sábado, 19 de dezembro de 2020

A ver se pega

 

Faz parte de um instinto de pusilanimidade, este apontar de dedo acusador – tal como na infância, por vezes, os meninos fazem, com o apelo aos adultos. Rui Ramos descreve e historia, recorrendo ao passado, quando tudo começou, para confronto com o presente, das Marisas acusadoras, a ver se pega, se extirpam o furúnculo. O certo é que “Há sempre alguém Que nos diz “tem cuidado” - eram os Trovante que o informavam então, adeptos de Marisas e C.ia, nesses tempos áureos das conquistas da liberdade que, todavia, faz que o Chega não possa ter lugar hoje, segundo o dedo acusador potente e esquecido das Marisas espremidinhas. Um excelente texto de Rui Ramos, com, de resto, inúmeros apoiantes - que nos lembra tudo o que passou, e que chegou aqui...

Com estes amigos, a liberdade dispensa inimigos /premium

Em 1980, Sá Carneiro percebeu que perante uma esquerda como a de Ana Gomes e de Marisa Matias, a direita, para governar, precisava de um governo, uma maioria e um presidente. Continua a precisar.

RUI RAMOS , Colunista do Observador         OBSERVADOR, 18 dez 2020,

Ilegalizar o Chega? Recusar a posse a um governo assente numa maioria parlamentar de que faça parte o Chega? Do PS ao BE, estas ameaças parecem ser agora de bom tom. Fizeram-nas, pelo menos, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, e as candidatas presidenciais Ana Gomes e Marisa Matias. É um disparate? É, sem dúvida que é.

O Chega é um partido cujo programa e estatutos, como já agora todos deviam saber, não violam nenhum preceito da Constituição. Em nenhum lugar do programa, o Chega “perfilha a ideologia fascista” (motivo de proibição, segundo o artigo 46 da Constituição de 1976). O Chega também não é “uma associação armada nem de tipo militar, militarizada ou paramilitar” (mais um motivo de proibição, segundo o citado artigo), nem assume a violência como um dos meios de atingir os seus fins – o que, aliás, deveria ser o único critério de ilegalização de um partido ou organização política (ser uma associação armada ou de tipo militar com vista à prática de actos violentos). Logo, a ilegalização do Chega só poderia estar fundada na apreciação judicial das opiniões de alguns dos seus dirigentes e activistas. Lembremos que em 2017, já André Ventura fazia as declarações que tem feito como presidente do Chega. Lembremos ainda que Ventura era, então, candidato autárquico do PSD. Se o Chega tem de ser ilegalizado por causa das opiniões de Ventura, deveria o PSD também ter sido ilegalizado em 2017? Mas lembremos também ainda que, por causa dessas opiniões, Ventura chegou, em 2017, a ser chamado à polícia, que nada lhes notou de ilegal. Logo, a única razão que Medina, Gomes e Matias têm para ilegalizar o Chega é uma divergência de opinião. Mas se a divergência de opinião bastasse para ilegalizar um partido, então a política em Portugal passaria desde já para as secretarias dos tribunais, com todos os partidos a tentarem iniciar o processo de ilegalização uns dos outros.

