sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Derrotismo justificado


De Alexandre Homem Cristo e seus comentadores, com razões de sobra para assim se sentirem, como bem explicitaram. Mas vamos vivendo, nesta quadra natalícia, e noutras anteriores, é certo, escutando histórias de gente que tem histórias para contar, geralmente tristes ou enternecedoras, nas televisões, que nos vão preenchendo os dias de triste confinamento, com histórias ainda mais acabrunhantes. E nós assim vivemos, parados na nossa piedade desconsolada. Quem pode sobreviver mentalmente saudável? Felizmente há o snooker, jogo de precisão e inteligência. Embora não sejamos nós a jogar, é claro. Desistamos, como Pessoa, mas ao menos no prazer e orgulho de o termos por nosso. E leiamos estes jovens – ou seniores - argutos que escapam a tanta pasmaceira despoticamente miserabilística em que nos movemos...

…Sinto urna simpatia por essa gente toda,

Sobretudo quando não merece simpatia.

Sim, eu sou também vadio e pedinte,

E sou-o também por minha culpa.

Ser vadio e pedinte não é ser vadio e pedinte:

É estar ao lado da escala social,

É não ser adaptável às normas da vida,

Às normas reais ou sentimentais da vida —

Não ser Juiz do Supremo, empregado certo, prostituta,

Não ser pobre a valer, operário explorado,

Não ser doente de uma doença incurável,

Não ser sedento de justiça, ou capitão de cavalaria

Não ser, enfim, aquelas pessoas sociais dos novelistas

Que se fartam de letras porque têm razão para chorar lágrimas,

E se revoltam contra a vida social porque têm razão para isso supor.

Não: tudo menos ter razão!

Tudo menos importar-me com a humanidade!

Tudo menos ceder ao humanitarismo!

De que serve uma sensação se há uma razão exterior para ela?

Sim, ser vadio e pedinte, como eu sou,

Não é ser vadio e pedinte, o que é corrente:

É ser isolado na alma, e isso é que é ser vadio,

É ter que pedir aos dias que passem, e nos deixem, e isso é que é ser pedinte.

Tudo mais é estúpido como um Dostoievski ou um Gorki.

Tudo mais é ter fome ou não ter que vestir.

E, mesmo que isso aconteça, isso acontece a tanta gente

Que nem vale a pena ter pena da gente a quem isso acontece.

Sou vadio e pedinte a valer, isto é, no sentido translato,

E estou-me rebolando numa grande caridade por mim.

(Cruzou por mim... Álvaro de Campos)

 

O futuro é o passado /premium

Para eventual choque do líder da JS, a culpa do atraso português não é do capitalismo, da “ganância do lucro” ou de um vilão “bafiento”. É, sobretudo, de quem governou 17 dos últimos 25 anos — o PS.

ALEXANDRE HOMEM CRISTO

OBSERVADOR 17 dez 2020

Há dias, cometi a imprudência de escutar a intervenção do recém-eleito secretário-geral da Juventude Socialista, Miguel Matos (26 anos), no encerramento do congresso que o elegeu e no qual foi candidato único. Foi um discurso arrasador, no pior sentido da palavra: fica-se arrasado por constatar que a juventude do partido que governa o país projecta uma visão política e ideológica que só em 1975, no fervor do PREC, se toleraria. Lamento, mas se este discurso representa o futuro, devo avisar que já o conhecemos: foi o passado.

Antes que me acusem de exagerar, cito as palavras do novo secretário-geral da Juventude Socialista. Sobre o modelo económico que vigora nas sociedades livres:Somos, como geração, vítimas contínuas de um sistema capitalista, que nos hipoteca os sonhos, que nos aumenta as rendas, que nos paga mal e aumenta as desigualdades.” Sobre as grandes empresas: “A ganância do lucro tritura-nos os sonhos.” Sobre a economia de mercado: “A tendência do mercado nunca foi tão visível, não há cá essa história da mão invisível”, até porque “a mão invisível do mercado não pode comandar a nossa vida”. Sobre como resolver os nossos desafios económicos e sociais: “o socialismo democrático é mesmo a resposta para as crises”, pois “o capitalismo desenfreado, a acumulação de riqueza e a ganância do lucro têm mesmo de ter um fim”. Sobre o caminho a percorrer: é preciso “um Estado interventivo e forte”, como consta da sua moção global. E, para abraçar o estilo discursivo dos anos 70, estas tiradas foram precedidas de alusões emotivas aos “17 mil dias” que passaram desde que “os capitães enfrentaram a noite”, na luta de Abril que é sentida pela actual geração.

