do texto de Salles da Fonseca que satisfaz o pedido de um amigo e seu antigo
professor de Economia - Doutor António Alves Caetano – que admirou
sempre – divulgando uma carta deste para, no seu blog “A BEM DA NAÇÃO”,
publicitar um livro que aquele está em vias de publicar – sobre o Conde de
Farrobo - transcrevo da Internet algumas NOTAS sobre este
conde, ao que parece homem de valor, maltratado pela sua pátria, como é habitual,
o que já Camões o afirmara:
O favor com que mais se acende o engenho
Não no dá a pátria, não, que está metida
No gosto da cobiça e na rudeza
Dũa austera, apagada e vil tristeza. (Lus., X, 145)
em confirmação, de resto, com o
sirventês de Pero Mafaldo, de uns séculos
antes: “Ca vej'eu ir melhor ao mentireiro. ca o que diz verdade ao seu amigo;”.
O CONDE DO FARROBO
A BEM DA NAÇÃO |
CONDE
DO FARROBO
Todos
tivemos professores que nos ficaram na memória positiva, nomeadamente pelas
características pessoais, pela pedagogia, pelo conteúdo das lições, etc. No meu
caso, sempre me pareceu que o Professor Doutor António Alves Caetano não dava aulas, proferia conferências que me
interessavam imenso e que, só por si, justificavam plenamente a minha opção
pela Economia. Com os
seus ensinamentos, aprendi o significado de «desenvolvimento», quer na
perspectiva económica, quer na social, quer na humana… e desse modo me dirigi
para a «Teoria do Desenvolvimento», ou seja, para os conceitos que nos ajudam a
optar por um modelo de bem-comum.
Isto
passou-se antes da minha entrada na vida profissional e muitos anos mais tarde,
já eu aposentado, fiquei a saber que o Professor se tinha retirado da
Economia e se passara a dedicar à História. E assim foi que tive a
oportunidade de o ouvir numa conferência que proferiu na Academia Portuguesa da
História, já na sua nova qualidade de historiador académico.
Contudo,
não passado muito tempo, disse-me que estava a estudar o caso do Conde do Farrobo, grande
desenvolvimentista do nosso séc. XIX que, movendo-se num quadro de mesquinhez,
inveja e cobiça, se viu conduzido à miséria por um Estado que já então matava
as galinhas de ovos de oiro. E o opúsculo que então me ofereceu,
transformou-se numa obra de vulto tanto na perspectiva histórica como na
sociológica, económica e política. Afinal,
o Professor não se retirara totalmente da Economia, apenas lhe dera um carácter
mais humano e menos métrico.
Desta obra me dá agora o Professor Doutor António Alves Caetano notícia
em mensagem que reproduzo de seguida na íntegra.
Claramente,
trata-se de obra a não perdermos
e que deveria ser estudada por todos os políticos no activo
para que, havendo dignidade e Sentido de Estado, impeçam a repetição de tão
vergonhosas perfídias.
Feliz
Natal e votos de um ano novo totalmente livre de pandemias,
Henrique
Salles da Fonseca
Carta do Professor Doutor António Alves Caetano
Estimado
e Distinto Amigo Henrique Salles da Fonseca,
Concluí
o livro, em que investiguei por vinte anos, sobre o conde do Farrobo, já a
imprimir, com o propósito de o pôr a circular em meados de Dezembro.
Infelizmente, não há condições para
lançamento presencial. Com o quadro actual não é expectável que possa voltar a
contar com o convívio de amigos.
Em
meados de Outubro iniciei o meu 90.º ano e só posso contar com a esperança de
conseguir terminá-lo. Pedi a Deus que me permitisse que estes últimos anos de
trabalho não virassem obra póstuma, dando-me oportunidade de avaliar se o que
apurei sobre a vida e obra de Farrobo
contribuía para resgatar a memória de
um dos nossos melhores, vítima de descomunal PERFÍDIA.
Faço Edição de Autor sem ter
solicitado qualquer patrocínio, deliberadamente, porque obtive retrato do conde
do Farrobo de tal expressão, que nem minimamente pode haver brecha para
qualquer suposição de “frete” à Família ou a quem quer que seja.
A
forma generosa e estimulante como o Caríssimo Amigo me tem apoiado nesta
actividade de historiador, quero que fique reconhecida, não apenas no
Preâmbulo, mas, ainda, na dedicatória da minha prenda deste Natal tão atípico.
O conde do Farrobo foi munificente
Mecenas em todas as artes, e esteve à frente de «um movimento musical como
nunca houve em Portugal». O
conde do Farrobo foi a «Fundação Calouste Gulbenkian» da primeira metade do
nosso Oitocentos. Ainda,
como 2.º barão de Quintella, iniciou a sua acção de promotor do desenvolvimento
económico e social, antes da Regeneração.