Mas suponhamos que sim, que mesmo assim, Medina, Gomes e Matias conseguiam que uns quantos juízes amigos ilegalizassem o Chega. Como é que, depois dessa decisão do tribunal, se proporiam Medina, Gomes e Matias resolver o problema da ilegalização de um partido com um deputado e, segundo fontes do próprio partido, uns milhares de militantes? Que fariam se a direcção do Chega e os activistas do partido insistissem, como já prometeu André Ventura, em continuar a reunir-se, a dar entrevistas, a escrever artigos, a publicar nas redes sociais? Estariam Medina, Gomes e Matias dispostos a restabelecer a polícia política e a censura à comunicação social, de modo a parar e a calar o ex-Chega? Segundo André Ventura, o Chega tem 20 000 militantes. Admitamos que pelo menos 5 000 são gente convicta e determinada. Estarão Medina, Gomes e Matias decididos a mandar prender 5 000 pessoas? Faria sentido uma democracia com 5000 presos políticos (o Estado Novo, quando caiu, em 1974, tinha 85 presos no Forte de Caxias e 43 no Forte de Peniche)? A verdade é esta: enquanto os cidadãos, por eles próprios, não decidirem esvaziar o Chega, deixando de votar ou de militar no partido, não há democracia em Portugal sem o Chega, porque qualquer outra maneira de eliminar o partido implicaria alguma forma de regime autoritário e policial. A este respeito, fazia bem a Medina, Gomes e Matias lerem um livro antigo, de Cornelius Castoriadis. Chama-se Devant la Guerre, e o seu primeiro volume (Les Réalités) foi publicado em 1981. Aí, Castoriadis examina as implicações da proibição de um partido como o Partido Comunista Francês. Sim, era um partido ao serviço da União Soviética, em que a democracia francesa, no caso de um confronto entre a França e a União Soviética, não poderia confiar, e cujas actividades lhe conviria restringir a bem da defesa nacional. Mas a conclusão de Castoriadis não permite ilusões: ao proibir o  PCF, o governo teria de prender, de vigiar e de restringir os direitos de tanta gente, que a França deixaria de ser uma democracia.

Um disparate, portanto, para encolher os ombros e não levar a sério? Não, de modo nenhum. A proibição do Chega não ocorreu a Medina, a Gomes e a Matias por acaso. Na tradição política em que se anicham, festeja-se com carinho o tempo em que os seus antecessores podiam exigir e conseguir a proibição de partidos. Porque não foi só no Estado Novo que houve partidos proibidos. Em Setembro de 1974, foram proibidos vários partidos políticos ditos de “direita”, como o Partido do Progresso, ou o Partido Liberal. Como era costume na época, foram acusados de organizarem um “golpe da reacção”.  Porquê? Porque participaram numa manifestação de apoio ao Presidente da República, o general Spínola, por sua vez suspeito do crime hediondo de querer honrar o compromisso do MFA de que haveria eleições livres em todos os territórios sob administração portuguesa (não houve). Muitos dos seus dirigentes foram presos e mantidos na prisão meses a fio sem culpa formada, sem visitas e sem acesso a advogados.

Mas o que aconteceu então? O país ficou, finalmente, sem partidos de direita? Não, porque no momento em que o Partido do Progresso e o Partido Liberal foram proibidos, o PSD (então PPD) e o CDS, que então faziam todos os esforços para ser, respectivamente, um partido de centro-esquerda e um partido do centro, tornaram-se os partidos de direita. Não havendo outros, tiveram de ser eles. E passaram também imediatamente, apesar dos seus compromissos com a revolução, até pelas posições que ocupavam ou tinham ocupado no Governo Provisório ou no Conselho de Estado, a ser tratados pelas esquerdas como tinham sido os partidos antes proibidos, isto é, como agentes abomináveis do golpismo reaccionário. Nunca mais o PPD e o CDS, onde a esquerda tinha força, tiveram licença para fazer um comício ou, sequer, terem uma sede. A sede do CDS em Lisboa foi assaltada e incendiada duas vezes. O CDS nem conseguiu concluir o seu primeiro congresso no Porto, em Janeiro de 1975, sob as pedradas e os ataques dos Medinas, Gomes, Matias e demais anti-fascistas da época. Nunca valeu a pena ao CDS dizer que a direita tinha sido o Partido do Progresso e o Partido Liberal, já proibidos, e com os seus dirigentes presos. A revolução precisava de uma extrema-direita para perseguir, proibir e prender. Nunca uma verdadeira revolução esquerdista pôde dispensar a invenção constante de “contra-revolucionários” e “fascistas”: na União Soviética, Estaline acabou por os encontrar já entre os próprios camaradas que tinham feito a revolução de 1917 com ele.