Poderá ser surpreendente que o discurso do líder da Juventude Socialista se apoie nas muletas retóricas dos discursos mais inflamados da Festa do Avante!, mas isso apenas o torna caricato. Mais grave, o que impressiona mesmo, é sermos confrontados com esta percepção de que os socialistas não aprenderam nada com os seus erros e que os mais jovens fixaram como meta repeti-los. No contexto europeu, Portugal é um país cada vez mais pobre, economicamente estagnado e a divergir. Actualmente, fomos já ultrapassados por países que, há 20 anos, tínhamos como exemplos de atraso económico e social —como a Estónia ou a Lituânia. Em breve, seremos ultrapassados pela Roménia. E, de resto, em paridade de poder de compra, o valor médio recebido em Portugal por hora de trabalho já só é superior ao da Bulgária. A nossa história, desde 2000, conta-se através de uma sequência imparável de empobrecimento relativo e de oportunidades desperdiçadas para abrir a sociedade e modernizar a economia. Perante este fracasso, só pode gerar estupefacção explicarem-nos que, afinal, o problema se encontra no modelo capitalista.

Para eventual choque da Juventude Socialista e do seu líder, a culpa deste atraso português não é do mercado, do capitalismo, da ganância do lucro ou de qualquer outro vilão “bafiento” que satisfaça narrativas partidárias. A responsabilidade deste atraso português é de quem fechou a economia, em vez de a abrir; de quem centralizou sempre o poder no Estado, em vez de libertar sectores estratégicos das amarras estatais; de quem colonizou a administração pública e dela fez um centro de emprego, em vez de profissionalizá-la e recompensar o mérito com recrutamentos exigentes. E, nestes departamentos, mesmo não havendo inocentes, há quem seja mais culpado do que os outros: desde 1995 (25 anos), o PS governou 17 anos. Seria oportuno que a Juventude Socialista pensasse nisto.

No célebre livro “1984”, de George Orwell, há uma passagem marcante em que o protagonista Winston Smith (já capturado e sob interrogatório) resiste à manipulação do seu torturador, agarrando-se a uma réstia de esperança. No seu íntimo, acreditava que, no futuro, haveria sempre alguém com coragem para resistir e que, por isso, o regime acabaria eventualmente derrotado. É então que o seu torturador o esclarece: se ele quisesse uma imagem do futuro, que imaginasse uma bota a esmagar um rosto humano, perpetuamente. Winston percebe: o futuro seria igual ao passado e ao presente — um estado permanente de controlo, poder e manipulação, sem luz ao fundo do túnel, sem razão para esperança. Ora, nos dias em que ouvimos discursos como os do congresso da Juventude Socialista, acontece que também nós, portugueses, somos lembrados dessa bota que nos esmaga perpetuamente, assim desafiando a nossa réstia de esperança num futuro que não seja igual ao passado.

POLÍTICA  ECONOMIA  EDUCAÇÃO  PS

COMENTÁRIOS:

