Os actos referidos, mas também a tessitura de um texto onde o ódio ofusca o antigo sentido de humor, pese embora a justeza dos dados, toldando os ares deste país, como covid descontrolada.
Por morrer um ucraniano não acaba o dr. Costa /premium
O dr. Costa é um catálogo rechonchudo
de vícios. Em simultâneo, exibe uma espécie de virtude: não se importa de ser
assim. E, misteriosamente, poucos se importam que ele o seja.
OBSERVADOR, 12 dez
2020, 00:372
Parece
que a directora do SEF, que se demitiu nove meses após o assassínio, sob a sua
responsabilidade, de um cidadão ucraniano, vai para Londres ganhar 12 mil
euros/mês num cargo criado à medida. É um castigo
justo. Ou o castigo possível num regime
onde as infracções têm consequências um bocadinho desiguais. Se um sujeito não
pagar as dívidas ao fisco, o sujeito está desgraçado. Se uma socialista com
funções relevantes no Estado assobiar após a tortura cobarde e fatal de um
homem, quem se desgraça é este: a socialista avança três casas para um emprego
airoso a cuidar dos portugueses que vivem no Reino Unido, urgentemente
carecidos dos cuidados dela. Enquanto não fechar os olhos a um genocídio entre
a comunidade, a dona Cristina Gatões ficará descansada por lá. Em caso de genocídio, o
importante é que não apareça nas notícias. Se aparecer, o PS arranjará maneira
de punir devidamente a senhora.
Num país de sonho, a dona
Cristina Gatões, os inspectores psicopatas e os colegas que calaram o
crime seriam entregues na fronteira ucraniana à família alargada do falecido e
à claque do Dínamo de Kiev. O ministro da Administração Interna estaria no olho
da rua, sem perspectivas de integração no mundo civilizado. E o governo cairia
com estrondo nas sondagens e depois literalmente.
Num
país digno, a dona Cristina Gatões sairia do SEF para um tribunal, e não para
exercer direito. O dr. Cabrita voltaria a tirar fotocópias no Largo do Rato. E
o próprio governo teria de patrocinar imensa “publicidade institucional” para
escapar do escrutínio dos “media”, embora não escapasse do escrutínio dos
eleitores.
No
beco esconso em que se enfiou Portugal, a dona Cristina Gatões segue para o
Harrods, o dr. Cabrita implementa um “botão de pânico” para que os torturados
possam desopilar antes do coma, e o governo nem é beliscado no processo. O presidente da República, que finta o
“recolhimento” para ocupar confeitarias, profere umas banalidades sobre o assunto,
tão tardias que o humilham. Os “activistas” do costume
manifestam-se no Rossio contra a polícia americana e a opressão israelita. Os
“media” discutem o racismo de um árbitro da Transilvânia. O coordenador do
plano de vacinação anuncia a uma nação ansiosa o apoio à candidatura presidencial
de uma leninista. O adjunto
da dona Cristina Gatões, que por acaso tutelava o centro provisório onde se
martelou o ucraniano, sobe a director. E
a viúva de Ihor Homeniuk, que pagou a transladação do cadáver,
compreensivelmente não entende o que aconteceu, nem a barbárie organizada que
passa por normal neste cantinho da Europa.
O episódio mostra três coisas. A
primeira é a inutilidade dos proverbiais pedidos de demissão, com que a
oposição indígena finge fazer oposição. Os
pedidos eram inúteis em democracia e são ofensivamente ridículos no sistema
sombrio em que vivemos. Como as “personalidades” em questão são
profundamente irrisórias, peúgas com olhos cujo currículo se esgota
nos serviços prestados à causa socialista, é escusado enxotá-las do “trabalho”
que desempenham. No máximo, consegue-se promover a peúga com olhos a um
“trabalho” mais bem remunerado e promover a peúga com olhos seguinte ao
“trabalho” da anterior. No
máximo, os resmungos em curso para enxotar o dr. Cabrita vão colocar o herói
das golas antifumo numa prateleira de “prestígio”, a troco de outra criatura de
semelhante grandeza moral. Provas da grandeza? A criatura será convidada a
integrar o presente governo; a criatura aceitará.