Por isso, não haja ilusões: neste momento, uma hipotética ilegalização do Chega, que só se pode conceber, como em 1974, num ambiente de alarmismo revolucionário esquerdista, teria como único efeito fazer o CDS voltar a ser a “extrema-direita”, o partido do “fascismo”, como já várias vezes foi no passado, em 1975, com Freitas do Amaral, ou em 2002, com Paulo Portas. É que os Medinas, as Gomes e as Matias não sabem viver sem fascistas: basta-lhes que haja quem não pense exactamente como eles.

Quanto a uma presidente Gomes ou Matias recusar dar posse a um governo apoiado na Assembleia da República por uma maioria de direita de que fizesse parte o Chega, como é o caso na Região Autónoma dos Açores, teria dois efeitos óbvios: o primeiro era a necessidade de a presidente Gomes ou Matias dissolver a Assembleia da República e convocar novas eleições, dispondo-se, no caso de a maioria ser renovada, a demitir-se, como Jorge Sampaio confessou que estava mentalmente preparado para fazer em 2005, no caso de se repetir a maioria PSD-CDS; o segundo efeito seria a direita, depois de ter percebido, em 2015, que para voltar a governar precisa de uma maioria absoluta no parlamento, perceber que também precisa de um Presidente da República. Mas já Sá Carneiro em 1980 compreendera que, perante uma esquerda do mesmo tipo da que hoje é representada por Fernando Medina, Ana Gomes e Marisa Matias, a direita, para governar, precisava de uma maioria, um governo e um presidente. Pelos vistos, continua a precisar.

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COMENTÁRIOS

Há um artigo do NYT que sugere não vacinar as populações mais velhas pois são desproporcionalmente compostas por brancos. Aonde chegámos, Meu Deus...Agora, escolhe-se quem recebe a vacina consoante a cor da pele. Aonde chega a Esquerda radical. https://www.nytimes.com/2020/12/05/health/covid-vaccine-first.html

Maria Narciso: Um homem que renega a Constituição Portuguesa , mas diz sem pudor algum que prestaria juramento de honra de a cumprir , felizmente que não será Presidente , pois seria um sacrilégio.    Carla Sequeira: Parabéns Obrigada !       Luis Carlos Marques Pereira: Muito bom!      Isabel Mª S. Marques: Muito bom...        Carminda Damiao: Muito bem. Parabéns.         marcos graça: Parabéns, mostrou uma realidade esquecida propositadamente por alguns e ensina aos mais novos um tempo conturbado de gente obcecada, levada a desvarios impensáveis,,,, o que se passou no PREC? ,(muitos desconhecem, principalmente os mais novos), o ódio minou milhares de cérebros, falou mais alto, tentaram o uso da força e impor a sua ideologia a qualquer preço,,,, tempos,,que,,,felizmente ficaram para trás.

