Um texto sério e correcto, este do Dr. Salles. Penso como ele, mas não tenho as mesmas ilusões de que o meu voto fará que isso traduza progresso futuro. Mas desejo, sobretudo, que os seus olhos melhorem mesmo, mais importante isso, do que um voto sem grande confiança na pessoa em quem se vota. E, com o desejo dessas melhoras dos seus olhos, transcrevo a “Arma Secreta” de António Gedeão, de que o Dr. Salles deve gostar, por essa linguagem técnica própria do professor de física e química, com que envolve a sua poética original, de ritmo fácil de redondilha…
HENRIQUE SALLES DA FONSECA
A BEM DA NAÇÃO, 02.12.20
A ARMA QUE TERÇO
O
voto é a minha arma e ela é serena, conservadora e progressista.
Arma
serena porque nunca andei nem tenciono andar a correr e aos berros atrás duma
qualquer bandeira de celeradas utopias.
Arma
conservadora porque não quero revoluções que me perturbem a família nem o
património físico ou mental.
Arma
progressista porque quero mais e melhor para mim e para os meus compatriotas de
modo a que todos tenham de seu atirando a inveja para as calendas do pretérito
imperfeito e deixando de ser o grande instrumento da desunião nacional.
Eis para o que quero continuar a terçar
a arma democrática, o voto.
Dezembro
de 2020
Henrique
Salles da Fonseca
(hoje não me alongo mais porque os olhos
não deixam)
ARMA SECRETA
Tenho uma arma secreta
ao serviço das nações.
Não tem carga nem espoleta
mas dispara em linha recta
mais longe que os foguetões.
Não é Júpiter, nem Thor,
nem Snark ou outros que tais.
É coisa muito melhor
que todo o vasto teor
dos Cabos Canaverais.
A potência destinada
às rotações da turbina
não vem da nafta queimada,
nem é de água oxigenada
nem de ergóis de furalina.
Erecta, na noite erguida,
em alerta permanente,
espera o sinal da partida.
Podia chamar-se VIDA.
Chama-se AMOR, simplesmente.
António Gedeão, ”MÁQUINA DE FOGO”
COMENTÁRIOS
Anónimo
02.12.2020:
O
que escreveste, Henrique, já foi bastante, e mais não seria exigido. Quanto a
mim, até possivelmente pecaste por excesso, pois alguns dos objectivos que
elencas são mais próprios de quem governa do que quem preside, mas,
prudentemente, estou contigo e diria o que abunda não prejudica. Por outro
lado, nas eleições à vista não se prevê turbulência e se não houver inércia por
parte dos eleitores em cumprir esse dever cívico, o resultado real não deverá
andar longe do expectável, então não será necessário – assim espero - terçar
armas com algum inimigo oculto ou protegido por muralha de aço, a qual, entre
nós, teve uma vigência efémera, embora conturbada, ou com algum adversário
defendido por uma eventual cortina de ferro ou muro de betão, pois ambos
passados à História foram. Abraço. Carlos Traguelho
Henrique Salles da Fonseca 02.12.2020: Embora não possas alongar por causa dos olhos (lamento
espero e desejo melhoras o mais rápido possível para teu bem e de nós os k
gostam dos teus escritos ) mais gente deveria pensar assim para bem de toda a
Nação Isabel Pedroso
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