Com reflexo nas vividas hoje.
João Sena, a quem
agradeço, enviou-me por email, o seguinte texto de David Martelo, contando a história já antiga, sobre as razões
de Hitler, para invadir a Europa, protegendo-a dos Russos, afinal,
e os vários confrontos que se deram no seu tempo, tudo em santidade e benemerência.
Como hoje.
«Caros
Amigos:
Está
disponível o texto da PROCLAMAÇÃO DE HITLER AO POVO ALEMÃO
SOBRE A INVASÃO DA RÚSSIA, feita horas depois do início da mesma, em Junho de
1941. Nesse texto, Adolf Hitler apresenta ao povo
alemão uma
pormenorizada justificação para a ofensiva que então se iniciava, apesar de
vigorar entre os dois Estados o Tratado
de Amizade celebrado em Agosto de 1939. Trata-se
de um documento que ajuda a compreender as complexas combinações geopolíticas
da Europa de Leste.
Para
visitar o Blog, clique em https://www.a-bigorna.pt
Envio
os melhores votos de boa saúde para todos os leitores d’ A Bigorna.
Um abraço amigo do David Martelo
Em “A BIGORNA”:
22 DE JUNHO DE 1941
PROCLAMAÇÃO DE HITLER AO POVO ALEMÃO SOBRE A INVASÃO DA RÚSSIA
HITLER – DISCURSO NO REICHSTAG EM 1 DE SETEMBRO DE
1939
A
invasão da Polónia, que daria origem à 2.ª Guerra Mundial, havia começado
poucas horas antes. Hitler discursa perante o Reichstag, explicando aos
deputados a razão do emprego da força. Um texto que vale a pena recordar,
quando a Europa regressa aos tempos de guerra.
22 DE JUNHO DE 1941 PROCLAMAÇÃO DE HITLER AO POVO ALEMÃO SOBRE A
INVASÃO DA RÚSSIA
«Povo
alemão! Nacionais-Socialistas! Depois de grandes preocupações, condenado ao
silêncio desde há meses, chegou enfim o momento em que posso falar com toda a franqueza.
Quando, em 3 de Setembro de 1939, o Reich alemão recebeu a declaração de
guerra britânica, repetiu-se uma vez mais a tentativa inglesa de fazer
frustrar, por meio dum combate contra a potência mais forte, e no momento dado,
todo o princípio duma consolidação e, assim, da reorganização da Europa. Foi esta a
razão por que, noutro tempo, a Inglaterra aniquilou a Espanha por uma série de
guerras. Foi assim
que ela fez as guerras contra a Holanda. Foi assim que, mais tarde e com o auxílio da Europa inteira,
ela combateu a França. Foi por esta mesma razão também que, no princípio do
nosso século, a Inglaterra começou o cerco do Reich alemão de então e, em 1914, desencadeou a Guerra Mundial. Em 1918,
a Alemanha sucumbiu exclusivamente devido à desunião interna. As
consequências foram terríveis. Depois de ter declarado hipocritamente
não haver combatido senão o Imperador e o seu regime, começou-se, quando o
exército alemão depôs as armas, a destruição metódica do Reich alemão.
Enquanto parecia realizar-se literalmente a predição dum homem de Estado
francês, de que haveria na Alemanha vinte milhões de homens a mais, ou seja,
que deveriam ser eliminados pela fome, ou pela doença, ou pela emigração, o
movimento nacional-socialista iniciou a obra de unificar o povo alemão, e começou assim a preparar o renascimento do Reich. Este renascimento do nosso povo, depois de anos de
sofrimento, de miséria e do pior desprezo, fez-se sob o signo dum movimento
exclusivamente de ordem interna. Principalmente, não atingia nem ameaçava a Inglaterra. No entanto, a política de ódio e de cerco contra o
Reich recomeçou insistentemente.
No interior e no exterior formou-se o “complot” que sabemos, entre
judeus e democráticos, bolchevistas e reaccionários, com o único fim de impedir a formação do novo
Estado popular alemão e reduzir novamente o Reich à fraqueza e à miséria. O ódio
desta conspiração internacional dirigiu-se também contra os povos que, como
nós, abandonados pela fortuna, tinham de ganhar o seu pão diário à custa da
mais dura luta pela sua existência.
