Onde isso vai, esse «princípio de ascética, que condena o
relaxamento, ao mesmo tempo que o rigorismo», segundo leio na Internet, e
que a cada passo aplicamos, na vida, para uma moderação que, segundo outros, é
sinónimo de pequenez, tacanhez, estupidez, em suma, talvez pela segurança que ela
traduz, inimiga da ousadia ou do atrevimento excessivo… Teresa de Sousa, a esse
respeito dá-nos uma análise excelentemente estruturada sobre o fenómeno
político mundial, com aplicação bem visível ao caso nacional, em que um centro
moderador foi sendo gradualmente abafado pelos extremismos de uma sociedade que
se pretendeu reivindicativa de novos modelos de convívio e de virtude. Os seus comentadores
entram em despiques analíticos “ad
hominem”, que afinal também nos vão esclarecendo, por vezes com prazer. O
comentário da minha ignorância, ou reconhecimento da inutilidade crítica, só me
leva, uma vez mais ao refúgio de Pessoa, a respeito de um D. Sebastião juvenil e patético:
«Sem a
loucura que é o homem
Mais
que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria?»
ANÁLISE: Onde está o centro?
Também na forma como comunicamos e
informamos se perdeu o “centro”. Tal como na política, a superficialidade
domina sobre o critério e a reflexão.
TERESA DE SOUSA PÚBLICO, 13 de Dezembro de 2020
1.Até há bem pouco tempo, a política
nas democracias jogava-se no centro. Com dois grandes partidos moderados que
governavam em alternância ou com o centro ocupado por mais forças partidárias,
os extremos eram apenas franjas com pouca influência nas escolhas políticas dos
eleitores. Hoje, por
razões que todos vamos compreendendo, o perigo maior que as democracias correm
é o esvaziamento do centro e o crescimento acelerado dos
extremos. E mesmo quando os sistemas políticos se reduzem a dois
grandes partidos, são as facções mais radicais de cada um que
tendem a ganhar maior expressão. Foi assim nos Estados Unidos. É
assim, em parte, no Reino Unido – os dois modelos de democracias
liberais que tínhamos como mais sólidos e perenes. Embora haja já sinais evidentes, nos dois
países, de que esta polarização pode ser invertida. A eleição de Joe Biden, um político moderado vindo do tão vilipendiado establishment,
é a prova mais evidente. A queda de Jeremy Corbyn e a escolha de
Keir Starmer levaram o Labour
de novo para o centro. Angela Merkel é o exemplo mais acabado da capacidade de perdurar
governando ao centro. Há quem argumente, dentro das suas próprias fileiras,
que foi a “tentação” centrista da chanceler que abriu espaço à emergência de
um partido de extrema-direita como a AfD. É uma interpretação demasiado
simplificadora. Há muitas
outras razões para a emergência da AfD que, convém não esquecer, tem a sua
expressão política mais significativa nos Lander do Leste, onde são maiores os
problemas sociais e menor o enraizamento de uma cultura democrática, depois de
décadas de regime comunista. Aliás, adensa-se a ocupação do centro
político na Alemanha, com a plena integração de Os Verdes no establishment, num
percurso inverso ao da maioria dos partidos com origem na esquerda radical. Mas, de um modo geral, o ambiente político nas
democracias liberais tende hoje para penalizar a moderação em detrimento
dos extremos, dificultando o exercício do compromisso e do
consenso que está na base do seu funcionamento normal.
2. A crise
financeira de 2008 e a
Grande Recessão a que deu origem tiveram o seu quinhão de responsabilidades nesta evolução perversa.
É assim historicamente com todas as grandes crises económicas e sociais. Se, na América de Roosevelt, foi possível
enfrentar a Grande Depressão com o New
Deal, na Europa foi o fascismo que emergiu como a resposta violenta
e totalitária à crise. Desta
vez, as democracias estavam mais bem preparadas para enfrentar a devastação
económica e social. Mas a
crise não deixou por isso de alimentar o descontentamento, a frustração, o medo
do futuro e a descrença nas elites. Destapou uma panela que estava há muito em
ebulição.
