terça-feira, 15 de dezembro de 2020

«In medio stat virtus?»


Onde isso vai, esse «princípio de ascética, que condena o relaxamento, ao mesmo tempo que o rigorismo», segundo leio na Internet, e que a cada passo aplicamos, na vida, para uma moderação que, segundo outros, é sinónimo de pequenez, tacanhez, estupidez, em suma, talvez pela segurança que ela traduz, inimiga da ousadia ou do atrevimento excessivo… Teresa de Sousa, a esse respeito dá-nos uma análise excelentemente estruturada sobre o fenómeno político mundial, com aplicação bem visível ao caso nacional, em que um centro moderador foi sendo gradualmente abafado pelos extremismos de uma sociedade que se pretendeu reivindicativa de novos modelos de convívio e de virtude. Os seus comentadores entram em despiques analíticos “ad hominem”, que afinal também nos vão esclarecendo, por vezes com prazer. O comentário da minha ignorância, ou reconhecimento da inutilidade crítica, só me leva, uma vez mais ao refúgio de Pessoa, a respeito de um D. Sebastião juvenil e patético:

«Sem a loucura que é o homem

Mais que a besta sadia,

Cadáver adiado que procria?»

ANÁLISE: Onde está o centro?

Também na forma como comunicamos e informamos se perdeu o “centro”. Tal como na política, a superficialidade domina sobre o critério e a reflexão.

TERESA DE SOUSA     PÚBLICO, 13 de Dezembro de 2020

1.Até há bem pouco tempo, a política nas democracias jogava-se no centro. Com dois grandes partidos moderados que governavam em alternância ou com o centro ocupado por mais forças partidárias, os extremos eram apenas franjas com pouca influência nas escolhas políticas dos eleitores. Hoje, por razões que todos vamos compreendendo, o perigo maior que as democracias correm é o esvaziamento do centro e o crescimento acelerado dos extremos. E mesmo quando os sistemas políticos se reduzem a dois grandes partidos, são as facções mais radicais de cada um que tendem a ganhar maior expressão. Foi assim nos Estados Unidos. É assim, em parte, no Reino Unido – os dois modelos de democracias liberais que tínhamos como mais sólidos e perenes. Embora haja já sinais evidentes, nos dois países, de que esta polarização pode ser invertida. A eleição de Joe Biden, um político moderado vindo do tão vilipendiado establishment, é a prova mais evidente. A queda de Jeremy Corbyn e a escolha de Keir Starmer levaram o Labour de novo para o centro. Angela Merkel é o exemplo mais acabado da capacidade de perdurar governando ao centro. Há quem argumente, dentro das suas próprias fileiras, que foi a “tentação” centrista da chanceler que abriu espaço à emergência de um partido de extrema-direita como a AfD. É uma interpretação demasiado simplificadora. Há muitas outras razões para a emergência da AfD que, convém não esquecer, tem a sua expressão política mais significativa nos Lander do Leste, onde são maiores os problemas sociais e menor o enraizamento de uma cultura democrática, depois de décadas de regime comunista. Aliás, adensa-se a ocupação do centro político na Alemanha, com a plena integração de Os Verdes no establishment, num percurso inverso ao da maioria dos partidos com origem na esquerda radical. Mas, de um modo geral, o ambiente político nas democracias liberais tende hoje para penalizar a moderação em detrimento dos extremos, dificultando o exercício do compromisso e do consenso que está na base do seu funcionamento normal.

2. A crise financeira de 2008 e a Grande Recessão a que deu origem tiveram o seu quinhão de responsabilidades nesta evolução perversa. É assim historicamente com todas as grandes crises económicas e sociais. Se, na América de Roosevelt, foi possível enfrentar a Grande Depressão com o New Deal, na Europa foi o fascismo que emergiu como a resposta violenta e totalitária à crise. Desta vez, as democracias estavam mais bem preparadas para enfrentar a devastação económica e social. Mas a crise não deixou por isso de alimentar o descontentamento, a frustração, o medo do futuro e a descrença nas elites. Destapou uma panela que estava há muito em ebulição.