Foi principalmente à Itália e ao
Japão, tal como ao Reich, que
se contestou e proibiu a sua participação nos bens deste mundo. A união
estabelecida entre estas duas nações não era outra coisa senão um acto de
defesa legítima contra a coligação mundial que se formara contra elas pela
riqueza e à força. Mas já em
1936, Churchill – segundo declarações do general americano Wood,
perante uma comissão da Câmara dos Representantes – disse que a Alemanha se
tornava muito poderosa e que, consequentemente, devia ser aniquilada. No Verão de 1939, pareceu ter chegado à Inglaterra
o momento de poder começar este novo aniquilamento do Reich, que se projectou
adoptando a velha política de cerco em prejuízo do Reich. (2) O sistema da campanha de
mentiras posto em acção para este fim consistiu na táctica de declarar outros
povos como ameaçados e lançar mão sobre eles por meio de promessas de garantia
e de assistência, para em seguida os fazer marchar contra a Alemanha, como no
tempo da Guerra Mundial. A Inglaterra
conseguiu assim, entre o mês de Maio e o mês de Agosto
de 1939, espalhar no mundo inteiro a alegação de que a
Lituânia, a Estónia, a Letónia, a Finlândia, a Bessarábia e a Ucrânia estariam
directamente ameaçadas pelo Reich. Uma
parte dos Estados deixaram-se assim levar a aceitar a promessa de garantia que
lhes foi oferecida desta forma, e passou para a frente do cerco contra o Reich.
Nestas condições, julguei poder
assumir, perante a minha consciência e a História do povo alemão, a responsabilidade
de não só afirmar a estes países e aos governos a falsidade das alegações
feitas do lado britânico, mas tranquilizar também a maior potência do Leste por
declarações solenes quanto aos limites dos nossos interesses. Nacionais-Socialistas! Penso que todos vós sentistes
um dia que esta resolução foi amarga e difícil para mim. Nunca o povo alemão
sentiu pelos povos da Rússia sentimentos hostis. No entanto, os governantes judeus bolchevistas de
Moscovo esforçaram-se, durante mais de duas décadas, por lançar fogo não só à
Alemanha, mas também a toda a Europa. Não
foi a Alemanha que tentou alguma vez levar a sua concepção do mundo
nacional-socialista à Rússia, mas foram os governantes bolchevistas de Moscovo
que incessantemente tentaram impor o seu domínio ao nosso povo e aos outros
povos da Europa, não só no domínio intelectual, mas ainda, e principalmente, no
domínio militar e da potência do Estado. A todos os
países onde este regime desenvolveu a sua actividade, não levou senão o caos, a
miséria e a fome. Em
presença desse estado de coisas, esforcei-me, durante duas décadas, por chegar
a um mínimo de intervenções e sem destruir, no quer que fosse, a nossa
produção. Trabalhei para uma nova ordem socialista na Alemanha, que não só
acabou com o desemprego, mas ainda beneficiou, em medidas sempre crescentes,
todos os trabalhadores com o produto do seu trabalho. Os sucessos alcançados
por esta política de reorganização económica e social do nosso povo, que fez
desaparecer metodicamente as oposições das classes e das castas e que teve o
seu último fim na realização duma comunidade do povo digna do seu nome, são
únicos no mundo inteiro. Nestas condições, foi com grande pesar que me decidi,
em Agosto de 1939, a enviar o meu Ministro a Moscovo, para que ele tentasse ali
contrabalançar a política de cerco seguida pela Grã-Bretanha contra a Alemanha. Fiz isso unicamente consciente da minha responsabilidade para com o povo
alemão, e,
principalmente, na esperança de acabar por chegar, apesar de tudo, a uma
melhoria permanente e poder, assim, reduzir os sacrifícios que, de outra forma,
nos seriam exigidos. Em Moscovo, a
Alemanha declarou
solenemente que considerava os territórios e os países nomeados, com excepção
da Lituânia, como estando fora de todos os interesses políticos alemães. Além disso, uma
convenção especial previa o caso de a Inglaterra conseguir levar activamente a
Polónia para a guerra contra a Alemanha. Mas
também ali se registou uma limitação das exigências alemãs fora de toda a
