São 163 Comentários ou mais ainda, que
mereceu a crónica de AG, embora
alguns adeptos dos sofismas piedosos embrulhados em ódio real, vazem apenas excrescências
desse seu ódio contra a lucidez e o destemor - a maioria das quais não
transcrevi. Não vou comentar o texto, não excepcional porque o são sempre, os
textos de Alberto
Gonçalves. Os comentadores o fazem, a multiplicar o prazer. Ou simplesmente
o desprezo pelos tais, os dos sofismas. Mas seria bom que um sopro de inflamado
e sensato patriotismo começasse a varrer tanta sujeira de deformação moral
neste país, que assim se verga à tirania do ódio, gaguejante embora.
Quem fala assim é de extrema-esquerda /premium
No fundo, e à superfície, o Livre
mistura os horrores do BE com as abominações do PAN, mantendo o ressentimento, o moralismo, o revisionismo, a
vocação proibicionista e a natureza totalitária de ambos
ALBERTO GONÇALVES, Colunista do
Observador
OBSERVADOR, 12 oct 2019
Houve
quem achasse escandaloso que Joacine Katar Moreira festejasse a eleição
para o parlamento junto à bandeira da Guiné. Eu achei ridículo, mas sou
suspeito. Acho sempre ridículo que alguém exalte o país a cuja miséria fugiu
em detrimento do país que lhe permitiu prosperar. E sim, isso inclui
aqueles portugueses e descendentes de portugueses que agitam o estandarte do
Partido Republicano ou celebram o Bacalhau à Brás enquanto gozam dos níveis
salariais da Suíça, dos EUA ou da Austrália. Suponho que muitos dos que
assinam petições contra a dra. Joacine se comovem imenso com as manifestações
de patriotismo dos nossos compatriotas emigrados. Não querendo ser picuinhas, a
incoerência tira-lhes razão.
Aliás,
as razões de certos críticos da dra. Joacine são tão absurdas quanto as razões
dos simpatizantes da senhora. O êxito dela, segundo uma sondagem a candidata
mais popular, fez-se sobre critérios totalmente alheios aos que deviam
influenciar a escolha dos deputados. E foi a própria dra. Joacine a submeter
esses critérios à avaliação do público, activa ou passivamente.
No
primeiro caso, a dra. Joacine declarou que as “legislativas” iriam medir a
capacidade do eleitorado em aceitar uma mulher negra na Assembleia da República.
Com o devido respeito, hã? A que título é que o eleitorado, que já “aceitou”
em S. Bento resmas de mulheres brancas e dois ou três homens negros, não
estaria preparado para uma mulher negra? A presunção tem graça. Por um
lado, porque é mentira: a primeira deputada negra aconteceu ainda antes de
1974, chamava-se Sinclética Soares Santos e vinha de Angola (e a primeira
deputada negra da democracia, Nilza Mouzinho de Sena, pertence ao PSD e chegou
à AR em 2015). Por outro lado, porque a presunção é estúpida. Depois
das quotas singulares, faltava-nos entrar na era das quotas combinadas: de
futuro, convém reservar uns banquinhos no proverbial “hemiciclo” para
transsexuais nórdicos, esquimós pernetas e anões que fazem bolinhas em cima dos
“ii”. Ou para mulheres negras e gagas.
A
dra. Joacine não precisou de explicitar o último critério. De resto, é
justamente a incapacidade de o fazer que o torna evidente. Não existe maneira
diferente de o dizer (ou existe, mas nunca mais saíamos daqui): a dra.
Joacine é gaga. Às vezes, é um bocado gaga. Às vezes, é bastante gaga.
Às vezes, é gaga para lá de qualquer hipótese de comunicação. Por causa
da referida característica, alguns gozam com a dra. Joacine, e alguns acreditam
que a dra. Joacine goza com eles. Não são melhores nem piores do que os que lhe
elogiam a “coragem” por “assumir”. A propósito disto, gostaria de informar os
deslumbrados que não há coragem em se assumir um defeito impossível de ocultar.
Um sujeito com 15 dioptrias não é um herói: é um pitosga.
Não
me entendam mal. Eu votaria num zulu cego e cocainómano empenhado na redução
drástica dos impostos, na abolição de dois terços dos ministérios e no sagrado
princípio de que a vida dos cidadãos é assunto deles. Salvo prova em contrário, a dra. Joacine viu-se
eleita apenas por ser mulher, negra e gaga, tudo em simultâneo, tudo enfiado num
bonito pacote de atributos “minoritários”. Se acumulasse com uma
orientação sexual esdrúxula, seria o “jackpot” da vitimização. Nos
sifilíticos tempos que correm, o estatuto de vítima, real ou imaginária, é uma
proeza e uma virtude. Por azar, é uma virtude que não esclarece coisa nenhuma
acerca do que a dra. Joacine pensa e, principalmente, do programa que defenderá
na AR.