“Os
partidos do sistema foram capturados por interesses particulares de um establishment
que não compreendeu as distorções provocas pela globalização e o efeito
disruptivo das rápidas transformações tecnológicas”, dizem
os dois autores da obra Renovating Democracy: governing in the age
of globalization and digital capitalism, Nathan
Gardels e Nicolas Berggruen, publicada
em 2018. “Isso conduziu à crescente desconfiança nas instituições
por todos os que foram deixados para trás.”
As elites liberais tiveram uma enorme
dificuldade em compreender este sentimento de descrença e de revolta. Como não
compreenderam o regresso das identidades nacionais, nem encontraram formas de
lhe responder. De um modo geral, colaram rótulos e ignoraram as causas. “Os votantes no ‘Brexit’ estavam dispostos a
sofrer as consequências económicas negativas da sua decisão, porque sentiam que
a protecção da identidade britânica era mais relevante”, diz Francis Fukuyama, a propósito da sua obra mais recente sobre as políticas
identitárias.
3. Tudo
isto, nós sabemos. Sobre tudo isto temos reflectido. Mas há um factor
novo altamente perturbador com o qual ainda não aprendemos a lidar, que
alimenta quotidianamente a erosão das democracias. A revolução digital, com o seu impacte brutal na forma de
comunicarmos, foi uma “explosão” violenta, cujas chamas ainda não conseguimos
dominar. Naturalmente, a internet e as redes sociais dão mais
poder aos cidadãos e isso, como princípio, é bom. Mas
a verdade é que começa a ser evidente que os seus efeitos perversos suplantaram
largamente os benefícios. Por uma razão fundamental que Obama resume, nas suas
memórias, de uma forma lapidar: “Se deixarmos de ter a capacidade
para distinguir o verdadeiro do falso, então, por definição, o mercado livre
das ideias não funciona. E, consequentemente, a democracia não funciona.
Estamos a viver uma crise epistemológica.”
Neste
novo contexto de circulação das ideias, o papel da comunicação social
tradicional seria ainda mais relevante para
filtrar em permanência o verdadeiro e o falso e para dar significado e
inteligibilidade ao debate público. Esse papel fundamental tem resistido
melhor ou pior conforme os países, as condições da sua viabilidade económica,
as pressões sociais e políticas. Mas trava hoje, de um modo geral, uma
luta desigual em que resistir à contaminação das redes sociais se tornar uma
batalha cada vez mais inglória.
4. Portugal
não foge à regra. Quase tudo
pode ser sacrificado no altar do imediatismo, do espectáculo, do escândalo, da
controvérsia sem sentido, da “guerra” verbal entre protagonistas. O problema
é geral, embora alguns meios de comunicação
social se deixem contaminar mais do que outros. Paga-se um preço demasiado alto por um bom título
– não no sentido da sua qualidade, mas da sua capacidade de provocar um choque
suficiente para merecer um clique, uma partilha, uma visualização, que são hoje
as novas formas de medir a “sobrevivência” dos órgãos de comunicação social
numa selva de “notícias”
cada vez mais desgovernada e perigosa. Ainda
não é a regra, mas já é um factor altamente perturbador e lesivo do debate
democrático.
Também na forma como comunicamos e informamos se perdeu o “centro”. Tal como na política, a superficialidade
domina sobre o critério e a reflexão. Perdemos
demasiadas vezes o sentido crítico e quase sempre o sentido das proporções. Imbuídos deste espírito radical, passamos também a
exigir transparência total. Como
se governar fosse uma actividade compatível com as redes sociais onde tudo é
exposto, dito e contraditado em tempo real. Um debate
reduz-se a uma frase, que naturalmente encobre todos os prós e contras, todas
as nuances, todos os compromissos.