proporção com os feitos das armas alemãs. Nacionais-Socialistas! As
consequências deste Tratado, desejado por mim e concluído no interesse do povo
alemão, foram particularmente pesadas para os alemães que viviam nos países
visados. Um número de alemães, (3) ultrapassando largamente meio milhão, todos
pequenos agricultores, artífices ou operários, foram forçados, quase de um dia
para o outro, a deixar os países onde estavam estabelecidos, para escapar a um
novo regime, que ameaça primeiro com a miséria sem fim e, mais tarde ou mais
cedo, chega ao extermínio completo. Apesar disso, desapareceram milhares de
alemães. Foi sempre impossível saber qual a sua sorte e muito menos, ainda,
descobri-los. E, perante isto tudo, tive de me calar. Como já disse, tinha
desejos de chegar com este Estado a um entendimento definitivo e a um
regulamento permanente. No entanto, durante o nosso avanço na Polónia, os
governantes soviéticos exigiram subitamente a Lituânia, contrariamente ao
acordo concluído. O Reich nunca
teve intenção de ocupar a Lituânia; e,
não só nunca se aproximou do governo lituano para este fim, mas até, pelo
contrário, recusou, como não-conforme com os fins da política alemã, o pedido
que lhe foi feito pelo governo lituano de enviar tropas para a Lituânia, para
fins de ocupação. Apesar disso, aceitei esta nova exigência russa. Esta não
foi, no entanto, senão o princípio duma série de embustes que se repetiram
constantemente. A vitória
alcançada por nós na Polónia, alcançada
exclusivamente pelas tropas alemãs, fez com que eu dirigisse uma nova oferta de
paz às potências ocidentais. Esta
oferta foi rejeitada pelos fomentadores de guerra, internacionais e judeus. O motivo desta recusa foi que a Inglaterra já
nessa ocasião tinha a esperança de poder mobilizar uma coligação europeia,
compreendendo os Balcãs
e a Rússia soviética, contra a Alemanha.
Foi nestas condições que se decidiu, em Londres, enviar Cripps (Sir Stafford
Cripps) como embaixador a Moscovo. Este recebeu ordem, nitidamente formulada, de recomeçar
em todos os casos as relações entre a Inglaterra e a União Soviética e de lhes
dar um impulso conforme os interesses ingleses. A imprensa inglesa referiu
os progressos desta missão, com excepção dos casos em que considerações
políticas lhe impunham o silêncio. As primeiras consequências destes
esforços patentearam-se desde o Outono de 1939 e a Primavera de 1940. A Rússia, que
desejava subjugar militarmente não só a Finlândia, mas também os Estados
Bálticos, mostrou subitamente esta intenção pela afirmação, também mentirosa e
ridícula, de ser obrigada a proteger estes países contra uma ameaça estrangeira
ou de prevenir tal ameaça. Isto,
evidentemente, visava unicamente a Alemanha, pois nenhuma outra
potência imaginável podia penetrar nos territórios do Báltico, nem fazer ali a
guerra. Apesar disso, tive de guardar silêncio. Mas, de repente, os dirigentes do Kremlin deram mais um passo. Enquanto a Alemanha, na Primavera de 1940, retirava as
suas forças para longe da fronteira oriental, conforme as disposições do
chamado tratado de amizade, e, ao mesmo tempo, desguarnecia de tropas alemãs,
completamente, grande parte destas regiões, a concentração de forças russas
começou neste momento numa proporção que não podia ser interpretada senão como
uma ameaça de penetrar na Alemanha. Segundo
uma declaração então feita por Molotov (Vyacheslav Molotov, ministro soviético
dos Negócios Estrangeiros) em pessoa,
nada menos de vinte e duas divisões russas se encontravam, na Primavera de
1940, nos Estados Bálticos. Embora o governo russo não deixasse
de afirmar que era chamado pelas populações destes países, a presença destas
tropas nesses Estados não podia ter outro fim senão uma demonstração antialemã. Tendo os
nossos soldados quebrado, desde 10 de Maio de 1940, a potência francesa e
britânica a Oeste, a concentração russa na nossa fronteira do Leste foi
continuada em proporções sempre crescentes e que acabaram por ser ameaçadoras.
