sábado, 12 de dezembro de 2020

Tese, antítese, demonstração


Com muita argumentação e exemplificação, varrendo a História, a ironia carregando sobre uma tonta rotulação antitética de “democracia iliberal”, imposta por uma esquerda que se acha liberal, naturalmente, a uma direita que é o contrário disso na opinião daquela, embora calce a mesma chinela democrática que é o que está a dar hoje em dia. Nem os exemplos das falcatruas do governo de Maduro e tantos mais, são motivo forte para inverter toda uma bagunça politiqueira de quem tomou as rédeas na mão, que é assim que se está bem, a debitar sentimentos de humanidade, com rédeas, sentimentos que mais ninguém tem, desses iliberais na berlinda, segundo os liberais do poder. E Jaime Nogueira Pinto assim se diverte e vai acumulando exemplos, desde os primórdios dessa sua história de ontem que descambou na de hoje, e mais uma vez nos mostra ao que nós chegámos e em que pé estamos. Ao que parece, de boa saúde e sem querelas de maior, contra esses factos para que não há argumentos, a não ser desta forma sapientemente e graciosamente expressa, para melhor enfiarmos a carapuça, tapando os olhos e a razão, no comodismo do far niente….

 

Democracias iliberais /premium

Foi Lenine, o grande reformador humanitário, que escreveu que a liberdade era uma coisa tão preciosa que devia ser racionada... procedendo desde logo ao seu racionamento.

JAIME NOGUEIRA PINTO

OBSERVADOR, 11 dez 2020

Andam a classe académico-mediática e parte da classe política muito preocupadas com a “democracia iliberal” – na Hungria, na Polónia, nos Estados Unidos de Trump, no Brasil de sonaro e até no Reino Unido de Boris Johnson, entre outros locais do globo, aparentemente infectados pelo novo vírus.

E como toda a “democracia iliberal” é de direita, ou melhor, de extrema-direita (ou assim o diz um coro de cidadãos vigilantes das mais diversas mas sempre democráticas proveniências), a “direita-moderada” tende a pôr máscara que a esquerda vivamente aconselha aos grupos de risco. E faz-se também vigilante; atentíssima aos virais desvios iliberais ou às ameaçadoras derivas antidemocráticas que lhe chegam sempre e só da direita.

E é bom que se faça vigilante e que esteja atenta, até porque não vivemos ainda numa democracia plena, numa democracia liberal e madura, como a da Venezuela, por exemplo. Ali, no último Domingo, 6 de Dezembro, realizaram-se eleições parlamentares. Na Assembleia legislativa, que agora terminou o mandato, a oposição tinha 112 lugares em 167; estava, portanto, em maioria, o que, não impedindo a marcha da democracia liberal chavista-madurenha, constituía um desnecessário estorvo – pelo que o Presidente Maduro, para continuar a levar por diante uma obra humanitária que já obrigou cinco milhões de ingratos venezuelanos a abandonar o país (capitalistas, reaccionários e proto-fascistas), se viu forçado a ampliar mais ainda as já amplas liberdade democráticas venezuelanas, aumentando o número de deputados para 277. E o facto de se terem abstido 70% dos eleitores só veio provar uma de duas coisas: ou que os fascistas que ainda não abandonaram o país continuam a boicotar a democracia; ou que o bom povo progressista não necessita já de ir às urnas porque deposita nas sábias mãos de Maduro a boa condução da democracia liberal.

Interrupção Involuntária da Liberdade de Expressão

Outra forma a que recorrem os direitistas iliberais, jurados inimigos da liberdade, do progresso e da humanidade, é a disseminação de fake-news e de “mensagens de ódio”. E perante isto, o que pode a Esquerda liberal fazer senão, de coração partido, optar pela Interrupção Involuntária da Liberdade de Expressão?