Resultado? Fica o campo aberto para a livre
expressão da demagogia e do populismo, entendido este, não como uma
manifestação de fascismo, mas como uma corrente politica que tira proveito das
emoções primárias dos cidadãos, da sua revolta espontânea, dos seus sentimentos
imediatos. Primeiro, contra as elites, depois contra os ricos ou as minorias ou
as etnias ou as religiões. Finalmente, contra o sistema.
5. Deste
ponto de vista, as primeiras salvas da campanha eleitoral para as
presidenciais, que decorre nas condições excepcionais de uma pandemia, não são
animadoras. Ana Gomes apresenta-se
como uma autêntica padeira de Aljubarrota, espadeirando, não contra os
castelhanos, mas contra uma classe política ou empresarial onde grassa a
corrupção. É um tema de eleição dos populismos, fácil de praticar
e com sucesso garantido. O candidato
da Iniciativa Liberal, talvez
para se fazer ouvir, embarca na mesma “caça aos corruptos” com uma desenvoltura
que não se esperaria. A esquerda radical e os seus dois candidatos estão na contenda apenas para marcar presença,
tendo embora os seus “inimigos de estimação”. Felizmente, há Marcelo. Que nem o mais recente espectáculo televisivo do que
significa cair na tentação do vale tudo (para marcar pontos na cena mediática
ou nas audiências?) conseguiu perturbar. Refiro-me à primeira entrevista que deu na qualidade de candidato, no “Jornal da
Noite” da SIC, na passada sexta-feira. Não sai do “centro político” onde as
democracias se defendem. Às vezes, com um só candidato. É o preço a
pagar pelo excesso de radicalização e a falta de medida.
TÓPICOS MUNDO DEMOCRACIA POPULISMO DESINFORMAÇÃO REDES SOCIAIS MEDIA
COMENTÁRIOS
Pedotec: INICIANTE: Excelente!
13.12.2020 cisteina EXPERIENTE: Texto notável,
excelente reflexão, sobre esta democracia em bolandas, rara excepção no
turbilhão desta luta de 'sobrevivência' "dos órgãos de comunicação social
numa selva de 'notícias' cada vez mais desgovernada e perigosa". Parabéns,
Teresa de Sousa. Mario Coimbra EXPERIENTE: Muito boa
crónica. O centro é a chave política. A comunicação social a guardiã da
verdade. O seu papel é hoje muito mais importante do que alguma vez foi. O
problema é que se vê a decair cada vez mais. Falta de fundos, de jornalistas
sérios e que saibam português, etc etc. Sobre a entrevista de Marcelo, de quem
sou fã e que apesar de alguns erros vai levar o meu voto, RC e o outro
jornalista foram agressivos, inconsequentes e moralistas. Isto é algo que cada
vez se vez mais também na CNN e um pouco na FOX. Jornalistas a doutrinarem
sobre comportamentos e atitudes quando a sua missão não é essa. A missão é
relatar com independência as notícias que devido ao código deontológico que têm
deve corresponder às verdade.
GMA EXPERIENTE: Parafraseando o
saudoso Artur Portela Filho, obviamente demito este "moderador"
Jonas, cuja "criatividade" se esgota nas enjoativas banalidades do
"diga lá ao que vem" e outras tiradas idiotas pseudo-psico do mesmo
jaez. Volta Mestre Almada e faz ao Jonas o que fizeste ao Dantas:
ridicularizo-o, veste-lhe ceroulas e diz-lhe que tem mau cheiro na boca! Jonas Almeida MODERADOR: GMA, foque-se no
tema por um segundo e responda - que água acha vc que o Mário traz no bico qdo
fala de "agressivos, inconsequentes e moralistas (...) cada vez mais na
CNN e um pouco na FOX"? Asseguro-lhe que nada que TdS aprovasse. Mario Coimbra EXPERIENTE: Caro Jonas, eu
estou aqui numa posição engraçada. Vejo a GMA a concordar comigo, algo raro e
nunca visto e com você o contrário. Tempos modernos. Ora bem, a Fox News não
sendo tão moralista como a CNN não deixa de marcar a sua posição na mesma, mas
sobre o mantra das liberdades individuais, etc etc. Quem seguisse a CNN e a FOX
durante as eleições e mesmo agora parece que vive em dois países diferentes.
