Com muita argumentação e exemplificação,
varrendo a História, a ironia carregando sobre uma tonta rotulação antitética
de “democracia iliberal”, imposta por uma esquerda que se acha liberal,
naturalmente, a uma direita que é o contrário disso na opinião daquela, embora
calce a mesma chinela democrática que é o que está a dar hoje em dia. Nem os
exemplos das falcatruas do governo de Maduro e tantos mais, são motivo forte
para inverter toda uma bagunça politiqueira de quem tomou as rédeas na mão, que
é assim que se está bem, a debitar sentimentos de humanidade, com rédeas, sentimentos
que mais ninguém tem, desses iliberais na berlinda, segundo os liberais do
poder. E Jaime Nogueira Pinto assim se
diverte e vai acumulando exemplos, desde os primórdios dessa sua história de ontem
que descambou na de hoje, e mais uma vez nos mostra ao que nós chegámos e em
que pé estamos. Ao que parece, de boa saúde e sem querelas de maior, contra
esses factos para que não há argumentos, a não ser desta forma sapientemente e
graciosamente expressa, para melhor enfiarmos a carapuça, tapando os olhos e a
razão, no comodismo do far niente….
Democracias iliberais /premium
Foi Lenine, o grande reformador
humanitário, que escreveu que a liberdade era uma coisa tão preciosa que devia
ser racionada... procedendo desde logo ao seu racionamento.
JAIME NOGUEIRA
PINTO
OBSERVADOR, 11 dez
2020
Andam a classe
académico-mediática e parte da classe política muito preocupadas com a “democracia iliberal” – na Hungria, na Polónia, nos Estados
Unidos de
Trump, no
Brasil de sonaro
e até no
Reino Unido de Boris
Johnson, entre outros locais do
globo, aparentemente infectados pelo novo vírus.
E como toda a
“democracia iliberal” é de direita, ou melhor, de extrema-direita (ou
assim o diz um coro de cidadãos vigilantes das mais diversas mas sempre
democráticas proveniências), a “direita-moderada” tende a pôr máscara que a esquerda vivamente aconselha aos grupos de risco. E faz-se também
vigilante; atentíssima aos virais desvios iliberais ou às ameaçadoras derivas
antidemocráticas que lhe chegam sempre e só da direita.
E é bom que se faça vigilante e que esteja atenta, até
porque não vivemos ainda numa democracia plena, numa
democracia liberal e madura, como a da Venezuela, por exemplo. Ali, no último Domingo, 6 de Dezembro,
realizaram-se eleições parlamentares. Na Assembleia legislativa, que agora
terminou o mandato, a oposição tinha 112 lugares em 167; estava, portanto, em
maioria, o que, não impedindo a marcha da democracia liberal
chavista-madurenha, constituía um desnecessário estorvo – pelo que o Presidente
Maduro, para continuar a levar por diante uma obra humanitária que já obrigou
cinco milhões de ingratos venezuelanos a abandonar o país (capitalistas,
reaccionários e proto-fascistas), se viu forçado a ampliar mais ainda as já
amplas liberdade democráticas venezuelanas, aumentando o número de deputados
para 277. E o facto de se terem abstido
70% dos eleitores só veio provar uma de duas coisas: ou que os fascistas que
ainda não abandonaram o país continuam a boicotar a democracia; ou que o bom
povo progressista não necessita já de ir às urnas porque deposita nas sábias
mãos de Maduro a boa condução da democracia liberal.
Interrupção Involuntária da Liberdade de Expressão
Outra forma a que recorrem os
direitistas iliberais, jurados inimigos da liberdade, do progresso e da
humanidade, é a disseminação de fake-news
e de “mensagens de ódio”. E perante isto, o que pode a Esquerda liberal fazer senão, de coração partido, optar pela
Interrupção Involuntária da Liberdade de Expressão?
