Quando outrora eu levava o meu pequeno gira-discos
vermelho com esta canção e outras de Gilbert
Bécaud – e outros – para cantarem com ele e aprenderem melhor ao vivo, com a letra,
o sentido favorecedor da alegria de viver, vindo lá de fora, com a sua relativização
– precária, é certo – desse sentido da vida, que se coadunava com o pensamento adolescente
das alunas - mal pensava eu que muitas décadas depois, uma transformação social
tão vivamente a aplicasse, enraizada nos sentimentos dos condutores dos destinos
de hoje, indiferentes ao porvir da nação, cada vez reduzindo mais as mentes, joguetes
de um deixar passar arbitrário e mesquinho e fútil, que só não roça na pele desses
condutores de rebanhos, autistas ambiciosos. Pobre mocidade que nem se dá
conta, provavelmente, hoje, de ser assim manipulada, porque aplica à sua
existência, inconscientemente, contudo, essa tal filosofia da preguiça que há
muito lhe foi incutida, e continua a sê-lo, por interesse próprio dos que a
incutem, auxiliados por pandemia propícia. Mas ainda bem que vão existindo homens
conscientes, como Alexandre Homem
Cristo a transmitir-nos alguma esperança – noutras flores…
L'important,
c'est la rose
Toi qui
marches dans le vent
Seul dans la
trop grande ville
Avec le
cafard tranquille du passant
Toi qu'elle
a laissé tomber
Pour courir
vers d'autres lunes
Pour courir
d'autres fortunes
L'important...
L'important
c'est la rose
L'important
c'est la rose
L'important
c'est la rose
Crois-moi
Toi qui
cherches quelque argent
Pour te
boucler la semaine
Dans la
ville tu promènes ton ballant
Cascadeur,
soleil couchant
Tu passes
devant les banques
Si tu n'es
que saltimbanque
L'important...
L'important
c'est la rose
L'important
c'est la rose
L'important
c'est la rose
Crois-moi
Toi, petit,
que tes parents
Ont laissé
seul sur la terre
Petit oiseau
sans lumière, sans printemps
Dans ta
veste de drap blanc
Il fait
froid comme en Bohème
T'as le cœur
comme en carême
Et
pourtant...
L'important
c'est la rose
L'important
c'est la rose
L'important
c'est la rose
Crois-moi
Toi pour
qui, donnant-donnant
J'ai chanté
ces quelques lignes
Comme pour
te faire un signe en passant
Dis à ton
tour maintenant
Que la vie
n'a d'importance
Que par une
fleur qui danse
Sur le
temps...
L'important
c'est la rose
L'important
c'est la rose
L'important
c'est la rose
Crois-moi
Compositor: Paroles: Louis Amade. Musique: Gilbert Bécaud
O preço da incompetência /premium
Era escusado os mais novos pagarem
pela incompetência do Governo, ficando sem dois dias de aulas, em nome de um
nivelamento por baixo e da conveniência política de quem não cumpre os seus
compromissos
ALEXANDRE HOMEM
CRISTO OBSERVADOR, 26 nov 2020,
Houve um tempo nesta pandemia em que
a desorientação do Governo o encaminhou para medidas vistosas, mas
discutivelmente ineficazes, com o propósito de mostrar serviço. Agora, a orientação ascendeu a um novo
patamar: o da introdução
de medidas inequivocamente sem eficácia, cujo propósito já apenas consiste no
encobrimento da incompetência acumulada. A
proibição de ensino à distância nos próximos dias 30 de Novembro e 7 de
Dezembro é disso um exemplo gritante: o Governo impede as escolas privadas de darem aulas online nesses dias,
não por motivos sanitários (os alunos estariam em casa), mas (presume-se)
porque não poderia garantir igual continuidade educativa nas escolas públicas. Será esta uma defesa da igualdade? Não, é um nivelamento por baixo e uma manobra
política: se os miúdos matriculados no privado tivessem aulas, o país
perguntar-se-ia o porquê de o mesmo não acontecer no público — uma pergunta
incómoda a evitar, uma vez que a resposta é simples: porque o Governo
falhou. Ou seja, esta proibição prejudica os alunos, mas
beneficia o Governo. Fica claro o que, na balança, pesou mais.
Recapitulemos.