Quanto
ao que, sob o culto da “discriminação”, a dra. Joacine de facto pensa, não
tenciono alargar-me. Por motivos que é escusado repisar, ouvi-la falar não é
uma experiência particularmente elucidativa. Lê-la também não ajuda: a
escrita da dra. Joacine não se distingue da do académico indígena médio, logo é
insuportável após três parágrafos. Resta o programa do partido que a
dra. Joacine representa. O partido é o Livre, criado pelo grande pensador Rui
Tavares para arranjar um emprego ao grande pensador Rui Tavares. Em
sucessivas eleições, a empreitada falhou. Funcionou agora, embora com o emprego
atribuído à dra. Joacine. E o que fará a dra. Joacine no emprego?
Não
queiram saber. O programa do Livre, que espreitei na diagonal e na vertical,
consta de 53 páginas divididas em 21 temas. Os temas incluem “Economia
circular”, “Igualdade, Justiça Social e Liberdade” e “Soberania Digital”, além
de 6 ou 7 capítulos “ambientais” (“Emergência climática”, “Desenvolvimento
ecológico e solidário”, etc.). Ou seja, marxismo clássico e marxismo
“moderno”. No fundo, e à superfície, o Livre mistura os horrores do BE com as
abominações do PAN, preservando o ressentimento, o moralismo, o revisionismo, a
vocação proibicionista e a natureza totalitária de ambos. Parece-me impecável.
E
parece-me justo dar um exemplo enternecedor: “Limitar o transporte aéreo às
ligações onde é efectivamente necessário”. A pequena frase reúne todos os
predicados acima, e deixa uma pessoa a pensar. Uma pessoa pensa na
ingenuidade das companhias aéreas que mantêm ligações pelos vistos
desnecessárias. Uma pessoa pensa na incúria dos viajantes que rumam a
destinos que não necessitam visitar. Uma pessoa pensa na comissão de
génios que decidiria a necessidade das ligações. Uma pessoa pensa na
necessidade da rota bidiária Lisboa-Bissau. Uma pessoa pensa se estas
ideias ocorrem a adultos ou são produzidas por metástases da pequena Greta.
Quando uma pessoa não pensa, acaba a eleger a dra. Joacine, mulher,
negra, gaga e parlamentar da extrema-esquerda, uma entre três ou quatro
dezenas. Naturalmente, por estes dias, o país dedica-se a recear, exorcizar e
promover o único deputado da extrema-direita.
COMENTÁRIOS
Alfaiate Tuga: A dita está farta de saber que muitos dos que nela votaram apenas querem
circo no parlamento é motivo para umas boas gargalhadas.
Liberal
Impenitente > Alfaiate Tuga: Errado, até por que circo é
providenciado pelos burguesinhos de esquerda em contínuo. Mas eu suspeito de
voto racial na Joacine. Antes nela do que no Mamadu!
Pedro J.: O que é surpreendente e aterrador é que existem mesmo muitas pessoas que,
lendo o claríssimo texto do Alberto Gonçalves, vão espumar e gritar "Olhó
racismo!" e ainda "Neo-liberal" ou mesmo "Porco de
extrema-direita". Para estas, só me ocorre a receita do comediante inglês
Ricky Gervais, que sugere tirarmos os alertas de perigo das embalagens de
lixívia, esperar dois anos, e então sim ir a eleições.
josé Maria: A propósito de moralismo, os direitistas que se opõem ao aborto, à
eutanásia, ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, à adopção por casais
homossexuais, à procriação medicamente assistida, à gestação de substituição,
já escapam à sua fúria anti-moralista, Alberto ? Já não possuem feição
proibicionista e totalitária ? A sua desonestidade intelectual é muito feia,
sabia ?
Jay Pi > josé maria: O problema nesta vida é o
marxismo não é o rigorismo moralista de uns poucos...
Porque o marxismo
arruína a vida das pessoas com fome, doença, guerra e morte. O moralismo
não.
Jay Pi > josé maria: Nem os EUA são um país dominado pelos rigoristas morais,
nem a pobreza dia EUA se compara com a dos países marxistas. A tua falta de inteligência e o
teu grau de prostituição são mesmo uma coisa muito feia...