Foi o que a maioria progressista que governa em Madrid se viu forçada a fazer, ao aprovar no Congresso dos Deputados uma proposta de lei do Unidas Podemos para “facilitar o controlo e a eliminação” das “mensagens de ódio” que a direita divulga nas redes sociais. Uma lei que, ao contrário do que pretende a direita do Vox, do Partido Popular e do Ciudadanos, secundada por alguns cronistas mais reaccionários, nada tem que ver com o Exame Prévio, esse nefasto instrumento da ditadura franquista e salazarista, já que é de defesa liberal da verdade contra a iliberal propagação da falsidade que se trata. E, de resto, compará-la à Censura Prévia é já pura desinformação, até porque a “expressão” – caso se afigure deficiente ou incompatível com a vida em democracia liberal – não é previamente amordaçada: só é interrompida depois de gerada ou emitida.

O mote já tinha sido dado na democrática e liberal América do Norte, quando o Twitter e o Google interromperam a circulação de certas notícias ou descontinuaram mensagens falsas e opiniões perigosas para a democracia, como as do Presidente Donald Trump e de outros iliberais. Isto sem nunca recorrer à censura prévia, já que só depois de examinados cuidadosamente os conteúdos, com isenção esclarecida e em prol da verdade, pôde o capital que hoje açambarca e domina as novas formas de imprensa proceder à interrupção da liberdade de expressão. O pragmático Lenine ter-se-ia orgulhado dos novos híper-capitalistas, festejando a janela de oportunidade aberta pelo estranho facto de parte dos arqui-milionários do high-tech padecerem agora de versões pós-modernas da “doença infantil do comunismo”.

Ideias que matam

É bom recordar Vladimir Illich Ulianov, até porque estamos num tempo em que vai ser preciso estar atento às palavras e aos seus autores. E foi o democrático Lenine, o grande reformador humanitário, que, na sua infatigável luta “por uma sociedade mais justa” escreveu que “as ideias” eram “mais letais que as armas”. Daí as suas justas e prudentes palavras sobre a liberdade: “A liberdade é uma coisa tão preciosa que devia ser racionada”. E com a sua habitual rapidez em juntar o pensamento à acção, a palavra à execução, logo tratou de a racionar nos primeiros dias após a tomada do poder na Rússia. E quanto à liberdade de imprensa, já avisara:

“A liberdade de imprensa é também uma das principais palavras de ordem da ‘democracia pura’. Os operários sabem e os socialistas de todos os países reconheceram-no milhares de vezes, que esta liberdade é um engano enquanto as melhores impressoras e os stocks de papel forem açambarcados pelos capitalistas, e enquanto subsistir o poder do capital sobre a imprensa”.

Foi de acordo com estes elevados princípios que, em 27 de Outubro de 1917 (9 de Novembro pelo novo calendário), dois dias depois da queda do Palácio de Inverno, o Conselho dos Comissários do Povo da República Russa emitiu um decreto sobre a liberdade de imprensa, a verdadeira liberdade de imprensa, a que devia, antes de mais, aniquilar os “inimigos da liberdade”; ou, pelo menos, retirar-lhes os seus perigosos instrumentos.

Assim o fizeram os Bolcheviques, seguindo as sábias palavras do grande combatente da verdade (recentemente, e oportunamente, lembradas à nossa, por vezes infantilizada, descuidada e distraída, esquerda doméstica). E antes que os capitalistas recorressem às suas fake news, às suas mensagens de ódio e às suas maquiavélicas artes de sabotagem, requisitaram tipografias, edifícios, máquinas e stocks de papel. Alguns jornais da oposição ainda estrebucharam, conseguindo fazer sair alguns números, mas em Julho de 1918 o assunto estava resolvido.

É claro que, como o Mal e a Reacção nunca desarmam, alguns destes capitalistas e aristocratas, juntamente com os intelectuais e jornalistas seus serventuários, escaparam da Rússia para a Europa Ocidental, onde prosseguiram as suas maquinações contra a verdadeira liberdade de imprensa e contra as outras verdadeiras liberdades que a democracia liberal soviética estava então a instalar.