Os partidos do sistema foram capturados por interesses particulares de um establishment que não compreendeu as distorções provocas pela globalização e o efeito disruptivo das rápidas transformações tecnológicas”, dizem os dois autores da obra Renovating Democracy: governing in the age of globalization and digital capitalism, Nathan Gardels e Nicolas Berggruen, publicada em 2018. “Isso conduziu à crescente desconfiança nas instituições por todos os que foram deixados para trás.”

As elites liberais tiveram uma enorme dificuldade em compreender este sentimento de descrença e de revolta. Como não compreenderam o regresso das identidades nacionais, nem encontraram formas de lhe responder. De um modo geral, colaram rótulos e ignoraram as causas.Os votantes no ‘Brexit’ estavam dispostos a sofrer as consequências económicas negativas da sua decisão, porque sentiam que a protecção da identidade britânica era mais relevante”, diz Francis Fukuyama, a propósito da sua obra mais recente sobre as políticas identitárias.

3. Tudo isto, nós sabemos. Sobre tudo isto temos reflectido. Mas há um factor novo altamente perturbador com o qual ainda não aprendemos a lidar, que alimenta quotidianamente a erosão das democracias. A revolução digital, com o seu impacte brutal na forma de comunicarmos, foi uma “explosão” violenta, cujas chamas ainda não conseguimos dominar. Naturalmente, a internet e as redes sociais dão mais poder aos cidadãos e isso, como princípio, é bom. Mas a verdade é que começa a ser evidente que os seus efeitos perversos suplantaram largamente os benefícios. Por uma razão fundamental que Obama resume, nas suas memórias, de uma forma lapidar: “Se deixarmos de ter a capacidade para distinguir o verdadeiro do falso, então, por definição, o mercado livre das ideias não funciona. E, consequentemente, a democracia não funciona. Estamos a viver uma crise epistemológica.”

Neste novo contexto de circulação das ideias, o papel da comunicação social tradicional seria ainda mais relevante para filtrar em permanência o verdadeiro e o falso e para dar significado e inteligibilidade ao debate público. Esse papel fundamental tem resistido melhor ou pior conforme os países, as condições da sua viabilidade económica, as pressões sociais e políticas. Mas trava hoje, de um modo geral, uma luta desigual em que resistir à contaminação das redes sociais se tornar uma batalha cada vez mais inglória.

4. Portugal não foge à regra. Quase tudo pode ser sacrificado no altar do imediatismo, do espectáculo, do escândalo, da controvérsia sem sentido, da “guerra” verbal entre protagonistas. O problema é geral, embora alguns meios de comunicação social se deixem contaminar mais do que outros. Paga-se um preço demasiado alto por um bom título – não no sentido da sua qualidade, mas da sua capacidade de provocar um choque suficiente para merecer um clique, uma partilha, uma visualização, que são hoje as novas formas de medir a “sobrevivência” dos órgãos de comunicação social numa selva de “notícias” cada vez mais desgovernada e perigosa. Ainda não é a regra, mas já é um factor altamente perturbador e lesivo do debate democrático.

Também na forma como comunicamos e informamos se perdeu o “centro”. Tal como na política, a superficialidade domina sobre o critério e a reflexão. Perdemos demasiadas vezes o sentido crítico e quase sempre o sentido das proporções. Imbuídos deste espírito radical, passamos também a exigir transparência total. Como se governar fosse uma actividade compatível com as redes sociais onde tudo é exposto, dito e contraditado em tempo real. Um debate reduz-se a uma frase, que naturalmente encobre todos os prós e contras, todas as nuances, todos os compromissos. Resultado? Fica o campo aberto para a livre expressão da demagogia e do populismo, entendido este, não como uma manifestação de fascismo, mas como uma corrente politica que tira proveito das emoções primárias dos cidadãos, da sua revolta espontânea, dos seus sentimentos imediatos. Primeiro, contra as elites, depois contra os ricos ou as minorias ou as etnias ou as religiões. Finalmente, contra o sistema.

