Livro de mistério, livro
de terror, livro de magia, livro de esplendor linguístico, livro de excelência
no suspense das situações ou no entrecruzar de espaços e de situações, que se
retomam, por vezes, vindas dos confins do passado, em subtilezas narrativas de
moderna técnica discursiva, livro de ternura e livro de simplicidade no encarar
da morte, como elemento natural da vida, sendo esta descrita como uma aventura
sem fim, de estranhas e terríficas situações, em mistura de planos, em que o
sofrimento não desarma e o sentido do trágico ou do mistério está apenso em
qualquer acto realizado. E tudo isso numa escrita rica sem ser pedante, máscula
e rigorosa, aparentemente exacta e simultaneamente poética, no reconhecimento
do mistério de que se compõe, afinal, a misteriosa essência da identidade
humana. Um livro, pois, de pesadelo, mas também de riso sardónico, e de carinho,
no descritivo de algumas figuras, do universo feminino ou infantil, pese embora
o pesadelo que sobre todos paira numa cidade de sombra, saída de uma revolução
e de muita miséria e intriga, Barcelona, “A Cidade de Vapor”, edição póstuma deste autor que desconhecia, e que foi presente de
Natal: Carlos Ruíz Zafón.
Um comentário:
Um dos meus autores favoritos! Tenho uma série de livros dele. Comecei a ler - "A Sombra do Vento" e depois foram uns a seguir aos outros. Excelente!!!
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