De Helena Matos. Uma curta pérola irónica sobre o governo que nos
rege e nós os regidos, relativamente às atitudes protestantes de dois
estrangeiros imigrantes – um senegalês e um yuguslavo. Alguns dos cerca de 200
comentários esclarecedores ou laudatórios.
Mamadou/Ljubomir: descubra as diferenças. As nossas,
claro /premium
Mamadou é activista, Ljubomir
cozinheiro. Os cozinhados de Ljubomir, caríssimos, só paga e come quem quer. Já
a retórica inflacionada de Mamadou somos obrigados a ouvir e pagar.
HELENA MATOS COLUNISTA DO
OBSERVADOR
OBSERVADOR06 dez 2020, 01:15169
Dizer
que Ljubomir, não estando de acordo com as medidas tomadas pelo governo
português, deve fazer a mala e voltar para a parte da Jugoslávia onde nasceu é
uma atitude consequente e legítima da boa cidadania. Defender que Mamadou devia ir para a terra onde
nasceu – o Senegal – em vez de estar aqui num país onde só vê racistas e
colonialistas é promoção do discurso de ódio e racismo. Primeira
diferença: se o
nascido em terra alheia disser mal do PS ou questionar algo que possa beliscar
o extraordinário acerto do nosso actual governo não merece viver entre nós. Pelo contrário devemos penitenciar-nos diante de
um nascido noutra parte do mundo desde que este diga mal da História de
Portugal.
Quando
Mamadou diz que há que matar o homem branco estamos perante uma metáfora. Já Ljubomir ao comparar o primeiro-ministro
português com Milosevic comete um inqualificável e literal insulto. Segunda
diferença: as metáforas são um privilégio dos
activistas promovidos pela esquerda.
Perguntar
de que vive Mamadou ou referir quanto lhe tem sido pago pelo estado português é
uma atitude logo vista como persecutória e obviamente nunca colocada nos
devidos termos. Por exemplo,
o Polígrafo explicou que a frase
que dizia que Mamadou “fez negócios com a Câmara de Lisboa no valor de 157 mil
euros” era falsa. Não porque Mamadou não tivesse de
facto recebido os tais 157 mil euros mas porque “o même difunde uma falsidade
ao referir-se a “negócios” que consistem afinal em remunerações por trabalho
realizado de assessoria ao Grupo Municipal do BE junto da Assembleia Municipal
de Lisboa.” Percebido? Mamadou
recebeu a quantia em causa, mas não foi um negócio. É de facto aqui que
está o busílis da questão, ou parte dele: Mamadou é activista, sendo que
parte da sua actividade consiste em culpabilizar-nos por aquilo que fizeram os
portugueses dos séculos XV e XVI. Por estranho que pareça, Mamadou
consegue não só dinheiros públicos para levar a cabo essa sua actividade como
questioná-la nos transforma automaticamente em proprietários de navios
carregados de escravos ou seus descendentes directos. Pelo contrário o senhor Ljubomir, que viveu a guerra da Bósnia e da qual foi
refugiado, optou por não fazer modo de vida da culpabilização dos países
europeus pelo desastre jugoslavo (no século XX e não no XV), e tornou-se
empresário. Terceira
diferença: a pátria
socialista paga ao activista e desconfia do empresário. Devemos desconfiar dos empresários, de
todos eles mas sobretudo dos pequenos empresários. Devemos respeitar o
activista desde que a actividade do activista seja a desconstrução da nossa
sociedade ocidental, de raiz cristã. (Aliás
fora dessa estrita área nada mais interessa ao activista. Por exemplo, apesar
da fixação que Mamadou Ba mostra pelo esclavagismo nunca até agora se
interessou pelo papel dos diversos chefes e reis africanos ou dos mercadores
muçulmanos no tráfico de escravos a partir de África. Muito menos o vimos ou
ouvimos abordar o destino dos pescadores algarvios, habitantes do litoral,
tripulações e passageiros de navios sequestrados por piratas na costa
portuguesa e levados como escravos para Argel. Fora da culpa do homem branco e
cristão não há activismo.)
