segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Em apoio


do texto de Salles da Fonseca que satisfaz o pedido de um amigo e seu antigo professor de Economia  - Doutor António Alves Caetano – que admirou sempre – divulgando uma carta deste para, no seu blog “A BEM DA NAÇÃO”, publicitar um livro que aquele está em vias de publicar – sobre o Conde de Farrobo - transcrevo da Internet algumas NOTAS sobre este conde, ao que parece homem de valor, maltratado pela sua pátria, como é habitual, o que já Camões o afirmara:

O favor com que mais se acende o engenho
Não no dá a pátria, não, que está metida
No gosto da cobiça e na rudeza
Dũa austera, apagada e vil tristeza. (Lus., X, 145)

em confirmação, de resto, com o sirventês de Pero Mafaldo, de uns séculos antes: “Ca vej'eu ir melhor ao mentireiro. ca o que diz verdade ao seu amigo;”.

 

O CONDE DO FARROBO

SALLESFONSECA@SAPO.PT

A BEM DA NAÇÃO

CONDE DO FARROBO

Todos tivemos professores que nos ficaram na memória positiva, nomeadamente pelas características pessoais, pela pedagogia, pelo conteúdo das lições, etc. No meu caso, sempre me pareceu que o Professor Doutor António Alves Caetano não dava aulas, proferia conferências que me interessavam imenso e que, só por si, justificavam plenamente a minha opção pela Economia. Com os seus ensinamentos, aprendi o significado de «desenvolvimento», quer na perspectiva económica, quer na social, quer na humana… e desse modo me dirigi para a «Teoria do Desenvolvimento», ou seja, para os conceitos que nos ajudam a optar por um modelo de bem-comum.

Isto passou-se antes da minha entrada na vida profissional e muitos anos mais tarde, já eu aposentado, fiquei a saber que o Professor se tinha retirado da Economia e se passara a dedicar à História. E assim foi que tive a oportunidade de o ouvir numa conferência que proferiu na Academia Portuguesa da História, já na sua nova qualidade de historiador académico.

Contudo, não passado muito tempo, disse-me que estava a estudar o caso do Conde do Farrobo, grande desenvolvimentista do nosso séc. XIX que, movendo-se num quadro de mesquinhez, inveja e cobiça, se viu conduzido à miséria por um Estado que já então matava as galinhas de ovos de oiro. E o opúsculo que então me ofereceu, transformou-se numa obra de vulto tanto na perspectiva histórica como na sociológica, económica e política. Afinal, o Professor não se retirara totalmente da Economia, apenas lhe dera um carácter mais humano e menos métrico.

Desta obra me dá agora o Professor Doutor António Alves Caetano notícia em mensagem que reproduzo de seguida na íntegra.

Claramente, trata-se de obra a não perdermos e que deveria ser estudada por todos os políticos no activo para que, havendo dignidade e Sentido de Estado, impeçam a repetição de tão vergonhosas perfídias.

Feliz Natal e votos de um ano novo totalmente livre de pandemias,

Henrique Salles da Fonseca

 

Carta do Professor Doutor António Alves Caetano

Estimado e Distinto Amigo Henrique Salles da Fonseca,

Concluí o livro, em que investiguei por vinte anos, sobre o conde do Farrobo, já a imprimir, com o propósito de o pôr a circular em meados de Dezembro.

Infelizmente, não há condições para lançamento presencial. Com o quadro actual não é expectável que possa voltar a contar com o convívio de amigos.

Em meados de Outubro iniciei o meu 90.º ano e só posso contar com a esperança de conseguir terminá-lo. Pedi a Deus que me permitisse que estes últimos anos de trabalho não virassem obra póstuma, dando-me oportunidade de avaliar se o que apurei sobre a vida e obra de Farrobo contribuía para resgatar a memória de um dos nossos melhores, vítima de descomunal PERFÍDIA.

Faço Edição de Autor sem ter solicitado qualquer patrocínio, deliberadamente, porque obtive retrato do conde do Farrobo de tal expressão, que nem minimamente pode haver brecha para qualquer suposição de “frete” à Família ou a quem quer que seja.

A forma generosa e estimulante como o Caríssimo Amigo me tem apoiado nesta actividade de historiador, quero que fique reconhecida, não apenas no Preâmbulo, mas, ainda, na dedicatória da minha prenda deste Natal tão atípico.

O conde do Farrobo foi munificente Mecenas em todas as artes, e esteve à frente de «um movimento musical como nunca houve em Portugal». O conde do Farrobo foi a «Fundação Calouste Gulbenkian» da primeira metade do nosso Oitocentos. Ainda, como 2.º barão de Quintella, iniciou a sua acção de promotor do desenvolvimento económico e social, antes da Regeneração.