Nestas
condições, entendi, desde Agosto de 1940, não poder, no interesse do Reich,
tomar sob a minha responsabilidade o deixar sem protecção as nossas
províncias orientais, tantas vezes já devastadas, na presença desta formidável
concentração de divisões bolchevistas. Mas a decisão tomada por mim levou,
precisamente, ao que era desejado pela colaboração anglo-soviética, ou seja, a concentração
forçada, a Leste, de forças alemãs tão importantes, que o comando alemão não
pudesse mais assumir toda a sua responsabilidade em terminar radicalmente,
sobretudo no domínio aéreo, a guerra a Oeste. Isto
correspondia ao fim seguido não só pela política britânica, mas ainda pela
política soviética. Tanto a
Inglaterra como a União Soviética tencionam prolongar esta guerra o mais
possível, para poderem, assim, enfraquecer toda a Europa e reduzi-la a um
estado de fraqueza cada vez mais acentuado. O
perigoso ataque efectuado pela Rússia contra a Roménia (Ocorreu de 28 de Junho a 4 de Julho de 1940,
como resultado do ultimato de 26 de Junho, da União Soviética à Roménia) não visou, também, em última análise, senão a permitir
lançar a mão sobre uma base importante da vida económica não só alemã, mas
europeia, ou pelo menos a destruir esta base numa outra eventualidade. Mas foi precisamente a Alemanha que, desde 1933 e com
paciência infinita, se esforçou por ganhar os Estados do sueste europeu, como
elementos da sua vida comercial. Por isso, temos o maior interesse em que os
Estados em questão sejam consolidados e em que neles reine a ordem. A invasão da Roménia pela Rússia e a dependência em
que a Grécia estava da Inglaterra ameaçaram transformar estas regiões também em
teatro de operações. Ao contrário
dos nossos princípios e dos nossos hábitos, dei então ao governo romeno,
naquela ocasião responsável por esta evolução dos acontecimentos, e por seu
pedido urgente, o conselho de ceder ao ardil soviético, no interesse da paz, e
de consentir na cedência da Bessarábia. No entanto, o governo romeno não entendeu poder tomar
a responsabilidade desta medida, perante o seu povo, senão com a condição de a
Alemanha e a Itália lhe darem, pelo menos, a garantia, a título de compensação,
de que a Roménia era intangível. Resignei-me,
com pesar, a dar esta garantia. Hesitei fazê-lo, principalmente pela
razão de que se a Alemanha dá uma garantia é porque está decidida a cumprir a
promessa que ela representa. É
que nós não somos nem ingleses nem judeus. Julguei,
então, ter servido, no último minuto, a paz nesta região, embora assumindo uma
grave obrigação. Mas, para resolver definitivamente estes problemas, e também
para fazer luz sobre a atitude tomada pela Rússia para com o Reich, assim como
sob a pressão da mobilização, constantemente intensificada, que se efectuava na
nossa fronteira oriental, convidei Molotov a vir a Berlim. (O encontro
deu-se em 12 e 13 de Novembro de 1940)Tendo
aceitado o meu convite, o Ministro soviético dos Negócios Estrangeiros pediu
que fossem esclarecidas ou que a Alemanha desse o seu consentimento às questões
seguintes: 1.ª PERGUNTA DE MOLOTOV: No caso dum ataque da Rússia contra a Roménia, a
garantia alemã dada à Roménia também se dirigirá contra a Rússia? Ocorreu de 28
de Junho a 4 de Julho de 1940, como resultado do ultimato de 26 de Junho, da
União Soviética à Roménia. O encontro deu-se em 12 e 13 de Novembro de 1940.