Podemos
continuar a elencar as diferenças que estabelecemos quando nos relacionamos com
estes dois imigrantes que entretanto conseguiram a nacionalidade portuguesa. Mas
há que ter em conta que essas diferenças dizem muito mais sobre o país que
somos do que sobre ou Mamadou
ou Ljubomir: Portugal
é um país onde não basta ter razão. Para ter razão há que estar do lado
politico-mediaticamente certo. Mamadou
está. Ljubomir agora não está,
o que leva a que os seus actos tenham passado a ser vistos por outra lupa. Por
exemplo, o país que agora descobre horrorizado que Ljubomir está acusado de
corrupção por ter pedido a um agente da PSP que o ajudasse a chegar a Grândola
em dia de confinamento, é o mesmo país que há alguns meses riu com ar
galhofeiro quando o mesmíssimo Ljubomir contou o que fizera à refeição que
servira a “um dos grandes senhores da Banca portuguesa – que está em liberdade
e roubou-nos a todos. Não consegui vingar os portugueses pelo dinheiro
que lhes foi roubado, mas consegui, no mínimo, fazê-lo cagar uns três ou quatro
dias.”
No
momento em que Ljubomir, mesmo que de forma involuntária, confrontou o Governo
PS deve ter começado a perceber que já ninguém lhe achava graça. A fase
seguinte é a clássica constatação de que quem se mete com o PS leva.
Desconheço
o futuro do movimento ‘A Pão e Água’. Mas receio que um dia os Ljubomir
deste país deitem contas à vida e concluam que devem investir no activismo do
ressentimento, sector à prova de epidemias, com receitas garantidas e em que os
empresários do sector, vulgo activistas, estão blindados contra críticas.
Quem duvida que os mesmos que dizem
agora ser um espectáculo de mau gosto Ljubomir aos gritos ou em greve de fome
porque quer manter a funcionar os seus restaurantes ficariam calados diante de
Ljubomir a denunciar os crimes acontecidos algures no século XIV? Desde que
acusasse os suspeitos do costume estava Ljubomir com subvenção garantida,
inquestionável e vitalícia.
PS. O plano de vacinação contra a Covid-19 que parece o
power point de um trabalho de grupo do 10º ano estabelece que a vacina será administrada nos
centros de saúde após indicação do médico de família. Portanto os mesmos
centros de saúde que não conseguiram este ano administrar a vacina da gripe
comum vão ter a responsabilidade pela administração da vacina contra a Covid
19. E garantem-nos que vai correr tudo bem! A segunda parte desta previsão
astrológica determina que aqueles que não têm
médico de família “terão de contactar o Serviço Nacional de Saúde” para serem
vacinados. Há páginas dedicadas aos signos do Zodíaco mais
fiáveis que estas previsões.
XENOFOBIA SOCIEDADE POLÉMICA POLÍTICA
COMENTÁRIOS
Tiago Queirós:«Em terra de néscios, quem é socialista é
rei!» Claro que, por conveniência, se
oculta o facto de, a Ljubomir Stanisic, a nacionalidade portuguesa não pesar
nem envergonhar, tendo-a conquistado com sangue, suor e lágrimas. Recebeu
e deu (e dá) em troca, assumindo-se como Português e cumprindo os seus
respectivos deveres. Ao contrário de Mamadou Ba, que se aproveita insidiosamente da
nacionalidade que gratuitamente lhe conferiram, utilizando-a em benefício
próprio sem, em contrapartida, assumir as respectivas responsabilidades
(assumindo-se, por exemplo, como devedor avultado e compulsivo perante o Fisco
Português). E tendo, além do mais, enquanto assessor do BE, ajudado a
patrocinar um diploma que, só por acaso, impede o Estado Português de proceder
à extradição de estrangeiros condenados, em solo português, por crimes
violentos. Ou seja, trata-se Mamadou Ba de uma inegável racista, investido em lesar e
em perverter o bem-estar alheio, devendo, em conformidade, ser julgado e
condenado pelo Sistema Judicial. Assim, mandar Ljubomir «para a terra dele» é um acto
de mesquinhez e covardia; mas mandar Mamadou Ba «para a terra dele» é um
serviço público! Mariano
Cruz: Não há comparação
possível entre um e outro. Mas o grupo que fez greve de fome junto à AR e a que
pertence o segundo esteve mal. Se existe uma associação que os representa é
junto dela que se devem manifestar, fazer greve, desautorizar. O governo só fez
o que tinha de ser feito - não os receber. Não compreender isto, é pouco
abonatório. Viktor
Orbán: Brilhante HM, continue e continua muito bem!