Myagui San: Não há novidade nesse discurso de candidatos presidenciais. Na realidade, e devemos relembrar, que Jorge Sampaio já dissolveu a AR de forma oportuna para seu partido, num atropelo à democracia, e simplesmente com base num frenesim da imprensa lacaia. Depois da entrevista de André Ventura na RTP, está bem evidente o servilismo da comunicação social lisboeta, e da alternância do seu criticismo, em função de quem ocupa a governação.        Tiago S: O artigo da constituição mencionado por RR sempre careceu de revisão desde a sua formulação. Onde se lê " ...ideologias fascistas", dever-se-ia ler "...ideologias fascistas, nazis, comunistas e maoistas", e assim ficava completo o ramalhete das ideologias do mal. No parlamento europeu já se chegou ao consenso que nazismo/fascismo e comunismo são ambas equiparáveis ideologias do mal. Nessa declaração faltou-lhes a coragem para incluir o maoismo chinês responsável por mais de 60 milhões de vítimas, and still counting. Concluindo, já se percebeu que o Chega é um partido nacionalista e não fascista, vulgar de Lineu como existem dezenas na Europa. E o PCP e o BE são o quê? Não são respectivamente partidos comunista e maoista, que professam aquelas ideologias ? ou são partidos criados e praticantes da tradição democrática europeia como são os partidos sociais-democratas, trabalhistas, conservadores e/ou liberais ? Quem é que esta gente quer enganar?          Graciete Madeira: Excelente artigo. Completamente de acordo.          Luis Barbosa Rodrigues: Magistral.         old young: Excelente         João Bilé Serra: Parabéns por esta análise política objectiva e descomplexada.           Francisco Amaral: Muito bem.         Miguel Lima: Mas o PSD é de direita??? onde?? Leonardo d'Avintes: A nossa "democracia" é propriedade destas figurinhas da esquerda. Sempre foi, e a esquerda nunca se cansa de nos mostrar o quanto despreza a própria ideia de democracia. O que admira é ainda haver tantos concidadãos que lhes dão mandato.      Cidadão Comum: Aos poucos o Sr RR lá se vai revelando. Segundo ele, o único critério de ilegalização de um partido ou organização política deveria ser uma associação armada ou de tipo militar com vista à prática de actos violentos, que é apenas a 1ª parte do artigo 8º da lei dos partidos políticos, obviamente a 2ª parte não lhe interessa      António Reis > Cidadão Comum: Então vamos a isso, mas na sua completa extensão: pcp e be ilegalizados já, sem demoras.  Francisco Correia: Numa verdadeira democracia, a extrema esquerda faz tanta "falta" como a extrema direita (ou seja, não fazem falta nenhuma). Ora Portugal não é uma verdadeira democracia porque a extrema esquerda tem muito mais poder que a extrema direita. O entorse na nossa democracia não está no Chega! com 1 deputado eleito, está no PCP e BE com 29 deputados.          Leonardo d'Avintes > Francisco Correia: Numa verdadeira democracia (tradução de " governo popular"), o que faz falta é liberdade e respeito pelas escolhas que o povo faz nas urnas. Tudo o resto são justificações de regimes mais ou menos tutelados por oligarcas.       Joaquim Rodrigues: Sá Carneiro conhecia melhor que ninguém os atavismos da sociedade portuguesa e sabia que, para afrontar o "Sistema" engendrado pelos afilhados de Salazar/Cunhal no pós-25 de Abril, assente no "Estatismo" e "Centralismo", herdados do Estado Novo e preservados no PREC pelo Cunhal, precisava de "um Governo, uma Maioria e um Presidente". Sá Carneiro não foi assassinado por acaso. O Programa Político de Sá Carneiro, de Libertação da Sociedade Civil, Liberalização da Economia, Descentralização Política, desmame “das Oligarquias” da “mama do Orçamento de Estado” e de redução do peso do Estado na economia, mantém plena actualidade. Foi por nunca, em circunstância alguma, mesmo após traições várias, ter abdicado desse programa político, que Sá Carneiro foi assassinado. Hoje, a simbiose entre a “Oligarquia DDT” e os seus gestores de serviço, “as Oligarquias Partidárias”, está muito mais “afinada”, no aproveitamento das oportunidades que o “Centralismo” e “Estatismo” oferecem, depois de terem posto toda a Comunicação Social ao seu serviço. Rui Rio, como o próprio vem constatando, ou "amansa e colabora" ou continua a ser trucidado pela Comunicação Social e vai para o seu lugar o Moedas. A "Refundação" de um Regime verdadeiramente Livre e Democrático em Portugal, onde verdadeiramente haja Liberdade, Democracia, Igualdade de Oportunidades para todos os cidadãos e todo o território, de Norte a Sul do País, passa pelo pensamento político de Sá Carneiro que, ao contrário do que os escribas do Sistema nos querem fazer crer, continua a ter plena actualidade. E aqui o “Chega” não mete prego nem estopa.         Carlitos Sousa: O receio, diria o pavor, que a esquerda revela quando se refere ao Chega! é um excelente sinal. Mostra que o Chega! é uma real ameaça para a continuação da ditadura de esquerda, e para a possibilidade do centro direita voltar ao poder com a ajuda do Chega! Por mim, CHEGA!, se com isso nos livrarmos dos xuxas.       josé maria: A direita portuguesa está dividida entre: 1 - A direita decente de Miguel Poiares Maduro e dos restantes subscritores do Manifesto dos 57, incluindo algums colunistas do Observador, como Alexandre Homem Cristo, Sebastião Bugalho, André Abrantes Amaral, José Diogo Quintela, Pedro Gomes Sanches;  2 - A direita xenófoba e racista do Chega;  3 - A direita cúmplice daqueles que, como Alberto Gonçalves ou Rui Ramos, contemporizam com a direita da versão nº 2 e convivem muito bem com essa contemporização, ou como Cavaco Silva, que até veio aprovar publicamente a coligação do PSD com o Chega.         José Paulo C Castro > josé maria: Esqueceu-se de 4 - a direita que gosta de ver o marxismo encapotado a estrebuchar e que antes se abstinha mas agora acha divertido usar as mesmas armas da esquerda.

