conta dos filhos, e que é mais preocupante para o governo
assegurar o «rendimento» das famílias do que a «sobrevivência» ao vírus. E os
pais que não concordam com esta medida? São obrigados a mandar os filhos para a
escola como se estivessem num corredor de morte anunciada? Haja bom senso.
Porque se encerram museus, teatros, cinemas, jogos de futebol? Para evitar
concentração de pessoas e evitar o contágio generalizado. Pela mesma razão,
porque se mantêm as escolas abertas? Não há risco de concentração e difusão do
vírus? Para os políticos cá do burgo, tal como na Itália, não... 12.03.2020
Tiago Carvalho INICIANTE Falou tudo! Isto é o que ocorre quando o
valor supremo de uma sociedade é o sacrossanto orçamento. Mais vale morrerem centenas
de idosos do que pagar baixas aos pais dos miúdos! 12.03.2020
reis reis.889609 INICIANTE Se as escolas se tornaram espaços
multifunções, desviando-se de sua função educativa, este não é o momento de se
discutir isto, revelar o problema sim, mas existe um mal maior a ser combatido:
a pandemia. Se existe dúvida de com quem iriam ficar "estes meninos",
que sejam antecipadas férias aos pais e que se necessário pare o pais por algumas
semanas, antes que o país seja obrigado a parar, a contabilizar gastos no
sistema de saúde com milhares de infectados e a contar mortos, como acontece em
Itália. 12.03.2020
bento guerra EXPERIENTE: As escolas que não são afectadas por
contactos, ou contágios, não devem ser fechadas .Isso é uma irresponsabilidade
social, alimentada pelos funcionários e alguns professores 12.03.2020
Jorge Carlos INICIANTE: Como é que você sabe? Os museus que
fecharam estavam afectados? Afinal opta-se pela prevenção ou pela cura? Como é
que você pode controlar uma comunidade escolar se é formada por pais, avós,
amigos, e alunos? Como controla os movimentos de todas essas pessoas? Como se
evita o contágio? Pelo que sabemos, por exemplo da China, só a quarentena evita
o contágio. A quarentena não são 40 dias, são 14. É irresponsabilidade
antecipar as férias da páscoa ou é um problema de saber como pagar aos pais que
terão um problema, os filhos em casa...? 12.03.2020
Sérgio Dantas INICIANTE Sim claro q sim... são até os professores
e funcionários q andam nas escolas a infectar os meninos... qdo tiveres algum
na tua família infectado é q vais a ver a estupidez do teu comentário 12.03.2020
Anjo Caído MODERADOR A questão de saber com quem ficam os
meninos é não só política mas também de saúde. A Susana Peralta já tinha
referido num artigo aqui no Público que quando as escolas fecham as epidemias
se abatem com mais força sobre os idosos, que são muitas vezes chamados a
ocupar-se delas. Se a rede familiar alargada não pode tomar conta das crianças,
restam os pais, que são a grande força motriz da produtividade do país (em
idade de pleno pico de produtividade no mercado laboral). Se paramos as
crianças, paramos os pais. Receio que isso signifique parar o país. Já os jovens,
são, consabidamente, difíceis de domar. Sem escola, que vão fazer? Ver TV e
videojogos durante 3 semanas? Não é realista. Portanto, conter o coronavírus
não pode ser feito a qualquer custo. Já limitar a mobilidade, sim. 12.03.2020
Rosalina Maria Caeiro Tique INICIANTE Limitar, por exemplo, a mobilidade dos
alunos, que diariamente se deslocam em transportes públicos apinhados para a
escola - com pessoas a respirar umas por cima das outras - o que só se
conseguiria fechando escolas... 12.03.2020
Anjo Caído MODERADOR Não, Rosalina, a mobilidade para fora da
zona habitual. Ainda agora 3 turistas italianos estão com Covi19.... em Cuba!
Porque é que as pessoas têm tanto de se passear de um lado para o outro? Acha
mesmo que encerrar as escolas no país todo é mais eficaz do que compartimentar
o país em regiões mais ou menos estanques? Fechar comboios e proibir
movimentações que não estritamente motivadas por trabalho, de carácter
essencial, seria bem mais eficaz. de resto, quem paga a estes pais? As empresas
que ficam sem eles? O Estado? Com que dinheiro? Isto não se pode decidir de
ânimo leve, não sem se esgotarem outras possibilidades. 12.03.2020
Rodrigo F. INICIANTE: "...que quando as escolas fecham as epidemias se abatem com
mais força sobre os idosos, que são muitas
vezes chamados a ocupar-se delas." É verdade, mas apenas quando as
crianças estão infectadas. Ora, se uma escola fechar por prevenção, sem casos
ou suspeitas como vai ela contagiar alguém com algo que não tem? Outro facto
curioso é a incoerência DEGest, não se fecham as escolas mas fecham-se os
serviços de atendimento nesta Direcção. Outra incoerência é existirem
professores a terem formação por videoconferência para evitar contágios mas a
seguir à mesma vão leccionar e passear-se no meio de centenas/milhares de
alunos. O mais grave disto tudo é a total ausência de medidas preventivas nas
escolas. 12.03.2020
Nenhum comentário:
Postar um comentário