Pedro J. > Jay Pi: Olha, mantiveram o emprego ao José Maria... aquelas
subvenções de campanha pagam depois estes desmiolados para virem traulitar
desordenadamente.
Joao Rodrigues: Brevemente chegará a Ministra na Guiné e desampara-nos a loja
Ana Rebelo: Parabéns pelo artigo, muito bom.
Cláudio Silva: Gaga que tem.discursos sem gaguejar...
Marco Silva > Cláudio Silva: É a deficiência selectiva. Se der jeito, tem. Se não
der jeito, não tem. Ela é do mesmo espectro politico que usa uma criança com Aspergers para
propaganda politica...logo não espere moralidade ou princípios desta gente.
Carlitos Sousa: Excelente texto e corajoso por abordar sem complexos um assunto que
desmonta a entrada de Joacine no parlamento pela mão do asqueroso Rui Tavares. Este dissidente bloquista
descobriu que se encontrasse uma personagem preta, gaga e de discurso racista,
conseguiria finalmente receber a subvenção partidária.
Acreditou e acertou que haveria por aí uns milhares de eleitores que
teriam pena da ave rara e lhe dariam o voto. É
o país que temos e por essa Europa fora não se conhece caso de alguém ser
eleito deputado sem que tenha mais capacidades para além da deficiência e cor
da pele.
Marco Silva > Carlitos Sousa: Tem toda a razão, excepto na
última parte. Pela Europa fora o que não faltam são exemplos disso mesmo. Só na Suécia há
imensos novos "políticos" cujas qualificações são "ser
muçulmano" ou simplesmente "não ser sueco"
Luís Teixeira Neves > Carlitos Sousa: Ah... Ela é que é racista...
Você nem um pouco... Pois, pois...
VILAR DE
MAÇADA: Um espectáculo, esta crónica!
Pérolas a porcos Ninguém se
incomodou com nenhum dos outros candidatos africanos, sejam de esquerda ou de
direita. Esta lady gaga só incomoda por ser
desonesta e oportunista.
Joaquim Zacarias: Tenho um amigo gago, (aqui no alentejo também há gagos, embora haja cada
vez menos comunas) que quando se enerva, não consegue expressar-se, e por isso
recorre a um caderno e a um lápis, para se fazer entender. Como somos muito
amigos dele, estamos sempre a enervá-lo. Espero que a senhora guineense, também
tenha na AR, uns amigos, como nós somos do nosso amigo gago.
Ana Brito: Comparar portugueses no estrangeiro (que nunca foram apontados por
problemas de integração), a honrar símbolos e costumes nacionais (talvez
nalguma associação lusa), enquanto vivem no país de acolhimento e que nunca
ergueram a bandeira nacional enquanto tomavam posse de cargos públicos, mas sim
assumiram a honra confiada pelo país onde prosperaram com respeito, a uma
candidata que festeja a sua eleição com a bandeira de um país (que pelos vistos
nem é o seu, é senegalesa, conseguiu a nacionalidade da Guiné-Bissau e por esse
meio a porta aberta para Portugal) e diz que vem fazer a guerra ao Parlamento,
que no nosso país "há uma hegemonia branca", i.e., quer disputá-la e
impor a dos negros (o que não será do nosso interesse, espero que seja evidente
para a maioria de nós), é bastante desonesto.
Combate aos BURROS e ANALFABETOS do Observador > Ana Brito: Algumas correcções ao que escreveu assumindo que está
a falar de Joacine Katar Moreira. A senhora nasceu em Bissau, tem nacionalidade
guineense e não senegalesa e não “tomou
posse de cargo público algum ”. Nem ela nem ninguém na sequência
das recentes legislativas. O que “lhe
abriu a porta para Portugal ” não foi a “nacionalidade da Guiné-Bissau ”, mas sim ter dupla
nacionalidade, guineense e portuguesa, condição sine qua non para poder ser candidata a deputada à AR.
Esta e outras condições são verificadas, candidato a candidato, pelo juiz
presidente do tribunal de comarca com sede na capital do distrito que constitua
o respectivo círculo eleitoral. Se Joacine K Moreira não fosse detentora da nacionalidade
portuguesa seria uma cidadã estrangeira, que assim não é, sendo que nenhum
cidadão estrangeiro mesmo residente em Portugal desde o minuto a seguir àquele
em que nasceu noutro país, pode ser candidato a deputado à AR, tudo isto nos
termos da Lei Eleitoral em vigor. Joacine K Moreira, está EXACTAMENTE NA MESMA
SITUAÇÃO da ainda deputada do PSD Nilza de Sena, também detentora de dupla
nacionalidade: moçambicana (nasceu lá em 1976) e portuguesa. E como a Lei é
IGUAL para todos…
Antonio Fonseca > Combate aos BURROS e ANALFABETOS do Observador: Joacine K Moreira, não está EXACTAMENTE
NA MESMA SITUAÇÃO que Nilza de Sena. Esta nasceu em Moçambique em 1976 e por
isso tem dupla nacionalidade. Já a Joacine K Moreira nasceu em Bissau em 1982 e
se tem nacionalidade portuguesa é por outro motivo.
