sexta-feira, 25 de março de 2022

Bonito mas falso


O princípio defendido pelo Dr Salles,  de condenação da morte, num mundo que, desde os seus inícios, rolou sempre em violência e disputas, quantas delas fatais, onde o Bem e o Mal se digladiaram, apesar de tantas doutrinas a difundir virtude. E no caso que estamos a viver, de um país e gente a serem destruídos por ordens de um monstro, senhor de “afectos” de uma devassidão levada ao extremo de toda a imaginação, parece que qualquer tribunal se encarregaria de condenar à pena de morte, quem de tantas mortes é causa.

«NAMASTÊ»

ou

O SENTIDO DA VIDA

 HENRIQUE SALLES DA FONSECA                A BEM DA NAÇÃO,  24.03.22

Esqueçamos as transcendências e admitamos que a vida é só esta em que nos encontramos.

Então, que sentido faz tirar a vida seja a quem for? A resposta só pode ser uma: nenhum!

Não temos o direito de tirar aquilo que não demos. E, mesmo assim, também não temos o direito de tirar a vida a quem a demos, os nossos filhos porque, ao existirem, passaram a ter vida própria e deixaram de ser nossos, no sentido de que deles podemos dispor. E não podemos porque também isso seria contrário ao desígnio fundamental da preservação da espécie, à tranquilidade do ânimo de quem entretanto tem vida própria e sente.

Nem sequer é necessário apelar à semelhança com a imagem de Deus, basta ver que o ser criado sente e que esse sentimento tem que ser considerado supremo na escala da intimidade, da delicadeza íntima e  HENRIQUE SALLES DA FONSECA                A BEM DA NAÇÃO,  24.03.22

da nossa compaixão para com o próximo, esse sobre que temos – ou não – o poder de vida ou de morte.

A morte faz parte da vida? Não! A morte é definitivamente um absurdo da vida.

Deixemos então viver e vivamos em compaixão, esse grande sentimento da vida.

Nesta dimensão física, a nossa atitude sublime é, pois, a compaixão para com os sentimentos do próximo. «A minha compaixão para os teus sentimentos», «Namastê».

Março de 2022         Henrique Salles da Fonseca

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 COMENTÁRIOS

 Henrique Salles da Fonseca  24.03.2022  11:40, Muito bonito, muito forte face à realidade da existência humana!  Isabel O'Sullivan  

Eu mesmo  24.03.2022  13:23: Nem sequer temos de tirar aquilo que demos. Cumps

 Anónimo  24.03.2022  15:00: Henrique, comento o teu post, contendo verdades insofismáveis, com a transcrição parcial de um parágrafo de “Memória e Identidade”, do Papa João Paulo II (pág. 20): “Ora, se o homem pode decidir sozinho, sem Deus, o que é bom e o que é mau, pode também dispor que um grupo de pessoas deva ser aniquilado; decisões deste género foram tomadas, por exemplo, no III Reich por pessoas que, tendo chegado ao poder por meios democráticos, se serviram dos mesmos para atuarem os perversos programas da ideologia nacional-socialista que se inspirava em pressupostos racistas. Análogas decisões foram tomadas pelo partido comunista da União Soviética e nos países sujeitos à ideologista marxista. Neste contexto, se perpetrou o extermínio de Hebreus e de outros grupos como as etnias ciganas, os agricultores da Ucrânia, o clero ortodoxo e católico na Rússia, na Bielorrússia e para além dos Urales; de forma semelhante foram perseguidas todas as pessoas incómodas ao regime: por exemplo, os ex-combatentes de setembro de 1939, os soldados do Exército Nacional da Polónia depois da II Guerra Mundial, os expoentes da intelligentsia que não aceitavam a ideologia marxista ou nazi.” Abraço. Carlos Traguelho

 Antonio Fonseca  24.03.2022  19:19: Sentimentos nobilíssimos, Doutor Henrique. Tirar a vida seja a quem for não é moléstia nova, infelizmente. Se começou logo com a primeira família, o Caim do Gênesis, então não nos transviámos; sempre fomos assim. Provavelmente , a certa altura, começámos a reconhecer a existência do divino em mim e depois o divino em outrem (namastê). Tenho fé que havemos de mudar? Só porque estou-me suspendendo por uma unha negra aos anseios do Disco Voador. Um abraço.

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