Em duas semanas, a nova polícia política, a Tcheka, matou mais que a Okhrana czarista em 37 anos.

LIBERDADES  SOCIEDADE  LIBERDADE DE EXPRESSÃO  LIBERDADE DE IMPRENSA  COMUNISMO  POLÍTICA

COMENTÁRIOS:

maco mape: magistral.      José Pinto de Sá: De facto o melhor é brincar com isto.    Manuel Magalhães: A ironia também serve bem para desmascarar a podridão de certas “democracias”, pena é que a daqui os nossos vizinhos já esteja nesse caminho que a nossa, pelo menos em tentação, lhe queira seguir os passos... advoga diabo: Juntar as palavras democracia e iliberal exige muita boa vontade, recorrer a Lenine para defender Orban é "enterrar" o húngaro!     josé maria > advoga diabo: Trump e Lukashenko parece que também passaram a rimar muito bem... Fernando SILVA > josé maria: Destes dois, o único que é efectivamente um ditador, que impede a existência de uma democracia e o exercício das liberdades politicas no seu pais, é mesmo Lukashenko. Acresce que a filiação ideológica neo-comunista de Lukashenko tem muito mais a ver com o «progressismo» de esquerda que o josé maria aqui tão bem representa e nada a ver com a área politica, de uma certa direita «conservadora», em que se situa Trump.   Fernando SILVA > josé maria: Trump foi e é acusado por alguns de ser um antidemocrata mas a verdade é que durante os anos do seu mandato não promoveu nem tomou medidas politicamente iliberais nem impediu o normal funcionamento da democracia. Trump até pode ter muitos defeitos, e tem certamente, até pode defender e aplicar politicas que são discutíveis e criticáveis, e eu próprio não sou um incondicional, mas Trump não foi nem é um «fascista», com um projecto iliberal e anti-democrático.   Fernando SILVA > josé maria: O «politicamente correcto» procurou associar Trump à produção das chamadas «fake news». Admitamos que por vezes Trump tratou certos factos com uma certa ligeireza ou mesmo alguma deformação. Mas não teve de modo nenhum esse exclusivo. A esmagadora maioria dos homens políticos, de todas as áreas, uns menos outros mais, não está isenta desta tentação e prática. Sobretudo aqueles que se situam no campo oposto, o das esquerdas, do «progressismo», do «politicamente correcto». E muito em especial aqueles que se destacaram no anti-Trumpismo militante. Tanto é assim que uma das maiores «fake news» destes últimos anos foi o anúncio de que Trump na presidência dos EUA iria ameaçar e comprometer as liberdades, o Estado de Direito e a Democracia. Para além, claro está, de dar cabo da paz mundial e de outras veneradas «conquistas da humanidade»... Acontece que nada disto sucedeu na realidade. Mesmo assim ainda há muitos que continuam e que continuarão para sempre a dizer que foi o caso. Dificilmente se pode fazer melhor em matéria de «fake», «realidades alternativas», negacionismo e manipulação          Lúcio Cornélio: Jaime Nogueira Pinto num registo irónico que lhe não é frequente nos artigos e livros que tão bem escreve. Faz bem; nos tempos que correm, em tempos onde os valores se medem - só - por cifrões, os conceitos andam às cambalhotas e as palavras significam aquilo e o seu contrário, a verrina é de rigor e esperemos não vir a ter de defender a Liberdade, a verdadeira, de forma bem mais vigorosa. P.S. dirigido a JNP: graças aos seus escritos descobri - infelizmente só agora - Sir Roger Scruton, falecido precocemente em Janeiro último. No entanto, nunca é tarde. Muito obrigado. SPARTA              josé maria: Papa Francisco, o grande reformador humanitário… Tanto na propaganda dalguns regimes políticos populistas como na leitura de abordagens económico-liberais, defende-se que é preciso evitar a todo o custo a chegada de pessoas migrantes. Simultaneamente argumenta-se que convém limitar a ajuda aos países pobres, para que toquem o fundo e decidam adoptar medidas de austeridade. Não se dão conta que, atrás destas afirmações