Combate aos BURROS e ANALFABETOS do Observador > Antonio Fonseca: Será necessário escrever que
para efeitos de interpretação da lei em apreço, o que está em questão é ter ou
não ter a nacionalidade portuguesa e não se a mesma foi obtida pelo “motivo 1”
ou pelo “motivo 2”? Vá lá. Faça um esforço para escrever qualquer coisinha com
interesse para o debate.
Pérolas a
porcos > Combate aos BURROS e ANALFABETOS do Observador:
Aí mesmo é que
bate o ponto. Nunguém a contesta por ser preta. Nem de esquerda. Nem africana.
Apenas por ser
ressabiada.
3Responder
Antonio Fonseca > Combate aos BURROS e ANALFABETOS do Observador:
pelo “motivo 1”
ou pelo “motivo 2”. Tal como disse não é a mesma coisa. E se não dizem qual o
"motivo 2" é que aí tem coisa.
Armando AzevedoCombate aos BURROS e ANALFABETOS do Observador:
Perfeitamente de
acordo. O cargo de deputado é um cargo político.
Ana Brito > Combate aos BURROS e ANALFABETOS do Observador: Combate burros? fratricida! Nasceu no Senegal. Entrou ilegalmente na Guiné
Bissau. Adquiriu cidadania guineense. Imigrou para Portugal. Adquiriu cidadania
portuguesa.
Vera Oliveira: Excelente artigo!
Luís Teixeira Neves: A alimentar o nacional-relismo.
José Ramos: Claro, implacável e justo. Sobretudo, razoável, no sentido de funcionar
usando a Razão. Esta, a Razão, que iluminou
o chamado século das luzes e produziu a Revolução Francesa e as diversas
revoluções liberais durante o séc. XIX, anda muito afastada dos líderes e dos
cidadãos actuais, não obstante estes viverem num mundo melhor e mais aberto
graças a ela, a Razão. O que diria, o que escreveria Voltaire, se visse o
processo de idiotização em curso? O que diria Voltaire, se visse a jovem Greta
- uma Candide com um prof. Pangloss tão estupidamente castratofista quanto o
outro era de um optimismo absolutamente imbecil - a ser ouvida e seguida pelo
Sec. Geral da ONU, de calças ridiculamente arregaçadas, ou pelo inefável Papa
Francisco, tão idolatrado pelos esquerdistas totalitários mais empedernidos,
mas que execram a Igreja da qual o homem é o Pontifex Maximus? Se o deixassem,
se as cacarejantes SA do "politicamente-correcto" o permitissem,
Voltaire publicaria. E, no meio das gargalhadas dos lúcidos, ouvir-se-ia o
gaguejar dos néscios clamando pela queima imediata (e "Livre") desses
livros.
Liberal Impenitente > José Ramos: Não esqueçamos Kamarada Sparta o que significa a Razão
no Ocidente, e logo a partir da sua fundação em Atenas. Lembro-me com saudade
de José Hermano Saraiva no sopé do Parténon de Atenas explicar que os
atenienses tinham escolhido Atena que lhes oferecia o azeite que iluminava em
detrimento de Póseidon que lhes oferecia o cavalo com que podiam fazer a guerra
porque "os gregos não tinham o instinto do poder, os gregos só tinham o
instinto da inteligência". As Luzes do século XVIII foram o regresso da
inteligência.
A. Carnide: Excelente, como habitualmente!
Gustavo Lopes: Fabuloso!!! Assertivo como sempre... mas como a Inteligência Colectiva é do
nível que sabemos, somos governados por quem somos, e ouvimos bitaites de
senhoras como esta!!!! Triste país. Obrigado AG.
Carminda Damiao: Óptimo artigo.
Marie de Montparnasse: Artigo belíssimo.
Ana Ferreira: Há coisas que não mudam. Para quem tinha a ilusão de que AG estava
interessado em qualquer outra alternativa política, fica a prova da sua
exclusiva função de animador mor de boa parte da clientela do OBS, que ao
sábado saliva abundantemente com as alarvidades da personagem.