5. Deste ponto de vista, as primeiras salvas da campanha eleitoral para as presidenciais, que decorre nas condições excepcionais de uma pandemia, não são animadoras. Ana Gomes apresenta-se como uma autêntica padeira de Aljubarrota, espadeirando, não contra os castelhanos, mas contra uma classe política ou empresarial onde grassa a corrupção. É um tema de eleição dos populismos, fácil de praticar e com sucesso garantido. O candidato da Iniciativa Liberal, talvez para se fazer ouvir, embarca na mesma “caça aos corruptos” com uma desenvoltura que não se esperaria. A esquerda radical e os seus dois candidatos estão na contenda apenas para marcar presença, tendo embora os seus “inimigos de estimação”. Felizmente, há Marcelo. Que nem o mais recente espectáculo televisivo do que significa cair na tentação do vale tudo (para marcar pontos na cena mediática ou nas audiências?) conseguiu perturbar. Refiro-me à primeira entrevista que deu na qualidade de candidato, no “Jornal da Noite” da SIC, na passada sexta-feira. Não sai do “centro político” onde as democracias se defendem. Às vezes, com um só candidato. É o preço a pagar pelo excesso de radicalização e a falta de medida.

tp.ocilbup@asuos.ed.aseret

TÓPICOS  MUNDO  DEMOCRACIA  POPULISMO  DESINFORMAÇÃO  REDES SOCIAIS  MEDIA

COMENTÁRIOS

Pedotec: INICIANTE: Excelente! 13.12.2020          cisteina EXPERIENTE: Texto notável, excelente reflexão, sobre esta democracia em bolandas, rara excepção no turbilhão desta luta de 'sobrevivência' "dos órgãos de comunicação social numa selva de 'notícias' cada vez mais desgovernada e perigosa". Parabéns, Teresa de Sousa.        Mario Coimbra EXPERIENTE: Muito boa crónica. O centro é a chave política. A comunicação social a guardiã da verdade. O seu papel é hoje muito mais importante do que alguma vez foi. O problema é que se vê a decair cada vez mais. Falta de fundos, de jornalistas sérios e que saibam português, etc etc. Sobre a entrevista de Marcelo, de quem sou fã e que apesar de alguns erros vai levar o meu voto, RC e o outro jornalista foram agressivos, inconsequentes e moralistas. Isto é algo que cada vez se vez mais também na CNN e um pouco na FOX. Jornalistas a doutrinarem sobre comportamentos e atitudes quando a sua missão não é essa. A missão é relatar com independência as notícias que devido ao código deontológico que têm deve corresponder às verdade.