Foi o que a maioria progressista que governa em Madrid
se viu forçada a fazer, ao aprovar no Congresso dos Deputados uma proposta de
lei do Unidas
Podemos para “facilitar o controlo e a
eliminação” das “mensagens de ódio” que a direita divulga nas redes sociais. Uma lei que, ao contrário
do que pretende a direita do Vox, do Partido Popular e do Ciudadanos, secundada
por alguns cronistas mais reaccionários, nada tem que ver com o Exame Prévio, esse
nefasto instrumento da ditadura franquista e salazarista, já que é de defesa
liberal da verdade contra a iliberal propagação da falsidade que se trata. E, de resto, compará-la
à Censura Prévia é já pura
desinformação, até porque a “expressão” – caso se afigure deficiente ou
incompatível com a vida em democracia liberal – não é previamente amordaçada:
só é interrompida depois de gerada ou emitida.
O mote já tinha sido dado na democrática e liberal América do Norte, quando o Twitter
e o Google interromperam a
circulação de certas notícias ou descontinuaram mensagens falsas e opiniões
perigosas para a democracia, como as do Presidente Donald Trump e de outros iliberais. Isto sem nunca recorrer à censura prévia, já que só depois de
examinados cuidadosamente os conteúdos, com isenção esclarecida e em prol da
verdade, pôde o capital que hoje açambarca e domina as novas formas de imprensa
proceder à interrupção da liberdade de expressão. O
pragmático Lenine ter-se-ia orgulhado dos novos híper-capitalistas, festejando
a janela de oportunidade aberta pelo estranho facto de parte dos
arqui-milionários do high-tech padecerem
agora de versões pós-modernas da “doença infantil do comunismo”.
Ideias que
matam
É bom recordar Vladimir Illich Ulianov, até porque estamos num tempo em que vai ser preciso
estar atento às palavras e aos seus autores. E foi o democrático Lenine, o
grande reformador humanitário, que, na sua infatigável luta “por uma sociedade
mais justa” escreveu que “as ideias” eram “mais letais que as armas”. Daí as
suas justas e prudentes palavras sobre a liberdade: “A liberdade é uma coisa
tão preciosa que devia ser racionada”. E com a sua habitual rapidez em juntar o
pensamento à acção, a palavra à execução, logo tratou de a racionar nos
primeiros dias após a tomada do poder na Rússia. E quanto à liberdade de
imprensa, já avisara:
“A liberdade de imprensa é também uma das
principais palavras de ordem da ‘democracia pura’. Os operários sabem e os
socialistas de todos os países reconheceram-no milhares de vezes, que esta
liberdade é um engano enquanto as melhores impressoras e os stocks de papel
forem açambarcados pelos capitalistas, e enquanto subsistir o poder do capital
sobre a imprensa”.
Foi de acordo com estes elevados princípios que, em 27
de Outubro de 1917 (9 de Novembro pelo novo calendário), dois dias depois da
queda do Palácio de Inverno, o Conselho dos Comissários do Povo da República
Russa emitiu um decreto sobre a liberdade de imprensa, a verdadeira liberdade
de imprensa, a que devia, antes de mais, aniquilar os “inimigos da liberdade”; ou, pelo
menos, retirar-lhes os seus perigosos instrumentos.
Assim o fizeram os Bolcheviques, seguindo as sábias palavras do grande
combatente da verdade (recentemente, e oportunamente, lembradas à nossa, por
vezes infantilizada, descuidada e distraída, esquerda doméstica).
E antes que
os capitalistas recorressem às suas fake
news, às suas mensagens de ódio e às suas maquiavélicas artes de
sabotagem, requisitaram tipografias, edifícios, máquinas e stocks de papel. Alguns jornais
da oposição ainda estrebucharam, conseguindo fazer sair alguns números, mas em
Julho de 1918 o assunto estava resolvido.
É claro que, como o Mal e a
Reacção nunca desarmam, alguns destes capitalistas e aristocratas,
juntamente com os intelectuais e jornalistas seus serventuários, escaparam da
Rússia para a Europa Ocidental, onde prosseguiram as suas maquinações contra a
verdadeira liberdade de imprensa e contra as outras verdadeiras liberdades que
a democracia liberal soviética estava então a instalar.
Em duas semanas, a nova
polícia política, a Tcheka, matou mais que a Okhrana czarista em 37 anos.
