quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Não é para já!

 

Dr. Salles! Que precipitação! Afinal, tantos horrores já passaram neste mundo, susceptíveis de que se pensasse o mesmo! Os campos de concentração ainda o atestam hoje! E continuam a passar-se horrores e a imprensa o informa, nas mortes, nas misérias, nas fugas em busca de mundos melhores que se não encontram... E com criancinhas, “Senhor! Porque lhes dais tanta dor?”… Esta coisa do vírus é mais mundial e nos confina e amarfanha, mas outras pestes já houve e sem condições sanitárias como as que temos hoje. Ainda “Havemos de ir a Viana!” por muito tempo, credo! E os nossos vindouros, saecula saeculorum também. Ouçamos Amália, que nunca engana, nem no sangue nem no canto:

Havemos de ir a Viana

Música: Alain Oulman
Letra: Pedro Homem de Melo
Intérprete:
Amália Rodrigues

Entre sombras misteriosas

em rompendo ao longe estrelas
trocaremos nossas rosas
para depois esquecê-las.

Se o meu sangue não me engana
como engana a fantasia
havemos de ir a Viana
ó meu amor de algum dia
ó meu amor de algum dia
havemos de ir a Viana
se o meu sangue não me engana
havemos de ir a Viana.

Partamos de flor ao peito
que o amor é como o vento
quem pára perde-lhe o jeito
e morre a todo o momento.

Se o meu sangue não me engana
como engana a fantasia
havemos de ir a Viana
ó meu amor de algum dia
ó meu amor de algum dia
havemos de ir a Viana
se o meu sangue não me engana
havemos de ir a Viana.

Ciganos, verdes ciganos
deixai-me com esta crença
os pecados têm vinte anos
os remorsos têm oitenta.

 

PARÚSIA

HENRIQUE SALLES DA FONSECA

A BEM DA NAÇÃO, 17.11.20

No fim da História reinará a paz entre os povos, chegaremos ao pleno equilíbrio económico global e à harmonia social, haverá abastança cultural e moral e ocorrerá a Parúsia.

Novembro de 2020

Henrique Salles da Fonseca

 

COMENTÁRIOS

Anónimo 17.11.2020: Dentro em breve!!

Anónimo 17.11.2020: Quando a humanidade estiver esmagada pela finança e pelos inescrupulosos, talvez possa renascer. A PARUSIA só no fim dos tempos.

Anónimo 17.11.2020:: Henrique, fui pesquisar quando surgiu o primeiro ser humano na Terra. Descartei as espécies humanas demasiada remotas que viveram há milhões de anos, tampouco considerei o homo habilis, nem o neanderthalensis, e acabei por seleccionar o homo sapiens, o qual surgiu, ao que parece, há cerca de 120 mil anos, o que significa que, comparado com outras espécies de homo, é uma das mais recentes. Considerei esse momento como o ponto zero. Depois, ajustei uma curva à evolução da Humanidade desde esse ponto zero, situada há cerca de 120 mil anos, designadamente nos diversos aspectos que mencionas no teu post. A seguir, usando a técnica de extrapolação com base em curva polinomial, porquanto a regressão linear seria insuficiente para considerar tantas as variáveis inerentes à realidade em causa, procurei que o modelo me respondesse à seguinte pergunta: atendendo à evolução da humanidade havida ao longo dos últimos 120 mil anos e considerando a situação actual, quantos anos mais (variável n) serão necessários para se atingir os estados de paz, económico, social, cultural e moral caracterizados no post do Henrique? E o modelo disse-me que n tende para infinito… Abraço. Carlos Traguelho

Henrique Salles da Fonseca 18.11.2020: Muito interessante o seu “post”. Na minha humilde opinião, a paz entre os povos, o equilíbrio, a economia global, a harmonia social é o desejo de todo o ser humano. Se ocorrerá a Parusia, tenho dúvidas. Talvez para os que acreditam! Deste modo, limito-me a transcrever algumas ideias de filósofos que nos convidarão a reflectir: Referiu KantO ideal é uma paz perpétua….mas a que provém da harmonia e proíba os confrontos bélicos. É difícil mas não impossível, para que se cumpra o melhor destino da história humana (1) Jean Lacroix no livro “Kant e o Kantismo” refere que o filósofo nunca encarou aquilo que Deus faz ou fez para nos ocasionar a salvação mas apenas aquilo que é necessário fazer para nos tornarmos dignos dela. Giovanni Pico que procurou conciliar filosofia e religião, explicava que o homem não é apenas parte da descrição divina mas também de certa forma colaborador nela, como uma espécie de Deus em miniatura. E essa capacidade criadora é que o coloca acima dos restantes seres, pois, para o bem e, por vezes para o mal, tem a tarefa de se inventar a si mesmo.(2) Numa crónica recente no Expresso, escreveu o Cardeal, José Tolentino Mendonça: “…Quem desejaria ser apenas um tabuleiro no qual o tempo a cada instante escreve uma frase nova ou versa somente o historial de um passado? Refere ainda nessa mesma crónica que para Heráclito a essência do mundo é movimento e contínuo devir

.(1) (2) In “História da Filosofia sem medo nem pavor” de Fernando Salvater

Os meus respeitosos cumprimentos, Mª Emília Gonçalves


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