Com agendas completamente diferentes. Ter opinadores a doutrinar tira-me do sério.
Programas tipo Fox & Friend ou o do Cuomo na CNN a darem lições de moral deviam
ser proibidos. Mas é esta caixa que vende. E o Trump foi um cash cow para
ambos. Jonas Almeida MODERADOR: Caro Mário,
surpreendo-o talvez concordando com o essencial da sua nota - que os media
televisivos tradicionais desceram voluntariamente do pódio jornalístico onde
tinham subido para ascenderem aos lucros dos rácios de audiências que Trump
oferecia. Não vejo que a FOX tenha, nem remotamente, qualquer ascendente de
veracidade factual sobre a CNN. A diversidade na minha família estendida (o que
aprecio, e onde sou correspondido) diz-me que vc vem com uma percepção do
"centro" que, na minha opinião, deve assumir. Há aqui demasiada
gente que não dá a cara, nem a reconhece a quem a dá. Não é esse o seu caso. O
ponto de facto central nesta conversa é se aceita ou não o resultado do
processo eleitoral, ou se a contagem directas das cabeças tem favoritos
extra-constitucionais. Resposta @TdS "Também na forma como comunicamos
e informamos se perdeu o “centro”. Tal como na política, a superficialidade
domina sobre o critério e a reflexão." - o digital, incluindo esta secção
de comentários, oferece a oportunidade de mostrar que há aqui mais
"centralismo" e mais Democracia do que nos centrões corruptos que alimentam
os media tradicionais. Mario Coimbra EXPERIENTE: Caro Jonas,
obrigado pela sua resposta. Que saudável é discutir assim. Sim. Eu sinto-me o
último dos moicanos pois continuo a acreditar que o centro é onde as pontes se
fazem e mesmo não concordando podemos avançar. Mais, nós em Portugal, desde
Cavaco que estamos a perder o centro por dois motivos. Corrupção e
Personalização excessiva. A corrupção com o dinheiro da UE veio agravar
problemas culturais e ninguém perdoa a Cavaco vir de Boliqueime. A insuportável
superioridade cultural de esquerda mesmo vindo de antes ganhou aí proporções
enormes. Desde Cavaco que PS e PSD se perdem e se desligam. Em relação as
eleições, acho que Biden ganhou e bem. E aprecio o sistema norte americano dos
grandes eleitores. Trump fez coisas boas. O estilo não era o meu. Agora é o
tempo de Biden. Sorte para ele. Manuel Caetano MODERADOR: O centro político
(o bipartidarismo) começou a colapsar nos idos de 90 do século passado com a
queda do socialismo real (vulgo comunismo) quando o capitalismo passou de
predominante a exclusivamente dominante. Sem adversário global o capitalismo
deixou de precisar da social-democracia (o seu declínio por toda a Europa não
foi casual - as excepções como Portugal não contradizem a regra) e o
bipartidarismo ficou definitivamente coxo. A circunstância do capitalismo ter
assumido a forma "neoliberal" permitiu (como moeda de troca) a
advento do liberalismo social que, por sua vez, tornou as sociedades mais
diversas e complexas e, também, mais exigentes no quesito da representação
democrática (dois partidos alternantes já não chegam). Conclusão: o
bipartidarismo ficou coxo e já não volta a andar. sem coxear, é
claro. As consequências serão a sua (re)invenção ou a sua superação e
substituição como forma de organizar e gerir a vida material das comunidades
humanas.