A segunda coisa evidenciada pelo homicídio de Ihor Homeniuk é a desumanidade dos senhores que mandam. Não é um
fenómeno novo. A desumanidade foi flagrante em Pedrógão, é absoluta face aos
doentes abandonados em prol da salvação do SNS e é vasta para com aqueles que
as brincadeiras do “confinamento” arruinaram. Ihor Homeniuk é só um exemplo,
para cúmulo singular e “remoto”, dos esforços a que esta gente se dá para que
as mortes alheias não lhes perturbem a popularidade. As mortes propriamente
ditas merecem-lhes radical indiferença: o eventual custo eleitoral das mortes é
motivo para reuniões alvoroçadas de modo a controlar os “danos”.
Para
felicidade dessa deplorável gente, o custo sai barato e os danos nunca são
graves. A terceira coisa demonstrada pelo tristíssimo fim do
ucraniano é a impunidade dos socialistas no
poder. Nem falo das tramóias, dos compadrios, dos saques, das falências.
Fiquemos pelo essencial: por fogo, negligência, decreto ou pancadaria, os
cidadãos vão tombando sem que algum dos culpados directos, indirectos ou
simbólicos pague por isso. Não há, nos culpados, sequer uma alminha a sofrer
uma pequenina fracção do que sofreram as pessoas que morreram e as pessoas que
as choraram. E a alminha que realmente conta passeia incólume, risonho e
luzidio pela destruição que semeia, habilidade aperfeiçoada à época em que era
a sombra do “eng.” Sócrates.
Engraçado. A alminha sobreviveu a esse governo por não ser o respectivo
líder, e safa-se no actual por sê-lo. Na altura,
não tinha obrigação de saber. Agora, não tem obrigação de saber. E tinha. E tem.
Esqueçam a sujeita do SEF, o balofo das golas, a Martinha chorosa e restantes
descartáveis sem autonomia nem interesse. Essas nulidades não caem do céu,
caem do PS e obedecem a um único indivíduo. O indivíduo que, além do
empobrecimento material a galope, inspira uma pobreza de espírito sem grandes
precedentes na nossa sociedade dá pelo nome de António Costa.
O dr. Costa é um catálogo rechonchudo de vícios. Em simultâneo, exibe
uma espécie de virtude: não se importa de ser assim. E,
misteriosamente, poucos se importam que ele o seja. O dr.
Costa não precisa de testar a Covid, dado que nada lhe pega. Aliás, já testou
ameaças públicas a um velhinho e as repercussões foram nulas (excepto para o
velhinho, logo desmascarado como um “facho”). Ao dr. Costa os portugueses
toleram tudo. Desvairada e genuinamente, muitos portugueses até o respeitam.
Mas convém os portugueses não se convencerem que a inversa é verdadeira: o dr.
Costa respeita-os tanto quanto respeitou Ihor Homeniuk, que há nove silenciosos
meses morreu sozinho num lugar estranho – para ele e, cada vez mais, para mim.
SERVIÇO DE ESTRANGEIROS E FRONTEIRAS POLÍCIA SEGURANÇA SOCIEDADE ANTÓNIO COSTA POLÍTICA IMIGRAÇÃO MUNDO
COMENTÁRIOS:
Sofia Padrão: Os governantes
têm que ser responsabilizados por terem esperado 9 meses para começarem a agir,
como está provado.
eduardo oliveira: Pobre país
este que demonstra merecer os governantes que tem. Estamos literalmente lixados por estes socialistas que
se governam a si próprios e aos seus amiguinhos e clientelas. Venha lá mais uma bancarrota que a culpa é do Passos...
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