Dr. Salles! Que
precipitação! Afinal, tantos horrores já passaram neste mundo, susceptíveis de
que se pensasse o mesmo! Os campos de concentração ainda o atestam hoje! E continuam
a passar-se horrores e a imprensa o informa, nas mortes, nas misérias, nas
fugas em busca de mundos melhores que se não encontram... E com criancinhas, “Senhor! Porque lhes dais tanta dor?”… Esta
coisa do vírus é mais mundial e nos confina e amarfanha, mas outras pestes já
houve e sem condições sanitárias como as que temos hoje. Ainda “Havemos de ir a Viana!” por muito tempo,
credo! E os nossos vindouros, saecula
saeculorum também. Ouçamos Amália, que nunca engana,
nem no sangue nem no canto:
Havemos de ir a Viana
Música: Alain Oulman
Letra:
Pedro Homem
de Melo
Intérprete: Amália
Rodrigues
Entre sombras
misteriosas
em rompendo
ao longe estrelas
trocaremos nossas rosas
para depois esquecê-las.
Se o meu
sangue não me engana
como engana a fantasia
havemos de ir a Viana
ó meu amor de algum dia
ó meu amor de algum dia
havemos de ir a Viana
se o meu sangue não me engana
havemos de ir a Viana.
Partamos de
flor ao peito
que o amor é como o vento
quem pára perde-lhe o jeito
e morre a todo o momento.
Se o meu
sangue não me engana
como engana a fantasia
havemos de ir a Viana
ó meu amor de algum dia
ó meu amor de algum dia
havemos de ir a Viana
se o meu sangue não me engana
havemos de ir a Viana.
Ciganos,
verdes ciganos
deixai-me com esta crença
os pecados têm vinte anos
os remorsos têm oitenta.
HENRIQUE SALLES DA
FONSECA
A BEM DA NAÇÃO, 17.11.20
No fim da
História reinará a paz entre os povos, chegaremos ao pleno equilíbrio económico
global e à harmonia social, haverá abastança cultural e moral e ocorrerá a
Parúsia.
Novembro de 2020
Henrique Salles da
Fonseca
COMENTÁRIOS
Anónimo 17.11.2020: Dentro em breve!!
Anónimo 17.11.2020: Quando a humanidade estiver esmagada pela
finança e pelos inescrupulosos, talvez possa renascer. A PARUSIA só no fim dos
tempos.
Anónimo 17.11.2020:: Henrique, fui
pesquisar quando surgiu o primeiro ser humano na Terra. Descartei as espécies
humanas demasiada remotas que viveram há milhões de anos, tampouco considerei o
homo habilis, nem o neanderthalensis, e acabei por seleccionar o homo sapiens,
o qual surgiu, ao que parece, há cerca de 120 mil anos, o que significa que,
comparado com outras espécies de homo, é uma das mais recentes. Considerei esse
momento como o ponto zero. Depois, ajustei uma curva à evolução da Humanidade desde esse ponto zero, situada
há cerca de 120 mil anos, designadamente nos diversos aspectos que mencionas no
teu post. A seguir, usando a técnica de extrapolação com base em curva
polinomial, porquanto a regressão linear seria insuficiente para considerar
tantas as variáveis inerentes à realidade em causa, procurei que o modelo me
respondesse à seguinte pergunta: atendendo à evolução da humanidade havida ao
longo dos últimos 120 mil anos e considerando a situação actual, quantos anos
mais (variável n) serão necessários para se atingir os estados de paz,
económico, social, cultural e moral caracterizados no post do Henrique? E o
modelo disse-me que n tende para infinito… Abraço. Carlos
Traguelho
Henrique Salles da Fonseca 18.11.2020: Muito interessante o seu “post”. Na minha humilde
opinião, a paz entre os povos, o equilíbrio, a economia global, a harmonia
social é o desejo de todo o ser humano. Se ocorrerá a Parusia, tenho dúvidas.
Talvez para os que acreditam! Deste modo, limito-me a transcrever algumas
ideias de filósofos que nos convidarão a reflectir: Referiu Kant “O ideal é uma paz perpétua….mas a que provém da
harmonia e proíba os confrontos bélicos. É difícil mas não impossível, para que
se cumpra o melhor destino da história humana (1) Jean Lacroix no livro “Kant e o Kantismo” refere que o filósofo nunca encarou aquilo que Deus
faz ou fez para nos ocasionar a salvação mas apenas aquilo que é necessário
fazer para nos tornarmos dignos dela. Giovanni
Pico que procurou conciliar filosofia e
religião, explicava que o homem não é apenas parte da descrição divina mas
também de certa forma colaborador nela, como uma espécie de Deus em miniatura.
E essa capacidade criadora é que o coloca acima dos restantes seres, pois, para
o bem e, por vezes para o mal, tem a tarefa de se inventar a si mesmo.(2) Numa
crónica recente no Expresso, escreveu o Cardeal, José Tolentino Mendonça: “…Quem desejaria ser apenas um tabuleiro no qual
o tempo a cada instante escreve uma frase nova ou versa somente o historial de
um passado? Refere ainda nessa mesma crónica que para Heráclito a essência do
mundo é movimento e contínuo devir
.(1)
(2) In “História da Filosofia sem medo nem pavor” de Fernando Salvater
Os
meus respeitosos cumprimentos, Mª Emília Gonçalves
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