MINHA RESPOSTA: A garantia
alemã é geral e liga-nos completamente. Além disso, a Rússia nunca nos declarou
que tinha na Roménia interesses além da Bessarábia. Já a ocupação da Bucovina
do Norte era contrária a esta garantia. Por isso, não compreendo que a Rússia
possa ter novos objectivos contra a Roménia. 2.ª PERGUNTA DE MOLOTOV: A Rússia sente-se novamente ameaçada pela
Finlândia. A Rússia não está resolvida a permitir esta ameaça. A Alemanha está
pronta a não conceder nenhum auxílio à Finlândia e, principalmente, a retirar
imediatamente as tropas alemãs atravessando a Finlândia em direcção a Kirkenes,
onde devem substituir outras unidades alemãs? MINHA
RESPOSTA: A Alemanha
nunca teve nenhum interesse político na Finlândia. O governo do Reich não pode
aprovar uma nova guerra russa contra o pequeno povo finlandês, tanto mais que
nós não podemos acreditar que a Rússia seja ameaçada pela Finlândia. Em caso
algum nós desejamos que o Báltico se torne de novo em teatro de operações de
guerra. 3.ª PERGUNTA
DE MOLOTOV: A Alemanha
está pronta a consentir que a Rússia soviética, pelo seu lado, dê uma garantia
à Bulgária e envie para este efeito tropas soviéticas para a Bulgária? Nesse
caso, ele – Molotov – diria que as tropas soviéticas em questão não tinham a
intenção de, por exemplo, expulsar o rei da Bulgária. MINHA
RESPOSTA: A Bulgária é um Estado soberano e não me consta que tivesse
pedido qualquer garantia à Rússia soviética, como a Roménia a tinha pedido à
Alemanha. Acrescentei que, além disso, era obrigado a conferenciar com os meus
aliados sobre este assunto. 4.ª PERGUNTA DE MOLOTOV: A Rússia tem absoluta necessidade de passagem livre
pelos Dardanelos e exige, no interesse da sua protecção, a ocupação de algumas
bases importantes nas margens dos Dardanelos, nomeadamente do Bósforo. A
Alemanha está ou não está de acordo com isso? MINHA RESPOSTA: A
Alemanha está pronta a dar, a todo o momento, o seu consentimento para uma
modificação do estatuto
de Montreux (Convenção de
Montreux, de 1936, sobre a passagem nos estreitos turcos), a favor dos Estados do Mar Negro. A Alemanha não
pode consentir que a Rússia se apodere de bases nos estreitos. Nacionais-Socialistas! Tomei, desta forma, a
única atitude que podia tomar, não só como chefe responsável do Reich, mas
também como representante consciente da minha responsabilidade pela cultura e
civilização europeias. Em consequência disso, a actividade soviética dirigida
contra o Reich intensificou-se, principalmente começando desde logo por minar o
interior do Estado romeno, e tentando derrubar o governo búlgaro por meio de
propaganda. Com o
auxílio de cabeças confusas e pouco maduras da Legião Romena, conseguiu pôr em cena na Roménia um golpe
de Estado, que tinha como finalidade derrubar o general Antonescu,
condutor do Estado, e provocar o caos no país, para
assim afastar do poder legal, pela eliminação, as condições exigidas para que a
promessa alemã de garantia não pudesse ser aplicada. Apesar de
tudo isso, julguei fazer o melhor continuando a guardar silêncio. Logo que
se frustrou este empreendimento, teve lugar um novo reforço das concentrações
de tropas russas na fronteira oriental alemã. Formações
blindadas e unidades de paraquedistas foram transferidas, em quantidades cada
vez maiores, para a proximidade
da fronteira alemã, o que
aumentava o perigo ameaçador nesta fronteira. As Forças Armadas alemãs sabem, como sabe o país,
que, há poucas
semanas ainda, nem uma só divisão blindada ou motorizada alemã se encontrava na
nossa fronteira do Leste. Mas se fosse
ainda necessário uma última prova, apesar de todas as manobras de
diversão e de disfarce, de que a coligação anglo-soviética se tornara um
facto, esta acaba de ser fornecida pelo conflito
jugoslavo. Enquanto
eu me esforcei por fazer uma última tentativa de pacificação nos Balcãs,
e enquanto que, numa colaboração correspondente a um espírito de compreensão
com o Duce, convidava a Jugoslávia a aderir ao Tríplice Pacto, (Também conhecido por Pacto Tripartido
(Alemanha-Itália-Japão) a Inglaterra
e a Rússia soviética organizaram, em íntima união, o golpe-de-mão que derrubou,
no espaço de uma noite, o governo jugoslavo de então, que estava disposto
àquela colaboração. Pode hoje comunicar-se ao povo alemão: o golpe de mão
sérvio (A Sérvia era a
região dominante da Jugoslávia),
dirigido contra a Alemanha, não foi provocado somente sob a bandeira inglesa,
mas principalmente sob a bandeira da Rússia soviética. Como guardámos silêncio,
mesmo na presença deste facto, os governantes soviéticos deram mais um passo.