abstractas difíceis de sustentar, há muitas vidas dilaceradas. Muitos fogem da guerra, de perseguições, de catástrofes naturais. Outros, com pleno direito, «andam à procura de oportunidades para si e para a sua família. Sonham com um futuro melhor, e desejam criar condições para que se realize Fidelli Tutti    Fernando SILVA > josé maria: Os Papas também dizem disparates … Sobretudo quando saem do que deveria ser o seu domínio, a religião, e falam de política … O Papa Francisco, que é certamente uma pessoa simpática e bem intencionada e que contribui pela sua magistratura para a melhoria da condição de muita gente no mundo, católicos e não apenas, tem sido um bom (mau) exemplo … como esta citação que o josé maria faz bem demonstra. Já agora, a propósito do Papa Francisco ser um «grande reformista humanista», suponho que o josé maria também se sente em forte sintonia com as posições da Igreja por ele dirigida sobre toda uma série de assuntos humanos, como sejam, o casamento, o aborto, a eutanásia, a sexualidade, a homo e a transsexualidade, etc, etc.      josé maria > Fernando SILVA: Aqui tem mais com que se entreter Ainda por cima, «nalguns países de chegada, os fenómenos migratórios suscitam alarme e temores, frequentemente fomentados e explorados para fins políticos. Assim se difunde uma mentalidade xenófoba, de clausura e retraimento em si mesmos» Os migrantes não são considerados suficientemente dignos de participar na vida social como os outros, esquecendo-se que têm a mesma dignidade intrínseca de toda e qualquer pessoa. Consequentemente, têm de ser eles os «protagonistas da sua própria promoção». Nunca se dirá que não sejam humanos, mas na prática, com as decisões e a maneira de os tratar, manifesta-se que são considerados menos valiosos, menos importantes, menos humanos. É inaceitável que os cristãos partilhem esta mentalidade e estas atitudes, fazendo às vezes prevalecer determinadas preferências políticas em vez das profundas convicções da sua própria fé: a dignidade inalienável de toda a pessoa humana, independentemente da sua origem, cor ou religião, e a lei suprema do amor fraterno. Papa Francisco, Fratelli Tutti      Fernando SILVA > José maria: Demagogia fácil e irresponsável que contribui mais para agravar do que para resolver e minorar os problemas que afectam a condição humana, a começar pelos próprios migrantes! Maria Alva: Elegante ironia num excelente texto. Parabéns. Jose Lima: Obrigado! Voz única e solitária: Jaime Nogueira Pinto!       José Roque: muito bem, todavia é pena que só veja do olho direito, porque se se desse ao trabalho de analisar, com idêntico sarcasmo, as "maravilhas" anticomunistas de Hitler, Mussolini, Pinochet, generais brasileiros e coronéis gregos, iria ver que não lhe faltaria material para mais uns artigos, aos quais se aplicaria ipsis verbis o que aqui escreveu. Luis Teixeira-Pinto > José Roque: Fala de Hitler e Mussolini como se fossem de direita, eles que são o exemplo mais evidente das torpezas de que a esquerda é capaz.O Nacional-Socialismo, habilmente rotulado de nazismo, um palavrão que nada significa, Partido dos Trabalhadores Alemães, Wolkswagen - literalmente Carro do Povo, o ateísmo militante, a recusa da propriedade privada, a omnipresença do Estado em todos os aspectos da vida, fazem do Nacional Socialismo o mais horrível dos socialismos, agravado pela dureza de ser Alemão (com tudo o que isso tem de rigor, exigência, imposição e violência). Mussolini tinha uma visão mais suave, talvez até romântica e por isso saiu da Internacional em zanga com a comunada toda. Mas ambos são quase uns santos ao pé de Staline, Mao-Tse-Tung ou Pol Pot.Pretender ligar Hitler e Mussolini à direita é não só um tremendo de um disparate, mas uma intenção descarada e mal intencionada de branquear a esquerda e as suas malfeitorias.      