LIBERDADES SOCIEDADE LIBERDADE DE EXPRESSÃO LIBERDADE DE IMPRENSA COMUNISMO POLÍTICA
COMENTÁRIOS:
maco mape: magistral. José Pinto de Sá: De facto o melhor é brincar com isto. Manuel Magalhães: A ironia também serve bem para desmascarar a podridão
de certas “democracias”, pena é que a daqui os nossos vizinhos já esteja nesse
caminho que a nossa, pelo menos em tentação, lhe queira seguir os passos... advoga
diabo: Juntar as palavras democracia e iliberal
exige muita boa vontade, recorrer a Lenine para defender Orban é
"enterrar" o húngaro! josé
maria > advoga diabo: Trump
e Lukashenko parece que também passaram a rimar muito bem... Fernando
SILVA > josé maria: Destes
dois, o único que é efectivamente um ditador, que impede a existência de uma
democracia e o exercício das liberdades politicas no seu pais, é mesmo
Lukashenko. Acresce que a
filiação ideológica neo-comunista de Lukashenko tem muito mais a ver com o «progressismo»
de esquerda que o josé maria aqui tão bem representa e nada a ver com a
área politica, de uma certa direita «conservadora», em que se situa Trump. Fernando SILVA > josé maria: Trump foi e é acusado por alguns de ser um antidemocrata
mas a verdade é que durante os anos do seu mandato não promoveu nem tomou
medidas politicamente iliberais nem impediu o normal funcionamento da
democracia. Trump até pode ter muitos defeitos, e tem certamente, até pode
defender e aplicar politicas que são discutíveis e criticáveis, e eu próprio
não sou um incondicional, mas Trump não foi nem é um «fascista», com um
projecto iliberal e anti-democrático. Fernando
SILVA > josé maria: O «politicamente correcto» procurou associar Trump à
produção das chamadas «fake news». Admitamos que por vezes Trump tratou certos factos com
uma certa ligeireza ou mesmo alguma deformação. Mas não teve de modo nenhum
esse exclusivo. A esmagadora maioria dos homens políticos, de todas as áreas,
uns menos outros mais, não está isenta desta tentação e prática. Sobretudo
aqueles que se situam no campo oposto, o das esquerdas, do «progressismo», do
«politicamente correcto». E muito em especial aqueles que se destacaram no
anti-Trumpismo militante. Tanto é assim que uma das maiores «fake news» destes
últimos anos foi o anúncio de que Trump na presidência dos EUA iria ameaçar e
comprometer as liberdades, o Estado de Direito e a Democracia. Para além, claro
está, de dar cabo da paz mundial e de outras veneradas «conquistas da
humanidade»... Acontece que nada disto sucedeu na realidade. Mesmo assim ainda
há muitos que continuam e que continuarão para sempre a dizer que foi o caso.