Francisco Correia: O futuro é mais uma bancarrota patrocinada pelo PS.   Andrade QB: Contraditoriamente a este discurso obscurantista do líder da juventude socialista, os dados disponíveis mostram que não é compartilhada pela maioria dos jovens. Qual o porquê de só se ouvir, e na prática só existir, este activismo minoritário? Eu tenho uma interpretação é a de que alguém que se atreva a dizer o contrário fica automaticamente submetido a acusações do que mais ignominioso se pode ouvir por parte do rolo compressor do politicamente correcto.       Leonardo d'Avintes:  Os efeitos de 25 anos de socialismo já não podem ser corrigidos no tempo de uma geração, se é que poderão ser corrigidos de todo. O líder da JS, e genericamente toda a juventude, estão irremediavelmente condicionados em termos ideológicos, quer pela "educação", quer pelos mass media e o meio cultural. Portugal é hoje uma sofisticada ditadura de esquerda. Sofisticada porque formalmente não parece que é uma ditadura (o Tribunal Constitucional ainda existe?), mas a realidade económica e social não deixam lugar a qualquer dúvida.              Bernardo Vaz Pinto: Assustado , a única solução é votar contra, nas autárquicas, nas presidenciais, nas legislativas.     António Reis: Excelente artigo. Mete pena ver jovens com esta perspectiva de futuro. Que tristeza.      Tromba Rija: Os Xuxa querem uma sociedade empobrecida e manipulada por eles que ostentaram a riqueza pelos outros produzida.     Fernando Prata: Não fora o facto de estarmos na Comunidade Europeia, já seríamos a Venezuela da Europa. De qualquer modo, como "ainda" somos uma democracia, acho que a principal culpada é a parte do povo que vota no PS, BE e PCP. Esses sim, que se contentam com aumentos de cêntimos, acham que os "ricos" devem pagar a crise, sem perceberem que o problema é mesmo a falta de mais ricos, ou seja eles próprios. Não me canso de lembrar que o PCP e o BE (e o PS de hoje) nunca querem acabar com os pobres, mas simplesmente "ajudá-los" a continuarem pobres. No dia em que tivermos um vencimento suficiente para todos poderem viverem com dignidade, esses partidos deixarão de existir. Infelizmente, com apoio de grande parte do povo, esse dia nunca chegará.   Manuel Magalhães > Fernando Prata: Bem dito!!!       Português Indignado: Uma vergonha imensa é aquilo que os dirigentes políticos portugueses deviam sentir...Já só estamos á frente da Bulgária em rendimento por hora e poder de compra....que horror...Este modelo socialista é um falhanço completo, um verdadeiro desastre. Portugal precisa muito de mais liberalismo e menos socialismo ou ainda se arrisca a tornar na Venezuela da Europa !!!!         Leonardo d'Avintes: Português Indignado: Ainda se arrisca?! Mas Portugal é a Venezuela da Europa!         Caça Fantasmas: Para ajudar a ultrapassar isto devia acabar a subserviência de certa comunicação social ao poder socialista ou devia haver eleições e o dr. Costa ganhar com maioria absoluta para se libertar dos pesos mortos da geringonça que só nos atrasam ou devia haver eleições e haver alternância (que é sempre a melhor solução). Obviamente temos que excluir um bloco central.         d f: O gráfico do Eurostat é impressionante. Já estamos abaixo da cauda da Europa. Uma tristeza, a pobre retórica destes "jovens", completamente ultrapassados pela globalização e enriquecimento generalizado do mundo lá fora. A JS, BE e PC só descansam quando o último dos últimos países europeus nos ultrapassar definitivamente - para não falar de todos os asiáticos.         josé maria: No tempo de Cavaco, do homem que " sabia governar", a taxa de intensidade de pobreza, quando saiu do poder, em 1995, estava fixada em 26,0. Quando Guterres, o homem que "não sabia governar", deixou de ser PM, essa taxa baixou para 22,0, o número mais baixo de sempre. Contra factos, não há argumentos, AHC....        Luiz Ginja > josé maria: isso de fazer copy cola é pouco clarificador . este discurso já o vi por aí.         Luís Pombo > Luiz Ginja: Aonde?      josé maria > Luiz Ginja: Clarificador é também o facto de você não conseguir refutar os dados que eu apresentei, isso sim é muito elucidativo...    Leonardo d'Avintes > zé maria: Um milagre, José Maria, um milagre! Como é que depois de 25 anos de socialismo e de deixarmos a pobreza para trás, no espaço europeu só os búlgaros tenham salário/ hora mais baixo que o nosso, quando há 25 anos eram TODOS os países do Leste europeu? Aonde é que se vai buscar o dinheiro para as prestações sociais? Vc é um desonesto, e os seus comentários são uma ofensa.       josé maria > Leonardo d'Avintes: Bom proveito: Taxa de Intensidade de Pobreza: 1995- 26,0 (Cavaco): 2000 -22,0 (Guterres); 2015 -26,7 ( Passos); 2018 -22,4 ( Costa ). Fonte : Pordata          Francisco Correia > josé maria: Oh, Zé Maria diz-me lá se com essa tal "taxa de intensidade de pobreza" é possível comprar melões. Ainda não percebeste que só os búlgaros conseguem comprar menos melões que nós?      Manuel Magalhães > josé maria: Onde é que já vai o Guterres e o seu pântano, depois disso já houve a desgraça do Sócrates e a actual do Costa, haja pudor... e Guterres beneficiou do trabalho feito pelo governo de Cavaco!          josé maria > Francisco Correia:  Taxa de Intensidade de Pobreza - UE – 2019 Portugal - 22,4, Espanha - 29,1 Itália - 32,0, Áustria - 23.9 Grécia -27.0 Pordata. Os dados da Itália são de 2018, por não haver ainda dados, desse país, relativos a 2019. josé maria > Francisco Correia: Taxa de Intensidade de Pobreza - UE – 2019: Portugal -   22,4; Espanha -   29,1; Itália           32,0; Áustria -     23.9 ; Grécia  -     27.0 Pordata Ainda conseguimos comprar mais melões do que países tão "miseráveis" como Espanha, Itália, Áustria e Grécia ?         