sexta-feira, 18 de março de 2022

Retrato de um homem triste


Mas não se sabe ao certo. É capaz de morrer a rir, escondido nos seus gulags de conforto.

Dentre os muitos temas de uma actualidade abarcando o mundo, de que se compõe a Revista Courrier Internacional, nº 313, de Março, 2022, não podia escapar o retrato de Putin, tão saliente nestes nossos tempos de genocídio presente e de ameaça ainda mais universalmente mortífera - e dela extraio alguns passos, que o apontam como uma figura cujo carácter fora perceptível a um Conselheiro de J. Kennedy e de R. Nixon Harald Malmgren – que com ele trocara opiniões, muito antes de aquele se tornar Senhor do Kremlim.

Eis o que conta, entre outros dados, Harald Malmgren, com quem Putin teve exemplificativa, embora não exemplar, conversa, durante um importante jantar em S. Petersburgo:

“Vencer pelo medo”

«Durante a refeição, Putin perguntou-me: “Qual é o maior obstáculo que impede os homens de negócios ocidentais e os meus compatriotas de estabelecerem laços no sector empresarial? Eu respondi-lhe, frontalmente: “A ausência de uma lei clara sobre os direitos de propriedade – sem isso, não existe uma base para resolver contenciosos.

“Ah! Sim”, comentou, “no vosso sistema, um conflito entre empresas é resolvido através de advogados pagos à hora que representam cada uma das partes: o caso é, por vezes, levado a tribunal, o que geralmente demora meses e custa caro em termos de honorários”. “Na Rússia”, prosseguiu, os litígios são por norma resolvidos de uma maneira prática. Se uma disputa envolver uma grande quantia de dinheiro ou uma propriedade importante, as duas partes enviarão representantes que se encontram para jantar, todos os presentes estarão armados. Perante a possibilidade de haver um desfecho fatal e sangrento, ambos encontram uma solução mutuamente aceitável. O medo é um catalisador do bom senso.”…… “Basicamente, Putin acabara de descrever o impasse em que Washington e Moscovo se encontram actualmente em relação à Ucrânia.”

 Mas Putin não me parece tão único responsável assim, pelos actos praticados hoje contra a Ucrânia, tantos foram os actos cruéis que sempre se praticaram – e ainda agora –lá pela Rússia, desde sempre, e mais ainda a partir do livro do Karl Marx, acho. E, bem analisados os factos, outros pelo mundo fizeram o mesmo, como informa o Putin a respeito dos chefes americanos, com os seus arsenais de armas, e as suas lutas territoriais, desde tempos primordiais, além das armas que fabricam, mas nisso não são únicos, e até mesmo os povos púdicos europeus também se fartam de distribuir armas, que é o que dá mais em termos económicos. Até a Suíça, tão contida e neutra nas coisas da guerra, sabe-se que também vende muitas armas pelos povos que amam a guerra, como fazem, de resto, os países ricos, que quantas mais armas fabricam para vender e até eventualmente para se defenderem em caso de necessidade, mais são considerados no mundo. Nós mesmos, também vamos ajudar os ucranianos com os nossos capacetes, embora os ucranianos possam não querer enfiá-los, pois os seus arsenais poderosos são de gente que há muito enfiou o barrete dos Russos, embora os povos da União Europeia e mais os da América e outras excrescências, que hoje em dia se conhecem melhor, espalhem à brava a sua aparelhagem bélica, já desde os nossos tempos de África, bem o sabemos. Isto não justifica, é certo, a sanha do Putin contra a Ucrânia, parece mal. Além de que não precisa de ser dona do mundo inteiro, ainda se lixa. Ou, o que é pior, ainda nos faz lixar a todos, e isso é pecado. O que vale é que a imagem da Nossa Senhora de Fátima já está na Ucrânia.



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