Nas próximas duas segundas-feiras não haverá
actividades escolares presenciais. A decisão surge no seguimento da renovação
do estado de emergência e das medidas para os fins-de-semana e feriados de
Dezembro, com vista a impedir a circulação de pessoas nos dias de
ponte. Percebe-se o
objectivo de confinar nessas segundas-feiras, mesmo que seja fácil discordar da
necessidade de fechar escolas ou desconfiar da eficácia da medida — de
resto, o próprio Governo tinha adoptado a boa prática de evitar a todo o custo
o encerramento escolar, precisamente por saber que a medida não justifica o
dano causado aos alunos. Mas o problema maior revelou-se na tarde desta
terça-feira: quando as escolas privadas anunciaram planos para manter
actividades à distância nesses dois dias, o Governo apressou-se a agitar o
texto do decreto e alertar para a proibição.
Primeira pergunta: será que o
decreto impede realmente o ensino à distância nesses dias? A resposta depende da
secção do decreto 9/2020. Se olharmos para o preâmbulo, a suspensão das aulas aparece explicitamente
reduzida ao ensino presencial, pelo que seria possível o ensino à distância:
nesses dias, estão “suspensas as actividades lectivas e não lectivas e
formativas com presença de estudantes em estabelecimentos de ensino públicos,
particulares e cooperativos e do setor social e solidário”. Mas, mais à
frente, se lermos o artigo 22.º, a
menção ao presencial desaparece: estão “suspensas as actividades lectivas
e não lectivas e formativas em estabelecimentos de ensino públicos,
particulares e cooperativos e do sector social e solidário”. Como
desempatar perante a ambiguidade? Com bom-senso: para além de o sentido estar
claro no preâmbulo, as normas excepcionais devem ser interpretadas de forma
restritiva, de modo a limitar o dano causado. Ou seja, no plano legal, a
posição do Governo é duvidosa.
Segunda pergunta: para quê
impedir aulas online se escolas, alunos, pais e professores as tinham programado
e as queriam realizar? O Governo não se quis explicar. E, sendo certo que o motivo não é sanitário, por mais
que se pense no assunto não emerge resposta possível que não seja a da conveniência
política. Com as escolas públicas encerradas
devido à tolerância de ponto, a preocupação do Ministério da
Educação foi bloquear o funcionamento dos privados e uniformizar por baixo os
efeitos para todos os alunos — se uns não têm, nenhum pode ter. E, para além disso, quis salvaguardar-se de
justificar a sua própria incompetência: se permitisse ensino à distância,
ficaria com uma bomba-relógio nas mãos. É que, enquanto nas privadas há provas
dadas de que o ensino à distância é viável, na generalidade das escolas
públicas não estão ainda asseguradas as condições (equipamento, ligação à
internet, formação dos professores) para o ensino à distância ser uma realidade
proveitosa. Porquê? Porque o Primeiro-Ministro não cumpriu o prometido de ter tudo operacional no início de Setembro e,
consequentemente, continuam a faltar meios tecnológicos a alunos e
professores nas escolas públicas.
Os mais jovens têm sido das
principais vítimas, não da pandemia em si, mas das medidas restritivas e de
contenção. Perderam meses de aulas, o que inevitavelmente prejudicará a sua
formação escolar e os seus horizontes futuros. Abdicaram das suas vivências de
juventude e adolescência, ficando confinados num momento das suas vidas em que
se testam limites, se forjam relações e se experimenta a liberdade.
Deterioraram o seu bem-estar e a sua saúde mental, com consequências ainda
imprevisíveis para a sua vida adulta. Com tanto dano acumulado, era
escusado que os mais novos viessem agora também pagar o preço da incompetência
do Governo, ficando sem dois dias de aulas, em nome de um nivelamento por baixo
e da conveniência política do primeiro-ministro, que não cumpre os seus
compromissos. Oxalá sejam muitas as escolas e os professores a contornar este
bloqueio ilegítimo.
EDUCAÇÃO PANDEMIA SAÚDE ESCOLAS
COMENTÁRIOS: Leonardo d'Avintes: Os "serviços" públicos têm prioridades.