Carlos Soares: O rolo compressor do socialismo/comunismo continua a esmagar a democracia liberal de forma astuta e maquiavélica. E todos aqueles que se erguem contra essa distopia enfrenta imediatamente a censura nas suas hostes previamente manipuladas e a maioria da imprensa que actua como se fora um muro mental insuperável.         Matinha da Mata 007: Infelizmente é para onde caminhamos: para as “democracias” (no papel) Soviéticas. O Comunismo voltou em força e está-se a instalar em todas as antigas democracias Ocidentais. Caminhamos para a escravidão total.       Martelo de Belem ....: Excelente texto. Obrigado    Antes pelo contrário: "Liberal", é uma palavra que devia ser banida do léxico político, pois encontra-se contaminada pelas variadas e díspares interpretações e acepções que teve ao longo dos tempos. Tem tantos significados, que deixou de significar alguma coisa: é apenas um calhau político e linguístico que ocupa espaço. Mas admitindo que estão a usar esse adjectivo no sentido de "politicamente correcto", o que seria o contrário da acepção que julgam ter a palavra - pois se "liberal" fosse sinónimo de flexível, não deveria servir para estabelecer uma norma - ou sendo interpretado como "democrático", seria um contra-senso apelidar de "liberal" - ou de "iliberal" - uma democracia, pois a democracia sendo a expressão da vontade de um povo, não deve ser classificada de acordo com padrões de liberalidade... e penso que demonstrei o meu 1º parágrafo... ...ao analisarmos a situação, nenhuma das democracias que se regem por constituições e têm governos legalmente eleitos, que governem de acordo com a legislação e com essas constituições, pode ser classificada nem de "liberal", nem de "Iliberal", pois é apenas um Estado de Direito. Já a UE, cujos dirigentes são escolhidos por cooptação, cujo parlamento tem poderes limitados, e deputados por eleição "regional", uma vez que os cidadãos não podem votar directamente nos grandes partidos europeus, mas apenas nos partidos que existem no seu próprio país, com uma Comissão com agenda própria, e com instituições que além de fracamente ou nada representativas, se deixam pressionar internamente, à margem de qualquer consideração ou funcionamento democrático, por um Estado-membro que é a Alemanha... ...nem é um Estado de Direito, nem uma Democracia. É uma coisa inexplicável. Talvez "democracia iliberal", seja de facto o que ela é...      Maria Nunes: Excelente como sempre. Obrigada JNP.       Alberto Sérgio Sousa: Excelente o parágrafo venenoso sobre Boaventura Sousa Santos... Esse paladino de ditaduras! Disfarçadas de liberdade....     Manuel Vilhena: A ironia sempre foi uma das minhas “armas” preferidas. Aqui a sua utilização está maravilhosa. Maravilha.     Adelino Lopes: Brilhante, mais uma vez. Só quem nunca viveu (pouco tempo) num país comunista, ou quem não acompanhou a instalação do socialismo do Mitterrand em França, ou quem não acompanha esses movimentos (antifas, cancel culture, etc) americanos é que não sabe que os progressistas não toleram a liberdade individual e a democracia.    Carlos Quartel: O objectivo nunca foi educar as massas, foi dominá-las. Com energia e afinco, dobrando vontades e aterrorizando. O terror não era resultado de ódio, era um método eficaz de manter o rebanho controlado. A isso junta-se o controlo da informação, a doutrinação permanente, a venda da nossa verdade, todos os dias , a todas as horas. Quem não entender a mensagem, Sibéria ou tiro na nuca. Com alguns deslizes nessa frieza repressiva. Quando Trotsky diz que vai esperar pelo Inverno para ir "caçar como perdizes" os marinheiros revoltados, mostrou alguma emoção e muito ódio. Mas foi um episódio isolado, a frieza do funcionário era a regra.. Matava-se das 9 às 5, a quantidade recomendada e depois ia-se para casa jantar, com a mulher e os filhos ....

 


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