GMA EXPERIENTE: Parafraseando o saudoso Artur Portela Filho, obviamente demito este "moderador" Jonas, cuja "criatividade" se esgota nas enjoativas banalidades do "diga lá ao que vem" e outras tiradas idiotas pseudo-psico do mesmo jaez. Volta Mestre Almada e faz ao Jonas o que fizeste ao Dantas: ridicularizo-o, veste-lhe ceroulas e diz-lhe que tem mau cheiro na boca!      Jonas Almeida MODERADOR: GMA, foque-se no tema por um segundo e responda - que água acha vc que o Mário traz no bico qdo fala de "agressivos, inconsequentes e moralistas (...) cada vez mais na CNN e um pouco na FOX"? Asseguro-lhe que nada que TdS aprovasse.   Mario Coimbra EXPERIENTE: Caro Jonas, eu estou aqui numa posição engraçada. Vejo a GMA a concordar comigo, algo raro e nunca visto e com você o contrário. Tempos modernos. Ora bem, a Fox News não sendo tão moralista como a CNN não deixa de marcar a sua posição na mesma, mas sobre o mantra das liberdades individuais, etc etc. Quem seguisse a CNN e a FOX durante as eleições e mesmo agora parece que vive em dois países diferentes. Com agendas completamente diferentes. Ter opinadores a doutrinar tira-me do sério. Programas tipo Fox & Friend ou o do Cuomo na CNN a darem lições de moral deviam ser proibidos. Mas é esta caixa que vende. E o Trump foi um cash cow para ambos.     Jonas Almeida MODERADOR: Caro Mário, surpreendo-o talvez concordando com o essencial da sua nota - que os media televisivos tradicionais desceram voluntariamente do pódio jornalístico onde tinham subido para ascenderem aos lucros dos rácios de audiências que Trump oferecia. Não vejo que a FOX tenha, nem remotamente, qualquer ascendente de veracidade factual sobre a CNN. A diversidade na minha família estendida (o que aprecio, e onde sou correspondido) diz-me que vc vem com uma percepção do "centro" que, na minha opinião, deve assumir. Há aqui demasiada gente que não dá a cara, nem a reconhece a quem a dá. Não é esse o seu caso. O ponto de facto central nesta conversa é se aceita ou não o resultado do processo eleitoral, ou se a contagem directas das cabeças tem favoritos extra-constitucionais. Resposta @TdS "Também na forma como comunicamos e informamos se perdeu o “centro”. Tal como na política, a superficialidade domina sobre o critério e a reflexão." - o digital, incluindo esta secção de comentários, oferece a oportunidade de mostrar que há aqui mais "centralismo" e mais Democracia do que nos centrões corruptos que alimentam os media tradicionais.       Mario Coimbra EXPERIENTE: Caro Jonas, obrigado pela sua resposta. Que saudável é discutir assim. Sim. Eu sinto-me o último dos moicanos pois continuo a acreditar que o centro é onde as pontes se fazem e mesmo não concordando podemos avançar. Mais, nós em Portugal, desde Cavaco que estamos a perder o centro por dois motivos. Corrupção e Personalização excessiva. A corrupção com o dinheiro da UE veio agravar problemas culturais e ninguém perdoa a Cavaco vir de Boliqueime. A insuportável superioridade cultural de esquerda mesmo vindo de antes ganhou aí proporções enormes. Desde Cavaco que PS e PSD se perdem e se desligam. Em relação as eleições, acho que Biden ganhou e bem. E aprecio o sistema norte americano dos grandes eleitores. Trump fez coisas boas. O estilo não era o meu. Agora é o tempo de Biden. Sorte para ele.        Manuel Caetano MODERADOR: O centro político (o bipartidarismo) começou a colapsar nos idos de 90 do século passado com a queda do socialismo real (vulgo comunismo) quando o capitalismo passou de predominante a exclusivamente dominante. Sem adversário global o capitalismo deixou de precisar da social-democracia (o seu declínio por toda a Europa não foi casual - as excepções como Portugal não contradizem a regra) e o bipartidarismo ficou definitivamente coxo. A circunstância do capitalismo ter assumido a forma "neoliberal" permitiu (como moeda de troca) a advento do liberalismo social que, por sua vez, tornou as sociedades mais diversas e complexas e, também, mais exigentes no quesito da representação democrática (dois partidos alternantes já não chegam). Conclusão: o bipartidarismo ficou coxo e já não volta a andar. sem coxear, é claro. As consequências serão a sua (re)invenção ou a sua superação e substituição como forma de organizar e gerir a vida material das comunidades humanas.        