Parece fácil
Mas travar dessa forma toda a
actividade, quando sabemos que não é uma verdade generalizada, que os comboios
continuam a transportar, os mercados a vender, empregando muita gente, e bem
assim as farmácias, e a polícia, e o governo a esfalfar-se, dando ordens e
contra-ordens, os programas televisivos a fazer-se, alguns percorrendo o país,
em festas… E os médicos e os enfermeiros é um ver se te avias de trabalhos
expostos à covid, e mais as escolas e os lares, pese embora as restrições…
Afinal, se se fazem bichas para alguns
desses postos de trabalho, porque não se fazem bichas para todos os outros? Que
critérios presidem a essas restrições que não sejam os de um abuso do poder, para
mais contraditório e arbitrário, arruinando-se a economia e as gentes com tal
parcialidade nas ordens. Esta ordem não de marcha mas de paragem entre as 13
horas e as 5 da manhã, no sábado e no domingo parece anedótica. “Covid, podes vir agora, que a minha gente
está de resguardo”…
O certo é que a covid está ainda a fazer
finca-pé na nossa ignorância a seu respeito e ri-se de nós e das nossas
máscaras, que resguardam ou não, as opiniões também divergem nisso, até as dos
próprios médicos… Mas, que sei eu?
Afinal as outras guerras são bem mais mortíferas, com armas visíveis e
massacres, nós temos apenas que obedecer a ordens de confinamento, pesem embora
as desigualdades no trato…
UM
ORÇAMENTO DE GUERRA - ESTE, O TEMPO DA GUERRA...
HENRIQUE SALLES DA FONSECA A BEM
DA NAÇÃO21.11.20
…
em que não se limpam armas.
O
teatro das operações é global, o cenário é pandémico e o inimigo é o COVID. A
prioridade a que tudo se deve submeter é o extermínio do inimigo. Tudo o mais é
supérfluo.
Eis
por que tenho o Orçamento do nosso Estado para 2021 como algo que deve ser
posto incondicionalmente ao serviço dessa causa maior, o extermínio do vírus, o
fim do estado pandémico e a retoma da normalidade. Crendo que a única arma
eficaz será a vacina, divido o tempo em duas fases – a da pré-vacina e a da
pós-vacina - a que faço seguir uma terceira fase, a da normalização.
Na
fase pré-vacina, a Economia tem que ser sustentada por subsídios públicos de
sobrevivência, reembolsáveis (sem juros) em prestações a partir de um ano após
o fim das restrições impostas pela pandemia.
Na
fase pós-vacinação global da população, livre dos condicionamentos da fase
anterior, deixe-se a Economia retomar a actividade produtiva para que, um ano
depois, tenha recuperado o suficiente para que possa dar início à amortização
dos subsídios recebidos durante a fase anterior;
O
stock da dívida pública deverá então (e só então, passado um ano do
levantamento das restrições pandémicas) voltar a merecer os nossos mais exigentes
cuidados.
Este,
um tempo de excepção em que os critérios de equilíbrio estrito das contas
públicas devem ser maleabilizados mas, claro está, em que os abusos mais devem
ser alvo de férrea vigilância política e, talvez mesmo, policial. Novembro
de 2020 Henrique Salles da Fonseca
COMENTÁRIOS:
Anónimo 22.11.2020 10:37: Eu aprovaria o
teu orçamento na generalidade, pese embora na especialidade um ou outro aspecto
pudesse ser aprofundado. Simplesmente, Henrique, não sei se o OE que vai sair
da AR será a arma de guerra que preconizas. Sei que eu não o deveria fazer e
que está errado, mas não resisto a desligar-me de assuntos que me incomodam, e
faço-o, desde há algum tempo a esta parte, com o intuito de preservar a
minha saúde mental, pelo menos essa. E foi o que aconteceu quando me
apercebi que este OE iria ser objecto de “barganha”, onde não faltariam as
ameaças (reais ou fictícias) de não aprovação. Apesar do meu distanciamento
sobre a matéria, não pude deixar de ouvir recentemente num noticiário da rádio
que haveria cerca de 1500 (!) propostas de alteração ao OE. Obviamente, nem
todas serão acatadas, mas independentemente disso, que documento resiste na
sua coerência, no seu equilíbrio, no seu desejado conteúdo à acomodação de um
número tão exuberante de propostas de alteração? Temo que
não se esteja a privilegiar o principal sobre o assessório, neste momento em
que, unanimemente, se considera a actual crise como a mais grave que o País, a
Europa, os EUA e muitos outros países espalhados pelo mundo estão a viver,
desde 1929. Deixo-te uma
pergunta angustiante, que me tem assolado ultimamente: será que todos nós,
nas várias vertentes exigidas pela guerra que o vírus nos impôs, temos tido o
comportamento exigido pelas circunstâncias? Forte abraço.Carlos
Traguelho Anónimo
22.11.2020: Na minha faixa etária (75), incumprir as
normas tidas por seguras corresponde a atitude suicida. Não ponho pé na rua
fora dos horários estabelecidos e, mesmo assim, com máscara. Resolvi prescindir
dos transportes colectivos, sinto-me mais seguro do que quem tem de andar de
comboio em hora de ponta. Creio que a maioria absoluta da população é cuidadosa
e consciente mas todos estamos à mercê de um ou outro imbecil. Valha-nos o
Altíssimo enquanto não chega a vacina.
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