Joao Mar > josé maria: "direita racista e xenófoba" no entanto é num governo de esquerda que torturam e assassinam estrangeiros dentro de instalações do Estado. Sem que ministro e primeiro ministro assumam responsabilidades.       Joaquim Moreira: Ninguém melhor que José Milhazes para falar destes rapazes! Na verdade, deste partido, conhece muito bem a sua realidade. E dá-se ao trabalho de ler o Avante, e divulgar afirmações que, pela CS passam despercebidas, quando não são ignoradas ou esquecidas. Pessoalmente, sinto-me perfeitamente à vontade, para dizer que o PCP, é inimigo da liberdade. Até porque concordei que, depois do “25 de Novembro”, não fosse ilegalizado, como defendia muito português, bem informado. O facto de vivermos em democracia e de termos, à EU, aderido, as ideias do PCP não fazem qualquer sentido. A não ser para quem, ao fim de 46 anos de democracia, ainda acredita em tão fanática ideologia. Mas, atenção, ao serem uma influência do poder, encontraram a forma de, na prática, pelo menos uma parte da ideologia, exercer. Graças a este PS, haver! Quanto ao Putin, apenas uma coisa me apetece dizer. Prefiro de longe os USA, mesmo quando Ronald Trump exercia o poder.       Maria Alva: Excelente. A incongruência de Ana Gomes é colossal, já que ela própria militou num partido antidemocrático e anticonstitucionalista, o MRPP. Quanto à Marisa e ao Medina são "rolhas flutuantes" que andam ao sabor das directivas que os chefes lhes mandam fazer.         Luís Rodrigues > Maria Alva: Na juventude muitos de nós somos (fomos) tontos. Mudar de militância é normal. O problema é quando se muda e a tontaria continua.         Joaquim Moreira: Concordo muito com esta análise, no essencial, e agradeço ainda o ter recordado uma parte da história recente de Portugal. Além da evocação, do PCF e das implicações da sua eventual proibição. No caso em análise, julgo que o maior problema reside no facto de, depois do que aconteceu nos Açores, o PS e a outra esquerda, perceberam que vão ter dissabores. Estavam convencidos que o modelo escolhido, depois de eleições terem perdido, não permitia que, tão cedo, a direita lhe causasse qualquer tipo de preocupação ou de medo. Mas ao verificar que há uma solução à direita, há que fazer tudo, começando por tentar reunir a seita. Contando até com alguns inteligentes, ditos de direita. Até porque sabem muito bem que muitos dos eleitores do PS e até do BE, já votaram PSD. E sabem também que alguns eleitores do Chega, já votaram no PCP. Portanto, a principal razão de ser, é sentirem a fugir o seu poder!         Manuel Magalhães: Excelente artigo onde claramente se demonstra a democraticidade (inexistente) nas esquerdas em Portugal, quem não pensa como eles, é acabar com eles...     