Joao Mar: Chapelada e vénia à autora do
excelente artigo. Liberal de Visita >. Gil Lourenço: Caro
Gil Lourenço, não nego que o cristianismo modificou a civilização ocidental,
mas esta já existia, e há bem mais de cinco séculos, quando o cristianismo
começou "a pesar". Se quer chamar "raiz" a algo que aparece
mais de quinhentos anos após a planta, concedo-lhe. Não é esse o meu conceito
de raiz! Por exemplo, os descobrimentos marítimos portugueses foram
determinantes na evolução do Ocidente no mundo, e não lhes vou chamar raízes do
Ocidente. E, já agora, não, não basta ser cristão para se ser ocidental. Como
sabe melhor do que eu, os cristianismos têm fiéis em todo o mundo, e muitos
deles não são ocidentais. Muitos ocidentais, em contrapartida, não só não são
cristãos, como chegam a seguir outras religiões. Gil Lourenço > Liberal de Visita: A civilização ocidental já existia mais ou menos,
porque aquilo de que fala é a civilização à volta do Mediterrâneo. Quanto à
Grécia não se esqueça que uma boa parte desse mundo grego estava na Ásia Menor.
Seja como for sim, a filosofia, o direito, o teatro, a arte, etc... deve-se ao
mundo greco-romano. Mas não se pode esquecer do mundo pagão europeu e do
contributo para a Civilização Ocidental, através do influxo dos germanos,
anglo-saxões, celtas (Irlanda, por exemplo), Francos etc... De facto o cunho da Europa nasce na Idade Média sob o
desígnio do Cristianismo, o grande unificador da Europa nessa altura e da
importância que o papado, o Império Franco e depois o Sacro Império
Germano-Romano tiveram como "herdeiros" do Império Romano do
Ocidente. Foi sob o signo do Cristianismo que os povos europeus se uniram nas
cruzadas para a recuperação da Terra Santa. Foi sob o signo do Cristianismo que
se deu a Reconquista Cristã na Península Ibérica e a formação de Portugal e
restantes reinos peninsulares. Foi sob o signo do Cristianismo que se foram
formando os diferentes reinos que haveriam de dar as futuras nações europeias.