A maior difusão de o CONDE DO FARROBO – PERFÍDIA é o melhor contributo que, desde já, pode ser dado para a redenção da memória de um dos melhores vultos nascidos em Portugal, fortemente associado à inflexão que conheceu o curso da História Pátria na primeira metade do século dezanove.

O livro tem 592 páginas, das quais 16 de extratexto com gravuras, encadernado com capa dura, de que junto a capa e contracapa, além do Índice e a imagem do próprio livro, para dar ideia do seu conteúdo, na maior parte, ignorado pelos próprios descendentes de Joaquim Pedro Quintella do Farrobo. O esmero da concepção gráfica torna-o ideal para presentes.

As livrarias não fazem contratos com Editores Particulares, pelo que o livro tem de ser vendido pelo Autor/Editor a partir de encomendas feitas para o endereço electrónico ou pelo telefone 21 396 7689.

O preço do livro é €40,00 (IVA incluído). Os livros são remetidos para Território Português por Correio Registado ou transporte expresso, em envelope almofadado ou caixa própria, com a máxima segurança. As despesas de expedição e envio são oferta do Autor/Editor.

A conta a creditar pelo valor do número de exemplares da encomenda é a PT50 0010 0000 1140 2990 0022 1, de que sou titular. No momento da encomenda é indicado o NIF para facturação.

As encomendas podem ser feitas desde já, para possibilitar a remessa dos livros logo que sejam disponibilizados pela Tipografia, o que se admite acontecer a partir de 15 de Dezembro.

Fico muito grato se o Salles da Fonseca quiser fazer o favor de divulgar o essencial desta mensagem entre os seus Amigos

Com as antigas admiração e amizade, aceite o abraço do sempre grato

ANTÓNIO ALVES CAETANO

 

 

NOTAS DA INTERNET

Joaquim Pedro Quintela, 1.º Conde de Farrobo

Filantropo

Joaquim Pedro Quintela, 2.º barão de Quintela e 1.º conde de Farrobo, foi um aristocrata português, sucessor da grandiosa fortuna de seu pai, o grande capitalista Joaquim Pedro Quintela, filantropo, mecenas das artes e promotor de manifestações artísticas. Wikipédia

Nascimento: 11 de dezembro de 1801, Lisboa

Falecimento: 24 de setembro de 1869

Pais: Joaquim Pedro Quintela, 1.º Barão de Quintela

Morte: 24 de setembro de 1869 (67 anos); Lisboa

 

De “O Portal da História” Dicionário> Joaquim Pedro Quintela, 1º Conde de Farrobo

…Desde muito novo se lhe revelou grande paixão pela música; aprendeu canto e a tocar violoncelo, contrabaixo e trompa, tornando-se neste último instrumento um apreciado solista e um hábil executor de orquestra. Foi um dos entusiastas amadores educados na escola prática que Bomtempo criou em 1822 com a instituição da Sociedade Filarmónica (V. Bomtempo). Era tal a paixão pela música que organizou em sua própria casa uma orquestra e banda, formada pelos seus numerosos criados, tendo contratado um mestre para lhes ensinar a tocar nos instrumentos que preferissem ou para que tivessem mais vocação.

O barão de Quintela professava ideias liberais, e teve bastante desgosto com a proclamação da monarquia absoluta em 1828. Então revelou-se o homem verdadeiramente patriota, esquecendo-se de si para só pensar na pátria, pôs à disposição do governo liberal as somas precisas para acudir às necessidades do exército e da esquadra que defendeu a cidade do Porto durante o cerco. Em 1831, tendo-se recusado a contribuir para um empréstimo forçado que o governo do infante D. Miguel decretou, foi exautorado de todas as honras e privilégios; refugiou-se então a bordo duma nau inglesa, fundeada no Tejo, indo disfarçado em oficial de marinha britânica, e acompanhado por senhoras e oficiais ingleses. No seu palácio da rua do Alecrim foi arvorada a bandeira inglesa para o livrar de qualquer assalto. Então organizou-se um telégrafo de sinais, por meio de bandeiras, entre o mirante do palácio e aquele navio. Por ele se comunicavam à família Quintela e aos seus amigos as notícias liberais, vindo de bordo dum vaso de guerra as ordens do barão…….

 

Curiosidade: A palavra FARROBODÓ vem de Joaquim Pedro Quintela, 1.º Conde de Farrobo. Era o nome dado às festas sumptuosas da sua Quinta das Laranjeiras, actual Zoo de Lisboa e palacete onde está o Teatro Thalia por ele construído.» Um amigo comentou: «Mas nos dicionários Diciopédia, Michaelis, Priberam e Linguee, assim como no Portal da Língua Portuguesa (ILTEC), está "forrobodó"...»

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