Quando há conflito de interesse, o "serviço" público cessa de servir
o público para servir prioritariamente grupos profissionais, sindicatos e
partidos políticos. Não obstante serem estes serviços pagos
pelos impostos de todos, os cidadãos são absolutamente desconsiderados nos seus
direitos. Pagam e não bufam! Pedro
Mesquita Vasconcelos: Mas e
ninguém tem coragem de perguntar quem são os únicos beneficiados com estas
tolerância? Francisco
Correia: Esta geração de miúdos
que está no ensino básico vai ser uma desgraça. Vão chegar ao secundário sem
saber nada. João Vicente > Francisco Correia: E os que estão no secundário vão chegar à
universidade sem nada saber. Qual será pior? João AdderJoão Vicente: E não é assim que lá chegam agora? Romeu Francisco: "nos estabelecimentos de ensino"
pressupõe estrutura física. Logo, o virtual, videoconferência ou simplesmente
online não está incluído. Dar aulas não-presenciais não viola a lei. José Tavares: É por isto que necessitamos de
jornalistas, e de uma imprensa, livre, a bem da Democracia. Parabéns Alexandre! Viriato
Afonso: Não compreendo a
surpresa e indignação com os nivelamentos por baixo decididos por socialistas.
Não são os mesmos que sempre quiseram "acabar com os ricos"? Não
temos exemplos recentes como não permitir a abertura dos grandes supermercados
em horários diferentes para acomodar o recolher obrigatório? Não andou para aí
um ministro a dizer que os sacrifícios são para todos (mesmo que não haja
necessidade de sacrificar todos)? Socialismo é a distribuição de miséria e pobreza, e já
existe há tempo suficiente para tal ser cientificamente comprovado. Português Indignado: Esta decisão do Governo PS é profundamente
idiota, estúpida e irracional. Faltam-me as palavras para descrever tamanha
aberração. O que
me entristece mais ainda é a esmagadora maioria dos portugueses votarem nestas
criaturas irresponsáveis e incompetentes. Cada vez mais ignorantes, pobres e
dependentes do Estado, socialismo e ser socialismo. Será que os portugueses não
são capazes de serem melhor do que isto ???????? Joao Figueiredo > Português Indignado A luz dos Açores dá-nos alguma esperança.
é ver os esquerdistas
da treta a espumarem ...
A V: Este
nivelamento por baixo é antigo, mas agora serve apenas para que não seja ainda
mais gritante a diferença entre público e privado. Dos filhos de amigos em
idade escolar, só os do privado tiveram aulas com regularidade; os do público
tiveram algumas horas com os directores de turma, subitamente transformados em
enciclopedistas, e raramente tiveram mais do que os disparates que iam sendo
papagueados naquela versão indescritível de teleescola... Enquanto a população
não compreender que o facilitismo não é o caminho a seguir e que há que impor
limites mínimos de qualidade para que todos tenham uma educação de qualidade,
não há nada a fazer. Já agora, fala-se de os professores do público não terem
recebido formação para dar aulas on-line, mas e os do privado receberam ou
tiveram que as dar? E esta ponte é para quê? Ou há confinamento ou há vida
normal. Agora promover pontes com alunos sem aulas e com pais que têm que ir
trabalhar porque senão não recebem é, no mínimo, uma afronta. Digam-me lá quais
são os alunos cujas escolas ficam noutros concelhos? É que os professores podem
movimentar-se à luz das excepções previstas... Viriato Afonso > A V: Pedir exigência e rigor ao tuga médio é como pedir
tolerância religiosa a um taliban. Boa sorte! Joao Figueiredo > A V: É verdade sim senhor, o meu filho que andou no privado
até ao 9º ano, sempre que um professor faltava era substituído por outro, nunca
esteve sem aulas. No público, o ano passado no 10º, esteve 6 meses sem
matemática e biologia. Este no 11º esteve 2 meses sem Português e ainda não tem
professor de Química, isto numa escola da aldeia de Lisboa ... é um fartote. A V: Não diga mal do facilitismo. É graças a isso que num
passado recente um colador de cartazes chegou a 1º ministro. Joao Figueiredo: Não sei o que fizeram todos eles quando
eram jovens, eu colei cartazes e não me desgraçou a vida, nem fez de mim menos
homem e poderia eventualmente ser 1º ministro, tive tanta profissão na minha
vida ... afinal todos os nossos primeiros tiveram uma vida muito facilitada.
Troca Tintas > Joao Figueiredo: Pois, aqui o miúdo ia ficar no privado até
ao 4º (está no 3º), depois disso, oficial. Desde o ano passado que acho que vai
até ao 12º no privado. A
vergonha é que os profs metem baixas de 1 mês sucessivas, por isso não podem
ser substituídos. Lá vou
eu ter que pagar impostos e fazer umas horas extra pro colégio do miúdo. Filipe Fernandes: Concluiu muito bem Alexandre:
"bloqueio ilegítimo".
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