Foi sob o signo do Cristianismo que se recuperou a cultura clássica tanto
durante Carlos Magno como depois no Renascimento Italiano. Foi uma síntese de
grandes civilizações que se criou esta nossa Europa. Claro que não basta ser
cristão para ser ocidental, nem eu disse isso. Mas quem é Ocidental, do ponto
de vista da tradição, da cultura, etc. e não apenas por nascimento, não pode
deixar de partilhar uma cultura que tem nas suas raízes o Cristianismo: Mozart,
Bach, o urbanismo e arte das cidades, a grande Literatura, a génese da política
(nascida na Grécia, é certo), a própria ideia do Livre Arbítrio, isto é, de que
cada um é responsável por si mesmo...Acha que se a Europa a seguir à Cultura
Grega e Romana se tivesse sido dominada pelo Islão seria a mesma coisa que foi
e que é ainda hoje? Veja, por exemplo, a Grécia antiga cuja uma boa parte do
seu território estava na Ásia Menor, ou o Império Romano que floresceu bastante
em toda a Costa do Mediterrâneo hoje uma boa parte de religião muçulmana. A
parte da Grécia e da Europa romana que depois foi cristã foi justamente aquela
que soube desenvolver e ampliar mais a cultura clássica, ou não? Ser-se
Ocidental é separar a religião da política, o que é uma ideia cristã: dai a
César o que é de César, disse Cristo. E essa separação está bem patente de
início com a separação do direito civil do direito canónico. E no Islão há essa
separação? Não. Esta é uma das razões por que os muçulmanos têm como nação o
Islão e só a ele obedecem e não os países onde nasceram... Por que razão nos
países muçulmanos a arte ficou tão empobrecida ou cristalizou? Precisamente
pela fobia que eles têm à representação das coisas. Ainda hoje sentem uma certa
fobia a isso e até às fotografias. Em suma a mentalidade ocidental acredite que
deve muito ao cristianismo mesmo para quem não o segue. A. Carnide: Que consolação, a leitura deste artigo! Obrigado HM Luis Manuel Ferreira: Análise correcta, afinal os portugueses aceitam o
racismo deste sujeito!!! Isto afinal é o apregoa do politicamente correcto que
nós portugueses aceitamos no nosso país ?! Alberico Lopes: Que extraordinário artigo, Helena! Mas deixe que lhe
diga: há dias fiquei espantado quando se atirou de maneira furiosa contra o
Ventura por ele afirmar por mais duma vez que o rei vai nu, como a Helena, neste
artigo, muito bem demonstra!
Maria João Garrett: Muito bom,
como sempre!! Joaquim
Moreira: Esta crónica de Helena Matos é duma
clareza tal, que nem precisa que se diga mais sobre este Estado Irracional. Mas
o facto de usar este termo, merce uma explicação adicional. Usei este termo, no
comentário que acabei de fazer, sobre a notícia: Posso ir passar o Natal à
terra? E no Ano Novo posso juntar amigos? O que pode e não pode fazer, e sobretudo
sobre o que está a acontecer! Que sendo um tema diferente, tem muito em comum,
certamente. Além das diferenças, aqui muito bem assinaladas e explicadas por
Helena Matos, também nos diz muito sobre a incoerência, que se instalou nesta
“nossa” inteligência. E em que, a dita Comunicação Social, tem um papel
fundamental. Direi até, verdadeiramente perigoso, e não só pernicioso. O caso
aqui citado do Polígrafo, é verdadeiramente, paradigmático, da defesa do poder
fáctico! Em que, sem mentir, nem omitir, esta CS, revela bem a sua qualidade,
de actor muito prejudicial. Que, ataca as fakes das Redes Sociais, pela simples
razão de que estas mostram que não são especiais! E digo mais! Em resposta ao
“PS”, no final. Até há jornalistas que não deixam os seus interlocutores, do
seu PM, dizer mal! (...) sobre a notícia: Posso ir passar o Natal à terra?
E no Ano Novo posso juntar amigos? O que pode e não pode fazer, e sobretudo
sobre o que está a acontecer! (...) João Adder: Vivi em vários países muito menos democráticos que
Portugal e nunca me lembro de, enquanto lá estive proferir de forma positiva ou
negativa, o que quer que fosse sobre os governantes desses países. No Brasil,
país que amo e onde vivi mais tempo, uma verdadeira colecção de funcionários e
políticos corruptos de todas as cores e feitios, esmifram os residentes
estrangeiros até onde podem. E por lá quando alguém quer dar alguma
"prenda" para agentes policiais, a iniciativa parte sempre da polícia.
Portanto, goste-se ou não, eu digo: se o lubujik está mal aqui, há sempre um
caminho de retorno. Que se saiba o país dele já não está em guerra. Leve o que
conseguiu conquistar por cá, porque por lá… nunca se sabe, e leve um bom vinho,
da Bairrada ou da Vidigueira, para os policias lá terra!
…………..
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