Jonas Almeida MODERADOR: Manuel, sobre a reinvenção. Acho importante que não seja por alguma tecnocracia orwelliana como nas últimas duas décadas. É nestes momentos que a malta das engenharias sociais sem alternativa espevita. As minhas contas têm o mesmo ponto de partida de TdS mas a outro porto: a praça pública da pólis deslocou-se para o digital (como ela nota), mas o processo democrático foi deixado para trás nos bolsos dos que se vestem de ideologias hoje sem tino (como o Manuel nota). Ou digitalizam a democracia ou outra coisa será digitalizada. Os novos modelos de prosperidade material e social que procuramos serão, por isso mesmo, fruto da autodeterminação económica das populações. Não dos tecnocratas. TdS com os mesmos dados prefere a esperança e obediência sebastianista a Merkel's. Não me parece.     Roberto 34 MODERADOR: O Jonas odeia tecnocratas, odeia portanto especialistas e funcionários públicos. Odeia ONU ou outras organizações. A Comissão Europeia é essencial nesta transição. Ponto. O resto é apenas fruto do seu ódio irracional aos cidadãos Europeus       Manuel Caetano MODERADOR: Jonas Almeida: a (re)invenção do capitalismo como forma de superar a sua actual fase neoliberal não pode ser descartada porque a História mostra que isso já aconteceu inúmeras vezes (o capitalismo revelou uma notável capacidade de adaptação) mas, meu caro, eu não falei só dessa possibilidade falei também de uma outra - a sua superação e substituição. Concordamos na necessidade (urgente) de encontrar maneira de complementar a democracia representativa (os seus limites estão à vista de todos nas crises da representatividade e do abstencionismo que nenhuma reforma dos partidos políticos poderá debelar porque as suas causas são bem mais profundas e prendem-se com a complexidade crescente das sociedades modernas) com formas de democracia directa e participativa para lá dos períodos eleitorais).        Manuel Caetano MODERADOR: Jonas Almeida a comutação, a digitalização e a inteligência artificial poderão ser a chave para tornar possível essa evolução da democracia (numa primeira fase pela complementaridade da democracia representativa com a democracia directa - depois ficam abertas possibilidades que só a imaginação pode conceber e prever) que poderá tornar os Países, Uniões, Confederações, Federações e, finalmente, o Mundo numa Ágora-virtual à semelhança da Ágora ateniense (sem as restrições de género, estatuto social, ...) que povoa os nossos sonhos e os nossos desejos. Meu caro até lá é preciso tratar bem a democracia representativa e, acima de tudo, resistir à tentação de substituir a primeira pela segunda (um passo que pode ser perigoso para ambas) queimando etapas através de métodos de engenharia social.         Jonas Almeida MODERADOR: Manuel, obrigado pelos seus pensamentos. São profundos (o do AI então ...) e fico a pensar sobre eles com muita calma. Sobre a capacidade de metamorfose profunda do capitalismo nem eu nem Marx discordamos de si :-).       Roberto34 MODERADOR: Manuel gostei do seu comentário e como exemplo acho que poderia sugerir o fenómeno M5S na Itália. Começou no digital e na participação directa, mas só isso não é suficiente. Sem capacidade de liderança e representação, acontece o mesmo que aos outros partidos, perdem eleitorado e deixam de governar. Como diz e bem, é preciso defender a Democracia Representativa. Até na Suiça com a sua Democracia Directa, existe um Parlamento eleito.      