Jonas Almeida MODERADOR: Manuel, sobre a
reinvenção. Acho importante que não seja por alguma tecnocracia orwelliana como
nas últimas duas décadas. É nestes momentos que a malta das engenharias sociais
sem alternativa espevita. As minhas contas têm o mesmo ponto de partida de TdS
mas a outro porto: a praça pública da pólis deslocou-se para o digital (como
ela nota), mas o processo democrático foi deixado para trás nos bolsos
dos que se vestem de ideologias hoje sem tino (como o Manuel nota). Ou
digitalizam a democracia ou outra coisa será digitalizada. Os novos modelos de
prosperidade material e social que procuramos serão, por isso mesmo, fruto da
autodeterminação económica das populações. Não dos tecnocratas. TdS com os
mesmos dados prefere a esperança e obediência sebastianista a Merkel's. Não me
parece. Roberto 34 MODERADOR:
O
Jonas odeia tecnocratas, odeia portanto especialistas e funcionários públicos.
Odeia ONU ou outras organizações. A Comissão Europeia é essencial nesta
transição. Ponto. O resto é apenas fruto do seu ódio irracional aos cidadãos
Europeus Manuel Caetano MODERADOR: Jonas Almeida: a
(re)invenção do capitalismo como forma de superar a sua actual fase neoliberal
não pode ser descartada porque a História mostra que isso já aconteceu inúmeras
vezes (o capitalismo revelou uma notável capacidade de adaptação) mas, meu caro,
eu não falei só dessa possibilidade falei também de uma outra - a sua superação
e substituição. Concordamos na necessidade (urgente) de encontrar maneira de
complementar a democracia representativa (os seus limites estão à vista de
todos nas crises da representatividade e do abstencionismo que nenhuma reforma
dos partidos políticos poderá debelar porque as suas causas são bem mais
profundas e prendem-se com a complexidade crescente das sociedades modernas)
com formas de democracia directa e participativa para lá dos períodos
eleitorais). Manuel Caetano MODERADOR: Jonas Almeida a
comutação, a digitalização e a inteligência artificial poderão ser a chave para
tornar possível essa evolução da democracia (numa primeira fase pela
complementaridade da democracia representativa com a democracia directa -
depois ficam abertas possibilidades que só a imaginação pode conceber e prever)
que poderá tornar os Países, Uniões, Confederações, Federações e, finalmente, o
Mundo numa Ágora-virtual à semelhança da Ágora ateniense (sem as restrições de
género, estatuto social, ...) que povoa os nossos sonhos e os nossos desejos.
Meu caro até lá é preciso tratar bem a democracia representativa e, acima de
tudo, resistir à tentação de substituir a primeira pela segunda (um passo que
pode ser perigoso para ambas) queimando etapas através de métodos de engenharia
social. Jonas Almeida MODERADOR: Manuel, obrigado
pelos seus pensamentos. São profundos (o do AI então ...) e fico a pensar sobre
eles com muita calma. Sobre a capacidade de metamorfose profunda do capitalismo
nem eu nem Marx discordamos de si :-). Roberto34 MODERADOR: Manuel gostei do
seu comentário e como exemplo acho que poderia sugerir o fenómeno M5S na
Itália. Começou no digital e na participação directa, mas só isso não é
suficiente. Sem capacidade de liderança e representação, acontece o mesmo que
aos outros partidos, perdem eleitorado e deixam de governar. Como diz e bem, é
preciso defender a Democracia Representativa. Até na Suiça com a sua Democracia
Directa, existe um Parlamento eleito. Fernando Coelho INICIANTE: Sou um seguidor
habitual da coluna de opinião de Teresa de Sousa, que aprecio. Na presente
análise há, no entanto, uma menção à associação da corrupção com o populismo
que me parece poder levar a pensar que o tema da corrupção não deve ser
mencionado por agentes políticos porque isso é populismo! Pois eu entendo que o
tema da corrupção deve ser abordado por todos os agentes políticos e todos os
dias. Provavelmente é um tema de populismo porque os ditos "poderes do
centro" se têm esquecido(!) de o abordar. E como são Poder deviam
combatê-la e não há sinais disso. O que serve para alimentar o populismo!