Dificilmente se pode fazer melhor em matéria de «fake», «realidades
alternativas», negacionismo e manipulação Lúcio Cornélio: Jaime Nogueira Pinto num
registo irónico que lhe não é frequente nos artigos e livros que tão bem
escreve. Faz bem; nos tempos que correm, em tempos onde os valores se medem -
só - por cifrões, os conceitos andam às cambalhotas e as palavras significam
aquilo e o seu contrário, a verrina é de rigor e esperemos não vir a ter de
defender a Liberdade, a verdadeira, de forma bem mais vigorosa. P.S. dirigido a JNP: graças aos seus escritos
descobri - infelizmente só agora - Sir Roger Scruton, falecido precocemente em Janeiro último. No entanto,
nunca é tarde. Muito obrigado. SPARTA josé maria: Papa Francisco, o grande
reformador humanitário… Tanto
na propaganda dalguns regimes políticos populistas como na leitura de
abordagens económico-liberais, defende-se que é preciso evitar a todo o custo a
chegada de pessoas migrantes. Simultaneamente argumenta-se que convém limitar a
ajuda aos países pobres, para que toquem o fundo e decidam adoptar medidas de
austeridade. Não se dão conta que, atrás destas afirmações abstractas difíceis
de sustentar, há muitas vidas dilaceradas. Muitos fogem da guerra, de
perseguições, de catástrofes naturais. Outros, com pleno direito, «andam à
procura de oportunidades para si e para a sua família. Sonham com um futuro
melhor, e desejam criar condições para que se realize Fidelli
Tutti Fernando
SILVA > josé maria: Os Papas também dizem disparates … Sobretudo quando saem do que deveria ser o seu
domínio, a religião, e falam de política … O Papa Francisco, que é certamente
uma pessoa simpática e bem intencionada e que contribui pela sua magistratura
para a melhoria da condição de muita gente no mundo, católicos e não apenas,
tem sido um bom (mau) exemplo … como esta citação que o josé maria faz bem
demonstra. Já agora, a propósito do Papa Francisco ser um «grande reformista
humanista», suponho que o josé maria também se sente em forte sintonia com as
posições da Igreja por ele dirigida sobre toda uma série de assuntos humanos,
como sejam, o casamento, o aborto, a eutanásia, a sexualidade, a homo e a
transsexualidade, etc, etc. josé
maria > Fernando SILVA: Aqui tem mais com que se
entreter Ainda por cima, «nalguns países de
chegada, os fenómenos migratórios suscitam alarme e temores, frequentemente
fomentados e explorados para fins políticos. Assim se difunde uma mentalidade
xenófoba, de clausura e retraimento em si mesmos» Os migrantes não são
considerados suficientemente dignos de participar na vida social como os
outros, esquecendo-se que têm a mesma dignidade intrínseca de toda e qualquer
pessoa. Consequentemente, têm de ser eles os «protagonistas da sua própria
promoção». Nunca se dirá que não sejam humanos, mas na prática, com as decisões
e a maneira de os tratar, manifesta-se que são considerados menos valiosos,
menos importantes, menos humanos. É
inaceitável que os cristãos partilhem esta mentalidade e estas atitudes,
fazendo às vezes prevalecer determinadas preferências políticas em vez das
profundas convicções da sua própria fé: a dignidade inalienável de toda a
pessoa humana, independentemente da sua origem, cor ou religião, e a lei
suprema do amor fraterno. Papa Francisco, Fratelli Tutti Fernando SILVA > José maria: Demagogia fácil e irresponsável
que contribui mais para agravar do que para resolver e minorar os problemas que
afectam a condição humana, a começar pelos próprios migrantes! Maria
Alva: Elegante ironia num excelente texto.
Parabéns. Jose Lima: Obrigado! Voz única e solitária: Jaime Nogueira Pinto! José Roque: muito bem, todavia é pena que
só veja do olho direito, porque se se desse ao trabalho de analisar, com
idêntico sarcasmo, as "maravilhas" anticomunistas de Hitler,
Mussolini, Pinochet, generais brasileiros e coronéis gregos, iria ver que não
lhe faltaria material para mais uns artigos, aos quais se aplicaria ipsis
verbis o que aqui escreveu. Luis Teixeira-Pinto > José Roque: Fala de Hitler e Mussolini como se fossem de direita,
eles que são o exemplo mais evidente das torpezas de que a esquerda é capaz.O
Nacional-Socialismo, habilmente rotulado de nazismo, um palavrão que nada
significa, Partido dos Trabalhadores Alemães, Wolkswagen - literalmente Carro
do Povo, o ateísmo militante, a recusa da propriedade privada, a omnipresença
do Estado em todos os aspectos da vida, fazem do Nacional Socialismo o mais
horrível dos socialismos, agravado pela dureza de ser Alemão (com tudo o que
isso tem de rigor, exigência, imposição e violência). Mussolini tinha uma visão
mais suave, talvez até romântica e por isso saiu da Internacional em zanga com
a comunada toda. Mas ambos são quase uns santos ao pé de Staline, Mao-Tse-Tung
ou Pol Pot.Pretender ligar Hitler e Mussolini à direita é não só um tremendo de
um disparate, mas uma intenção descarada e mal intencionada de branquear a
esquerda e as suas malfeitorias. Carlos Soares: O rolo compressor do
socialismo/comunismo continua a esmagar a democracia liberal de forma astuta e
maquiavélica. E todos aqueles que se erguem contra essa distopia enfrenta
imediatamente a censura nas suas hostes previamente manipuladas e a maioria da
imprensa que actua como se fora um muro mental insuperável. Matinha
da Mata 007: Infelizmente é para onde
caminhamos: para as “democracias” (no papel) Soviéticas. O Comunismo voltou em
força e está-se a instalar em todas as antigas democracias Ocidentais.