Miguel FernandesAna Ferreira: V@ Exa. nao falha. E dos clientes mais fieis. ainda há gente muito idiota
Armando Azevedo > Ana Ferreira: Há coisas que não mudam. Para quem tinha a ilusão de
que Ana Ferreira estava interessada em qualquer outra alternativa politica,
fica a prova da sua exclusiva função de xingadora mor de boa parte da clientela
do OBS, que ao sábado tem de aturar as alarvidades da personagem.
Liberal Impenitente > Ana Ferreira: O senhor padre António Vieira manda-te esta, anãzinha:
«A
inveja, como filha primogénita da soberba, pesa para cima, e todos seus tiros
se assestam contra o mais alto.»
Cipião Numantino: Já poucas coisas me surpreendem nesta vida. E do alto das minhas vetustas
cãs já timbradas de neve creio mesmo só me faltar ver andar o tal porco de
bicicleta. Um excelso físico postulou que
só a estupidez humana era infinita enquanto, um outro, teve que levar com uma
maçã no toutiço para se aperceber daquilo que de tão óbvio se transformou numa
universal verdade. Por sua vez muitos
estarão lembrados do famoso anúncio do restaurador Olex, que não parecia
natural um branco de carapinha e um preto de cabeleira loira. Mas parece que não e, isto, anda tudo mesmo
ligado. Querem-me por a comer erva como se
eu fosse uma vaca. E mandar-me fechar a matraca, sempre que alguma verdade
comezinha se atrevesse e desfile pelos meus neurónios.
É aqui que entronca a inefanda Drª. Joacine (nome de resto bonito,
concordam?).
Pois é, a excelsa Senhora é gaga. E claro, nada daí advirá de
mal ao mundo, se?...E é este "Se" que me faz espécie. Os Espartanos
eram tidos como os mestres do lacónico. Que, de resto, lacónico significa que
era oriundo da península da Lacónia de onde, claro, eram originários os
Espartanos. Pois bem, um belo dia o sátrapa persa Mardónio (foi ele que
comandou o ataque de Xerxes I na célebre batalha das Termópilas onde foram
sacrificados o Rei Leónidas e os seus 300 espartanos, vindo depois a morrer na
célebre batalha de Plateias às mãos dos Gregos), resolveu mandar uma embaixada
a Esparta. Na declaração que os embaixadores eram portadores mandava dizer em
tom de ameaça que SE os Espartanos não obedecessem seriam totalmente
destruídos, Se, isto e aquilo e mais aquele outro. Muitos Ses de ameaças e de
represálias. Pedida pelos embaixadores concomitante resposta aos Espartanos a
tanta ameaça, laconicamente, os Espartanos escreveram uma única e singela
palavra. Fácil será adivinhar, certo? E limitaram-se a responder SE?!...
Chegado aqui, não sei se a Drª. Joacine pretenderá
utilizar tais e tão singelos vocábulos. Se assim não for, não percebo bem como,
por exemplo o Dr. Rui Rio ou o Dr. Costa esperem até que a excelsa Senhora
consiga terminar aquela espécie de traques vocalizados até expender algo de
concreto verbalizado. E estou mesmo a ver o Dr. Rio e Dr. Costa, dizendo: oh
Senhora Deputada, nós vamos ali tomar um cafézinho até a Senhora conseguir
falar aquilo que se propõe. Ou melhor ainda, olhe vamos entretanto ali dormir
uma soneca e depois voltamos!
Minha gente, a Drª. Joacine não é obviamente culpada
nem, por interposta situação, posso perorar em termos de gozo sobre o seu
estado de gaguez.As coisas são o que são e, neste como em tantos outros casos,
não está nas nossas mãos alterá-las. O que me espanta a mim é escolher-se uma
deputada de gaquez tão pronunciada já que, a fala e a consequente retórica, são
justamente as ferramentas de trabalho de um deputado! No limite, meus caros,
era como tentar seleccionar para o futebol pernetas. Ou para avaliador de
diamantes, ceguetas. Estabelecer uma colónia de piolhos na cabeça de um careca
também me pareceria um contra-senso. Um surdo também me pareceria pouco
apropriado para espião. Estão a ver? Um branco de carapinha e um preto de
cabeleira loira!.... E esta é mesma uma expressão. Nada tem a ver com racismos.
O que não sou é gago, topam?...
Armando Azevedo >Cipião Numantino: Primeiro saboreamos um
excelente artigo do AG, depois ainda temos direito a bónus com o refinado
comentário do Cipião.
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