Desses alaridos de aparente compaixão,
que não passam por vezes de exibicionismo oportunista e malquerente de gente
mais interessada em atacar sobretudo os que se esforçam em progredir na vida,
como é próprio da condição humana. Destaca-se, pois, neste texto, uma vez mais,
a força e a firmeza de Helena Matos, que denuncia
tais oportunismos matreiros, além de outros ridículos de tacanhez saloia de um
povo realmente, esse sim, mentalmente subnutrido.
“Omara, a bebé subnutrida”. Por culpa de quem? /premium
Onde nasceu a Omara? Quem governa o
seu país?… Há décadas que campanhas como esta da UNICEF mais que angariar
verbas para acudir às Omaras têm servido para desresponsabilizar os dirigentes
africanos.
HELENA MATOS, colunista
do OBSERVADOR
OBSERVADOR,
03 jan 2021
“A Omara tem 8 meses e é a mais nova de cinco irmãos. Quando nasceu já tinha
muito pouco peso e, o facto da sua mãe Zara não conseguir amamentar, dificultou
o ganho de peso que necessitava para crescer saudável.” — Este
anúncio de uma actual campanha da UNICEF segue o padrão habitual destes apelos:
crianças negras de olhos imensos e peso escasso contemplam-nos enquanto uma
voz off repete que se dermos uns euros as salvaremos.
Ninguém
explica onde nasceu a Omara. Que catástrofe, facto ou circunstância levam a que
ela seja tão débil. Aconteceu algum terramoto no seu país? Incêndio? Erupção?
Nada se diz. Omara é apenas “a bebé subnutrida” como se a sua subnutrição
fosse uma fatalidade e a sua assistencialização o destino óbvio. Muito
menos se sabe que família é a sua. Por exemplo, Zara, a mãe de Omara, que pela
imagem parece tão jovem, já vai na quinta gravidez, com óbvio prejuízo da sua
saúde pois nem consegue amamentar. Que condicionantes culturais, familiares e
religiosas levam esta mulher a estas gravidezes sucessivas que a esgotam? Quem
governa o país de Omara e da sua mãe Zara? Aliás qual é o país de Omara? Nada
sabemos sobre isso. Somos só nós, a subnutrição de Omara e os
euros que não nos fazem falta e podemos dar para a salvar. Publicitariamente
esta técnica de comunicação é perfeita mas politicamente é um desastre pois é
nesta descontextualização das vítimas que se tem baseado o desastre africano
pós colonial: libertações que acabaram em regimes de terror, revoluções
socialistas que produziram estados falhados, sociedades que empobrecem… e
nunca se encontram responsáveis, a não ser os suspeitos do costume ou seja os
países europeus que na sua maioria há mais meio século deixaram de administrar
aqueles territórios.
Mas
voltemos de novo ao anúncio: “Um dia, quando Omara teve febre, a sua mãe
Zara levou-a ao médico da vila – que a encaminhou ao Centro de Subnutrição
Ambulatorial apoiado pela UNICEF. Aí, foi observada e prontamente começou a
tomar uma pasta terapêutica altamente nutritiva. Omara pesa apenas 3,4 kg mas,
graças à UNICEF, tem agora uma equipa médica a cuidar de si e a fazer todos os
possíveis para salvar a sua saúde e a sua vida.”
E
pronto, a Omara já está a crescer. Os euros e os dólares chegaram a
tempo de lhe garantir “uma pasta terapêutica altamente nutritiva”. No próximo ano outra Omara protagonizará outro
anúncio. Os cleptocratas que governam boa parte dos países africanos
agradecerão que ninguém se lembre deles, que se aceite como natural a
subnutrição naquele continente e sobretudo corroborarão a tese de que se a
Omara não se salvar é por culpa dos europeus ou dos americanos que não
contribuíram como deviam para a salvar.
Quem também não deixará de reduzir o drama de Omara à falta de euros para que
ela tenha acesso à tal “pasta terapêutica altamente nutritiva” são os agora
defensores das causas identitárias que se dizem anti-racistas. Continuadores
que são das lutas ditas anti-coloniais do século passado precisam absolutamente
que se ignore o desastre a que os seus catecismos conduziram África e os
africanos. Mas tal
como as lutas de libertação em África nos anos 60 e 70 do século passado
geraram regimes muito piores que aqueles que combateram, também as actuais
agendas anti-racistas estão a produzir problemas muito maiores que aqueles que
dizem querer combater. Tentar perceber o que esconde o baixo
peso da Omara é um bom começo para quebrar esta cadeia de fatalidades
PS.
Exm senhores Comandante Geral da GNR e Director Nacional da PSP, venho
encarecidamente pedir-vos que acabem com o degradante espectáculo da guerra pela
escolta ao transportes de vacinas.
Nós já nos habituámos a muito, até àquilo que nunca pensámos tolerar
como é o caso das vergonhosas prestações do ministro Eduardo Cabrita, mas
ficar-se a saber que a PSP terá bloqueado o transporte das vacinas que estava a
ser escoltado pela GNR é algo que ainda está acima das nossas capacidades.
Não
é que tivéssemos acreditado quando nos disseram que o plano para a distribuição
de vacinas foi acertado na reunião que teve lugar a 22 de Dezembro entre a
Secretária-Geral do Sistema de Segurança Interna e os comandos das forças que
Vossas Excelências dirigem. E sim, nós até percebemos que a escolta às vacinas
é o momento festivaleiro que pode ajudar os agentes a esquecer há
esquadras fechadas à noite por falta de meios e bairros onde PSP e GNR já
desistiram de entrar e fazer cumprir a lei que atroam aos quatro ventos ir
fazer cumprir com rigor aos demais cidadãos.
Tudo isso nós sabemos e compreendemos mas por favor comportem-se com aquele
mínimo de dignidade institucional que nos faz acreditar que isto, ou seja o
país, ainda não é apenas um protectorado da UE, com as suas polícias-fanfarra,
fazendo figura em acontecimentos mediáticos mas incapazes de garantir a
segurança aos cidadãos e até de se comportar decentemente em público.
Obrigada
ÁFRICA MUNDO NAÇÕES UNIDAS UNICEF
COMENTÁRIOS
JB Dias: Se nunca forem
ensinados a pescar, nunca terá fim a pressão para que mais peixe seja doado ...
e sem objecto as fofinhas ONG's que nascem como cogumelos deixam de poder dar
emprego aos milhares de "activistas" com quem gastam a grande maioria
dos euros e dólares que às Omaras dizem destinar-se! Nada acontece por acaso e
a propaganda nunca é inocente e desinteressada.
João Paisana: De acordo, da
primeira à última palavra. Se a primeira parte tem solução muito difícil de
encontrar, quanto à segunda parte, era só fundir a GNR e PSP, acabando com uma
série de lugares dirigentes, racionalizando e optimizando as estruturas de segurança
pública
Maria Augusta: Desgraçadamente
outro excelente texto de Helena Matos a denunciar as campanhas esquerdeiras da
UNICEF que enquanto salvam umas pobres vidas de crianças esfomeadas, culpam os
europeus pelas consequências dos regimes ditatoriais de miséria desumana que
resultaram das revoluções esquerdeiras que apoiaram entusiasticamente.
Para além do rol de milhões de mortos que se contam
desde 1917, o sofrimento e o inferno existem para milhões de pessoas a cada dia
que passa. O
sócio-comunismo é maravilhoso!
Nenhum comentário:
Postar um comentário