Não só organizaram o “putch”, mas, alguns dias depois, concluíram com essas
novas e submissas criaturas a famosa convenção
de amizade, que era
destinada a confirmar aos sérvios os seus desejos de resistir à pacificação dos
Balcãs e excitá-los contra a Alemanha. E, não se tratou ali apenas duma acção
platónica: Moscovo exigiu a mobilização do exército sérvio. Como ainda
nessa ocasião não julguei chegado o momento de quebrar o meu silêncio, os
governantes do Kremlin foram ainda mais longe. O governo
do Reich possui hoje os documentos provando que a Rússia, para levar a Sérvia
definitivamente para a luta, prometeu fornecer, por Salónica, armas, aviões,
munições e outro material de guerra destinado a ser empregue contra a Alemanha. E, isso fez-se no momento próprio em que eu dava ao
Ministro japonês dos Negócios Estrangeiros, Matsuoka, o
conselho de procurar uma melhoria das relações nipo-russas, sempre na esperança
de servir a paz. Foi
unicamente o avanço rápido (Invasão da
Jugoslávia em Abril de 1941) das nossas
incomparáveis divisões no Skopje (Na actual Macedónia do Norte, região meridional da então
Jugoslávia) , assim como
a tomada de Salónica, que impediram a realização deste “complot”
anglo-soviético. Entretanto, os oficiais aviadores sérvios fugiam para a
Rússia, onde foram imediatamente recebidos como aliados. Só a
vitória das potências do Eixo nos Balcãs impediu a execução do plano, que
consistia em arrastar a Alemanha, este Verão, no Sueste, a combates durante
meses inteiros e a completar, cada vez mais, entretanto, a concentração dos
exércitos soviéticos, a desenvolver a sua preparação para, em seguida, poder,
juntamente com a Inglaterra e auxiliados pelos fornecimentos americanos,
esmagar a Alemanha e a Itália. Assim,
Moscovo não só rompeu, mas ainda traiu abominavelmente as convenções que eram
motivo do nosso pacto de amizade. E, enquanto faziam tudo isto, os
governantes do Kremlin simularam exteriormente, até ao último minuto, uma
atitude de paz e de amizade, como no caso da Finlândia e da Roménia, e redigiram desmentidos o mais aparentemente
inocentes. Mas enquanto
até aqui as circunstâncias me obrigaram a guardar pacientemente silêncio,
chegou agora o momento em que toda a
atitude de expectativa seria não só um pecado de omissão, mas ainda um crime
cometido em prejuízo do povo alemão, ou seja de toda a Europa. Hoje, aproximadamente cento e sessenta divisões
russas se encontram na nossa fronteira. Desde há semanas se registam violações
constantes desta fronteira, não só na nossa, mas ainda no extremo norte da
Europa e na Roménia. Aviadores russos sentem prazer em não ter em conta essas
fronteiras, sem dúvida para nos provar, assim, que se consideram já como senhores
destes territórios. Na noite de
17 para 18 de Junho, patrulhas russas penetraram de novo em território alemão e
não puderam ser repelidas senão depois duma prolongada troca de tiros. Chegou a
hora em que é necessário opor-nos a este “complot” dos fomentadores de guerra
anglo-judeus e dos potentados judeus da central bolchevista de Moscovo.
Povo
alemão!
Neste
momento opera-se uma concentração de tropas que, pelas suas proporções e pela
sua extensão territorial, é a maior que o mundo viu até hoje. Cooperando com os
seus camaradas finlandeses, os combatentes vencedores de Narvique estão nas
margens do Mar dos Gelos. Divisões alemãs, sob o comando do conquistador da
Noruega, em comum com os heróis das lutas finlandesas de libertação, sob as
ordens do seu marechal, protegem o solo finlandês. Desde a
Prússia Oriental até aos Cárpatos estendem-se as formações da frente alemã do
Leste. Nas
margens do Pruth, no curso inferior do Danúbio e até às margens do Mar Negro
juntam-se soldados alemães e romenos, sob o comando do chefe do Estado da
Roménia, general Antonescu. A missão desta frente não é só a protecção dos países
isolados, mas garantir a segurança da Europa e, consequentemente, a salvaguarda
de todos os países deste continente. Estou, portanto, decidido hoje a colocar
novamente a sorte e o futuro do Reich e do nosso povo nas mãos dos nossos
soldados. Praza a Deus ajudar-nos nesta luta particularmente importante!
DISCURSOS
HISTÓRICOS 1939-1941, Livraria
Latina, Porto, 1944, pp. 227-239. Notas e mapas da responsabilidade de David
Martelo
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