A
maior difusão de o CONDE DO
FARROBO – PERFÍDIA é o
melhor contributo que, desde já, pode ser dado para a redenção da memória de um
dos melhores vultos nascidos em Portugal, fortemente associado à inflexão que
conheceu o curso da História Pátria na primeira metade do século dezanove.
O
livro tem 592 páginas, das quais 16 de extratexto com gravuras, encadernado com
capa dura, de que junto a capa e contracapa, além do Índice e a imagem do
próprio livro, para dar ideia do seu conteúdo, na maior parte, ignorado pelos
próprios descendentes de Joaquim Pedro Quintella do Farrobo. O esmero da
concepção gráfica torna-o ideal para presentes.
As
livrarias não fazem contratos com Editores Particulares, pelo que o livro tem
de ser vendido pelo Autor/Editor a partir de encomendas feitas para o endereço
electrónico ou pelo telefone 21 396 7689.
O preço do livro é €40,00 (IVA incluído). Os livros são remetidos para
Território Português por Correio Registado ou transporte expresso, em envelope
almofadado ou caixa própria, com a máxima segurança. As despesas de expedição e
envio são oferta do Autor/Editor.
A
conta a creditar pelo valor do número de exemplares da encomenda é a PT50 0010
0000 1140 2990 0022 1, de que sou titular. No momento da encomenda é indicado o
NIF para facturação.
As
encomendas podem ser feitas desde já, para possibilitar a remessa dos livros
logo que sejam disponibilizados pela Tipografia, o que se admite acontecer a
partir de 15 de Dezembro.
Fico
muito grato se o Salles da Fonseca quiser fazer o favor de divulgar o essencial
desta mensagem entre os seus Amigos
Com
as antigas admiração e amizade, aceite o abraço do sempre grato
ANTÓNIO ALVES
CAETANO
NOTAS DA INTERNET
Joaquim Pedro Quintela, 1.º Conde de Farrobo
Filantropo
Joaquim Pedro Quintela, 2.º barão de Quintela e 1.º conde de Farrobo, foi um aristocrata português, sucessor da grandiosa
fortuna de seu pai, o grande capitalista Joaquim Pedro Quintela, filantropo,
mecenas das artes e promotor de manifestações artísticas. Wikipédia
Nascimento:
11 de dezembro de 1801, Lisboa
Falecimento:
24 de setembro de 1869
Pais:
Joaquim Pedro
Quintela, 1.º Barão de Quintela
Morte:
24 de setembro de 1869 (67 anos); Lisboa
De “O Portal da História” Dicionário> Joaquim Pedro
Quintela, 1º Conde de Farrobo
…Desde
muito novo se lhe revelou grande paixão pela música; aprendeu canto e a tocar
violoncelo, contrabaixo e trompa, tornando-se neste último instrumento um
apreciado solista e um hábil executor de orquestra. Foi um dos entusiastas
amadores educados na escola prática que Bomtempo criou em 1822 com a
instituição da Sociedade Filarmónica (V. Bomtempo). Era tal a
paixão pela música que organizou em sua própria casa uma orquestra e banda,
formada pelos seus numerosos criados, tendo contratado um mestre para lhes
ensinar a tocar nos instrumentos que preferissem ou para que
tivessem mais vocação.
O
barão de Quintela professava ideias liberais, e
teve bastante desgosto com a proclamação da monarquia absoluta em 1828. Então revelou-se o homem verdadeiramente patriota,
esquecendo-se de si para só pensar na pátria, pôs à disposição do governo
liberal as somas precisas para acudir às necessidades do exército e da esquadra
que defendeu a cidade do Porto durante o cerco. Em 1831, tendo-se recusado a contribuir para
um empréstimo forçado que o governo do infante D. Miguel decretou, foi
exautorado de todas as honras e privilégios;
refugiou-se então a bordo duma nau inglesa, fundeada no Tejo, indo disfarçado
em oficial de marinha britânica, e acompanhado por senhoras e oficiais
ingleses. No seu palácio da rua do Alecrim foi arvorada a bandeira
inglesa para o livrar de qualquer assalto. Então organizou-se um telégrafo de
sinais, por meio de bandeiras, entre o mirante do palácio e aquele navio. Por
ele se comunicavam à família Quintela e aos seus amigos as notícias liberais,
vindo de bordo dum vaso de guerra as ordens do barão…….
Curiosidade: A palavra FARROBODÓ vem
de Joaquim Pedro Quintela, 1.º Conde de Farrobo. Era o nome dado às festas sumptuosas da sua Quinta das Laranjeiras,
actual Zoo de Lisboa e palacete onde está o Teatro Thalia por ele construído.»
Um amigo comentou: «Mas nos dicionários Diciopédia, Michaelis, Priberam e
Linguee, assim como no Portal da
Língua Portuguesa (ILTEC), está "forrobodó"...»
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