Havendo um consenso nacional de que o nosso país chegou onde nos encontramos
por causa da corrupção, desde os anos 80 com os fundos da PAC e o famigerado
Fundo Social Europeu, urge falar... Jonas Almeida MODERADOR: Concordo, até
porque a corrupção é onde está hoje o centro. O centro colapsa por ter sido
quem vendeu a soberania nacional (e a Democracia real) em troca de clientelismos
rentistas e outros saques "sem alternativa". Ou acham que é por acaso
que as presidências de eurogrupos dão em cheques para o NB debaixo da mesa das
auditorias, ou que presidências da Comissão Europeia dão em directorias gerais
na Goldman?: Paulo INICIANTE: Uma senhora,.. da
melhor análise política que se faz por aqui... Na era digital, os
"soundbytes ganham à verdade, e o discurso do "nós" contra os
"outros" é recebido de braços abertos. Talvez percebam um dia que os
outros somos nós.....
GMA EXPERIENTE: Magnífica
reflexão, na linha daquilo a que a Teresa de Sousa nos habituou. Três notas
apenas. Uma para realçar o
quão certeiro é o drama dos “rótulos” que por ignorância ou má-fé, ou ambos,
ocultam as “causas”. Uma segunda para Fukuyama,
que, uma vez mais, parece estar errado na valorização das causas da adesão dos
(alguns) britânicos os brexit. Finalmente, nota para a
justificada denúncia do populismo barato da SIC. Quem não se recorda do nojo da
entrevista à Sra. Ministra da Saúde pelo Sr. Carvalho? Agora o registo
manteve-se na entrevista ao candidato Professor Marcelo (não sendo adepto do
estilo votarei nele pelas razões que a Teresa de Sousa aduz) conduzida por um
“reguila-sabichão”, o Sr. Ricardo Costa, e por um sonso-venenoso, com ares de
“comentador”, cujo não me ocorre de momento. Paulo
INICIANTE: Subscrevo... Jonas AlmeidaMODERADOR: O centro
vendeu-se aos bancos. Nisto eu acho que TdS está certa "Naturalmente,
a internet e as redes sociais dão mais poder aos cidadãos e isso, como
princípio, é bom."; e nisto está errada "Mas a verdade é que começa a
ser evidente que os seus efeitos perversos suplantaram largamente os
benefícios". Pelo contrário, a internet é o veículo por onde regressa a
Liberdade e a Democracia que o ordoliberalismo tinha açaimado "sem
alternativa". Se não vejamos - qual é a sua solução? A censura? O que não
falta são alternativas. Espere um bocadinho ... GMA EXPERIENTE: Por algum péssimo
motivo o Sr. Jonas se alcandorou ao estatuto de “moderador”. Para ele as redes
sociais são o símbolo da libertação; da mediocridade, do ódio, da tentativa de
destruição do Estado de Direito, da manipulação de permitiu o trumpismo, o
brexit,...
Roberto34 MODERADOR: As redes sociais
ou aquilo que os seus utilizadores fazem delas não é de facto o problema, mas é
um problema aquilo que determinados grupos económicos e privados fazem delas ao
manipular os utilizadores. Além disso, as redes sociais têm sido um veículo para
polarizar a sociedade de forma alarmante. Teresa de Sousa tem obviamente razão.
E aqui ninguém defende censura, mas regulação. São coisas diferentes.
E
depois para variar confunde tudo. O ordoliberalismo não é impedimento nenhum a
Democracia e Liberdade. Basta procurar o que ele significa, da Wikipédia: Ordoliberalismo,
também chamado ordoliberalismo alemão, é uma escola de pensamento económico
liberal que enfatiza a necessidade de o Estado assegurar a correcção das
imperfeições dos mercados para permitir que estes se aproximem dos níveis de
eficiência segundo o seu potencial teórico. Ou seja é uma escola económica
perfeitamente compatível com regimes Democráticos como aliás se pode verificar
na Alemanha e noutros países Europeus. Se há região de mundo onde mais existe
Liberdade e Democracia é na Europa.
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