Fernando Coelho INICIANTE: Sou um seguidor habitual da coluna de opinião de Teresa de Sousa, que aprecio. Na presente análise há, no entanto, uma menção à associação da corrupção com o populismo que me parece poder levar a pensar que o tema da corrupção não deve ser mencionado por agentes políticos porque isso é populismo! Pois eu entendo que o tema da corrupção deve ser abordado por todos os agentes políticos e todos os dias. Provavelmente é um tema de populismo porque os ditos "poderes do centro" se têm esquecido(!) de o abordar. E como são Poder deviam combatê-la e não há sinais disso. O que serve para alimentar o populismo! Havendo um consenso nacional de que o nosso país chegou onde nos encontramos por causa da corrupção, desde os anos 80 com os fundos da PAC e o famigerado Fundo Social Europeu, urge falar...     Jonas Almeida MODERADOR: Concordo, até porque a corrupção é onde está hoje o centro. O centro colapsa por ter sido quem vendeu a soberania nacional (e a Democracia real) em troca de clientelismos rentistas e outros saques "sem alternativa". Ou acham que é por acaso que as presidências de eurogrupos dão em cheques para o NB debaixo da mesa das auditorias, ou que presidências da Comissão Europeia dão em directorias gerais na Goldman?:     Paulo INICIANTE: Uma senhora,.. da melhor análise política que se faz por aqui... Na era digital, os "soundbytes ganham à verdade, e o discurso do "nós" contra os "outros" é recebido de braços abertos. Talvez percebam um dia que os outros somos nós.....      GMA EXPERIENTE: Magnífica reflexão, na linha daquilo a que a Teresa de Sousa nos habituou. Três notas apenas. Uma para realçar o quão certeiro é o drama dos “rótulos” que por ignorância ou má-fé, ou ambos, ocultam as “causas”. Uma segunda para Fukuyama, que, uma vez mais, parece estar errado na valorização das causas da adesão dos (alguns) britânicos os brexit. Finalmente, nota para a justificada denúncia do populismo barato da SIC. Quem não se recorda do nojo da entrevista à Sra. Ministra da Saúde pelo Sr. Carvalho? Agora o registo manteve-se na entrevista ao candidato Professor Marcelo (não sendo adepto do estilo votarei nele pelas razões que a Teresa de Sousa aduz) conduzida por um “reguila-sabichão”, o Sr. Ricardo Costa, e por um sonso-venenoso, com ares de “comentador”, cujo não me ocorre de momento.      Paulo INICIANTE: Subscrevo...    Jonas AlmeidaMODERADOR: O centro vendeu-se aos bancos. Nisto eu acho que TdS está certa "Naturalmente, a internet e as redes sociais dão mais poder aos cidadãos e isso, como princípio, é bom."; e nisto está errada "Mas a verdade é que começa a ser evidente que os seus efeitos perversos suplantaram largamente os benefícios". Pelo contrário, a internet é o veículo por onde regressa a Liberdade e a Democracia que o ordoliberalismo tinha açaimado "sem alternativa". Se não vejamos - qual é a sua solução? A censura? O que não falta são alternativas. Espere um bocadinho ...    GMA EXPERIENTE: Por algum péssimo motivo o Sr. Jonas se alcandorou ao estatuto de “moderador”. Para ele as redes sociais são o símbolo da libertação; da mediocridade, do ódio, da tentativa de destruição do Estado de Direito, da manipulação de permitiu o trumpismo, o brexit,...         Roberto34 MODERADOR: As redes sociais ou aquilo que os seus utilizadores fazem delas não é de facto o problema, mas é um problema aquilo que determinados grupos económicos e privados fazem delas ao manipular os utilizadores. Além disso, as redes sociais têm sido um veículo para polarizar a sociedade de forma alarmante. Teresa de Sousa tem obviamente razão. E aqui ninguém defende censura, mas regulação. São coisas diferentes. E depois para variar confunde tudo. O ordoliberalismo não é impedimento nenhum a Democracia e Liberdade. Basta procurar o que ele significa, da Wikipédia: Ordoliberalismo, também chamado ordoliberalismo alemão, é uma escola de pensamento económico liberal que enfatiza a necessidade de o Estado assegurar a correcção das imperfeições dos mercados para permitir que estes se aproximem dos níveis de eficiência segundo o seu potencial teórico. Ou seja é uma escola económica perfeitamente compatível com regimes Democráticos como aliás se pode verificar na Alemanha e noutros países Europeus. Se há região de mundo onde mais existe Liberdade e Democracia é na Europa.

 

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