FME: A entrevista de hoje ao candidato presidencial João Ferreira, e esta crónica do Rui Ramos fizeram-me lembrar uma discussão de 1975, muito interessante, entre dois indivíduos sobre a cooperativa na reforma agrária (pesquisar: excerto do documentário torre bela 1975 qual é o valor da tua ferramenta). Pois, parece que voltamos ao mesmo. Catarina Martins ontem falou sobre uma requisição civil aos serviços de saúde privados para ficarem sobre o domínio da cooperativa SNS. Mas na realidade, a questão não está no valor da ferramenta, mas sim, na lavagem cerebral que as esquerdas continuam a praticar. Pegamos neste documentário, fazemos algumas actualizações e estamos em 2020, com Medina, Ana Gomes, Marisa Matias e obviamente Catarina Martins no papel do “revolucionário” que diz: “… isto não é teu, nem é meu nem é deste, é da cooperativa!” O homem que não quer entregar a ferramenta à cooperativa, porque, precisa dela para trabalhar, representa a social democracia e a direita em Portugal. Mas a esquerda ganhou a discussão. Hoje a grande cooperativa é o Estado que nos leva tudo o que temos, e que depois distribuiu a seu belo prazer pelos apoiantes da cooperativa! Uma cooperativa gigantesca que depois não consegue dar resposta no SNS e lá precisa de mais ferramentas, de todas as ferramentas! Mas a cooperativa não funciona. Portugal está mais pobre, cada vez mais pobre!        F A: Um raro artigo que explica os primeiros tempos pós 25 de Abril, em que muita gente boa e séria foi presa sem direitos. Havia mais presos Políticos alegadamente de direita , nos meses seguintes ao 25 Abril, do que quando o 25 de Abril ocorreu. Artigos como este devidamente divulgados como serviço Público         Adelino Lopes: Análise simples e óbvia do Rui Ramos. Só acrescento um pequeno detalhe: o povo precisa de festas para beber uns copos e ficar alegre. E como sabemos, os copos não servem apenas para festejar; também servem para fazer esquecer, distrair, etc, etc. Será esta a justificação à volta da ilegalização do Chega? Talvez sim, ou talvez não. Às tantas jogam na divisão dos votos do PSD. Enfim, jogadas políticas dos políticos profissionais da nossa praça. O que lhes interessa é manterem-se no poder. O povo que se “divirta”.       VICTORIA ARRENEGA: Excelente crónica.       José Pinto de Sá: Excelente texto, recorrendo à História que alguns se esforçam tanto por reescrever! Uma pequena correcção: a 25 de Abril de 1974 os presos políticos não eram 85 em Caxias e 43 em Peniche (totalizando 128), mas sim 86 em Caxias (82) e no seu Hospital (4), 9 no Porto, e 36 em Peniche, totalizando 131. Claro que a diferença é residual. A partir do 28 de Setembro de 1974 os números dispararam, e em Caxias, por exemplo, onde antes estavam 4 presos por cela, passaram a estar 11 e 12, tendo sido montados beliches para o efeito.       JB Dias: Dentro de um "socialista", seja em que versão seja, existe sempre um espírito totalitário pronto a saltar à primeira oportunidade ... Lembrem-se quando for hora de votar.     Antonio Sousa Branco: Boa crónica. Excelente argumentação, que desmonta por completo e faz um paralelo, entre os que actualmente se julgam os "donos da democracia", e aqueles que em 1974/75, como o PCP, Vasco Gonçalves, o MFA e restantes extremistas avulso, que certificavam quem eram os "bons e os tenebrosos fascistas". Então, como agora, apesar de mais polidos e com novas roupagens, estes " iluminados democratas", convivem muito mal com a diferença.

 

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