Hel_Marques Marques > josé maria E o sr Dr pode informar-me, se não se incomodar, como estava a dita taxa na época do sr Eng. Socrátes? Seria interessante a leitura.      Joaquim Zacarias: O que este jovem socialista disse, é o que todos os socialistas pensam, e nem sempre dizem.       António Sennfelt: Profético texto que só peca por excessivo pessimismo! Não meus senhores, a verdade é que o futuro que nos espera não irá ser igual ao passado! Com dirigentes da laia dessa auspiciosa estrela ascendente do socialismo democrático - em boa hora eleita ao estonteante cargo de secretário-geral da Juventude Comunista, perdão, queria dizer da Juventude Socialista - podemos estar confiantes de que o nosso futuro colectivo, entregue a tão magnificentes mãos, irá superar o brilho da portentosa Venezuela! E nesse nosso tão radioso como merecido futuro iremos suplantar em felicidade a alegria e gratidão sentidas por Winston Smith, herói do 1984 de George Orwell, após a sua prolongada e bem sucedida lavagem ao cérebro! Bem hajam, portanto, os nossos actuais e futuros dirigentes socialistas!    António Duarte: Mentira, senhor Cristo, a responsabilidade é do PS, do PSD, e do CDS, na proporção do tempo e da representação que tiveram desde 1976 (até lá, é mais complicado, mas deverá acrescentar-se o PCP e a respectiva ala militar). Deixe de branquear onde lhe convém.       Leonardo d'Avintes > António Duarte: Sim, vc está certo. A responsabilidade dos tempos em que a economia crescia entre 3,5% a 5% ao ano são inteiramente do PSD e do CDS, e a responsabilidade do PS é a das bancas rotas e da posterior austeridade e da inflação de 30% ao ano.      josé maria: Portugal atinge o nível de desigualdade mais baixo de sempre. Público, 1/12/2017 Foi com o actual governo, apoiado pelos partidos da esquerda radical, que Portugal atingiu o nível de desigualdade mais baixo de sempre. Poucochinho, AHC ?          Pedro Rodrigues > josé maria: Nivelado por baixo.         josé maria > Pedro Rodrigues: É exactamente isso, nivelado por baixo. Desigualdade nivelada por cima foi em 2015.      Caça Fantasmas > josé maria: Meu caro, juntaram pobres aos pobres que já existiam, o que cria igualdade, ou seja, pobreza. Aliás, o vosso problema é sempre o mesmo, que é acabar com os ricos. Quando acabarem os ricos ficamos todos pobres, menos os chupistas e parasitas do Estado.      Alexandre Areias > josé maria: Hilariante e um bom exemplo do que o socialismo e, sobretudo, o socialismo atrasado que nós temos propõe: igualdade na pobreza económica, educacional, cultural e anímica. Excepção feita, claro está, para os amigos do PS que esses estão mais prósperos e gordos que nunca. Objectivo atingido, sem quaisquer dúvidas          josé maria > Alexandre Areias: Hilariante é que você não consiga refutar esses e outros dados estatísticos que eu tenho vindo a citar em diversos artigos...      Manuel Magalhães > josé maria: Onde é que já vai o Guterres e o seu pântano, depois disso já houve a desgraça do Sócrates e a actual do Costa, haja pudor... e Guterres beneficiou de todo o trabalho feito pelo governo de Cavaco!       advoga diabo:  Para alguém, como AHC, habitualmente tão preocupado com a Educação, desdobra-se em crónicas a este respeito, está a prestar um mau serviço ao rapaz, assim o considera, da JS. Não só ao demonizar tudo o que o PS fez, nem uma coisita positiva?!, mas sobretudo ao "esquecer" que, depois do 25 de Abril, Cavaco foi o politico que mais tempo governou.          Fausto Amaral > advoga diabo: Que pena não ter continuado +25 anos.      Mario Silva  > advoga diabo: Qual foi o partido que mais tempo governou desde 1974? E mais importante, qual foi o partido que mais tempo governou nos últimos 20 anos? É que é desde 2000 que o país começa a estagnar e a perder competitividade, poder de compra, etc em comparação com o resto da EU     João Porrete > advoga diabo: Você é mesmo poucochinho ou está só a fingir? O período de Cavaco Silva no governo é o de maior prosperidade do pós 25 de abril. Como Presidente da República não tem poderes executivos por isso não conta. Não adianta: a incompetência dos governos PS é insofismável      MCMCA A: Num país de analfabetos funcionais este tipo de discurso é fundamental para conquistar votos e, esse moço e outros como ele, que aprenderam a traficar influências nos bancos das universidades em lugar de estudarem para serem bons profissionais, cultivam esta retórica porque é a tábua de salvação dada a sua pouca mais valia técnica.         Rui Guimarães: Impressionante! O discurso deste "jovem" tresanda a mofo e a bafio. O futuro de Portugal, não estará certamente nas mãos de "jovens" do calibre deste personagem.       Adelino Lopes: Não me surpreende que existam pessoas no PS com este tipo de discurso. Existem vários ministros assim. O que abala a minha réstia de esperança é que a ignorância esteja presente de forma genérica (na votação). De facto, esses que o elegeram não sabem que é exactamente no seio dos países socialistas, com estados interventivos e fortes, que nascem os gananciosos pelo lucro (ilegal) e acumulam riquezas imensas. Ou essa gente duvida dos “mais iguais que os outros”, tipo vacina da amiga, ou mala de dinheiro trazida pelo amigo? E dizem-me que isto é o futuro. Futuro amargo portanto.

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