Caminhamos para a escravidão total. Martelo de Belem ....: Excelente texto. Obrigado Antes
pelo contrário: "Liberal", é uma palavra que devia ser banida do léxico político,
pois encontra-se contaminada pelas variadas e díspares interpretações e
acepções que teve ao longo dos tempos. Tem tantos significados, que deixou de significar alguma coisa: é apenas
um calhau político e linguístico que ocupa espaço.
Mas admitindo que estão a usar esse adjectivo no sentido de
"politicamente correcto", o que seria o contrário da acepção que
julgam ter a palavra - pois se "liberal" fosse sinónimo de flexível,
não deveria servir para estabelecer uma norma - ou sendo interpretado como
"democrático", seria um contra-senso apelidar de "liberal"
- ou de "iliberal" - uma democracia, pois a democracia sendo a
expressão da vontade de um povo, não deve ser classificada de acordo com padrões
de liberalidade... e penso que demonstrei o meu 1º parágrafo... ...ao
analisarmos a situação, nenhuma das democracias que se regem por constituições
e têm governos legalmente eleitos, que governem de acordo com a legislação e
com essas constituições, pode ser classificada nem de "liberal", nem
de "Iliberal", pois é apenas um Estado de Direito. Já a UE, cujos
dirigentes são escolhidos por cooptação, cujo parlamento tem poderes limitados,
e deputados por eleição "regional", uma vez que os cidadãos não podem
votar directamente nos grandes partidos europeus, mas apenas nos partidos que
existem no seu próprio país, com uma Comissão com agenda própria, e com
instituições que além de fracamente ou nada representativas, se deixam
pressionar internamente, à margem de qualquer consideração ou funcionamento
democrático, por um Estado-membro que é a Alemanha... ...nem é um Estado de
Direito, nem uma Democracia. É uma coisa inexplicável. Talvez "democracia
iliberal", seja de facto o que ela é... Maria Nunes: Excelente como sempre. Obrigada
JNP. Alberto
Sérgio Sousa: Excelente o parágrafo venenoso sobre Boaventura Sousa Santos... Esse
paladino de ditaduras! Disfarçadas de liberdade.... Manuel Vilhena: A ironia sempre foi uma das
minhas “armas” preferidas. Aqui a sua utilização está maravilhosa. Maravilha. Adelino
Lopes: Brilhante, mais uma vez. Só
quem nunca viveu (pouco tempo) num país comunista, ou quem não acompanhou a
instalação do socialismo do Mitterrand em França, ou quem não acompanha esses movimentos
(antifas, cancel culture, etc) americanos é que não sabe que os
progressistas não toleram a liberdade individual e a democracia. Carlos
Quartel: O objectivo nunca foi educar as
massas, foi dominá-las. Com energia e afinco, dobrando vontades e aterrorizando.
O terror não era resultado de ódio, era um método eficaz de manter o rebanho
controlado. A isso junta-se o controlo da informação, a doutrinação permanente,
a venda da nossa verdade, todos os dias , a todas as horas. Quem não entender a mensagem, Sibéria ou tiro na
nuca. Com alguns deslizes nessa frieza repressiva. Quando Trotsky diz que vai
esperar pelo Inverno para ir "caçar como perdizes" os marinheiros
revoltados, mostrou alguma emoção e muito ódio. Mas foi um episódio isolado, a
frieza do funcionário era a regra.. Matava-se das 9 às 5, a quantidade
recomendada e depois ia-se para casa jantar, com a mulher e os filhos ....
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